The New World escrita por xMissWalkerx


Capítulo 12
O Último Sintoma


Notas iniciais do capítulo

Cheguei com mais um capitulo! O que estão achando da história até agora?



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PONTO DE VISTA – CARLEY

 

— Merda! – comecei a correr em direção a professora que estava caída no chão, aparentemente desacordada. Harry dava leves tapinhas no rosto dela enquanto eu, Rey e Matt nos aproximávamos. Mary e Rob tinham parado seu trabalho com as cadeiras para ficarem em volta da professora.

— Pega agua, pega agua! – Matt gritou para Rey que parou no meio do caminho para se redirecionar para a “mesa do professor” próxima ao quadro negro, até me embolei um pouco com Rey quando ele foi virar o corpo em direção à mesa grande que estava alguns metros atrás de nós para pegar a agua. Me afastei dele e continuei em direção a professora.

— Professora?! Professora?! Pode me ouvir?! – Harry continuava dando tapinhas no rosto da professora que não respondia nada.

— Deixa eu ver! Deixa eu ver! – disse dando leves tapas nas costas de Mary para que ela abrisse espaço na roda para que eu pudesse ver a professora de perto. Rey voltava com a agua enquanto eu via o estado de Tasha.

Ela está...

Terrível. Ela está doente com certeza.

Tasha suava como se tivesse um cachoeira em sua testa, ela respirava rapidamente e ofegantemente enquanto estava completamente desligada do que acontecia em seu redor, sua cabeça agora possuía um galo que não estava ali antes, ela estava em cima de duas carteiras que estavam viradas horizontalmente no chão agora.

— Vi ela bambeando aos poucos, mas não consegui ajudar porque eu estava segurando a mesa enquanto ela desparafusava! – Harry disse, o desespero se fazia presente em sua voz.

— Eu só fui ver quando ela tava no chão! – Mary virou-se pra mim comentando a situação.

— Dá aqui essa agua! – Matt pegou agua de súbito da mão de Rey, destampou e jogou um pouco no rosto da professora. Ela arregalou os olhos como se estivesse sido ressuscitada por um desfibrilador e começou a tossir, todos nós nos assustamos quando isso aconteceu.

Eu não duvidava nada que ela iria abrir os olhos e eu iria ver aquele brilho estranho no olhar.

Ela iria tentar te pegar igual o porteiro, não é?

Cala a boca. Não pense nisso.

Hunf. Se vocês não derem um jeito nela... é exatamente isso que va-

— Ajuda aqui, Carley! – Rob disse me acordando do meu pequeno transe enquanto levantava uma das carteiras caídas. Harry e Matt seguravam cada um em um braço da professora e a levantavam com cuidado. Mary mantinha as mãos na cabeça, e seu olhar transitava entre a porta da sala e Tasha. Rey estava com a garrafa d’agua em mãos novamente e estava em volta da professora como se quisesse se assegurar que caso ela caísse(e duas pessoas não conseguissem segura-la) ele estaria ali para pega-la. Me levantei rapidamente e comecei a ajeitar a ultima cadeira caída  que estava próxima de mim.

— Ponham ela aqui. – disse dando dois toquinhos no assento da cadeira, Matt e Harry  levaram Tasha até lá e sentaram ela ali.

Prestei atenção por um momento e percebi que a sala estava mais barulhenta, mas nós não estávamos falando nada naquele momento, então, notei que o barulho vinha da porta de madeira que nos separava do porteiro e alguns de seus “amigos” do outro lado da grossa camada de madeira. Mary ainda transitava entre a porta e onde nós estávamos, ela parou quando encontrou meu olhar. Eu encarava a porta agora.

Tem mais lá fora. Tem mais na escola, na rua, e também FORA da rua também. Você não quis contar a eles, mas você sabe que talvez esses militares e policiais possam demorar mais de um dia pra chegar aqui. Você sabe que vai ter que se virar pra chegar em casa.

E você também sabe que alguém vai ter que lidar com a professora infectada quando a hora chegar. Mas...como? Como vamos tirar ela daqui sendo que tem “seguranças” na porta? Melhor dizendo: Como vai convencer seus amigos a deixar uma mulher doente do lado de fora, Carlie? Se você tiver que decidir entre sua vida e ela...

Você tem que voltar pra casa. Pra sua mãe, seus irmãos, sua tia, avó...

— Respire...respire. – Rob fazia gestos com a mão enquanto inspirava e expirava junto com a professora, que olhava para Rey, Matt, Harry e Rob completamente desnorteada. Eu diria que ela não sabe como foi parar no chão.

— O que aconteceu exatamente, gente? Ela desmaiou do nada? – Matt perguntou.

— Ela estava bem na minha frente, e do nada ela só disse “Harry?”. E poff, caiu. – Harry respondeu.

— Toma agua, Tash. – Matt ofereceu a garrafa d’agua, a professora pegou ainda sem dizer uma palavra depois do incidente. Tomou longas goladas, acabando com a agua por fim.

— Viu só, professora? A senhora não está bem. – Rey disse tristemente. Ele ergueu uma das mãos e colocou sobre a testa da professora – Provavelmente tem febre...está quente.

— Eu estou me sentindo zonza, só isso...eu... – ela parou lentamente de falar e fechou os olhos, levou uma das mãos ao ferimento no ombro e gemeu um pouco. Todos a olharam com atenção.

Como vou saber como isso funciona?! Preciso falar com alguém.

Me virei e vi que Mary olhava em direção ao grande suporte de cortina que eu e Matt tiramos. Eu encontrei seu olhar e ela apertou os olhos. Começou a andar em minha direção.

— O corte... acho que pode estar com pus ou algo do tipo. Preciso que vocês deem uma olhada, tá? – Tasha falou lentamente. Parecia cansada. Os meninos próximos a ela olharam uns para os outros, até que Harry se manifestou.

— Eu vejo. – ele disse, e se posicionou do lado do braço da professora e começou a desamarrar lentamente o lenço que estava ali.

— Vem. Aqui. – Mary disse pausadamente para mim enquanto nós duas olhávamos para Harry enquanto ele desamarrava o lenço. Assenti ainda mantendo meu olhar para os meninos e fui lentamente caminhando para trás com Mary em meu encalço.

Ela me direcionou para perto do suporte da cortina, que estava depositado em cima das carteiras.

— Como vamos tira-la daqui? – ela me perguntou friamente. A pergunta me fez encara-la, cheia de surpresa em meus olhos e levemente boquiaberta. Não estava esperando por aquilo.

— O quê? – eu não estava acreditando que Mary, a mulher que vomitou mais cedo, que se negou a ir para a janela primeiro, que estava em completo desespero bolando planos mirabolantes para sair e acabar se matando estava me fazendo ESSE tipo de pergunta. Esperava essa pergunta de Harry, no máximo.

— Você ouviu. Sei que está pensando sobre isso, não minta. – ela disse ainda me encarando severamente.

Mary? É você mesmo?

— Correção: Estou pensando nisso. Mas...e você? Porquê está pensando nisso? – perguntei curiosa e ansiosa pela resposta.

— Eu não deveria? Todos nós deveríamos. – ela respondeu quase de imediato.

— Claro que deveríamos mas...você estava bem abalada mais cedo... – eu disse lentamente.

— Eu sei, eu sei, mas... – ela parou e respirou profundamente enquanto mantinha seus olhos fechados. Mordeu o lábio inferior e balançou levemente a cabeça – a porta, Carley... – abriu os olhos.

Olhei em direção a porta e depois encarei Mary, procurando por mais respostas.

— Eles... tentaram entrar aqui. O porteiro, que estava lá em baixo a poucas horas atrás, tentou rasgar a sua cara, um homem que a gente conhece desde a infância simplesmente tentou rasgar a sua cara e ainda por cima tentou entrar nessa sala querendo muito bem MATAR a gente. – ela falou tudo muito rapidamente, enquanto falava seus olhos se marejavam. Ela parou para respirar novamente e começou de novo. - Não vou ficar parada aqui esperando alguém rasgar meu rosto. Eu quero sair, e a presença da Tasha na sala dificulta isso. Ela está doente, e não quer assumir isso! Vai acabar matando todos nós e-

— Eu sei. – a interrompi

Ela me olhou por alguns segundos, tomando fôlego. Estava ofegante.

— Sabe? Ótimo. Então, é isso. Se for pra escolher entre eu...entre nós e ela...Sei que pode parecer frio, cruel... pense o que você quiser, mas eu não vou morrer aqui! – Ela disse enquanto gesticulava com o dedo, no olho direito pude ver uma lágrima solitária escorrendo.

— Não vai. Ninguém vai morrer, tá bom? – eu disse segurando em seus ombros, ela assentiu e limpou a lágrima rapidamente. – Só me promete que não vai falar nada do que acabou de me dizer pra eles.

Mary se mostrou surpresa com o que eu disse, ela olhou em direção aos nossos amigos e eu acompanhei seu olhar. Harry virava o lenço do lado contrario e passava lentamente na ferida amarela que se encontrava no ombro de Tasha, Rob e Rey estavam com caras de nojo e dor enquanto assistiam a cena, a professora mantinha a mão na boca e Harry piscava freneticamente. Mary voltou a me olhar.

— Não entendo. Porque não? – ela perguntou confusa.

Ah...Mary...você não percebe?

— Porque...eles não vão querer deixar ela. Pra ser sincera, eu também não quero, mas é como você disse, Mary....ou nós, ou ela. Se você ou eu disser alguma coisa agora, pode gerar alguma briga ou alguma distração. Estamos em uma situação mais do que delicada agora para nos deixar distrair, estamos falando sobre deixar alguém doente do lado de fora...– eu digo

— Lado de fora?! Tá louca?! Já cogitou a possibilidade de não conseguirmos passar pelos zumbis da porta? Se não conseguirmos, ela vai se transformar aqui dentro! Não acha que precisamos avisá-los sobre essa possibilidade e usar isso ao nosso favor, para que concordem com a gente? – Mary pergunta curiosa.

— Eles já sabem. – eu digo, e Mary me olha com cara de interrogação.

— Então?! Qual é o problema? Se eles já sabem do perigo, menos chances de a gente brigar por conta disso! – ela diz como se fosse algo simples, me olhando confusa.

Mary Mary...

— Eles sabem, mas não querem aceitar a segunda opção que temos sobre como lidar com a professora, Mary! A segunda opção mais drástica, que não quero nem pensar direito agora... – eu digo e cerro meus dentes para que meu tom de voz saia baixo o suficiente para que eles não escutem.

— Se-segunda opção? – ela gagueja.

— Me diga você, Mary. Se não conseguirmos coloca-la do lado de fora da porta, ou digamos que ela se transforme agora mesmo, na sua frente. O que você faria? – eu digo e apoio minha mão suavemente sobre o suporte da cortina ao meu lado.

Mary me olha e sua boca se abre lentamente. Ela fita o chão por um tempo, depois olha pra minha mão em cima do suporte. Ela fecha os olhos, ergue a cabeça e coloca a mão nos olhos enquanto bufa. Eu mantenho minha posição.

Eu sei, eu sei. Ninguém quer isso. Não sei se consigo também Mary...não sei e estou desesperada e tudo que mais quero é sentar no chão e chorar até meu rosto murchar. Mas não posso. Não posso demonstrar nada, não aqui...não na frente de vocês todos....ficaríamos todos desesperados e ninguém ia pensar direito. Íamos morrer em algumas horas.

Finalmente ela tira suas mãos do rosto e me olha com os olhos úmidos, tremendo os lábios. E o que sai de sua boca é exatamente o que estou pensando, mas ouvir isso é totalmente assustador:

— Ou nós, ou eles. – Mary diz friamente.

 

PONTO DE VISTA – HARRY

 

— Tá meio amarelado... – eu digo me virando para olhar para a professora que olhava para o ferimento com uma expressão que era uma mistura de tristeza com aflição. – Não sei bem o que fazer... - Decido ser sincero sobre isso tudo, não faço ideia de como tratar um ferimento como esse, principalmente sem antibióticos ou qualquer tipo de bandagem para tentar me virar.

— É porque infeccionou. Vocês tem mais água? É bom passar um pouco aí...depois de limpar um pouco o  excesso de pus. – Tasha diz para nós ali em volta.

— Bebemos a agua da bolsa da Carley, vou ver com Mary se ela possui alguma na bolsa dela. – Rey começou a dizer, mas foi impedido de ir na direção de Carley pelo toque de Matt.

— Não precisa ir lá, peguei minha garrafa antes de sair de casa. – Matt disse enquanto abria sua bolsa transversal que ainda estava grudada em seu corpo – Aqui, tenho lenços de papel também. – ele me entregou uma garrafa junto com uns três lenços.

— Provavelmente temos que pegar leve com a agua, né? – Rob disse isso e encarou Matt de uma maneira muito estranha. Em resposta, Matt arregalou levemente os olhos como se estivesse fazendo algum contato com Rob sem precisar usar palavras. Eu olhei para os dois discretamente enquanto abria a garrafa, e percebi que Rey também olhava para os dois de forma meio confusa.

Tem alguma coisa que vocês estão escondendo...estão estranhos desde que se afastaram com Carley...pra quê esse mistério, porra?

Resolvi voltar minha atenção para o ferimento, passei o lenço de papel no corte, o que fez a professora desviar a atenção dela do próprio ferimento e gemer um pouco. O contato do lenço com a ferida fez um estranho som que mais se parecia com o barulho de um frasco de shampoo sendo apertado.

Mano isso é muito nojento!

— Faz sentido, se a agua acabar, vai ser difícil sair daqui pra encher no bebedouro né... – Rey disse em resposta a Rob enquanto estava de braços cruzados olhando com expressão apertada pro ferimento sendo limpo.

— Eh...exato. – Matt disse, e mais uma vez pude perceber aquela estranha troca de olhares entre Rob e Matt.

Limpei o que foi possível e coloquei um pouco de agua no segundo lenço que tinha em mãos, passei suavemente sobre o ombro da professora e comecei a amarrar o lenço de Mary no ombro dela novamente.

— Se eu tivesse minha bolsa aqui comigo...tenho alguns analgésicos nela. – Tasha disse , um pouco ofegante.

Cara...ela está infectada. Ela não entendeu ainda? Dos sintomas que ouvimos no rádio, tudo está se encaixando...acho que está pelo menos...

— Se sente cansada? – pergunto pra ela.

Hora da verdade.

— Um pouco, na verdade. Não usaria a palavra cansada, só...um pouco zonza, talvez minha pressão possa ter descido um pouco.

— É provável. – Rey disse, e com isso levou as costas da mão esquerda na testa da professora e depois na bochecha – Acho que está com febre. – ele disse e depois me olhou e levemente levantou as sobrancelhas, querendo me dizer alguma coisa. Matt e Rob se olharam novamente.

Talvez ele esteja conferindo também.

— Er...tem que ficar sentada um pouco, pra evitar mais desmaios— Rob disse, dando clara ênfase na palavra “desmaio”.

Entendi. Todos nós estamos checando agora. Mas falta uma coisa...de acordo com o noticiário, falta mais um sintoma...

— Não vou levantar por enquanto, mas garanto que jajá fico melhor – ela disse.

*CRECK!*

Todos nós viramos a atenção para o que estava acontecendo atrás de nós, a alguns metros de distancia. O barulho que ouvimos era similar a madeira se quebrando, o que me fez pensar em um momento de desespero que os zumbis tinham passado pela porta, mas para minha alegria

ou pra minha preocupação

não se tratava de zumbis.

Carley apoiava um grande suporte de cortinas nos ombros, deixando a ponta encostar no chão a sua frente, parecendo algo como um ângulo de 45 graus. Mary dava chutes um pouco acima da parte que encostava no chão, a madeira estava levemente rachada agora.

— O que estão fazendo? – pergunto.

Mary continuou dando chutes ofegantemente, cada chute quebrando mais o suporte, mostrando claramente que queriam dividi-lo em duas partes.

— Armas brancas. – Carley respondeu entredentes enquanto segurava o suporte que sofria graves batidas do tênis de Mary. Rey me olhou confuso, retribui o mesmo olhar pra ele. Quando fui olhar para Matt e Rob eles estavam agora próximos ao outro e Matt cochichava algo no ouvido de Rob.

Pronto. Virou panela agora. Tem a panela das agressivas, a panela do mistério e a panela dos desavisados! Aaah, parem com isso!

— O que estão falando? – eu disse indo em direção a Rob e Matt. Eles pararam de cochichar enquanto viam eu me aproximar. Um estrondo final foi ouvido no suporte, indicando que finalmente tinham conseguido quebra-lo em dois.

— Depois falamos sobre isso. – Rob respondeu arregalando levemente os olhos.

Todo mundo inventou de querer se comunicar escondido comigo agora?!

— Acho que você pode falar agora. Tenho tempo. – eu respondi sem intenção nenhuma de ser grosseiro mas acho que acabei soando assim.

— Sério. Depois. – Rob falou e por algum motivo acreditei que ele não podia dizer aquilo agora.

— Porque vocês estão quebrando isso?! Só está fazendo mais barulho fazendo os capetas lá fora quererem entrar aqui! – Rey disse atrás de mim, vi que ele estava indo em direção as meninas. Preciso assumir que quase soltei um riso por ele ter chamado os zumbis de “capetas”.

— Vai lá, a gente fica de olho na professora. – Matt disse encostando no meu ombro. E eu fui lentamente em direção as meninas e Rey.

Isso tá esquisito. Tão me escondendo alguma coisa. Alguma intenção...

— Acho que dá pra dividir mais uma vez, não? – Mary dizia ofegante para Carley enquanto limpava o suor da testa.

— Cada pedaço desse deve ter uns...90? 80 centímetros? – Carley segurava dois pedaços grandes de madeira que tinham uma ponta em cada extremidade deles e ficava os movimentando pra frente para trás.

— Eu diria 90. – Rey falou tomando um deles em mãos. – Tem 5 armas agora?

— Isso. – Carley respondeu.

— Pode ter mais 4, é só tirar as pernas da cadeira. A gente estava fazendo isso antes da professora desmaiar. – eu disse.

— Vocês estavam conseguindo tirar os parafusos das pernas da cadeira? – Carley perguntou

— Sim. Seria mais fácil com uma chave de fenda, mas com a caneta estava dando pra gente se virar. – eu falo.

— Ia ser muito bom a gente tirar aquelas pernas... – Mary começa a olhar pensativa para as cadeiras – Aquilo ali é metal. – ela fala isso e direciona a Carley o mesmo olhar que vi Rob e Matt darem um para o outro a alguns minutos atrás.

O QUE VOCÊS ESTÃO ME ESCONDENDO, PORRA? O QUE ESTÃO PLANEJANDO FAZER QUE NÃO ME CONTARAM AINDA?!

Engulo seco, e quando penso em abrir a boca pra exigir explicações, Carley começa a falar novamente.

— Mary, você pode tirar as pernas da cadeira? Eu preciso dar uma olhada na professora. – Carley diz e vejo que seus olhos estão inquietos.

Cansei dessa merda. Eles realmente estão em uma panela! E aparentemente, a panela das agressivas e a panela do mistério é a mesma droga de panela!

Odeio panelas!

Carley se vira pra mim e gesticula em direção a professora, querendo dizer para eu acompanha-la. Eu demoro um pouco pra responder mas  acabo assentindo.

Quem sabe ela quer me incluir na bendita panela? Esperança, né.

— Me ajuda? – Vejo Mary olhando para Rey e apontando em direção as carteiras. Ele assente e segue Mary indo em direção a mesa que ela estava desparafusando com Rob anteriormente.

— Vamos lá. – digo e sigo Carley.

Chegamos próximos a onde Tasha, Matt e Rob estavam mas percebi que Carley parou antes de alcança-los ela se vira pra mim.

— E então? Quais os sintomas até agora? – ela pergunta me olhando nos olhos e logo em seguida olhando para Tasha que tinha a mão de Rob em sua testa.

— Ela diz estar zonza, acha que a pressão caiu. Está meio mole, a ferida tem pus, e ela tem febre. – respondo.

— Huum. – ela murmura sem me olhar nos olhos e fica avaliando a professora olhos meticulosos de cima a baixo.

— Sem falar do desmaio né... – complemento.

Carley finalmente se vira pra mim.

— Você sabe tão bem quanto eu que ela definitivamente está infectada né?

— Acredito que ninguém nessa sala duvida disso – respondo me lembrando das panelas.

Benditas panelas.

Ela assente e começa a andar novamente, eu seguro o seu pulso.

Benditas panelas!

— O que vocês estão me escondendo? – eu pergunto objetivamente.

— Quem está escondendo alguma coisa? – ela pergunta de volta, mas eu acredito que ela esteja fingindo. Ela me olha de forma estranha, me sinto sendo avaliado.

Isso não faz sentido.

— Matt, Rob, Mary e....você. – eu digo.

Ela me olha por alguns segundos e depois fita o chão. Decido esperar ela me contar, mas ambos ouvimos barulho de tosse e nossos olhares vão em direção a nossa frente.

— Aqui! Cospe aqui! – Matt diz entregando um de seus lenços de papel, a professora o pega e solta grandes pigarros , tossindo mais em seguida ao cobrir a boca com o  lenço. Rob dá leves tapinhas em suas costas. Lá fora, os zumbis se agitam mais.

Cada vez que fazemos algum barulho, parece que eles grunhem em resposta... até parece uma reclamação!

Noto que Carley se aproxima lentamente da professora. Eu também me aproximo. Depois de mais ou menos umas cinco tossidas, a professora afasta o papel da boca.

— Oh.... – Tasha diz enquanto encara o lenço.

Finalmente. Febre, desmaio, cansaço, e agora...o último sintoma.

Quero ver o que a professora vai inventar como desculpa para esse lenço cheio de sangue...


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Notas finais do capítulo

Eeeeita! Como acham que o grupo vai reagir com a situação da professora?



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