The New World escrita por xMissWalkerx


Capítulo 9
O Policial e a Fã


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar mais cedo hoje! Espero que gostem do capítulo!



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PONTO DE VISTA – HARRY

 

— O que quer dizer?

Todos aguardávamos para saber como teríamos certeza de que aquelas pessoas lá fora estão mortas(ou mortas-vivas, no caso) de fato ou se elas simplesmente estavam com uma doença gravíssima que as fazia enlouquecer e perder os sentidos, mas que futuramente poderiam ser curadas.

Me pergunto sobre o tiroteio...pessoas estavam tomando tiros lá fora. Os militares e policias que estavam responsáveis por DEFENDER a população, agora pouco estavam metendo bala na galera. Tenso...

— Ok, vocês...não vão gostar da ideia, mas todos nós temos que fazer isso juntos. – Carley disse, seus olhos estavam frenéticos olhando para os lados e para o chão desesperadamente.

Claramente ela tem uma ideia que perturba a si mesma. Ela não está nem um pouco afim do que vai sugerir, conheço ela bem o suficiente.

— O que você sugere? – digo.

Ela fechou os olhos e inspirou e expirou profundamente. Depois os abriu e disse:

— Acho que todos nós temos que ficar de olho na janela em vez de ficar especulando o que são de fato aquelas coisas. Vendo elas pela janela, e todo o processo delas, fica mais fácil dizer o que são elas e como estão as coisas lá fora.

Silêncio.

O quê?! Ficar simplesmente parado na janela vendo todos aqueles corpos no chão? Pessoas sendo devoradas?!

Tive que abaixar a cabeça. Estava ficando zonzo com o pensamento.

— Ah...não. – Matt disse para si mesmo próximo de mim, e disse tão baixo que somente eu, e quem sabe Rob, que estava também bem próximo dele escutamos.

— Você quer...olhar de novo?! – Mary perguntou, mas senti que o tom de voz dela não soou como uma pergunta e sim como se ela precisasse repetir o que Carley tinha proposto para acreditar.

— Basicamente. Eu acho que... se olharmos e vermos com os nossos próprios olhos, pode ser mais fácil entender.

— Não sei se consigo – Mary disse e colocou a mão na boca enquanto fechava os olhos.

A ideia de olhar para a janela repugnava todos inclusive Carley, eu posso dizer. Consegue se imaginar olhando por uma janela, enquanto vê pessoas devorando corpos de outras? Corpos que, no mesmo dia, você tinha visto andando por aí falando com os amigos? Que saíram de casa hoje, com uma mochila nas mãos mal sabendo que nunca mais voltariam pra casa?

A pior coisa é saber que isso aconteceu em questão de minutos.

Uma coisa é você ver violência na televisão e saber que tudo aquilo não passa de um filme. Outra é você ver pessoalmente, pessoas tomando tiros, sendo devoradas e mortas diante de seus olhos. Ficar com medo por pensar que você pode ser o próximo.

O pensamento me causa arrepios e faz meu estomago revirar.

— Não se consigo agora, também. – digo.

Carley abaixa a cabeça lentamente e começa a dizer, sem olhar para nós:

— Eu sei que a ideia não agrada vocês. Não me agrada também, para ser sincera – ela diz e finalmente olha para todos nós, enquanto a escutamos com atenção – Mas temos que fazer isso. Temos que pensar que, talvez....ficaremos aqui um pouco mais que imaginamos e que esse conhecimento seja útil para nós futuramente. Olhem – Carley ergueu o pulso direito e olhou para o relógio que estava lá – São 13h24 agora. Faz quase duas horas já, não vai se resolver as coisas tão rápido... – ela diz e parece estar tentando se convencer enquanto tenta fazer o mesmo conosco.

Novamente teve um longo silêncio enquanto ela olhava para todos. Rey deu um longo suspiro e olhou para ela, mas não por muito tempo pois depois começou a fitar o chão pensativamente enquanto dizia:

— Acho que tem razão. A outra possibilidade seria...sei lá... trazer um deles e amarrar em algum lugar. Mas isso não é uma boa ideia, alguém pode se machucar então... – ele suspirou novamente – eu vou tentar. – seu olhar encontrou o de Carley e depois passou para nós. Ambos estavam em silêncio aguardando a resposta dos outros.

Pensei por um instante.

Realmente não faria sentido tentar atrair um deles pra cá pra podermos prender em algum lugar e ficar observando. Além dele fazer barulho, a chance de dar errado era muito grande mesmo nós estando em seis aqui.

É só olhar.

Olhar a janela.

Eu vou estar seguro enquanto faço isso. Estarei vivo.

— Eu olho. – falo pra roda de amigos. Carley e Rey olham pra mim e assentem lentamente.

— Não se conseguirei mas... – Matt começa mas logo para pra dar espaço para um longo suspiro – prometo que vou tentar também.

— Eu... – Rob começa logo depois de Matt. Todos olhamos pra ele, Rob se vira para Matt que o encoraja de alguma forma mexendo os lábios mas não fazendo sair nenhuma palavra de lá.

Não sei o que Matt disse, mas de alguma forma funcionou.

— vou... – Rob finaliza – Eu vo-vou tentar. – Rob engole seco depois de dizer isso. Matt dá leves tapinhas nas costas dele e eles se olham e assentem um pro outro.

Todos nós reparamos que ainda falta Mary dizer algo, ela estava pensativa e olhava para o chão. Estávamos todos respeitando o silêncio de Mary, afinal isso era uma decisão complicada de se fazer, e ninguém estava realmente AFIM de fazer isso.

Mas tínhamos que fazer.

Depois de algum tempo em silêncio, Mary olhou para nós e falou:

— Posso sugerir uma coisa?

Todos nós assentimos a encorajando a falar.

— Em vez de ficarmos todos nós encarando a janela, porque não fazemos isso por turnos? – ela disse.

— Mas temos que ver o processo inteiro, Mary. – Matt disse e depois olhou pra Carley – Não é isso?

— É. Temos que ver tudo, pra ver exatamente o que eles fazem e o que acontece depois. – Carley disse calmamente.

— Não, não. Vocês não entenderam. – Mary falou balançando a cabeça. Todos nós a olhamos com expressão confusa, ela continuou.

— Em vez de todos nós ficarmos lá encarando a janela, podemos fazer isso por turnos. Vamos em pares enquanto os outros descansam. Assim ninguém precisa ficar o tempo todo olhando pros... – ela parou. Ela tremia os lábios enquanto se esforçava para fazer a última palavra sair.

— Corpos. – Rey ajudou – É. Talvez... isso seja o melhor. Quem é a favor? – ele disse olhando para todos, que levantaram a mão.

Mary pareceu dar um suspiro aliviado e um leve sorriso de canto.

Preciso admitir. Finalmente Mary teve uma ideia sensata.

— Boa ideia, Mary. – disse a ela, que assentiu levemente pra mim.

— Concordo – Carley disse, Mary a olhou e assentiu pra ela também.

— Então...er...quem vai primeiro? – Rob perguntou.

Todos nós nos entreolhamos e fez-se silencio por um tempo.

— Acho que podemos...sei lá... de repente...sortear? – Rey começou a dizer.

Antes que pudéssemos dizer mais alguma coisa, alguém se manifestou.

— Eu posso ir. – Carley disse depois de um suspiro que fez parecer que ela tinha bufado. – Quem mais?

O silêncio se fez presente novamente. O barulho da chuva aumentava lá fora, juntamente com os grunhidos que as vezes eram levemente abafados pelo barulho de trovões. Estava um pouco escuro agora apesar de ser quase 13h30 da tarde, devido a chuva. Fechei meus olhos para pensar melhor enquanto abaixava minha cabeça.

Vamos lá. É apenas uma janela.

Eu sei, porra! Mas você viu quantos corpos tinha? Tinha até tripa no chão!

Abri meus olhos na tentativa de tirar a visão de minha cabeça. Todos ainda se entreolhavam e Carley aguardava com os dedos entrelaçados, batendo um polegar ao outro rapidamente.

Você vai ter que ver isso mais cedo ou mais tarde. Para com isso! Olha só pra você, está dentro de uma sala com medo de ir na janela dar uma olhada!

Não sei se posso! Isso é real! Não é filme!

Exatamente! Isso é real! Se morrer, não tem outra vida. Não tem restart, não tem checkpoint, não tem nada! Então você tem que viver, e caso aquelas coisas lá fora forem zumbis, isso vai significar que você não vai poder hesitar caso encontre um deles! Pois você vai ter a certeza que não são seres humanos mais, entende? Sem peso na consciência!

Mas eles já foram pessoas de qualquer forma...

VOCÊ VAI PRA JANELA! E VAI AGORA, SEU COVARDE!

— Eu vou com você. – quando percebi, as palavras já tinham saído de minha boca. Percebi que Rey estava levemente com a mão levantada e sua boca estava entreaberta, mas depois que eu disse que iria, ele abaixou a mão suavemente e voltou a encarar o chão.

Talvez se eu tivesse esperado um pouco, Rey iria com Carley e eu não precisaria tomar essa decisão agora.

Caralho mano, você é muito cagão mesmo! É-APENAS-UMA-JANELA!

— Fechou então. Vai eu e o Harry primeiro. E depois? De quanto em quanto tempo ficamos vendo? – Carley perguntou pra Mary.

— Não sei, talvez, de meia em meia hora? Acho que seria o suficiente pra cada um de nós vermos o que acontece e não precisar mais ter essa visão gratuitamente. – Mary disse gesticulando com uma das mãos para a janela.

— Todos concordam com 30 minutos? – Carley perguntou.

Todos assentiram. Carley olhou pra mim e gesticulou com a cabeça apontando pra janela.

Me levantei enquanto ela caminhava lentamente em direção a janela, mas ela parou alguns metros antes de ficar de cara com a vista e olhou para mim. Me posicionei ao lado dela e respirei profundamente.

Não acredito que vou fazer isso.

— Pronto? – ela disse rapidamente.

Suspirei mais uma vez e olhei pra frente.

— Pronto. – disse.

Demos mais alguns passos em direção a janela, quando estávamos próximos a ela, estendemos ambas as mãos para frente, para que chegassem antes de nós até o apoio que a janela tinha.

Quando minhas mãos tocaram na superfície branca e molhada do apoio, senti meu coração acelerar rapidamente e meus pelos na nuca eriçarem.

É agora.

Finalmente meu corpo e o corpo de Carley chegaram a janela.

Meu Deus...

Lágrimas começaram a se formar nos meus olhos sem a minha permissão, os inundando por mais que eu me esforçasse para que isso não acontecesse. Carley respirava ofegantemente e pude ouvir sua respiração ficar mais e mais trêmula a cada nova puxada de ar. Permaneci imóvel com as mãos estendidas, incapaz de fazer um movimento sequer enquanto olhava para a vista. Atrás de mim, havia certo som vindo de meus amigos, somente alguns suspiros e alguns sussurros que não pude identificar o que diziam.

O céu estava acinzentado, e a chuva estava pesada, trovões estavam soando frequentemente. Água levemente avermelhada descia rua abaixo ,seguindo o meio fio. O portão da escola estava completamente aberto agora, e não havia ninguém na rua.

Ninguém vivo.

Na entrada interna do colégio, havia menos corpos do que eu tinha visto antes. Mas em compensação, aparentemente havia mais deles. Não sei como isso era possível mas, parecia muito que os números de doentes tinha aumentado. Eu podia dizer o mesmo da rua, que algumas horas atrás estava um completo caos de pessoas correndo misturadas com pessoas que estavam sendo devoradas. Agora parecia que não havia uma alma viva na rua, somente os doentes a ocupavam, e pelo jeito, quanto mais próximo da Denbrough, mais os números deles aumentavam.

Tem pelo menos 100 deles lá fora. Tenho certeza. Isso porque não consigo ver a Denbrough por inteiro, somente a entrada.

Deus...como vamos sair daqui?

Me dei conta que as mãos estendidas de Carley estavam agora tremendo, isso me fez abrir a boca pela primeira vez desde que ficamos ali olhando por alguns minutos.

— Carley?

Ela encarava a rua e piscava lentamente só quando necessário, ficando eu diria, longos períodos sem piscar enquanto suas mãos tremiam e sua respiração continuava trêmula e ofegante.

— Hum? – ela respondeu sem me olhar.

Eu fiquei em silencio um pouco enquanto a olhava e depois voltei minha vista para o fim de mundo que acontecia bem na nossa frente, depois disse:

— É impressão minha ou parece que tem mais deles agora?

Ela balançou a cabeça positivamente.

Sabia que não era impressão.

— Será que tem gente que sobreviveu e conseguiu escapar? – perguntei.

— Acho que não. – ela disse friamente – olhe. – e apontou para um corpo de um policial que estava do lado externo do colégio, sentado encostado na frente de um portão semiaberto de uma casa que ficava de frente para a entrada da escola. Ao vê-lo, tive que levar a mão na boca enojado e fechar fortemente meus olhos. Depois de alguns segundos os abri lentamente.

Ele estava com uma perna flexionada e outra perna esticada na rua, em sua barriga havia um buraco por onde tripas foram arrancadas para fora, fazendo um pequeno monte acima do estômago. Seu rosto estava pálido, os olhos tinham um brilho claro que o fazia parecer cego. Ele mexia a cabeça lentamente para os lados, sangue escorria pelo lado direito de seu rosto e encharcava seu bigode ruivo enquanto ele fazia aquele grunhido que todos os outros doentes estavam fazendo.

Parece que ele está sofrendo. Esses sons...parecem gritos sufocados ou algo do tipo.

— Eu vi ele ser atacado. Ele estava defendendo aquela...senhora. – Carley disse apontando para uma senhora que tinha o mesmo estranho brilho no olhar que o policial doente. Ela estava a alguns metros dele, mas estava dentro do portão da casa de barriga pro chão, faltava um pedaço no antebraço dela, e ela tinha sangue em todo o redor da boca.

Lágrimas desceram lentamente pelo meu rosto enquanto eu desistia de encarar aquela senhora por mais um segundo sequer, mantendo meus olhos agora em algum ponto do céu. Carley passou uma das mãos rapidamente pelo rosto. Provavelmente alguma lágrima que descia ou algo do tipo, mas foi tão rápido que não tenho certeza.

— Ele...tentou salva-la. Eu vi os dois sendo atacados. Ele atirou no infectado, aquele ali. – ela apontou novamente para um dos corpos que estavam na rua sem vida, próximos ao policial de bigode. Ele estava virado de bruços e tinha um furo na parte de trás da cabeça e no meio das costas, por onde sangue saia. Usava um terno preto.

— O policial... – Carley lutava pra fazer as palavras saírem da boca, a olhei por um instante e vi que ela tremia os lábios enquanto seus olhos não focavam em nenhum ponto da rua, sempre mudando o foco aleatoriamente. – ele... puxou o infectado que estava atacando a velhinha, atirou mais de uma vez porque o infectado foi pra cima dele, não matou de primeira. Eu o vi perder o equilíbrio e cair de frente pro portão daquela casa enquanto o infectado o machucava. – ela disse com a voz fraca gesticulando em direção a faixada da casa onde o policial agora estava sentado – ele conseguiu matar o doente no final. Mas eu não tinha visto o que aconteceu com ele porque as pessoas estavam correndo na rua e tamparam a minha visão.

Carley passou novamente a mão pelo rosto, mas dessa vez, como eu estava olhando para ela, consegui ver uma ligeira lágrima se formar, ela a limpou do rosto antes que pudesse começar a rolar direito.

— Olhe pra ele agora. – ela disse baixo – olhe pra toda essa merda. – ela falou agora mais rispidamente.

Não consegui nada para dizer. Olhei para a casa novamente.

Esse definitivamente é o pior momento que terei em toda a minha vida. Nunca mais conseguirei ter uma noite de sono sem que essa visão venha parar na minha mente de novo.

Tirei meus olhos da casa e olhei para a extensão da rua. Nela havia corpos imóveis, infectados no chão, infectados de pé, infectados próximos ao portão da escola...eles só...esperavam. Ficavam andando de lá pra cá na rua, esperando algo acontecer...vagando por aí.

Percebi que alguns doentes na rua usavam uniformes do colégio, olhei para a entrada da escola que estava mais repleta deles do que o lado de fora da rua(pelo menos do lado que compunha somente a entrada da escola, não podia dizer o mesmo da Denbrough) vi vários alunos e até mesmo alguns professores no chão, outros vagavam sem rumo pela entrada até sumirem de vista pelo corredor abaixo de nós, que daria pra escadaria que os levaria para o pátio, os fazendo adentrar na escola.

Nenhum dos professores era Tasha, e eu não sabia se ficava feliz ou não com isso.

Mas percebi uma coisa ao olhar para os alunos. Mais especificamente para uma garota.

Havia uma garota, encostada na parte interior do portão da escola, apoiada nas grades. Ela estava meio recurvada para a esquerda, e ela definitivamente estava infectada. Sabia dizer porque seus olhos estavam com o “brilho cego” no olhar. Ela sangrava pelo ombro direito e mexia a cabeça lentamente para os lados enquanto batia os dentes e grunhia. Ela tinha uma mochila nas costas e usava a calça que compunha o uniforme da escola, mas a camiseta não era a do colégio.

Era uma camiseta da Lana Del Rey.

— Ei Carley – eu disse dando dois toques em sua mão. Ela olhou pra mim e pude ver seus olhos levemente avermelhados. – Reconhece aquela garota? – apontei a direção para que ela pudesse achar a menina que eu estava falando em meio aquela multidão.

Ela olhou para a garota e apertou os olhos. Percebi que ela estava sem óculos e resolvi ajudar mais um pouco.

— Aquela. Está vendo? Da camiseta preta com a estampa da...

— Lana Del Rey. Essa menina estava aqui dentro! – ela disse me interrompendo boquiaberta e me encarando.

— Eu percebi uma coisa – eu disse enquanto respirava fundo, meu nariz fez um barulho indicando uma congestão.

Porra de choro.

— Todos eles. O policial, a senhora, aquela menina, eles estão feridos. E acredito que esse ferimento seja por conta dos infectados, então, acho que a forma de se contrair isso, é se um doente machucar você. Te arranhar, morder o que quer que seja. Por isso parece que tem mais deles e menos corpos, porque eles infectaram todo mundo! – eu disse explicando a conclusão que tinha chegado

Ela arregalou os olhos e fitou vagamente o apoio da janela na qual suas mãos estavam postas. Depois, disse baixo:

— Zumbis. Eles são de fato zumbis, Harry.

— Eles parecem bem mais agora, isso é certo – eu disse fitando o apoio também.

— Não! Você não vê? – ela me olhou brutamente. – O policial está com as tripas pra fora, ninguém consegue sobreviver com as tripas pra fora. E olhe só pra ele! Ele está se mexendo! – ela apontou novamente para o policial, olhei para ele tentando entender o que ela estava querendo dizer – sobre o que você disse, você está certo! A garota, fã da Lana Del Rey?! Ela estava conosco agora pouco nessa sala! Não é possível que ela estivesse infectada antes e ninguém tivesse notado. Sabemos dos sintomas! Falou na televisão e tudo mais! Tosse, febre alta e todas aquelas coisas, alguém teria percebido que ela estava mal, mas mesmo assim lá está ela agora! Infectada! Questão de horas!

Agora eu estava entendendo.

Realmente! Zumbis é a definição! Mortos que se mexem. O que mais pode ser? Carley estava certa, ninguém sobrevive com as tripas para fora, então aquele policial estava definitivamente morto, mas lá estava ele! Se mexendo! E a garota? Com certeza não estava doente antes, teriam notado caso estivesse. Ela foi infectada somente agora. Mas...isso significa que ela esteja morta também?

— Carley, você acha que todos os infectados estão necessariamente mortos? Será que é possível um infectado estar “vivo”? – eu perguntei fazendo aspas com as mãos.

— Acho que estão mortos. – ela disse sem quebrar o contato entre nossos olhos inclinando levemente a cabeça.

— Mas e a garota? Ela pode estar viva, não vejo nenhum ferimento grave nela. Não igual ao policial, por exemplo. – digo

Carley a olhou por alguns instantes, inspirou e expirou profundamente e disse:

— Eu...eu não sei. Porquê os zumbis deixaríam ela viva? Porque os infectados simplesmente desistiriam de devora-la?

*BAM* *BAM* *BAM*

Antes que eu pudesse responder, escutamos três batidas fortes na porta. Eu, Carley e todos os nossos amigos pulamos de susto. Todos nós estávamos de pé no meio da sala agora, olhando diretamente para a porta. 

— Não, não, não – Rob começou a chorar colocando as mãos nos ouvidos e apoiando o próprio peso uma vez em cada perna, fazendo-o se movimentar para os lados.

— Vocês ouviram iss.. – Rey começou mas foi interrompido por mais três batidas ainda mais fortes na porta, pulamos de susto novamente. E ficamos ainda mais surpresos ao ouvir uma voz do lado de fora.

— ABRAM A PORTA! – a voz gritou desesperadamente.


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Notas finais do capítulo

TCHAAAM! E ai? Quem está do lado de fora?



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