Amo você, ele havia dito. E Kiba ficou igual a um babaca encarando-o sem saber o que dizer!

Deveria ter dito que o amava também?

Como amigo, Kiba não tinha dúvidas. Mas como namorado?! Uau, esse era um passo grande demais para suas pernas curtas!
Kiba matutou sobre isso a noite toda tentando entender aquelas duas palavrinhas...

Não dormiu porra nenhuma pensando em como deveria ter agido...

E, depois de horas em claro, a luz da resposta veio à sua mente. Como ele era idiota! Completamente idiota! Um panaca por inteiro!

Não esperou nem mesmo o sol raiar. Saltou pela janela do próprio quarto e correu até a casa de Shino, despertando-o com pequenas pancadinhas na janela.

Ainda sonolento, Shino agarrou os óculos escuros na cabeceira da cama e colocou-os sobre o rosto, arrastando seus passos até a janela.

Espere um momento. A janela?!

Mal teve tempo de assimilar o que acontecia quando Kiba – literalmente – o atropelou, derrubando-o na cama entre os lençóis bagunçados e o beijou. Beijou mesmo. De língua.

Uau, essa era uma ótima forma de começar o dia.

Shino apertou as mãos sobre a cintura de Kiba, ajeitando-o sobre o próprio corpo, sentindo as garras afiadas deixarem marcas entre suas costelas e deixou um gemido baixo escapar. Seus dedos longos percorreram a parte de fora do casaco de
Kiba e se alinharam com sua nuca, arrancando suspiros entre o beijo cessou lentamente, os olhos de Kiba o encarando daquele jeito que sempre o inebriavam embora Shino não dissesse.

− O que deu em você para aparecer assim aqui logo cedo? – perguntou, as sobrancelhas erguidas. – Não que eu esteja reclamando, é claro. Sinta-se à vontade para repetir isso todas as manhãs se quiser. – Sorriu de canto.

− Maldito idiota. – Kiba murmurou, fazendo biquinho enquanto o encarava. As marcas tão características de seu clã haviam desaparecido em meio ao rosto totalmente corado. Shino achou uma graça, embora não soubesse pelo quê estava sendo xingado. Suas sobrancelhas se arquearam mais um pouco.

− Como pode dizer aquilo e agir numa boa?! – Kiba escondeu o rosto na curva de seu pescoço, os dedos apertando os lençóis de Shino e deixando marcas de garrinhas que seriam difíceis de serem explicadas depois. Tudo bem. Ele daria um jeito. Ou compraria novos lençóis.

Ah.

Então era isso.

Shino apenas sorriu, os dedos passeando pelos fios castanhos na nuca de Kiba.

− Oe.
− Hn?
− Olhe pra mim.

Kiba arriscou uma olhadinha bem de leve.

− Amo você.

Só faltava sair fumaça das orelhas de Kiba de tanta vergonha!

Ficaram em silêncio por um tempo, de uma maneira bastante constrangedora. Shino apenas sorriu, sentindo o coração de Kiba martelando contra suas costelas.

Aos poucos, a respiração de Inuzuka foi se acalmando e o sussurro baixinho alcançou seu ouvido, trazendo um arrepio gostoso:

“Amo você também, seu idiota”, ele dissera. Shino podia se conformar com aquela resposta mal criada de seu namorado.

Ainda era cedo e teriam o dia inteiro para aproveitar todo esse amor.