The New World escrita por xMissWalkerx


Capítulo 7
E então? Vão viver ou morrer?


Notas iniciais do capítulo

Hey galera! Altas tretas vão vir!

Fiquei aqui pensando: Vocês tem um personagem da história que vocês gostem bastante? Tipo um favorito? Ou é muito cedo pra perguntar? hahaha



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PONTO DE VISTA – MATTHEW

 

— É sério que você tá achando que isso é tipo um filme?! – eu disse indignado. Não era possível que Carley estava fazendo uma brincadeira dessas nessa hora.

A gente pode morrer!

— Quando eu falei isso? – Carley me respondeu. Ela ainda carregava a expressão de como quem acabara de ter uma epifania.

— Agora! Zumbis?! É sério isso?! Pelo amor de Deus! – Eu disse a olhando com incredulidade e depois fitando o chão – Não é brincadeira, a gente pode morrer de verdade se não sairmos daqui!

— Ah é?! – ela me disse e logo depois se ajeitou ainda sentada no mesmo lugar e se virou um pouco mais na minha direção – Me defina você, então. O que são os doentes, Matt? – falou cruzando os dedos das mãos e apoiando-os em seus joelhos.

Rob ainda possuía lágrimas descendo sem parar pelos seus olhos, ao ouvir a pergunta direcionada a mim, fechou seus olhos lentamente e dava longos suspiros. Eu ainda olhava pra Carley, meus olhos embaçados de tanto chorar enquanto ela não derramava uma lágrima.

— Eu...eu não sei! – respondi. Não sabia mesmo.

Pensando agora na pergunta, agora fiquei curioso. O que são eles? Não podem ser simplesmente pessoas infectadas...não existe doença assim. Mas, nunca é tarde para começar a existir, não é?

— Escuta... eu não estou brincando agora. Para pra pensar: Pessoas que estão devorando umas as outras, meio molengas e que são feridas por disparos mas nunca morrem. É a analogia perfeita! – ela disse mudando novamente sua expressão para um rosto de epifania.

— O que é uma analogia perfeita? – disse Harry que de repente chegou na conversa e começou a se agachar para sentar-se ao lado de Carley.

Ok. Não é tão sem noção assim pensar que os doentes estão se parecendo muito com zumbis de filmes da tv...mas isso não é possível, é? Ainda acho isso uma piada sem graça.

— Os doentes e zumbis. Estava falando pra eles, que minha maneira de definir eles é esta. Eles se parecem com zumbis.

Harry esticou as sobrancelhas em surpresa.

— Nossa! Não tinha pensando sobre isso...parecem mesmo! – Harry e Carley se olhavam como cúmplices. Isso me fez virar minha atenção para Rob, que ainda estava de olhos fechados, só que eu não tinha reparado com toda aquela discussão que ele segurava minha mão.

— Rob? Ei, Rob. – toquei seu braço com minha mão livre.

Rob estremeceu e abriu os olhos lentamente, respirou profundamente, mordeu o lábio inferior e disse ainda sem olhar pra mim:

— Eu só quero....eu PRECISO saber.... o que vamos fazer pra sair daqui? – sua voz soou determinada, e pelo que conheço dele, essas palavras lutaram muito para sair de sua boca.

Te entendo.

Carley e Harry olharam para ele, depois de olha-lo por alguns segundos, Carley virou a cabeça em direção a porta e Harry foi com as mãos em direção ao bolso e tirou o celular.

— Eu sei que ninguém vai gostar de ouvir essas coisas mas eu tive uma ideia pra sabermos mais sobre o que está acontecendo, por isso estava voltando pra perto de vocês. – ele disse enquanto desbloqueava o celular. Carley afastou o olhar da porta e virou-se para Harry e seus dedos que apertavam freneticamente a tela do celular.

— Seria bom alguma informação. Mas essas merdas estão ainda sem sinal, olhe. – ela disse apontando para a parte superior do celular, suponho que ela esteja indicando a parte na qual o indicador de sinal do celular se encontra. Harry fez um sinal negativo com a cabeça e continuou a mexer no aparelho e não disse nada.

Isso me deu a ideia de pegar no meu celular também, não custa nada checar. Ao pegar e desbloquear meu celular, vi que ainda estava sem sinal algum.

Porra! Sem luz, sem sinal, sem internet, sem telefonemas, sem mensagens!

 - Acho que a melhor coisa que podemos fazer, é esperar.

— Esperar o quê? – Rob perguntou. Ele ainda segurava minha mão, e eu sinceramente estava agradecido por isso. As vezes não preciso falar nada com Rob, um simples sinal já basta.

Carley abriu a boca pra falar mas fomos interrompidos por chiados baixos que saíram do celular de Harry, o que fez Rob, Carlie e eu olharmos assustados em direção a porta imaginando o pior. Rey e Mary que estavam em silêncio no final da sala olharam em nossa direção. Os barulhos no celular de Harry estavam em um volume baixo e se intercalavam entre chiados e uma voz masculina, mas não conseguíamos entender direito.

— Quem sabe a gente fica sabendo de alguma coisa ou alguma instrução, não é mesmo? – Harry disse e ficava passando seu dedo na tela, tentando achar alguma frequência eu suponho.

— Boa, Harry! – Carley disse e ficou fitando o aparelho na mão de Harry como se fosse um tesouro que tinha acabado de ser desenterrado. Eu refleti por um momento de qual foi a última vez que tinha ligado um rádio na intenção de ouvir noticias, e não música.

Rey e Mary se aproximavam de nós agora.

— O que estão fazendo? – Mary perguntou com tom fraco.

— Harry teve a ideia de ouvir o rádio em busca de respostas. – Carley respondeu ainda fitando meticulosamente os dedos de Harry que ainda buscavam por uma frequência que não estivesse chiando ou que estivesse mais estável.

— A gente pode colocar o rádio em todos os celulares né? Assim todos podemos tentar achar mais rápido, não? – Rob disse enquanto lentamente tateava o zíper da pochete.

Carley colocou suavemente sua mão em cima da mão de Rob.

— É melhor não. O rádio já vai fazer um barulho que devemos levar em conta por mais baixo que seja, imagina seis rádios ao mesmo tempo? – ela disse, e Rob assentiu com a cabeça.

— Deixa eu ver se eu tenho sinal pelo menos, não custa ver. – ele disse, e Carley tirou a mão de cima do pulso de Rob e voltou sua atenção para o celular de Harry, as vezes intercalava os olhos nervosos entre a porta e o aparelho.

— Droga. – Rob falou e guardou novamente o celular na pochete.

Nos dois minutos que se seguiram, pudemos ouvir apenas vozes que se intercalavam de estação a estação combinadas com um chiado que estava se tornando irritante para todos nós:

“...................................todas as unidades da poli-..................caos na cidad-...........................................é altamente recomendado evitar sair na ru-..........................................casos da infec-................aumentam exorbitantemente no município de-...........todos os cidadãos devem...........mantenham-se segur-.............a doença é altamente contagi-...............unidades de salvamento estão sendo organi-........cidadãos devem prosseguir em direção ao centro mais pró-.............”

Dá isso aqui! – Carley disse e pegou o aparelho da mão de Harry. Ela foi com ele em direção a janela, mas antes de se aproximar da mesma, parou por alguns segundos. Todos nós ficamos a observando.

Depois de ficar parada por alguns segundos de costas para nós, Carley respirou profundamente e se aproximou novamente da janela, se encostando nela e mexendo no celular procurando uma maneira da frequência se ajustar.

Ela está procurando um sinal melhor...não sei se eu conseguiria ir até a janela novamente....

Tive que colocar minha mão na boca por um instante enquanto escutava os chiados do rádio e o barulho dos gemidos que vinham da janela.

Não pense na janela. Esquece. Esquece! Se não, vai passar mal.

Aparentemente, o sinal ficou melhor agora. Carley se apoiava com o celular na janela enquanto nós nos ajeitávamos próximos a ela, todos sentados abaixo da janela, claro. Ninguém se atreveu a ficar em pé ao lado de Carley sabendo que teria AQUELA vista aterrorizante.

No rádio, pudemos escutar uma voz ofegante masculina, enquanto barulhos altos eram escutados no fundo da transmissão.

“..........todos os cidadãos devem permanecer seguros e evitar sair na rua até um segundo aviso ser anunciado! O ministério da Justiça e Segurança pública insiste que a situação está sendo tratada da melhor maneira possí-.................. o perigo é real e está sendo tratado com a ajuda das Forças Armadas e-.........casos por todo o país aumentaram em cerca de 300%, repetimos que caso vejam um infectado, não devem agir contra eles, se afastem imediatamente, são altament-................estejam alertas, tranquem as portas e janelas....................características..................................canibalisticas..................................................................mortos...................................................”

— Porra! – Carley falou e começou a andar para a janela que ficava no fundo da sala, não percebendo que todos nós estávamos completamente petrificados.

Tiros. Eu juro que escutei TIROS na transmissão. Eles estão no CENTRO DA CIDADE também!

A voz masculina foi trocada por uma voz feminina que soava um pouco mais trêmula que a voz do homem da estação que estávamos ouvindo anteriormente:

“.........................................Centro de Biomedicina de..............estuda uma maneira  de identificar a origem do vírus e como ele pode se manifes-.......................todos os cidadãos que estão na estrada neste momento, repito, todos que estão na ESTRADA devem seguir em direção a Rodovia McFlinn imediatame-..............sinalização estão sendo postas indicando acampamentos para os refugiados improvisados pela guarda local até o problema do víru-.....resolvido.................se você estiver infectado se direcione pr-...................................................................”

*CABRUM*

Todos nós pulamos de susto. Mas isso não foi um tiro, não foi um gemido dos doentes, não foi na rua e não foi na escola...

Foi a chuva, que agora começava a despencar do céu cinza.

É um pesadelo.

Estou preso em um pesadelo.

E tenho a impressão que não vou acordar.

 

PONTO DE VISTA – CARLEY

“......................................................................................................................................................................................................................................................”

Silêncio.

Isso é ruim. O silêncio é o pior que pode acontecer agora.

Caminhei lentamente com o celular chiando nas mãos até meu grupo de amigos aterrorizados e petrificados. Harry ergueu lentamente a mão em direção a minha para pegar o celular, entreguei a ele.

— Meu Deus... – Rey disse por fim e colocou ambas as mãos no rosto e soltou um longo suspiro.

Mary, Rob e Matt fitavam o chão, as lágrimas lentamente correndo no rosto, todos em silêncio. Harry estava com a mão apoiada na testa e Rey com as mãos tampando a boca.

Eu não acredito que olhei de novo para a janela.

Háhá. Engraçada você. Você sabe que agora você tá fodida né?

Fechei os olhos, estavam vindo...as malditas estavam vindo....aquelas que já vieram com muita frequência no dia de hoje...Virei de costas para eles, virando meu corpo em direção a porta.

Não. Sem choro. Isso é perda de tempo. Você precisa sair daqui, chegar em casa e contar o que viu para convencer todos a ficarem casa. Ross com certeza iria querer sair de casa para buscar algum familiar ou algo do tipo, e talvez mamãe o ouviria.

Mãe.

Preciso sair daqui. Minha mãe deve estar apavorada.

Meu deus, e a vó então? Tia Milly? Devem estar desesperadas!

Igual você, não é?

Meus olhos estavam bem fechados. Eu os apertava para impedir as lágrimas de saírem e respirava profundamente.

— Estamos perdidos, é sério. Estamos COMPLETAMENTE fodidos! – Rob disse gesticulando com as mãos para o alto, todos nós fizemos um “Shh!!”para ele, o que o fez revirar os olhos e colocar as mãos em cima do rosto.

— Sei que é foda, mas relaxa. Você ouviu, eles tão tentando resolver.... – Harry disse, mas pude sentir a incerteza em sua voz.

— Sabe o que eu ouvi também?! Tiros. Vocês ouviram ou fui só eu? – Matt disse olhando para todos nós, eu estava de frente com eles agora, graças a Rob que tinha falado que estávamos fodidos.

Acho que estamos mesmo

Cala a boca! Não pense nisso!

— Eu escutei também, só não tinha identificado o que era...mas acho que era tiro mesmo, lembrava muito. – Rob disse virado para Matt.

— Gente, eu só quero sair daqui. - Mary começou.

— Dois. – Matt disse levantando a mão.

— Três. – Rob continuou imitando o gesto.

Tão de brincadeira né?!

— Quem não quer?! – eu disse por fim – Mas não tem nada que a gente possa fazer agora, simplesmente não dá, vocês ouviram. Eles recomendam não sair na rua.

Vamos encarar os fatos aqui. Não podemos sair, se sairmos, morreremos.

Morreremos....

Nem comece, Carley!

— Eu ouvi. Mas a diferença é que quem tá em casa provavelmente não tá com doentes na porta! A gente vai ter que ficar com os braços cruzados esperando eles baterem na porta, então?! – Mary disse – Não, não, não, tem que ter algum jeito! – Mary levantou subitamente e agora ficou andando de um lado para o outro, evitando, é claro, a janela.

— Concordo! Tem que dar pra fazer alguma coisa! – Rob disse – Qualquer coisa!

— Pessoal, eu não acho que... – fui interrompida por Mary que teve uma ideia maravilhosamente idiota.

— Podemos pegar o resto dessas tábuas e ir correndo para o ponto de ônibus!

O QUÊ?!

— Quê?! Não isso é loucu-

— Você tá louca?! – Rey me interrompeu, tirando as mãos do rosto depois de um tempo. Os olhos marejados olhando incredulamente para Mary.

Mary ignorou completamente os comentários e pareceu ter uma nova ideia imbecil:

— Ou então podemos sair pela janela, só jogar as cortinas lá em baixo e-

— E imitar o James Bond! É isso né? Você tá se ouvindo, garota?! – Harry levantou, mas ficou no mesmo lugar, o tom de voz aumentado.

— Shh! Fale baixo você vai-

Tentei dizer para falarem baixo, mas novamente....ignorada.

Pelo amor de deus gente! Falem baixo!

— Eu estou tentando tirar a gente daqui, não vou ficar parada! – Mary disse aumentando um pouco mais o tom.

BAI-XO! FALE BAIXO!

— Pessoal! – disse com os dentes semicerrados olhando para a porta. Eles precisam falar baixo. Agora!

Mas de novo, fui ignorada.

— Você vai matar a gente assim! – Harry respondeu pra Mary de volta, seu tom o mesmo do de Mary.

— Não vou sair daqui, Mary! – Rey disse pra eles. Seu tom aumentou para que eles pudessem escutar o que estava dizendo.

ALTO DE MAIS! PAREM!

— Pes-so-al! – eu repeti agora me aproximando de Harry e Mary. Eles me ignoraram, mas prestaram atenção em Rob que surgiu atrás de mim e foi em direção a Mary, seguido de Matt. Rey também se levantara, mas agora estava com ambas as mãos atrás da cabeça, olhando a discussão.

— Ou então, podemos ir de carro! Alguém veio de carro não veio? Como vocês vieram? – Rob disse e se virou perguntando para todos.

— Carley veio! Eu vi o carro dela! – Mary disse e apontou para mim, ignorando por completo o que Harry tinha dito sobre ela ter uma ideia suicida. Seu tom de voz mais alto do que antes. Os gemidos e grunhidos aumentaram e eu não tinha certeza se o barulho vinha lá de fora ou daqui de dentro.

ELES PRECISAM FALAR BAIXO! ELES TÃO SE APROXIMANDO!

— Gente, vocês POR FAVOR podem fa-

— O carro no fim da rua é dela! A gente pode ir todo mundo no carro! Se a gente for rápido, acho que a gente consegue! – Matt interrompeu esperançoso, virado para Mary e Rob.

— Não vou sair! – Harry disse cruzando os braços.

Eles vão te matar! Seus AMIGOS vão te matar!

— É mesmo! Eu vi o carro também! Carley, você pode nos levar e.. – Rob começou. Eles estavam ignorando completamente um ao outro. E me ignorando também.

JÁ DEU!

— QUE PALHAÇADA É ESSA AGORA?! – quase gritei enquanto andava para trás, mantendo uma distancia deles. Meu tom foi mais alto do que todos os outros que tinham falado até agora.

CALA A BOCA, MULHER! PUTA MERDA!

Se arrependimento matasse, eu estaria morta.

Puta que pariu! Fala mais alto Carley, que tá pouco!

Todos ficaram quietos, Mary estava boquiaberta. Abaixei meu tom de voz, não ia cometer o mesmo erro de novo agora.

— Vocês acham que é assim então?! – abri os braços para eles - “Vamos lá, vamos sair dessa sala, passar pelo pátio de mãos dadas, sair pelo portão e correr em direção ao carrinho! Vai dar tudo certo!” – fiz uma imitação da voz de Mary e Rob naquele momento. Isso tudo estava ridículo!

Enquanto eu penso em como nos tirar vivos, eles querem se matar! NOS matar! CARALHO!

— Não é tão fácil assim! – eu disse. Todos me olhavam surpresos – Vocês ficam aí falando “Ah eu quero sair, eu quero sair” como se todo mundo aqui não quisesse! Como se ninguém além de vocês quisessem voltar e se esconder em casa! – disse firmemente gesticulando para Mary, Rob e Matt. – Como se eu tivesse AMANDO a ideia de ficar presa nessa porra de escola! -  Juro que estou me controlando o máximo que posso para não gritar com eles agora mesmo.

Já era. Perdi a cabeça. Agora sou EU que vou falar!

— Querem sair?! Hein?! Querem?! – fui em direção a porta – Ok! –  coloquei a mão na maçaneta – Vão em frente! Saiam! Vamos ver quão longe vocês vão! Me manda um zap quando chegarem! Deem um “oi” pros zumbis por mim!

Eles não se moveram. Resolvi ir até os três que estavam tentando se matar.

— Se vocês querem tanto morrer, porque não pulam da janela, hein?! Assim vocês não levam ninguém junto. – disse quase em um sussurro. Posso dizer que quase me arrependi novamente por ter falado dessa forma. Soou frio de mais...

Mas eu não pude evitar! Eles estavam querendo se matar lá fora e queriam me levar junto! Queriam levar todos nós junto! Pensando bem, eles têm que acordar e parar de fazer as coisas sem garantia de que tudo vai dar certo!

Não é um jogo que você tem varias vidas e pode dar um “continue”.

Você morre.

E depois do que ouvi no rádio, tenho certeza que a morte está mais frequente que a vida agora.

Eu estava de frente com Mary, com Rob e Matt de cada lado dela. Mary deixou uma lágrima escapar, eu não tirei meus olhos dela. Matt e Rob estavam boquiabertos e se olhavam em determinados intervalos.

Um silêncio se fez na sala, a chuva, os trovões e os grunhidos, que definitivamente estavam mais próximos, eram os únicos ruídos que podíamos escutar. Dei alguns passos para trás, passando meu olhar agora para Matt. Resolvi dizer tudo que queria dizer para todos eles agora.

Já que é pra falar, vamos falar direito.

— E você, hein?! Estava falando o quê mesmo? Que eu achava que isso era um tipo de filme? Olha o que você acabou de propor! Uma falha lá fora e JÁ ERA! – fiz uma linha imaginária com o indicador em meu pescoço, sem alterar meu tom de voz. Virei minha atenção pra Rob.

Eu não consigo me controlar mais.

— Fica parado lá fora pra você ver! Fica chorando histérico lá fora pra você ver! Tenho certeza que os mortos lá fora vão parar pra perguntarem se você tá bem! Tenho certeza que eles vão ter TODAS as respostas que você procura! Eles vão te falar tudo, tenho certeza! – disse sarcasticamente.

Eles tem que entender. Quero o bem deles, quero que fiquemos vivos. Quero chegar em casa, quero minha família. Isso era claramente uma ideia suicida. Não estou fazendo nada de errado. Não estou com medo mais, estou com RAIVA!

Me virei para Rey que me olhava com os olhos arregalados de volta, seu olhar transitava entre meus olhos e minhas mãos que estavam tremendo mais do que nunca graças ao nervoso que eu estava passando agora. Tentei ler o que seus olhos diziam mas não consegui acreditar na minha própria interpretação.

Ele me estranha. Está...

Virei para Harry, ele me olhava da mesma forma. Olhei para minhas mãos enquanto respirava ofegantemente, estavam tremendo muito.

...assustado?! Surpreso quem sabe?! Mas...mas...o quê?! O que eu falei de errado?!

Fechei meus olhos e coloquei ambas as mãos trêmulas na cabeça e mordi o lábio inferior, virei de costas para eles e fui em direção a porta novamente. Sentei na mesa que bloqueava a porta fechada e respirei fundo:

— E então? Vão viver ou morrer?

 


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Notas finais do capítulo

É isso! O que acharam da atitude da Carley? Não se esqueçam de comentar e responder minha pergunta das notas iniciais!



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