Guilda Do Alvorecer: O Reino Caído escrita por Mandy, TenshiAkumaNoLink


Capítulo 8
Capítulo 7 - A Chegada - Will


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Pedimos perdão pela demora. Esse capítulo demorou para ser escrito, e por ter ficado grande demais, optamos por dividir ele em dois para ficar mais fácil para vocês controlarem onde pararam a leitura.
Bjs e boa leitura!



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A grande cidade de Yarzeth era o principal centro comercial do reino de Mytra. Nessa época do ano a cidade estava cheia a ponto de ser muito difícil conseguir um quarto nas estalagens locais. Mercadores chegavam de diversos lugares, alguns saiam de vilarejos vizinhos, já outros vinham de até mesmo de reinos de outros continentes. Nas ruas, era possível ouvir pessoas falando em diversos idiomas; mercadores estrangeiros arriscavam um mytriano precário tentando atrair a clientela, famílias conversavam em em tello, idioma de Tellus, e outras em sunáro, de Sunaria, além de vários outros idiomas que eu desconhecia.   

Mas por outro lado, esse grande fluxo de pessoas e a grande circulação de dinheiro atraía a guilda de ladrões. Todo dia no posto da guarda local aparecia alguém desesperado por ter tido algo importante roubado. Quando não conseguiam resolver isso, recorriam ao quadro da cidade, oferecendo recompensas por encontrar ou recuperar alguma coisa, em outras palavras, mais trabalho para mim. A desgraça alheia é a minha fonte de renda!

Eu sou um caçador de recompensas desde meus 17 anos, quando precisei arranjar alguma forma de sustentar meus irmãos mais novos quando meu pai faleceu e minha mãe adoeceu. Eu procuro criminosos fugitivos e passo informações para a guarda local, além de fazer os trabalhos que surgiam volta e meia no quadro da cidade. É um trabalho meio instável, mas é o que tenho.

Iniciei meu dia indo até a taverna local, O Caneco dos Gigantes. Devido ao grande fluxo de pessoas durante a alta temporada, boa parte das mesas estavam ocupadas. Em algum ponto, dois indivíduos começaram a brigar, fazendo o taverneiro, Goro, gritar:

— Nada de brigas no meu estabelecimento! Se causarem tumulto, eu os colocarei pra fora! - Ele era um homem alto e forte que trajava um elegantíssimo traje verde folha e que tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo. Sua voz grave reverberava pelas paredes da taverna, e fez os dois briguentos se encolherem e voltar para seus lugares bem quietinhos.

— Parece que você está tendo um dia e tanto, Goro. - Comentei.

— Ora, ora, se não é o meu cliente favorito! Como vai Will? - Disse Goro, simpático como sempre.

— Vou bem, e você?

— Bem, apesar das confusões e do movimento gerado pela alta temporada. Veio tentar conseguir alguma informação?

— Exatamente! Parece que você já me conhece muito bem. - Observei, sorrindo. Quando minha mãe ainda estava viva, ela trabalhava no Caneco Dos Gigantes, e como meu pai trabalhava na cidade vizinha e não podia cuidar de mim, Goro deu permissão para que ele me levasse pra lá durante o expediente. Quando meu pai faleceu, o trabalho de mamãe não era o suficiente nem para nos alimentar, então muitas vezes ele nos ajudou com coisas que fossem essenciais. Por conta disso, eu e meus irmãos temos ele como se fosse parte da nossa família.

— Vai uma caneca de cerveja para acompanhar?

— Claro! - Paguei pela bebida e retirei um pergaminho amassado do bolso e mostrei para ele. - Viu esse sujeito?

— Ah sim, ele esteve na taverna a alguns dias atrás. Qual é a missão desta vez? Prendê-lo? Matá-lo? - Perguntou enquanto colocava uma caneca cheia de cerveja na minha frente.

— Descobrir seu paradeiro e se possível, capturá-lo. Mas infelizmente parece que eu cheguei tarde...

— Entendo, é uma pena. Você deveria checar o mural da cidade. Eu vi uma moça colocando uma mensagem lá, talvez seja algum trabalho bom.

— Irei dar uma olhada. Muito obrigado pela recomendação. - E após me despedir, saí da taverna.

Seguindo a indicação dele, fui até o mural. Um pergaminho com uma mensagem escrita com uma tinta azul escura, comum em Sunaria, trazia a seguinte mensagem.

“Procura-se alguém para realização de escolta até à sede da Guilda do Alvorecer. Por motivos de segurança pessoal, não revelarei o motivo de minha ida até lá, mas minha vida depende disso. Caso alguém se interessar, por obséquio tratar com o bom senhor da taverna.

Obrigada!

Assinado: Hinata.

Recompensa: 2500 moedas de ouro ”

Ao concluir a leitura, pensei. É, ela é mesmo de Sunaria, tendo em vista seu nome. Recentemente Vorsêris e Sunaria estreitaram relações, então alguém vindo de lá decidindo buscar algo com a Guilda Do Alvorecer era no mínimo…. interessante.

Era algo que envolvia questões políticas, deduzi. Minha regra de ouro é “Se meta em tudo, menos em problemas políticos”, mas por 2500 peças de ouro… Poderia viver bem por um bom tempo. Só que pra poder receber a recompensa, eu preciso sobreviver até lá. Para essa moça, Hinata, estar oferecendo tanto dinheiro pra uma escolta, deve ter um grande número de pessoas atrás da cabeça dela, e provavelmente usuários de magia devem ter sido enviados.. “Mas são 2500” falou uma vozinha na minha cabeça. Não, Will, você não pode fazer isso. A regra de ouro Will, a regra de ouro. “Não vai surgir outra oportunidade assim”.

Eu vou fazer isso, conclui por fim. A Guilda Do Alvorecer não é tão longe, e se tomarmos cuidado, nada pode dar muito errado, pode?

Enquanto eu retornava pra taverna, vi uma seta sendo disparada contra uma moça encapuzada que saia de lá. Ao perceber a seta vindo em sua direção, ela congelou em choque e eu a empurrei no último instante.

— Você está bem moça? - Perguntei para a jovem de pele branca como a neve, olhos índigo e cabelos azuis-escuros.

— S-Sim… Estou bem. - Respondeu ela ainda em choque, com a voz trêmula.

Olhei para o local de origem da seta e vi um sujeito com vestes e capuz marrom em cima de uma casa de dois andares perto daqui. Fiz menção para ir atrás, mas ela me segurou e disse:

— Você está bem? O seu braço… - E percebi que havia um corte no meu braço esquerdo. O projétil deve ter me acertado de raspão quando eu a empurrei.

— Não é nada. Eu devo ir atrás dele…

— É melhor você ficar, pode ser perigoso, além do mais você está ferido. Quem quer que seja, iria tirar vantagem disso para lhe machucar ainda mais. - Ela se levantou e prosseguiu dizendo - Venha comigo, eu tenho algumas ervas medicinais que podem te ajudar. - E me puxou para dentro da taverna, ignorando meus protestos afirmando que o corte não era nada demais.

— Pelos deuses, o que houve senhorita Hinata? O que houve com o seu braço Will?

— Depois eu explico a situação senhor Goro, preciso cuidar do ferimento no braço dele. - Disse Hinata enquanto me puxava para um quarto nos fundos da taverna. - Sente-se, eu vou fazer um curativo no seu braço. Não é algo muito sofisticado, mas garanto que irá sarar em pouco tempo.

— Não é necessário, isso não nada sério. Só pegou de raspão… - Mas ela não deu ouvidos e me fez sentar em uma cadeira próxima a uma escrivaninha. Ela retirou um unguento de sua bolsa e passou na ferida, e depois cobriu com uma bandagem.   

— Prontinho, logo logo estará regenerado. - E ela sorriu para mim.

— Obrigado.

— Finalmente o movimento acalmou um pouco. - Disse Goro, se sentando na ponta da cama do pequeno quarto. - Afinal o que aconteceu lá fora?

— Alguém tentou matá-la com uma seta. Eu vi o sujeito sobre uma das casas aqui perto, e ele saiu correndo quando eu o vi. Eu iria atrás, mas ela não permitiu. Acho que deveríamos ir até a Guarda Local.

— NÃO!!! Por favor, eu lhe imploro, não leve-me até a guarda local. - Disse Hinata em tom de desespero.

— Lamento Will, receio que não posso concordar com isto. Isso seria extremamente prejudicial a senhorita Hinata.

— Como assim? - E me lembrei do papel que eu retirara no quadro de avisos da cidade. Retirei o papel cuidadosamente dobrado do bolso, o abri e mostrei para ela. - Foi você que colocou isso lá, certo?

— Sim. - Hinata falou enquanto assentia com a cabeça.

— Tem questões políticas envolvidas nessa tentativa de homicídio, certo? Recentemente Vorsêris e Sunaria andaram estreitando relações, e você está atrás da Guilda do Alvorecer, principal inimiga de Vorsêris, e você sem dúvida é de Sunaria. Seu nome, suas vestes, a tinta azul usada para escrever. Estou errado?   

— Você está certo em grande parte das afirmações, embora eu duvide muito que os agentes de Sunaria queiram a minha morte, tampouco Vorsêris e seus soldados, afinal, eu faço parte dos “planos” deles. - Declarou Hinata com certa tristeza em sua voz.

— Como assim? - Indaguei confuso.

— Hinata faz parte de uma das 12 famílias da casta real de Deep Blue Ocean, em Sunaria, mais especificamente da família Kaizen, a família conhecida no mundo inteiro por suas sacerdotisas. Se o rei de Vorsêris conseguir um casamento político com uma das famílias, ele terá acesso a todo o armamento de Sunaria e a um grande exército, além é claro de um gigantesco posto avançado. Levarmos o incidente até a guarda local só atrairia atenção indesejada para ela. Você entende agora, Will? - Explicou Goro.

— Então quem a atacou hoje deve ter interesse em impedir a aliança, mesmo que seja tirando a sua vida. Logo, não é um agente da Sunaria nem de Vorsêris. - Concluí.

— De qualquer forma, eu não posso mais ficar parada, eu preciso ir até a Guilda o quanto antes, mas sozinha será uma tarefa arriscada.

— Eu aceitarei a tarefa. - “Não se envolva com política Will” repetiu a voz na minha mente, mas à ela eu apenas disse “Dane-se, são 2500 peças de ouro.” - Devemos reunir suprimentos para viagem, então eu irei comprar tudo que for necessário hoje e partiremos amanhã cedo.

— Oh puxa, não tenho palavras para expressar minha gratidão senhor Will. - Hinata agradeceu e fez uma reverência.

— Parece que a senhorita estará bem acompanhada. Mas não se preocupe, eu irei lhe acompanhar juntamente de Will. Eu devo um favor ao seu avô e também tenho “assuntos” a tratar na Guilda.

— Fico agradecida senhor Goro, mas e a taverna?

— Não se preocupe, não importa por quanto tempo eu fique longe, O Caneco Dos Gigantes nunca ficará vazio, hehehe.

— Então está decidido. Partimos amanhã cedo, então tentem não dormir muito tarde. Eu organizarei tudo que for necessário para a viagem, então Hinata, evite sair e se expor a riscos desnecessários. E Goro, fique de olho nela.  

— Entendido Will.

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Antes mesmo do dia amanhecer, eu já estava de pé. Minha irmã, Beatrice, que tem um sono leve, acabou acordando com a movimentação na casa. Esfregando os olhos, ela foi até a sala, bocejou e disse:

— Aonde você vai à essa hora, irmãozinho?

— Eu acordei você? Me desculpe. Eu consegui um outro trabalho e vou ter que ficar alguns dias fora da cidade.

— Pra onde você vai? - Perguntou enquanto tirava uma mecha do cabelo castanho ondulado que havia caído sobre os olhos também castanhos.

— Pra fronteira com Tellus. Uns mercadores querem escolta para a carga já que estão ocorrendo muitos assaltos. - Menti. Se eu dissesse a verdade, ela se preocuparia à toa. - Por favor, cuide do Jamie.

— Eu farei isso.

— Eu deixei algum dinheiro na gaveta da sua cabeceira. Use-o para o que precisarem. Não torrem tudo com bobagem. Eu não sei quando eu volto, então é bom evitar desperdícios.

— Tá bom, irmãozinho. - Respondeu emburrada.

— Agora volte a dormir. Você tem que estar disposta amanhã. É seu primeiro dia de trabalho na alfaiataria.

Ela arregalou os olhos e se virando pra ir em direção ao quarto ela disse:

— Ai meu deus, é verdade! Tchau irmãozinho!

— Tchau Bea. - Falei enquanto ria. Então me lembrei do que eu tinha que fazer e pensei melancolicamente “Ainda darei uma boa vida pra vocês dois. Vocês não terão que passar pelo que a mamãe e o papai passaram. Eu prometo.”  

—______________________________________________________

 

— Estou pronta para partirmos. - Disse Hinata á Goro, que estava terminando de organizar sua mochila.

— Ótimo, acredito que logo Will estará aqui para partirmos. - Respondeu ele, colocando a mochila nas costas.

— Já estou aqui! - Falei, acenando em frente a porta.

— Ótimo, não vejo a hora de chegarmos a Guilda! - Disse Hinata sorrindo.

— Como ela consegue estar tão animada estando fugindo de assassinos? - Perguntei baixinho à Goro.

— Sinceramente, eu não faço ideia Will, pois ela me relatou que viveu coisas horríveis em Sunaria. Honestamente acho admirável a capacidade dela de conseguir sorrir em meio a tantos problemas e seguir em frente na busca por uma solução.

— Vamos logo rapazes, a Guilda nos espera!

—______________________________________________________

  

A Floresta das Trevas definitivamente faz juz ao nome. Ela era tão densa, que quase nenhuma luz passava por entre as árvores, a ponto de ser difícil dizer se era noite ou dia, o ar era frio, o que contrastava com o clima quente da região e também havia algo estranho ali que me deixava extremamente desconfortável, mas que eu honestamente não sabia explicar o que era.

    Hinata foi na frente, mostrando o caminho, e eu e Goro ficamos alertas a possíveis sinais de perigo.

    – Vocês estão bem? - Perguntou Hinata preocupada conosco. - A magia caótica que envolve a floresta pode deixar algumas pessoas atordoadas e até mesmo provocar alucinações.

    – Sim, estou bem. Só estou um pouco “desconfortável”, para dizer a verdade, mas não é nada demais. Só me pergunto como é que vamos encontrar a Guilda do Alvorecer. Ouvi dizer que ela é ocultada por um feitiço poderoso e que a Floresta Das Trevas é protegida por magias que fazem com que uma pessoa fiquei andando em círculos por muito tempo.

    – É uma boa pergunta, Will.

    – Com isso aqui. - Esclareceu Hinata, segurando o pingente do colar que estava usando. Era uma pequena águia de bronze com olhos feitos de uma pedra preciosa prateada. - Com isso eu poderei ver a Guilda quando chegar lá. E um velho mago me ensinou a me guiar pela floresta das Trevas. Acho que era Airus o seu nome. Ele disse que um usuário de magia, como eu, poderia sentir a nuvem de energia mágica que cobre a floresta, e ir controlando de forma que ela não nos faça andar em círculos.

    – Ah, entendo.

Senti alguma coisa prender o meu pé. Olhei para baixo e vi que era apenas uma raiz de uma planta. Quando eu fiz força para me soltar, ela começou a apertar mais e cresceram até o meu joelho.

— Mas o que diabos...?

    – Se vocês não lutarem contra elas, elas não lhe farão mal. - Falou uma voz masculina. Um homem de uns 30 anos, de barba rala, olhos castanhos, pele bronzeada, usando uma armadura de couro, saiu das sombras. - Apenas me entreguem a sacerdotisa que eu os deixarei em paz. Se não o fizerem, minha amiga irá garantir que vocês não voltem a se meter no nosso caminho.

    – Exatamente! - Uma maga de vestes azuis, cabelo loiro, olhos azuis e pele branca, saiu do lado oposto.

    – Eu nunca vou entregá-la pra vocês. - Gritei, e a moça bateu com o cajado no chão, fazendo com que as raízes crescerem até a minha cintura. - Desgraça....

— O que vocês querem de mim? - Perguntou Hinata, tentando se desvencilhar das raízes. - Sou apenas uma mulher qualquer, me deixem em paz!

— Acho que falar com eles não vai funcionar senhorita Hinata. Assim que eu me soltar dessas raízes, eu vou matar esses dois! - Disse Goro com os braços presos pelas raízes. - Mas que droga, o que há com essas raízes, mesmo eu com toda minha força não deveria ter trabalho para destruí-las.

— Raízes mágicas não são tão frágeis como raízes comuns. - Explicou a bruxa. - Desistam enquanto é...

Sua voz foi silenciada quando uma seta mágica laranja atravessou o corpo dela, fazendo-a cair morta no chão, e imediatamente suas raízes mágicas viraram pó. Seu companheiro arregalou os olhos e se virou para correr, mas se chocou contra um homem alto e velho vestido de branco que parecia muito, muito irritado. O primeiro tentou recuar andando de costas, mas caiu sentado.

    – P...por...por favor, poupe-me, senhor!  

    – Radix - E raízes surgiram do chão e amarraram o homem.

    – O que você vai fazer comigo?

    – Eu? Nada. Mas meus amigos da Guilda Do Alvorecer talvez façam algo.

    – Airus? É você?

    – Sim Hinata, sou eu. Fiquei sabendo que um famoso grupo de mercenários desertores da Guilda do Alvorecer estavam trabalhando numa emboscada, então achei que seria conveniente intervir.

— Eles eram da Guilda? - Indaguei, surpreso.

— Desertaram a um bom tempo. - Comentou Airus.

— As coisas são tão ruins lá para ele querer desertar?

— Eles foram pegos fazendo algo que não deviam e antes de serem devidamente punidos, eles fugiram. Devemos ir, a Floresta das Trevas não é o lugar mais seguro para permanecermos por muito tempo.

—_______________________________________________________

   

A nossa jornada durou quase um dia. Eu sentia dor em todos os músculos do corpo e já era um pouco difícil manter os olhos abertos por conta do cansaço. Durante o percurso, fizemos apenas uma parada de uns 15 minutos para comer e beber algo, com o velho mago resmungando que não devíamos acampar ali. A pausa só ocorreu porque Hinata sucumbiu e não conseguia dar mais um passo e ficou um bom tempo repetindo que sentia muito e que tinha pernas fracas.

— Chegamos! - Falou Airus, depois de muito tempo.

Eu olhei para todos os lados confuso. Não havia nada ali.

— Como assim chegamos? Não há nada aqui…

— Você não pode ver, mas há uma grande muralha de madeira diante de nós. - Declarou Hinata.

— Apenas nos siga, rapaz, e verá.

Eu, Goro e o desertor (que estava sendo puxado por cordas mágicas de Airus) seguimos Hinata e Airus e após darmos poucos passos, o cenário diante de nós mudou para um lugar que lembrava uma pequena cidade. Havia uma ferraria, onde um draconiano trabalhava na produção de alguma coisa junto a um pequeno rapaz de óculos que não parecia um humano puro. Ao lado esquerdo havia um templo, no qual uma velha sacerdotisa de cara amarrada pregava a palavra de Sunya, deusa da cura, do amor e da fertilidade, e do lado direito, separado por uma estrada de terra, havia uma taverna.

Ao longe, à esquerda, pude avistar o Forte Dyron. Era uma construção realmente impressionante. Não parecia uma construção feita por humanos, lembrava muito às construções élficas antigas abandonadas no norte de Mytra. Era como um grande palácio élfico, não como um forte militar.

Uma estranha, mas linda, mulher surgiu vindo da estrada de terra. Ela era a pessoa mais linda que eu me lembrava de ter visto. Não era muito alta, devia ter entre 1,60 e 1,63, não mais que isso, e vestia uma roupa preta e uma capa com capuz vermelha. Sua pele era clara, com as bochechas levemente rosadas, os lábios pareciam com os de uma boneca, conseguindo ser grossos e delicados ao mesmo tempo, os olhos eram azuis acinzentados, como eu nunca havia visto antes e seus cabelos pretos e ondulados caíam graciosamente sobre os ombros. Ela sorriu ao nos ver e foi até nós.

— Mestre Airus, quanto tempo!

— Olá pequenina! - Disse Airus, afetuosamente.

— Vejo que trouxe alguns companheiros. Quem seriam eles?

— Esses são Hinata, uma sacerdotisa e diplomata de Sunaria, e seus protetores, Will e Goro. Meus amigos, essa é minha velha aprendiz, Marian. Ela é líder da 3ª Aliança da Guilda Do Alvorecer, os Engendradores.

— É um prazer conhecê-los! - Ela fez uma reverência e sorriu para nós.

Olhando para o desertor de soslaio, Airus puxou a corda mágica, e quase fez o sujeito cair.

— Também trouxe comigo esse velho conhecido nosso...

— Dizem que quem é vivo sempre aparece, não é mesmo Marco?  - Ela fez um sinal com a mão para um homem que estava por ali.

— Como posso ajudar, comandante?

— Eric, leve-o até as celas e peça para Duncan interrogá-lo.

— Sim senhora.

Voltando sua atenção para nós novamente, ela disse:

— Eu estava esperando por vocês. Venham comigo Hinata e Airus. Acho que temos muitas coisas importantes para discutir. E quanto a vocês, pedirei à Serena que lhes apresente a base e os leve até uma lugar onde possam ficar até partirem.

 

    FIM DO CAPÍTULO 7.

 


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