The New World escrita por xMissWalkerx


Capítulo 10
Achei que ele fosse me ajudar...


Notas iniciais do capítulo

Capitulo Tenso hoje galera! Me avisem o que acharam! Bjs e boa leitura!



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PONTO DE VISTA – MATTHEW

 

     A chuva caia pesadamente lá fora, intercalando os grunhidos e gemidos com o barulho dos trovões. A sala estava parcialmente escura, dá ultima vez que chequei eram quase 14h, então a escuridão era devida as condições climáticas mesmo. Eu e Rob especulávamos por onde nossas famílias estariam ou faziam agora e se devíamos ficar mais preocupados com eles ou com nós mesmos no momento. Eu disse a ele que minha mãe estava em casa graças a seu dia de folga, mas meu pai e irmãos estavam trabalhando e eu não fazia ideia por onde estariam agora. Rob por sua vez, disse que apenas seu pai estava fora de casa, a mãe e os irmão estavam supostamente dentro de casa, apesar que, pelo que ele disse, sua mãe costuma sair com frequência de carro para a rua, geralmente em busca de algo que esteja faltando dentro da casa naquele momento ou para levar o irmão mais novo de Rob em algum lugar. Todas essas especulações estavam me deixando louco.

Enquanto falávamos sobre o quanto estávamos preocupados, inesperadamente escutamos três fortes batidas na porta, o que fez todos nós levantarmos. Depois de alguns segundos, as batidas voltaram a se repetir, mas dessa vez uma voz a acompanhava:

— ABRAM A PORTA! – a voz do lado de fora gritou desesperadamente.

Estávamos agora todos olhando para a porta, sem saber exatamente o que fazer. Aquela voz...eu...acho que a conheço.

Os infectados falam? Tipo...eles mantém essa habilidade? E agora? Abrimos?

Olhei para Rob que tinha voltado ao seu estado de pânico de horas anteriores, ele estava com ambas as mãos nos ouvidos, como se aquilo fosse somente um sonho e ele estivesse forçando a si mesmo a acordar.

— Meu Deus! Meu Deus! – Rob disse.

— E agora?! – Rey olhou para nós todos. Procurávamos respostas nos olhares uns dos outros. Todos confusos.

— EEEEI! A PORTA!! ABRAM RÁPIDO!! SOU EU!! -  a voz gritava incansavelmente.

Sou eu? Espere um pouco!

— ABRE A PORTA! – eu gritei em epifania. É claro! Sabia que reconhecia de algum lugar! Comecei a andar em direção a porta e depositei minhas mãos na mesa que bloqueava a porta, senti uma mão em meu ombro.

— Espera! O que vai fazer?! – Carley dizia enquanto eu levantava a mesa e ignorava sua mão.

— A PROFESSORA! – gritei novamente o que fez Carley tirar a mão do meu ombro e arregalar os olhos – GENTE, AJUDA! – virei para os  outros que estavam ainda parados observando a situação.

Carley saiu em disparada para a estante que ficava no fundo da sala e tirou uma das tábuas onde anteriormente os livros estavam em cima, antes dos mesmos serem jogados no chão depois que Carley tirou a primeira tábua para entregar a professora que agora estava do lado de fora. Restava ainda mais duas tábuas lá, Carley pegou uma em cada mão, restando agora uma estante vazia.

— Espera! Espera! – eu estava com as mãos no trinco que ficava em cima da porta, mas parei por um momento quando a vi com duas tábuas na mão.

— Se virem algum deles – Carley entregou uma das tábuas para Harry – afastem. – ela se virou agora próxima a porta e segurou sua tábua restante em ambas as mãos e as levou por cima da cabeça, ficando preparada.

Eu diria que isso não vai AFASTAR em si. Se ela der com força o suficiente, pode matar.

Mary olhou em volta e pegou a mesa da carteira que há alguns segundos atrás bloqueava a porta, a segurou com ambas as mãos e a segurou contra o corpo, apontando as pernas da mesa para a frente. Suas mãos tremiam. Rey, e Rob estavam atrás dela. Harry e Carley estavam um de cada lado meu. Ambos segurando as tábuas em posição de defesa.  Eu levei minha mão na chave da porta mas não a virei.

— ABRAM! ABRAM! – a voz batia e dessa vez sua voz soava fraca. Parecia estar chorando. Os grunhidos que soavam lá fora estavam mais altos do que nunca.

Será que é lá fora mesmo?

— Se ela não for ela mesma... você fecha a porta. Caso for ela você- – ela começou a dizer mas eu a interrompi. Sei o que tenho que fazer agora.

— Eu puxo ela pra dentro – eu disse, meu olhar passava de Carley para Harry rapidamente – me cubram.

3...2...1...

Virei a chave e com a outra mão abri a porta.

Em um piscar de olhos uma professora com as mãos com marcas de sangue e o rosto em desespero entrou na sala se jogando diretamente em meus braços. Quando olhei para a porta, agora aberta, percebi que os grunhidos não viam somente lá de fora, eles ecoavam agora para dentro da sala. Vi bem de relance uma mão surgir pelo lado esquerdo do corredor, prestes a entrar pela porta enquanto Harry tentava fechar a mesma.

Sim, tentava.

Enquanto eu segurava Tasha, que se agarrava em mim com toda a força enquanto chorava e tremia descontroladamente cheia de desespero, eu olhava com os olhos arregalados e também cheio de lágrimas que saíram sem eu ao menos notar em direção a porta.

Harry largou a tábua para apoiar agora ambas as mãos na porta, Rob foi em direção a porta e apoiou suas mãos nela enquanto Rey pegava a tábua largada no chão. Carley recuava assustada para o que estava a sua frente: uma mão se mexendo loucamente que há pouco estava a centímetros de seu rosto. Carley se afastou aos tropeços e se posicionou de forma que ficasse de frente para o antebraço do ser.

— FECHA ISSO! FECHA! – Mary gritava. Os grunhidos aumentavam enquanto Carley batia com toda a sua força no antebraço que era esmagado pela porta pressionada por Harry e Rob. Rey também batia no antebraço com a tábua, e a cada batida, escutávamos um grunhido sendo feito do lado de fora da porta.

— TIRA ELE DAÍ! TIRA ELE! – Rob gritou.

— ABRE MAIS! EU VO EMPURRAR ELE! – Carley gritou enquanto ajustava a tábua nas mãos de forma que a segurasse como se fosse uma caneta gigante.

— ABRE NÃO! TEM MAIS DELES! – Rob gritou de volta.

— VAI, AGORA! – Carley berrou – VEM VEM! – Carley virou-se para Rey que agora trocava a posição que segurava a sua tábua para a mesma forma que Carley segurava.

— SOLTEI! – Harry gritou e tirou ambas as mãos da porta, o que a fez abrir um pouco mais. Agora a brecha da porta onde dava pra se ver somente uma mão sendo esmagada ficou grande o suficiente para ver um braço inteiro e parte do torso de alguém que eu não conseguia ver o rosto. Carley e Rey foram rápidos, e empurraram ambos apoiando a tábua no peito do que parecia ser um homem fazendo o braço recuar subitamente para trás.

— FECHA AGORA! – Rey gritou. E Harry pulou novamente contra a porta, vindo seguido de Mary que tinha que tinha soltado a mesa que segurava anteriormente para vir como um gato pra cima da porta. Carley soltou sua tábua no chão enquanto a porta se fechava com um estrondo, logo em seguida, pudemos escutar múltiplas batidas na porta que vinham com determinado intervalo de tempo, batidas lentas, porém fortes. Carley foi em direção ao trinco que ficava acima da porta e o puxou para baixo, para que pudesse trancar a porta, ela girou a chave enquanto Rey pegava uma mesa de uma carteira próxima a ele.

Minhas lágrimas não paravam de rolar e eu não conseguia entender do porque isso estava acontecendo. A professora encostava a cabeça em meu peito, encharcando minha camiseta enquanto suas mãos trêmulas e sangrentas abraçavam meu pescoço.

Tinha alguém lá fora, alguém que não é mais humano, que estava tentando nos machucar...PORQUE DEUS? PORQUE?!

Rey depositou a mesa com um estrondo na frente da porta, Carley foi em direção a outra mesa, a pegou e a colocou em cima da mesa que Rey tinha acabado de colocar no chão, formando agora uma barreira com duas mesas.

Rob se jogou no chão depois de se afastar alguns passos da porta, e ficou lá sentado com os joelhos esticados enquanto as lágrimas rolavam incansavelmente. Harry se afastou as pressas e olhava para a porta de olhos arregalados com lágrimas presas neles enquanto levava a mão lentamente na boca. Mary estava quase agachada, e recuava da porta sem se levantar do chão desesperadamente, só parou quando seu corpo bateu contra a parede oposta. Ela estava agora debaixo da janela.

Eu abraçava a professora com todas as minhas forças enquanto escutava as batidas na porta virem com mais frequência, indicando que talvez agora houvesse mais de um deles na porta...

Não era pra nós fazermos tanto barulho...não quero morrer...

 

PONTO DE VISTA – MARY

 

Lá fora...lá fora tem mais...tem mais agora...eles querem entrar...eles querem me matar...eles...eles...quase entraram...ELES QUASE ENTRARAM.

Fechei meus olhos para impedir mais lágrimas de descerem. Meus olhos já estavam inchados graças a choradeira que foi o dia de hoje, e não são nem 15h.  A cada batida que eu escutava na porta, meu coração acelerava mais e mais. Estava sentindo ele sair do peito.

— Não deixe...não deixe...feche a porta...feche... – os murmúrios da professora Tasha me fizeram olhar em direção a ela. Matt a segurava em seus braços, eles estavam de costas pra mim, eu só conseguia ver as mãos da professora que estavam em volta do pescoço de Matt...mãos que pareciam ter sido pinceladas de sangue e que agora sujavam a gola da camiseta de Matt. Ela tremia muito.

Todos nós estávamos em completo estado de choque. Todos parados em seus lugares, a não ser Carley que andava de lá pra cá com uma das mãos na boca enquanto a outra tremia freneticamente. Seus olhos estavam úmidos, mas não estava chorando.

— Precisamos...precisamos...de silêncio. – Rey disse olhando em volta. Apesar de todos nós estarmos em completo silêncio naquele momento, entendi o que ele queria dizer.

Essas coisas...sabia que elas estavam aqui dentro da escola...mas aparentemente, o que Matt e Carley comentaram mais cedo sobre o barulho atrair eles é verdade. Ou foi o barulho que os atraiu ou foi a professora que os trouxe aqui...não acredito que tenha sido proposital, porque isso não faz sentido, mas...

De qualquer forma, eles estão aqui. Estão batendo na porta agora.

Querem entrar. Querem nos matar.

Mais lágrimas desceram dos meus olhos sem pedir permissão. Eu estou tão em choque que nem me dou o trabalho de seca-las, só deixo elas fluírem.

— Aqui-qui-quilo não era...não era...uma..uma.. – Carley tentava cuspir palavras pra dizer, mas parecia que as palavras não eram direcionadas a ninguém. Ela continuava andando de um lado para o outro e falava olhando pro chão. Parecia estar tentando processar tudo isso.

— Nã-não era. Não parecia pelo menos – Rey falou também olhando pro chão enquanto levava ambas as mãos no cabelo, os passando pra trás.

— Não era. Definitivamente não era. – Carley falou agora andando mais rapidamente.

Não era o que? O que estão falando?

— Não era o quê? – falei pra eles enquanto as lágrimas desciam. Eu não me importava mais com elas, já estava acostumada.

— O que estão falando? – Rob levantou a cabeça em direção a eles com o rosto inchado.

Caralho, estamos todos acabados.

— Mas e se fosse? E se isso faz com que perdessem a consciência? – Rey disse virado pra Carley ignorando totalmente as nossas perguntas.

— Não era. Ele quase veio na minha cara! Ele queria me matar de verdade! – Carley também se virou e encarou Rey com as duas mãos gesticulando na frente do próprio rosto – Se eu tivesse mais perto ele teria ido direto na minh-

— Pelo amor de deus! O que vocês estão falando, porra?! – Harry falou rispidamente interrompendo Carley e abrindo os braços em direção a eles – Dá pra falar?!

— Estávamos certos, Harry. – Carley virou-se direto pra Harry.

— O quê? – ele perguntou confuso. Olhei para Rob que olhou pra mim de volta com as mãos abertas e estendidas como quem se perguntasse “que merda que eles estão falando”. Dei de ombros em resposta, também não entendendo nada e ao mesmo tempo muito irritada por eles estarem excluindo nós da conversa.

— É a mordida que faz isso. Ou arranhão, eu sei lá! O homem na porta era o porteiro do colégio e ele não estava infectado antes. – ela respondeu, Matt levantou a cabeça revelando sua cara também inchada pelas lágrimas, a professora ainda o abraçava.

OI? HÃN? EU PERDI ALGUMA COISA?

— Pera, quê?! – eu disse.

— Aquilo que estava na porta, não era humano – Carley disse para Rey – mas sabemos que ele já foi. Era o porteiro! O tio! Em questão de horas ele veio parar aqui e quase arrancou minha cara fora! Ele está infectado. – ela virou-se novamente pra Harry.

— Ei! Dá pra parar de ignorar a gente na conversa?! O que vocês tão falando? – Rob disse agora em direção a eles. Carley revirou os olhos e colocou a mão na testa.

— Eu e o Harry estávamos na janela, certo? – ela perguntou a Rob.

— Hum. – Rob assentiu.

— Então, reparamos que todos os infectados lá fora tem algum ferimento causado pelos doentes, ou melhor dizendo agora, pelos zumbis— ela falou e olhou pra Harry, que assentiu com a cabeça. – Sabemos que todo mundo que tem esse ferimento, fica infectado e acaba ficando desse jeito. Mas sabemos também, que os mortos podem virar esses infectados do mesmo jeito que os vivos podem, mesmo estando mortos. – ela disse agora se virando pra mim.

— Mortos infectados? Tipo...se um morto tem um machucado desses ele pode voltar a vida? – perguntei confusa.

— Em teoria. É que vimos pessoas lá fora que tem um ferimento tão grave que ela só pode estar morta, não teria como sobreviver com determinados ferimentos que vimos. – Harry disse e Carley assentiu.

— Tipo? – Rey perguntou cruzando os braços.

— Tipo tripas pra fora por exemplo. Tem um policial lá fora que vimos e ele estava...com tudo pra fora... – Harry falou e olhou para o chão, fitando os próprios pés.

Não acredito. A pessoa estando viva ou morta...se for arranhada por essas coisas...vai voltar. Vai perder toda a consciência e voltar querendo matar todo mundo. É isso?

— Então...quem for ferido por eles, vai voltar como um deles. É isso? – perguntei

— É. Achamos que sim. – Carley respondeu.

— Não sabemos se com os vivos tem alguma diferença. – Harry disse.

— O quê? – Matt disse, se afastando aos poucos da professora que agora enxugava as lágrimas com sua mão ensanguentada.

— Tipo...não sabemos direito se a pessoa que está doente está morta ou viva. Não sabemos se os infectados estão de fato vivos e simplesmente perderam a consciência ou se estão todos mortos. – Harry falou.

— Exato. Lá fora você vai ver gente que COM CERTEZA está morta e voltou como um zumbi, mas ao mesmo tempo vai ver gente que aparentemente não tem nenhum ferimento grave e também está....zumbificada. – Carley complementou.

— Não tem como saber, então? – Rob perguntou.

— Por enquanto, não. – Carley respondeu. Logo em seguida ela virou sua atenção para a professora e se aproximou dela. – Professora?

Tasha ergueu os olhos e abriu os braços para abraçar Carley, que retribuiu desajeitosamente.

— Eu não...eu não... – Tasha tentava dizer enquanto se afastava do abraço.

— Senta aqui. – Carley puxou uma cadeira e guiou a professora até ela. – O que houve, professora?

Matt foi até os fundos da sala e pegou uma garrafa d’agua que estava esquecida lá, uma que eles tinham me oferecido quando passei mal. Ele voltou com ela e a estendeu para a professora que a pegou.

— Eu não sei. Foi tudo tão rá-rá-rápido Car-r-ley... – Tasha abria lentamente a garrafa enquanto falava com uma Carley que estava ajoelhada ao lado da professora.

Onde está a filha dela?

— Beba um pouco. – Carley apontou para a garrafa. Tasha assentiu lentamente e a levou na boca. Fui para perto de Carley, cheguei o mais próximo de seu ouvido e disse o mais baixo que consegui:

— E a filha dela?

Carley olhou para mim de relance e levantou levemente a mão. “Espere” ela queria dizer.

— Tem muitos lá fora. Muitos – Tasha disse e começou a soluçar – Eles...eles...entraram. Entraram na escola e estão pelos corredores – ela se virou pra nós e nos disse enquanto transitava entre os olhos de cada um de nós – pensei que....pensei que me deixariam. Eu bati na porta...eles estavam chegando...Scott estava chegando e achei que ele queria me ajudar mas ele quase me pegou! – ela disse se virando pra todos nós.

— Scott é o... – Harry sussurrou no meu ouvido, me virei levemente para que ele pudesse me escutar.

— É. É o porteiro. – respondi. Assumo que tive que puxar do fundo da minha memória pra lembrar o nome do porteiro.

— Scott está doente, não está? – Carley disse.

— Sim – ela falou e limpou o suor que escorria da testa e as lágrimas que escorriam dos olhos. Bebeu mais um pouco de água e continuou – Com certeza não era o Scott que eu conhecia, ele me olhou de um jeito que...que... eu achei...

— Que ia morrer. – Carley finalizou. A professora assentiu. – Pois é....eles não estão normais. Perderam o juízo totalmente, eu diria que ficaram loucos, professora. Acabei de receber o mesmo olhar, enquanto Matt te puxava pra dentro – Carley disse enquanto sinalizava com a cabeça para Matt. Todos ficamos em silêncio por alguns minutos.

Olhei para Carley que me olhou de volta e me sinalizou negativamente.

Mas eu precisava perguntar.

— Professora...você achou sua filha?

Tasha levantou o rosto para mim. Carley fechou os olhos e apertou os lábios enquanto suspirava profundamente.

Foi mal Carley, precisava perguntar.

Tasha me olhou por alguns minutos e depois olhou para o chão.

Ela não desabou em lágrimas. Isso é um sinal bom, não é?

— Eu...não a achei. – Tasha disse voltando a me olhar. Seus olhos estavam confusos. - Eu desci as escadas. E dei de cara com eles, mas eu corri muito e consegui descer o resto das escadas que dariam para a secretaria, até caí no meio das escadas por que não estava enxergando direito os degraus. Quando cheguei lá, havia mais deles que tinham entrado através do portão, então tive que pegar o corredor principal e cortar caminho. – ela olhava para o chão confusa enquanto relatava o ocorrido. Todos nós estávamos em sua volta, ouvindo atentamente enquanto as batidas da porta continuavam e a chuva caia lá fora.

— Nunca corri tanto na minha vida, alguns tentaram me pegar, mas eu os empurrei com a tábua. Estava quase chegando na sala onde supostamente minha filha teria sido levada pela professora do primário junto com as outras crianças. Foi aí que vi Helen...

— Helen? – perguntei.

— A professora do primário. – ela respondeu - Sinalizei para ela, para que ela se aproximasse. Eu não a via muito bem da onde eu estava, mas eu percebi que ela estava passando DO LADO dos infectados, e nenhum deles a atacava. Eu estranhei e me distraí. Foi aí que ouvi passos atrás de mim, me virei pronta pra me defender com a minha tábua em mãos, mas eu vi que era Scott...ele estava diferente, seus olhos tinham um brilho diferente e ele estava vindo em minha direção, mas eu estava desesperada pra saber da minha filha...eu ainda estou....

Puta merda.

— Eu perguntei a ele... se ele sabia onde Suzie estava, mas ele se atirou em cima de mim e me derrubou. Ele caiu em cima de mim, mas eu consegui afasta-lo com o pé. Assim que o afastei, corri mais um pouco, e vi a sala que minha filha estaria. Mas quando a abri... – ela falou e passou a mão na testa, limpando mais suor.

— O que? – Rob perguntou receoso.

— Nada. – ela respondeu.

— Nada? – Carley perguntou

— Eu abri a sala e a sala estava vazia. Me fechei lá dentro antes que me seguissem. Esperei até 5 minutos atrás, ouvi barulhos vindos daqui de cima e supus que eles se distrairiam com isso.

Nossa discussão...

Sai da sala e tentei voltar ao corredor, mas ele estava mais cheio do que antes, tive que correr pra saída de incêndio e subi até chegar na janela que daria pra escadaria novamente. Lá, eu tive que correr de novo, mas dessa vez eles estavam me seguindo escada acima e estavam no meu encalço. Por isso eu achei... – ela suspirou e continuou lentamente – achei que não ia dar tempo de abrirem....Oh Deus! – ela disse colocando as mãos no rosto.

Apertei meus lábios e passei meu braço por ela.

Estamos todos vivendo um inferno professora. Você vai achar sua filha, tenho certeza. Ela é como uma tartaruguinha, daquelas que você ensinou para nós quando éramos crianças... daquelas que conseguem voltar pro mar aonde a mamãe tartaruga está...

— Os inspetores devem ter levado as crianças para a policia, professora . Com certeza saíram daqui. Teve gente que saiu, e sua filha foi uma delas. Não se preocupe, vai encontrar ela. – eu disse, apesar que eu não acredito tanto no que estou dizendo. Mas eu preciso falar isso pra ela. Eu só...preciso.

Ela assentiu e apoiou a cabeça próxima a minha bochecha, senti em meu peito algo levemente umedecido.

— Me deixe tirar isso, pra não te sujar – ela disse retirando lentamente a cabeça da minha bochecha e desabotoando o jaleco de professora. Percebi que no ombro do jaleco havia um rasgo, e nesse rasgo havia sangue.

Ela tirou o jaleco. Todos nós arregalamos os olhos.

No ombro da professora podia se ver dois arranhões paralelos um ao outro que vinham do começo do ombro até o começo da axila.

Não...


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Notas finais do capítulo

O.O E agora?? Comentem aí em baixo o que estão achando até agora!



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