The New World escrita por xMissWalkerx


Capítulo 41
O Gancho


Notas iniciais do capítulo

Logo logo estarei finalizando a PRIMEIRA TEMPORADA de "The New World"! Estou muito feliz com todo o apoio via twitter!
Caso não saiba, este é meu tt: @xmisswalker ! Segue nóix!

obs: Vai ter segunda temporada.



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PONTO DE VISTA – CARLEY

 

(12 dias desde a infecção.)

 

— DESGRAÇADA! – eu grito e praticamente arremesso a sniper em minhas mãos na direção de Harry antes de sair em disparada para casa. Eu precisava avisar a eles que alguém tinha acabado de roubar as nossas coisas e que agora eu estava com sangue nos olhos pra pegar de volta.

— O que houve?! – Harry havia pego a arma desajeitadamente e agora transitava o olhar entre mim e a vista.

— A VAGABUNDA ROUBOU O CARRO! – grito por cima do ombro e continuo a correr.

Depois de três minutos correndo até a passarela, eu pulo pela janela da sala e entro no corredor. Paro bruscamente no quarto quando vejo que Matt, Rey, Maggie e Rob estão lá, se equipando.

— Que que aconteceu?! Porque você estava correndo tanto?! – Rey começa a perguntar, seu semblante está preocupado.

Eu respiro ofegantemente e finalmente solto a bomba.

— Roubaram o carro! – digo finalmente.

— O QUÊ?! – todos eles dizem em uníssono.

— Uma...uma... – respiro profundamente de novo, tentando respirar melhor – uma garota! Isso! Eu estava...no Beco...aí eu vi...menina...bem nova...levou a mochila!

Maggie passa a mão no rosto e vira de costas pra mim enquanto bufava. Meus amigos tinham uma expressão que mostrava clara decepção.

— Do nada?! Da onde veio essa garota?! – Rob diz abrindo os braços. Eu finalmente recupero meu ar.

— Não sei, mas não vai ficar assim! – eu digo balançando a cabeça. Maggie se vira novamente pra mim e sinto que tenho a atenção de todos naquela sala.

— O que tem em mente? – Matt me pergunta.

— Temos que ir lá. Iríamos de qualquer forma mesmo...as vezes ela deixou alguma pista indicando aonde foi. Precisamos acha-la e pegar os remédios de volta! – eu digo e todos balançam a cabeça positivamente, menos Rob.

— Não sei...e se tiver mais gente com eles? – ele me pergunta.

— Por isso que vamos TENTAR achar ela. Vamos observar. Se tiver muita gente, vemos o que fazemos depois. Tudo depende do que a gente vai ver! – eu respondo a ele, que finalmente concorda.

— Como ela era? – Rey pergunta

— Uma menina! Acho que mais nova que sua irmã! – aponto para Maggie – Cabelo castanho longo caindo até o meio das costas, olho azul, magra e muito ligeira! Usava uma camiseta xadrez azul aberta com uma camiseta preta por baixo. Parecia saber lidar com os zumbis já que estava atenta ao redor e não aparentemente não tinha medo enquanto roubava a gente na cara dura!

— Precisamos achar essa garota. – Maggie deu um passo a frente, olhando diretamente pra mim – Preciso do remédio pra meu pai, Carley. E eu não vou parar até pegar eles!

Eu afirmo com a cabeça para ela.

— Vamos achar...terminem de se armar e a gente vai. – digo e gesticulando pra sala em volta.

— Temos que ter um plano B caso...não achem ela. – Rey começa a dizer, eu franzo meu cenho.

— O que está pensando? – pergunto a ele.

— Deixa eu olhar o mapa junto com vocês, posso dar uma olhada ao redor e ver o que posso trazer. – ele diz e eu nego com a cabeça.

— Ninguém sai sozinho e você sabe disso. Mary e Harry estão vigiando o Beco e o Portão... – começo a responde-lo, mas ele me interrompe.

— Tem o Glenn! Eu posso ir com ele, assim não vou estar sozinho! – Rey responde.

— E quem vai vigiar Hershel? – pergunto a Rey.

— Eu fico de olho no meu pai. – escuto uma voz atrás de mim, me viro e vejo Beth olhando para nós ali na sala.

— E-eu consigo. Qualquer coisa eu chamo aquela amiga de vocês...a ruiva. – Beth aponta pro próprio cabelo. Todos se viram para ver minha resposta. Eu respiro fundo.

Não gosto disso.

Estou dando muita liberdade pra esse povo...uma delas já vai comigo até o carro, agora a outra vai ficar sozinha andando pela casa?! E se ela fizer alguma estupidez?!

Mas por outro lado, não tenho o que fazer agora. Preciso de um plano B...não posso tirar Mary e Harry dos portões...segurança sempre em primeiro lugar.

Huum...talvez eu tenha uma maneira de me precaver dessa garota...

— Certo. – digo e percebo Rey subindo uma sobrancelha.

— Rob, Matt, Maggie venham comigo lá pra fora. Rey, chame o Glenn e me encontre lá também. Beth, faça o que me sugeriu. Vamos botar esse plano pra funcionar! – termino de falar batendo uma palma na outra e me retirando da sala. Vou até meu “quarto/sala” e pego o mapa que estava em cima da mesa.

Me direciono para o corredor novamente, passando por ele e indo até a área externa, logo após passar pela cozinha. Abro o mapa na mesa e me sento na bancada de mármore presa a parede que ficava logo atrás da mesa. Passo meus olhos pelo mapa.

Vejamos...ainda há aquela loja de conveniência onde Rey e Mary não conseguiram pegar as coisas...mas é muito arriscado manda-los para lá apenas um dia depois que fomos seguidos por zumbis.

Não não. Vou manda-los para o lado oposto da ponte, subindo a rua Pevensie em vez de ir para a ponte. Deve ter algo por aquela direção...algo que não vimos antes.

Talvez...

Passo meu indicador sobre o mapa, tentando achar algum lugar seguro o suficiente para mandar Glenn e Rey.

...por aqui? “Drogaria Pillzby”...ou talvez essa outra mais distante? “Sweet Apple Mini-Market”...seria bom manda-los a um mini-mercado...a comida logo não será suficiente...

Escuto uma movimentação em minha direção mas não levanto a cabeça, continuo a analisar o mapa.

— Glenn está vindo. – Rey me diz – Ele estava nos telhados. Já expliquei pra ele via rádio.

— Ótimo. Eu achei dois lugares em potencial pra vocês. – digo ainda sem olha-lo.

Vejo um corpo descendo pela escada, saindo do telhado. Glenn chega até a passarela que ficava de frente para a área externa e pula a sacada vindo em nossa direção.

— Só vou me equipar! Vou ser rápido! – ele diz erguendo um indicador pra mim antes que eu começasse a falar.

— Então só pra entender, vai ser Eu, você, Matt e Maggie pra procurar a menina e ir até o carro? – Rob me pergunta.

— Exato. Vamos achar a ladra. – respondo a ele entredentes. Estava muito irritada com aquela garota sem ao menos tê-la conhecido.

— Carley...você sabe que ela é uma menina só né? Pelo que você descreveu pelo menos... – Rey começa a dizer e eu já levanto minha cabeça impaciente para finalmente olha-lo. Já sabia onde ele queria chegar.

— Eu não vou fazer nada com ela! – respondo.

— Eu não disse isso. – ele se defende.

— Mas pensou! É o que todos vocês pensam quando temos situações assim. – Falo e tento voltar minha concentração pro mapa.

— É que você já parou pra pensar na possibilidade dela NÃO querer dar os remédios? Caso vocês achem ela? – Rey pergunta novamente. Os outros ali presentes nos encaram como se estivessem vendo uma partida de ping-pong.

— Oh...ela vai me entregar! – digo apertando levemente os olhos ao encara-lo de novo – Pode ter certeza!

— É esse tipo de certeza que tenho medo! Não vai fazer besteira, mulher! – ele diz levantando as sobrancelhas preocupado.

— Se eu fosse você me preocuparia mais em fazer a sua parte. Deixe. a garota. comigo. – digo a última frase pausadamente, encarando seus olhos para que ele entendesse que não haveria discussão ali. Glenn se junta a nós enquanto Rey mordia o lábio inferior ao me encarar de volta. Depois, ele começa a fitar os próprios pés.

Não vou matar nenhuma criança, Rey. Credo!

— Certo. Façamos o seguinte... – começo a dizer.

 

PONTO DE VISTA – KILLIAN

 

(12 dias desde a infecção.)

Ela já devia ter voltado!

Me levanto desajeitadamente, e faço uma careta ao sentir a dor ainda latejar no meu pulso direito. Começo a andar de um lado para o outro dentro daquele pequeno escritório de advocacia.

Parece que a vida tenta me pregar uma peça sempre que pode! Um advogado num escritório de advocacia!

Olho para o relógio na mão esquerda. 10h24.

Droga, Enid!

Dou um tapa em minha própria cabeça, irritado comigo mesmo.

Ela nunca permitiria algo assim...não a minha Marian. Ela faria Enid ficar aqui. Não seria convencido pela filha de que a melhor coisa a se fazer era sair a procura de analgésicos.

Me sinto tonto. Acabo apoiando uma das mãos na mesa de madeira ali presente após quase perder o equilíbrio. Limpo as gotas de suor que caem da minha testa.

Porra...

— Mantenha-se firme, Killian. – digo baixo para mim mesmo.

Eu sei que não vou morrer. Eu já teria me transformado numa altura dessas. O corte funcionou.

Pobre garota...não sei como ela conseguiu cortar assim...tão rapidamente.

Encaro a bandagem ensanguentada em meu pulso direito. Engraçado...ainda consigo sentir-me mexendo os dedos de uma mão que já não está mais ali. Sinto mais uma pontada em meu ferimento e acabo segurando meu antebraço fortemente. Encosto minha testa na mesa de madeira, ainda sentindo gotas de suor caírem da minha testa.

Você não está nos melhores dias Killian...mas você é um sobrevivente! Tem que estar bem!

Fecho os meus olhos pelo que pareceu apenas alguns segundos, até que escuto alguém me chamar.

— PAI?! – sinto as mãos de Enid segurarem meus ombros. Me dou conta que eu estava prestes a cair no chão e acabo apoiando minha mão restante na mesa. Enid bufa ao segurar meu peso sobre ela.

Eu arrumo minha postura.

Por Deus!

— Meu Deus, Pai! Eu falei pra você não se levantar! – ela passa meu braço por cima de seu ombro e começa a me levar novamente para onde eu estava descansando anteriormente.

— Vo-Você demorou! – eu a repreendo enquanto ela me põe o mais cuidadosamente possível no chão. Tento me apoiar nas paredes para que ela não carregue tanto do meu peso.

— E você quase desmaiou agora! Eu cheguei, te chamei e você não respondeu! E-Eu não sabia o que fazer, achei...achei... – vi lágrimas começarem a se formar em seus olhos. Puxei minha filha para um abraço, a encaixando em meus braços.

— Shh estrelinha...eu estou aqui. – a chamo pelo seu apelido de criança enquanto mantenho minha menininha nos braços. Ela me abraça fortemente.

Ficamos assim por alguns segundos até ela se desvencilhar de meu abraço e por uma das mãos no meu rosto.

— Você tá pálido...e ainda tá quente... – ela diz e eu forço um sorriso de canto.

— Eu vou ficar bem. Não se preocupe, querida. – digo a ela, encarando seus olhos azuis preocupados quase que idênticos aos meus.

— Vai sim! Porque eu achei uma coisa! – ela sorri e limpa algumas lágrimas que caíam de seu rosto. Eu franzo o cenho.

— O que achou? – pergunto com a voz fraca enquanto ela se levanta rapidamente e vai até próximo a porta, onde havia uma mochila preta.

Ela pega a mochila e traz até mim, eu tento me desapoiar da parede para que eu pudesse ver a mochila melhor. Meu braço arde novamente e eu tento disfarçar uma careta. Acho que não funcionou já que Enid me empurrou de volta para a parede delicadamente.

— Fica encostado aí! Eu levo a mochila até você! – ela parecia zangada. Quando ela ficava assim, me lembrava de Marian.

Marian querida...como sinto sua falta....não tive nem tempo para ficar de luto.

Enid me trás a mochila para mais perto, e a abre. Eu suspiro ao ver que dentro tem várias caixinhas de remédios.

— Olhe só! – digo aos suspiros e sorrio para ela, que sorri de volta pra mim.

— Viu?! Agora você vai ficar bom de verdade! – ela diz e começa a tirar os remédios de dentro da bolsa.

— Só me fala qual que eu tenho que dar pra você! – ela segura duas caixas brancas nas mãos e depois as deposita do meu lado. Enid faz isso com todas as caixas presentes na bolsa.

— Achei munição também. – ela tira uma caixinha de munição de dentro da bolsa e põe do lado dos remédios – Nada mal, hein?!

— É...nada mal! – digo sorrindo pra ela – Mas...

Ela para de mexer nos remédios para me ouvir.

— Onde você achou isso, Enid? – pergunto com meu tom sério. O sorriso dela se mantém no rosto.

— Ah! Eu achei em um carro abandonado! Não tinha nenhum rastro de alguém que esteve por perto. Quando os mortos começaram a chegar eu saí correndo! – ela me explica.

— Não vou reclamar disso então! – começo a mexer nas caixinhas de remédio próximas a mim.

— Sua bandagem! Tá na hora de trocar! – ela se levanta rapidamente e vai até a minha mochila. Olho pra minha bandagem e vejo que ela começou a pingar sangue. Sinto outra pontada na mão e gemo levemente, Enid olha pra trás para verificar o que tinha ocorrido, e depois se volta para minha mochila.

Merda!

Aperto meus olhos com a dor, depois que ela se ameniza, me viro novamente a mochila preta que está ali. Começo a olha-la por dentro até que acho algo curioso.

— Er...filha? – chamo Enid que estava separando um “mini-kit” para mim, que consistia em bandagens e agua oxigenada até agora. Ela não me olha.

— Hã? – Enid continua a mexer nas minhas coisas, parece procurar algo.

— Pra que isso? – tiro da mochila um gancho mediano de ferro e olho curioso. Pra que ela teria pego um gancho?

Enid me encara e solta um riso fraco.

— Oh! Isso... – ela se vira devagar voltando sua atenção ao meu “mini-kit”, o segurando nas mãos e vindo até a minha direção. Eu fico ali com aquele gancho na mão aguardando resposta.

— Foi só uma coisa que pensei... – ele começa a dizer, e se eu não conhecesse minha filha eu diria que ela estava sem graça em relação a algo.

Ergo a sobrancelha pra ela. Ela ri fraco de novo e começa a mexer na mochila preta ao meu lado até tirar uma peça arredondada também metálica, que possuía um furo no centro e era aberto em baixo.

— Eu achei isso em uma loja arrombada próximo de onde achei o carro...é o suporte do gancho. Você coloca ele aqui, tá vendo? – ela aponta para o buraco no meio da peça em suas mãos, eu ainda a olho sem entender.

— Isso aqui estava sendo usado pra segurar vários guarda-chuvas. Estava preso na parede, mas eu soltei ele de lá e peguei! – ela disse como se eu pudesse ter todas as respostas que precisasse com aquela pequena explicação.

— E...? – falo na intenção dela continuar.

— E que eu pensei que isso aqui poderia...sabe? – ela começa a gesticular. Quando eu levanto minha sobrancelha indicando que eu não estava entendendo bulhufas do que ela estava falando ela pegou o gancho de minha mão, colocou na peça que ela mesma segurava e pôs sua mão na abertura que havia abaixo do objeto, fazendo sua mão virar um gancho.

— Que tal?! – ela disse animada e eu finalmente entendi.

— Você pegou isso pra mim?! – pergunto a ela quase aos risos antes da minha expressão se fechar em uma careta graças a mais uma pontada recebida na mão amputada.

— Porque não?! Eu peguei uma pulseira que achei no carro também, de couro com fivela! – ela tira do pequeno bolso da mochila preta a tal pulseira – Podemos prender isso em volta do suporte do gancho pra poder segurar ele na sua mão! Isso vai ajudar a fazer pressão na sua ferida, o que é uma coisa boa certo?

Enid parecia animada com a possibilidade de eu virar um pirata. Eu ri fraco de seu entusiasmo.

— Você quer me transformar no capitão Gancho é? – logo após eu dizer isso ela riu.

— Pode servir de arma também! É só afiar um pouco! – ela encosta o indicador na ponta do gancho e o gesticula levemente pra mim. Eu o pego na mão.

— Criança...um dia desses você vai me matar de vergonha. – eu falo e ela ri.

— Não fala de morte. Vou trocar essa bandagem aí, e depois você me fala o que vai fazer com esse gancho! Qual remédio é pra eu te dar? – ela me responde e eu volto a minha atenção pros remédios.

— Esses três. Um para febre, outro para uma possível infecção e outro para dor. Só tem que contar as horas dos remédios pra eu não ter uma reação exagerada. – explico a ela logo após apontar os remédios corretos – São analgéticos fortes, Enid. Então tem que tomar cuidado na medida.

— Certo! Agora me dá seu braço... – ela me responde e eu entrego meu braço direito a ela.

 

PONTO DE VISTA – MATTHEW

 

(12 dias desde a infecção.)

 

— Será que tinha só uma mochila aqui? – pergunto para Carley e Rob.

— Não sei. O porta luvas tá aberto, talvez ela mexeu ali. – Rob aponta com a ponta de seu fuzil para o porta luvas aberto.

— Bem observado...ela tirou mais alguma coisa daqui. – Carley dá uma olhada por dentro do carro, ela se senta no banco de motorista.

— Espera! – Maggie diz e começa a ir para o banco de passageiro. Ela se senta ali e olha afobada para o porta luvas, Eu, Rob e Carley ficamos confusas.

— Ela mexeu aqui. Tinha uma pulseira e uma caixa de munição aqui dentro. Ela levou! – Maggie fala pra mim e eu mordo meu lábio.

— Caralho! Até uma pulseira?! – Rob fala indignado e eu balanço a cabeça chocado – Essa tá necessitada!

— Ou desesperada. – digo e Rob assente.

— Desesperada ou não... – Carley sai do carro e bate a porta – ela não pode ter ido longe.

Começamos todos a olhar em volta. Há zumbis se aproximando.

Antes de sairmos do Forte, pegamos algumas armas brancas e matamos os zumbis que estavam na porta de casa, fomos limpando o caminho desde então sem disparar uma única vez. Enquanto fomos para o lado da ponte, Rey e Glenn subiram rua acima para executar o plano B...eles iriam em dois lugares hoje. Um mini mercado e uma farmácia.

Carley desembainhou sua espada, já manchada de sangue graças a “limpeza” que fizemos até aqui. Eu, Rob, Maggie e Matt começamos a guardar nossas armas de fogo. Eu e Rob passamos nossos fuzis e escopeta respectivamente para as costas, eu pego meu suporte de mesa pontudo e Rob pega um pedaço de cano amassado em um formato pontiagudo. Maggie carregava apenas sua pistola, que agora estava guardada na cintura. Ela tira uma faca grande do cinto.

— Vamos limpar isso primeiro, pra gente procurar com mais calma. – Carley começa a andar em direção aos cinco zumbis a nossa frente, a acompanhamos até ficarmos todos lado a lado.

Sem muita dificuldade, os zumbis são abatidos. Detesto admitir que isso já não me assusta mais a muito tempo.

— Procure perto do carro por qualquer pista que ela possa ter deixado para trás. – Carley diz enquanto embainhava a espada novamente após ter limpado a lâmina levemente em uma árvore próxima.

Começamos a vasculhar em volta, procuro pegadas ou rastros que me pudessem indicar algo. Não demoramos muito nessa varredura até descobrirmos que não há nada ali.

— Ela foi em alguma direção? – Maggie pergunta – Depois que ela roubou o carro?

— Só vi ela vir por aqui...mas não sei se ela entrou em alguma das ruas paralelas... – Carley responde após apontar para uma rua que estava a nossa frente.

— Só tem uma maneira de descobrir! – respondo e Carley assente com a cabeça.

Entramos na rua a nossa frente e começamos a olhar nos estabelecimentos e casas ao redor. Tudo estava intacto. Havia algumas casas abertas, com zumbis que tentavam de vez em quando sair na tentativa de nos ferir, estes eram rapidamente abatidos por um de nós. Andamos até chegarmos em uma encruzilhada.

Havia três opções de caminho: Poderíamos virar a esquerda, a direita ou seguir em frente. Todos nós nos olhamos.

— E agora? – pergunto.

— Acho que vamos ter que ir na sorte... – Rob diz apoiando a mão no próprio fuzil.

Carley dá alguns passos pra frente, ficamos todos para trás observando ela caminhar.

Vamos deixar ela pensar. Já sabemos como funciona.

Ela se afastou alguns metros e começou a andar em círculos, olhando para cada uma das opções que tínhamos. Mais dois zumbis se aproximaram, um próximo de Maggie e outro próximo de Carley. Ambos abatidos pelas duas.

Carley transitava seu olhar do caminho da direita para nós quando de repente pareceu ter visto algo naquela direção, o que a fez voltar rapidamente sua atenção para o caminho da direita. Ela estreitou os olhos para lá.

Começamos a nos juntar a ela novamente.

— O que foi? – Maggie pergunta quando estamos próximas a ela.

Carley não responde. Em vez disso ela franze o cenho e apressa o passo em direção a uma loja que ficava na esquina. Estava arrombado, com os vidros quebrados. Era um estabelecimento que aparentemente vendia itens baratos...como se fosse uma loja de 1,99.

Entramos na loja que não estava tão revirada assim, só estava mais quebrada. Como se fosse vítima de vandalismo. Havia produtos ali, inclusive passei meus olhos por alguns.

— Uia! Canetinhas coloridas! – Rob abre a mochila e eu rio fraco para seu entusiasmo. Maggie o encara meio confusa.

— Oh...er...eu desenho, sabe? – Rob se explica pra ela rapidamente e depois volta a jogar canetinhas na bolsa. Volto a olhar Carley que encara um monte de guarda chuvas simplesmente jogados no chão em uma pilha. Ela depois começa a encarar quatro pequenos buracos na parede, um em cada extremidade.

— O que está olhando? – vou até ela e começo a encarar os buracos, tentando ver alguma coisa além de...nada!

— LEGAL! – Rob diz atrás de nós, eu me viro e vejo que ele tem CDs em mãos – Mary vai adorar! Ela estava atrás de CDs, se lembram?!

Reviro meus olhos e volto a atenção em Carley. Maggie se junta a mim e começa a encarar os guarda-chuvas. Carley põe uma das mãos nos buracos de pequenos diâmetros na parede.

— Então...? – pergunto a ela querendo que ela me responda logo. Odiava quando Carley pensava em algo e demorava para nos contar.

— Tinha parafuso aqui. – ela diz ainda encarando os buracos. Ela transitava os olhares entre a parede os guarda chuvas no chão.

— Acho que era um gancho. – Maggie diz e isso atrai a atenção de Carley.

— Gancho? – ela pergunta.

— É, acho que sim. – Maggie aponta para a parede oposta, onde havia guarda-chuvas encaixados em um gancho mediado, cujo suporte era preso por quatro parafusos – Se isso for um padrão, acho que tinha um ganho fincado aí...

Carley não diz nada e vai até o gancho oposto e começa a passar a mão na parede ali.

— O que tem demais nisso? Deve ter cedido e os guarda-chuvas caíram no chão, só isso! – eu digo a ela. Carley se vira pra mim.

— Cheque o chão. – ela diz.

— OLHA! FICHAS DE POKER! – Rob fala animadamente atrás de nós, mas todos o ignoramos.

— O quê? – pergunto pra Carley

— Rápido! Chequem o chão! – Carley diz e se abaixa, agora tateando o chão.

Eu não entendo nada, mas faço o que ela disse. Começo a tirar os guarda-chuvas ali próximos.

— Cara, essa loja é demais! – Rob diz e eu finalmente perco a paciência.

— Rob, já que não vai ajudar, vigia a porta sim?! – falo pra ele e volto minha atenção nos guarda-chuvas novamente.

— Credo! – ele faz uma careta pra mim e se direciona a porta. Ficando de costas para nós, como um segurança.

Depois de tirar todos os guarda-chuvas, vejo que não há nenhum gancho ali. Me levanto frustado.

— Não tem gancho aqui! – eu digo.

— Eu não vejo nada no chão. – Maggie diz para nós. Carley também se levanta do chão.

— Foi arrancado...desparafusaram aqui! – ela volta a passos rápidos pra onde havia os quatro buracos.

— E o que tem? O que mais tá tendo é roubo, Carley! – digo.

— Porque você roubaria UM GANCHO?— ela me encara nos olhos. Eu abro a boca pra falar mas nada sai.

Eu não roubaria um gancho.

Carley parece entender.

— Pessoal... – escutamos Rob dizer, mas ninguém dá atenção. Ele devia ter visto uma CANECA divertida ou algo do tipo.

— Exato! Você não roubaria um gancho! – Carley gesticula o indicador para mim.

— Gente... – Rob fala novamente.

— Ninguém roubaria um GANCHO! E olha só! – Carley aponta para o chão, onde havia dois pequenos parafusos.

— Gen-te. – Rob falou entredentes, e mais baixo agora. Mas novamente, ninguém o deu atenção. Imagino que ele devia estar vendo um baralho do Uno ou algo do tipo agora.

— Tiveram o trabalho de desparafusar! Alguém esteve aqui! – Carley finaliza e eu finalmente entendo.

PORRA! Sherlock Holmes!

— Pode ter sido ela! – Maggie diz.

— Galera. – Rob fala.

— Ela deve ter pego o caminho da direita então! – eu uno meu raciocínio com o deles.

— Galera! – Rob repete.

— Só precisamos virar a direita e...

— GALERA ELA TÁ BEM ALI! – Rob grita para nós e todos viramos para ele na porta. Carley é a primeira a correr para fora. Assim que chegamos a porta e encaramos o caminho a nossa direita, a garota já pode ser vista.

Ela nos encara e parece numa mistura de surpresa e medo.

— EI VOCÊ! – Carley grita e dá um passo pra frente. A garota dá dois passos desajeitados para trás e sai correndo.

— OW! PARE! – Carley grita enquanto começava a correr atrás dela. Todos nós começamos uma perseguição.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acham que vai acontecer agora?



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