The New World escrita por xMissWalkerx


Capítulo 13
Duas Condições


Notas iniciais do capítulo

Bora pra mais um capitulo! Pessoal, logo logo estarei introduzindo um personagem de "The Walking Dead" na história! Finalmente estamos chegando próximos a introdução de personagens de outras séries/jogos na fic! Eu precisava de tempo para desenvolver nossos personagens originais primeiro!

Aproveitem!



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PONTO DE VISTA – MATTHEW

 

— Isso é...? – começo a perguntar sendo que já sei a resposta.

— É sangue. – Harry responde.

A professora limpa as laterais da boca com uma das partes ainda limpas do lenço enquanto limpa o suor da testa com a mão livre.

— Eu...eu não... – ela olha para nós meio sem graça com um leve vestígio de um sorriso que tentava se formar no meio daquela tragédia toda, mas assim que ela levanta o rosto, o pouco sorriso que tinha ali murchou. Ela olhava para Carley que a olhava de volta com uma expressão séria, tenho a impressão que Carley aperta os dentes, fazendo seu maxilar enrijecer. – Não sei...o que dizer... – ela agora olha pra mim e Rob.

— Professora...você...deve entender que...com tudo que aconteceu, é....tipo....bem provável que...você sabe... – tento falar pra ela que a possibilidade dela estar infectada é certa, mas só consigo me atrapalhar cada vez mais nas palavras e não acaba saindo nada, só fiquei que nem um idiota gesticulando pra ela sem realmente dizer nada.

— Eu sei o que parece, Matt. Mas eu realmente não consigo pensar muito bem no que esta acontecendo e eu estou confusa em relação a tudo isso. – ela responde, depois volta seu olhar para Carley. - Eu não estou me fazendo de burra ou algo do tipo, quero que entendam isso. – ela finaliza.

— Entendemos, professora mas...você precisa ver com o nosso ponto de vista agora... o que eu estou tentando dizer...estou tentando e falhando em dizer é que- - começo a tentar me explicar novamente, mas dessa vez, sou interrompido por Carley.

— Professora, quer que eu seja franca com você? Assim, direta ao ponto? – Carley diz.

Tasha a olha por alguns segundos, tentando estudar a expressão de Carley que parece vazia mas ao mesmo tempo cheia de perguntas não respondidas, até que ela assente lentamente.

— O que foi? – ela diz, mas sinto que a professora já sabe o que Carley irá dizer.

Carley se aproxima da professora, e fica ajoelhada para que seus rostos fiquem de frente um com outro, ela segura uma das mãos da professora.

— A senhora esta infectada, simples assim. Todos os sintomas estão na senhora neste momento, e eu sinto dizer que você pode ficar igual eles a qualquer momento, então sugiro que façamos alguma coisa em vez de ficar aqui discutindo sobre isso. É melhor...sabe.....aceitar. – ela diz com firmeza mas seu rosto é de alguém que sofre com as próprias palavras. Eu respiro aliviado com o fato de Carley ter simplesmente dito tudo que eu queria dizer para Tasha, nossa professora sempre foi uma pessoa querida, que sempre apoiou a todos nós em vários momentos de nosso período de estudos. Éramos mais do que alunos para ela, éramos simplesmente...amigos.

Lembro de quando coloquei um piercing no septo e fui para a escola no dia seguinte...nenhum dos professores me fez nenhum tipo de comentário sobre, fingiram que nada havia mudado em fisionomia. Eu não liguei muito, afinal meus amigos já tinham dito que haviam gostado e tudo ficou bem, mas...chegou a hora da “dobradinha de Biologia” que acontecia toda terça feira, a professora passava de mesa em mesa para se certificar de que todos haviam feito o dever de casa. Quando chegou a minha vez, ela olhou para mim, sorriu de canto e perguntou “Matt?! Nossa! Olha, eu não sou de reparar muito nas mudanças físicas dos alunos mas...você furou o nariz?”

“Furei!” eu respondi a ela.

“Que legal! Você é muito corajoso! Ficou bem legal em você, achei que combinou!”

Ambos sorrimos um para o outro e ela seguiu corrigindo meu exercício. Ela é especial, ela realmente se importava com os alunos a ponto de querer puxar uma conversa aleatória sobre minha decisão de colocar um piercing...ela foi a única professora que notou...

Lembro-me também da vez que ela ficou grávida da filha que agora ela procurava. No final da gravidez, ficamos todos tristes após ela anunciar que tiraria uma licença e não nos daria aula por 4 meses, mas que fazia questão de voltar no último mês de aula para poder ver nós todos nos graduarmos, já que aquele era o último ano do ensino médio e a vida adulta estava prestes a começar.

Ela se importa.

Lembrar dessas coisas me fez ficar mais emotivo do que eu já estava. Me virei de costas enquanto a professora encarava levemente boquiaberta para Carley, eu podia sentir as lágrimas querendo se formar em meus olhos.

E a filha dela? Onde está? Como falaremos pra ela que a mãe dela está doente? Que virou um “zumbi”? E se...

E se nem sequer acharmos a filha dela?

Sinto uma lágrima solitária rolar pela minha bochecha, eu resolvo deixar ela escorrer. Sinto um braço envolvendo meus ombros.

— Eu não sei o que pensar... – Rob me diz enquanto um de seus braços está apoiado em meus ombros – É tão....surreal.

Eu limpo o rastro que a lágrima havia deixado no meu rosto enquanto assinto lentamente para ele.

— Eu não sei nada sobre isso. Eu vou...morrer? É isso que está dizendo? Eu...eu...eu não sei, me falem o que descobriram até agora, qual é a cura, o que viram pela janela, me contem! – Tasha começa a falar lentamente, mas quanto mais falava, mais ela atropelava suas próprias palavras. Ela falava rapidamente agora, parecendo desesperada e olhando de Carley para Harry, ambos ajoelhados em frente dela, a procura de soluções para sua infecção.

— Ei,ei,ei! Acalme-se! – Carley dizia, mas pouco das suas palavras eram escutadas por Tasha agora.

— O que isso significa pra mim?! Eu vou sair atacando as pessoas agora?! Vocês não podem me deixar fazer isso! Não quero fazer isso! – Tasha dizia enquanto lágrimas corriam desenfreadamente por seu rosto.

— A gente não sabe o que significa, professora. Tudo que sabemos, já contamos! O rádio, a vista, e especulações são tudo que temos! Sabemos tanto quanto você, agora! – Harry dizia em meio às palavras da professora. Ela respirava ofegantemente, acabou se engasgando e tateou na mesa da carteira em busca do lenço que estava usando anteriormente, Harry o pegou entregou a professora que soltou um grande pigarro seguido de várias tosses.

— Ei, o que está havendo? – dedos encostam em meu ombro, revelando uma Mary que olhava para a professora de maneira preocupada, enquanto Rey estava alguns metros atrás dela, puxando uma das pernas da cadeira para fora da base da mesma. Ele olhava atento para nós. - Ela tá...?

— Não, não! Er...ainda não. – digo triste.

— Falaram pra ela do que vai acontecer. – Rob fala.

— Espera. O que vai acontecer...? Como assim? – Mary desencosta do meu ombro e franzi o cenho, parece confusa.

— É, Mary! – Rob fala impaciente – Você sabe, que ela vai se transformar em qualquer instante porque com certeza ela está infectada.

— Oh...ok....- ela parece relaxar por um momento.

O que estava pensando Mary? Parece que por um instante ela estava interpretando algo que dissemos de maneira errada...

— Nos deixe saber caso qualquer decisão seja tomada, não esqueçam que Rey e eu estamos ali resolvendo o lance das cadeiras! – ela diz e já vai se afastando para voltar em direção as cadeiras, assim que ela chega lá vejo ela conversando com Rey que ao ouvir Mary fica com uma expressão de tristeza e incredulidade. Mary já contou as noticias...quem sabe podemos..

— COMO VOCÊ QUER QUE EU FIQUE CALMA?! – me assusto quando escuto quase que um grito próximo de mim, vejo que veio de Tasha. Carley e Harry estão na frente dela ambos com as mãos estendidas para cima, em defesa. Lá fora, os grunhidos parecem aumentar juntamente com os da porta.

— Fale baixo! – Carley disse entredentes com os olhos arregalados.

— Pânico não vai ajudar em nada, professora! – Harry fala da mesma forma que Carley. Tasha bufa, coloca a mão na testa suada e depois olha novamente para os dois.

— Vocês vem aqui, me falam que eu estou infectada e que vou perder minha consciência em algumas horas por causa do Scott que me arranhou, dizem que vou atacar vocês, que vou talvez mata-los, e vocês pedem que eu fique calma?! – ela diz agora em um tom mais baixo, mas não tanto - Acham que é fácil? Eu nem sei se vou ficar viva! Eu nem sei se isso é reversível! Eu-  – Tasha começa a dar uma bronca, mas novamente começa a tossir.

— Argh! Puta que...argh! – ela diz enquanto limpa a boca - eu ia dizendo que-

— Que você não sabe se é reversível. Adivinha só? A gente também não sabe! – Carley diz tentando ser calma, mas posso sentir a ironia em seu tom.

— E se fosse você na nossa situação? – Rob decide interferir.

— O quê? – Tasha se vira pra ele com ironia

Imagino que ela queria ser qualquer um de nós agora. Isso a pouparia de estar infectada.

— E se você estivesse na posição que estamos agora? Eu digo, se você estivesse presa com alguém que está infectado de alguma doença que não sabe definir muito bem, e a única coisa que você sabe é que a pessoa infectada fica incontrolável e fica capaz de matar outras pessoas? O que você faria? - Rob diz e cruza os braços. Ao olhar pra ele percebo que ele está cansado de tudo aquilo, da situação toda....do fato dele estar aqui preso, dele não poder sair, dele estar vendo uma merda gigantesca acontecer lá fora e ninguém vier ajudar ou intervir. Ele está exausto.

Eu também estou. Estou exausto e quero ir pra casa, pensar que tudo isso foi um pesadelo que vou acordar a qualquer instante e vou rir quando compartilhar isso com meus amigos.

Mas acontece que meus amigos estão no pesadelo comigo.

— Eu...eu não sei! – Tasha responde Rob.

— Essa é a questão! Nós não sabemos como agir, professora. – Carley responde enquanto gesticula pra Rob. – e você agir como se estivesse em negação sobre isso tudo não ajuda.

— Negação?! Eu sei que estou doente! Percebi quando vi essa droga de lenço! – ela agita o lenço na frente de Carley, que recua um pouco a cabeça – Não estou em negação!

Todos nós ficamos em silencio por alguns segundos. Decido falar alguma coisa.

— Acho que temos que ficar atentos em relação a professora e suas atitudes a partir de agora. É fato que ela...ela esta doente. Mas como todos disseram agora pouco: não sabemos nada sobre ainda, além do fato que isso se propaga se um deles ferir você.

— Temos que tomar precauções. – Harry diz, e vejo Carley ficar um pouco desconfortável com isso que ele falou, e consigo imaginar o porquê.

Harry ainda não sabe que estamos praticamente nos armando para o caso de algo muito ruim acontecer.

Não vamos matar ninguém, mas temos que ter com o que nos defender caso alguma coisa fique realmente séria.

Certo?

— Isso! Pre-precauções. – Rob gagueja e olha pra Carley. Harry fita Rob por alguns segundos e percebe que ele está olhando pra Carley tentando algum tipo de comunicação, quando o olhar de Harry encontra o de Carley, ela se desvia.

— Bom...eu quero que a professora nos dê uma sugestão do que podemos fazer, afinal, a vítima é ela. – Carley diz rapidamente.

Tá disfarçando bem hein! Que bosta!

Suspiro com a tentativa falha de Carley de disfarce.

A professora respira profundamente e leva ambas as mãos no rosto enquanto olha para cima, seus olhos confusos a procura de alguma solução. Ficamos em silêncio, todos pensativos.

Que situação complicada. Temos que sugerir coisas pra se fazer caso sua professora vire um zumbi...não da pra acreditar!

Se esperarmos tempo o suficiente, talvez os militares consigam leva-la pra um hospital...mas como poderíamos prende-la para deixar ela segura? Não tem como sairmos daqui. E não podemos simplesmente matar ela como se não fosse nada, isso é impensável. Afinal, são pessoas doentes...ela só está doente.

Mesmo que eles queiram nos matar, isso não é proposital....não é algo que esses “zumbis” estão fazendo de propósito. Eles são seres que podem estar vivos no final das contas afinal. Lembro que Carley e Harry disseram que viram zumbis na rua que com certeza estavam mortos, mas e aqueles que não aparentavam ter feridas graves? Estavam mortos ou vivos? Era melhor não arriscar matar alguém vivo.

E pra ser sincero, não sei se conseguiria matar alguém. Acho que eu não teria essa capacidade. Então temos que pensar em algo que não envolva morte. Nem a nossa, nem a da professora.

O silêncio se prolonga, dando espaço para somente o barulho da chuva, dos grunhidos e do barulho metálico das pernas da cadeira sendo retiradas por Rey e Mary, que olhavam para nós de vez em quando. A sala estava uma bagunça, nossas bolsas todas jogadas no chão. Duas cadeiras bloqueavam a porta e ainda podia se escutar os zumbis batendo lá. Na mesa do professor podia se ver uma garrafa vazia d’agua e ao lado da garrafa, um jaleco de professor pertencente a Tasha. O olho com curiosidade enquanto escuto vozes baixas de alguma conversa que Mary e Rey estão tendo.

E se...

é...

pode funcionar.

— E se a amarrarmos? – eu digo sem pensar muito. E com a expressão que todos me olharam, não fui capaz de dizer se estavam horrorizados por eu simplesmente ter sugerido amarrar alguém que estava doente e precisava de ajuda ou se estavam fascinados pela ideia.

 

PONTO DE VISTA – MARY

 

Aquele silêncio está me matando.

— Ei, que horas são? – Rey cochicha para mim enquanto continua a desparafusar uma das duas pernas restantes da cadeira com a “poderosa caneta azul” da professora.

Olho para meu relógio e me assusto ao perceber que são 16h19, digo as horas pra ele.

— Tá brincando?! – ele para de desparafusar – Quase 17h e ninguém veio ainda?! – ele fica com a expressão assustada no rosto e começa a fitar o chão por um momento.

Oh oh, não vamos fazer isso agora.

— Ei, relaxa! Eles vão chegar. Tá dando merda lá no centro, lembra? É bom eles resolverem as coisas no centro primeiro, lá tem uma concentração de gente maior, então assim que resolverem as coisas, vão se concentrar aqui no “subúrbio” – digo tentando fazer uma piada com a situação, o que faz Rey levantar um sorriso triste.

— Fico preocupado. E se... e se demorarem muito, Mary? – Rey me pergunta.

Abro a boca pra responder, mas só consigo ficar com cara de boba na frente de Rey. Ele apenas assente e volta sua atenção para a cadeira.

Ótimo trabalho tentando acalmar o colega, Mary. Foi fantástico, já cogitou fazer Psicologia?

Cala a boca.

Mas agora que parei para pensar sobre o assunto...realmente eles estão demorando. Fico pensando se teremos que ficar aqui de noite ou algo do tipo.

Nem pense nisso! A noite? Na escola? Com os zumbis na porta e tudo escuro lá fora?

Não ficaria tuuuudo escuro lá fora...tem os postes.

Nossa, agora sim hein, melhorou muito. Porquê você não compra uma cerveja e bebe com seus novos coleguinhas zumbis?

Que droga, Mary!

Chacoalho a minha cabeça. O medo me deixa sarcástica.

— Espero que dê tudo certo na cidade. – Rey diz enquanto trabalha na cadeira – Não quero te fazer pensar nada mas...o resolução aqui na Denbrough não foi boa, espero que seja diferente na cidade. – ele termina e respira fundo.

Puta Merda, Rey.

Não me deixe mais paranoica, caralho!

Resolvo dar um “uhum” de resposta. Não quero abrir a boca e falar algo que vou me arrepender, como por exemplo começar a expor todas as minhas inseguranças em relação a professora, ou o fato de que Rey está completamente certo e temos chances do exército fracassar na cidade.

Para de pensar que tudo vai dar errado, mulher! Vai dar tudo certo e isso vai ser apenas um pesadelo ruim que você teve que viver, como se fosse um teste na vida!

Um teste que envolve vida ou morte?! Qual é, Mary! Virou Jogos Vorazes agora?!

— Droga – resmungo baixo

— Hã? – Rey levanta a cabeça.

— Nada não, só umas coisas que eu estou pensando, nada de mais. – respondo.

— Mary... – Rey inclina a cabeça levemente para o lado

— Não é nada sério. – tento me concentrar na perna restante da cadeira, ignorando o fato que Rey está a centímetros de mim trabalhando na outra perna. Ele fica apenas me encarando esperando eu falar alguma coisa.

Quando eu digo que não é pra falar nada, eu quero dizer EXATAMENTE isso! Até pra resmungar você não presta!

— Pensei na minha irmã e na minha mãe, só isso. – minto, mas não inteiramente. Assim que as mencionei, comecei a pensar nelas e como elas estariam em casa no meio desse caos todo. A única coisa que me acalma é o pensamento que elas estão melhor que eu agora.

— Oh...elas estão em casa? – ele pergunta ainda olhando para mim.

— Sim. Estão em casa. Me pergunto o que estão fazendo agora no meio dessa merda toda. – respondo rapidamente.

— Penso a mesma coisa da minha mãe e da minha tia, estão em casa também. E sabe que moro bem perto daqui né? Fico preocupado. – ele diz e volta tristemente a trabalhar na cadeira.

— Não se preocupe, Rey. Elas estão melhores do que nós agora, pense nisso. – eu tento conforta-lo.

— É exatamente isso que eu penso. Queria estar lá com elas. – ele sorri de canto e eu sorrio de volta.

— Aí perderíamos essa bela e única sensação apocali- - sou interrompida depois de muito tempo de silêncio vindo do meu grupo de amigos que não está tão distante.

— E se a amarrarmos? – Matt dispara na roda na qual ele, Rob, Tasha, Harry e Carley estão. Todos ficam em silêncio novamente, eu olho para Rey confusa que me olha da mesma forma e gesticula com a cabeça para irmos em direção a eles. Começo a andar.

— Am-amarrar? – Harry diz, e seu rosto parece tenso. A professora começa a fitar o chão, confusa.

— Sim. – Matt responde simplesmente.

— Pessoal, o que estão falando? – chego já me juntando a roda.

— Estamos pensando em soluções para o caso da professora, Mary. – Carley não demora para me responder e me olha com os olhos firmes. Vejo que ela tenta se comunicar comigo de certa forma, tentando me fazer lembrar da conversa que tivemos.

Eu lembro Carley. Nós ou eles.

— E vocês querem...amarrar ela? – eu digo ainda olhando pra Carley, mas finalmente desviando dela no final de minhas palavras.

— Foi uma sugestão. – Matt se defende.

— Eu não sei, parece seguro mas ao mesmo tempo... – Rey começa

— Penso o mesmo. Parece duro demais, até mesmo agora. Tipo...deixar ela amarrada?! – Harry diz e franze a testa, confuso com suas próprias palavras.

— Sei o que parece, mas seria uma coisa segura a se fazer, eu acho. – Matt se defende novamente.

— Alguém tem outra sugestão? – Rob diz

— Acho que é uma boa, pra falar a verdade. – Digo com sinceridade, atraindo os olhares para mim, incluindo da própria professora.

— Não leve a mal, professora. Mas precisamos ficar seguros, e não conseguimos ir lá fora buscar alguém e não há sinal para chamar uma ambulância... – continuo

— Não sei nem se a ambulância conseguiria passar... – Carley complementa.

— Pois é, então, só queria deixar claro que, apesar de ser...duro – digo olhando para Harry – acho que deveríamos considerar isso. – olho agora para Matt, que assente. A professora parece acanhada, ela olha para nós e fita o chão como se sentisse culpa do que tinha acontecido com ela.

— Que situação. – ela diz e limpa mais uma vez o suor da testa. Percebo que ela está mais pálida e seus olhos parecem mais fundos, como se ela tivesse tido uma noite mal dormida, diferente da Tasha que vimos no inicio do dia.

— O que acha, Professora? – Carley diz – Não iremos fazer nada contra sua vontade, que isso fique bem claro. – ela termina olhando para todos nós e voltando seu olhar para Tasha.

Tasha fica um pouco em silêncio e depois assente lentamente.

— Tenho duas condições. – ela diz

— O que? – Carley pergunta.

— Quero que, quando os militares e a policia chegarem, avisem a eles sobre minha filha e façam eles procurarem por ela. Se perguntarem sobre meu marido, ele se encontra em casa, em seu dia de folga, façam eles avisarem ele, por favor.

— Claro, com certeza. Avisaremos. – Carley responde por nós. Todos balançamos a cabeça em confirmação.

— Qual é a outra? – pergunto.

— Não me amarrem agora. Esperem um pouco. Ainda estou bem, estou falando com vocês e tudo mais, como podem ver. – ela para pra tossir um pouco e depois retoma – Eu não sou burra, entende? – ela diz e olha para todos nós que a olhamos de volta com surpresa.

— Sei o que estão fazendo. Quando me falaram sobre precaução, não estavam de brincadeira. Estão tirando suportes de cortina e pernas de cadeira a partir do momento que eu apareci aqui com um corte no braço. Eu entendo, querem se defender de mim. – ela diz francamente.

Caralho...

Todos nós ficamos em silêncio. Rob e Matt se entreolham, Carley e Harry fazem o mesmo. Harry parece ter tido uma epifania, como se algo tivesse se encaixado em sua cabeça.

— Vocês podem colocar alguém pra me vigiar, eu não me importo. Mas me deixem livre enquanto eu ainda posso. Assim que eu começar a ficar...estranha, digamos.... – ela parece confusa – vocês podem me amarrar. – ela finaliza.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?



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