Guilda Do Alvorecer: O Reino Caído escrita por Mandy, TenshiAkumaNoLink


Capítulo 4
Capítulo 3 - Acendendo A Rebelião - Henry




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Eu era exatamente o oposto do que se espera de um líder, mas aparentemente eu fui o escolhido para esse papel.

Suspirei e olhei para Keiran e Anette enquanto eles me faziam mil e uma perguntas sobre como deveríamos nos organizar, e Milene ria baixinho.

— Qual o plano, “líder”? - Indagou ela, em tom debochado.

— Ahn… - Eu tenho boas ideias, mas elas dificilmente surgem de imediato quando as pessoas me encaravam. - Bem, eu acho que…

— É bom libertarmos os nossos aliados primeiro, não? - Disse Milene, me encarando com seu olhar penetrante e assustador.  

Engoli em seco e disse nervosamente:

— É, é mesmo, hehe. Seria uma boa começarmos por isso. Boa ideia Milene. - Falei com a voz trêmula.

Milene é uma pessoa um tanto assustadora, e ficar na sua presença me deixava no mínimo nervoso. Eu sei que ela é irmã da senhorita Marian, mas eu não conseguia me livrar do desconforto diante dela por conta de sua personalidade um tanto peculiar e por ela ser nada menos do que uma ladra e assassina. Era difícil crer que elas eram irmãs.

— Por que não abrimos as celas, mas alertamos pra abrirem quando a Marian e a Serena derem sinal. Todos juntos, teremos mais chances, não? - Sugeri.

— Realmente, vamos ter mais chances de vencer se lutarmos todos juntos. - Concordou Milene. - Mas vamos ter que passar despercebidos para chegar até os líderes. Eles tem vigias por toda a parte, isso vai ser um problema.

Keiran, se sentou no chão e começou a fazer desenhos no chão. Seu cabelo castanho e liso estava solto e caiu sobre os olhos castanhos. De forma atrapalhada, ele tentou ajeita-lo com a mão com o graveto e acabou por jogar areia no próprio rosto. Anette e Milene tentaram com dificuldade conter o riso e eu o observei intrigado, mas ele agiu como se não percebesse, e após limpar os olhos seguiu com os desenhos  no chão. Sem querer interromper seu raciocínio, eu disse:

— Hã… o que você está fazendo, Keiran? - Ele não me respondeu e ficou encarando o chão de forma séria. - Keiran!?

— Ah, o que…? - Disse ele como se tivesse levado um susto.

— O que é isso? - Perguntei.

— Ah! Isso? - Ele se levantou e apontou o graveto para o desenho no chão. - É um desenho da vila. Acho que vamos conseguir visualizar melhor assim. Eu estava pensando… - Ele ficou em silêncio, e achei que ele tinha se perdido em pensamentos outra vez, mas ele prosseguiu. - Acho que podemos fechar um cerco ao redor do inimigo.

— Como? - Perguntou Anette, se aproximando do desenho.

— Nossos aliados estão no acesso norte da vila, perto de onde estamos. Os líderes estão no acesso sul. Supondo que consigamos libertá-los, o inimigo poderia ser cercado. Só que pra isso, precisamos atrair a atenção deles pro meio, para então nos organizarmos.

— Nada mal! - Falou Anette, claramente surpresa. Se recuperando do momento de surpresa, ela sorriu pra ele, e ele sorriu também.

— Nada mal mesmo. - Concordei. - Acho que eu posso criar uma distração no meio. - Abri minha mochila de couro e retirei alguns explosivos que eu criara antes da viagem. - Acho que isso vai ser útil.

— O que é isso? - Indagou Milene, franzindo o cenho.

— Explosivos. - Respondi timidamente. - Hã… estive pensando... eu posso criar a distração com isso.

— Não é perigoso demais? - Perguntou Anette, enquanto colocava o cabelo castanho avermelhado, que tinha caído sobre os olhos verdes, atrás da orelha.

— Só se eu explodir antes da hora, antes de sair de perto, o que eu não tenho motivo pra fazer. - Respondi.

— Mas se você não for abrir ajudar a libertar os prisioneiros, quem vai? Quero dizer, os únicos realmente bons em abrir trancas são você e Milene. - Observou Anette.

— Ãhn, na verdade… - Disse Keiran, com cautela. - Eu até sei alguma coisa, mas não sou um especialista.

— Desde quando…? - Perguntou ela um tanto surpresa.

— Ahn, desde que… ah, melhor eu contar sobre isso outra hora. Estamos com pressa, não?  - Falou ele desconfortável, fugindo da resposta. Não sou bom em observar emoções das pessoas, mas isso foi bem óbvio. Aliás, me pareceu que o tal “depois” era na verdade um “nunca”.  

— Bem - Começou Milene, mudando o foco. - acho que eu e Keiran podemos abrir as trancas e Anette pode ficar de guarda e nos avisar se algum inimigo estiver se aproximando.

— Eu irei explodir dentro quarenta minutos. Ãh, acho que é o suficiente para vocês soltarem todo mundo… ou não é?

— Acho que se corrermos bastante, será suficiente sim. - Disse Milene.

— Mas e quanto aos guardas, se tiver algum perto? - Questionou Anette.

— É só derrubá-lo e esconder o cadáver entre essas pilhas de pedras que estão por todo canto. - Disse Milene, como se fosse a coisa mais simples e óbvia do mundo. Ela falou isso com uma naturalidade que me fez pensar “Ela certamente não é normal.”

— Mas e ele? - Perguntou Keiran, olhando pra mim. - Ele não é um lutador, ele é apenas o garoto que cria coisas destrutivas e úteis para a missão. Sem querer ofender, claro. - Complementou ele, ao ver meu desconforto com isso. - É que tipo, se você der de cara com um inimigo, vai estar com problemas. Não só você, todos nós na verdade.

Suspirei e disse:

— Eu tenho os meus truques, posso me cuidar sozinho.

— Se você tem certeza disso. - Disse Keiran, dando de ombros. - Vamos, há muito a ser feito.

—___________________________________________________

Seguindo o plano, fui o mais cautelosamente possível até o centro da vila. A vila estava uma completa desordem. Materiais de construção, barris e caixas com suprimentos, barracas, entre outras coisas, estavam espalhados por todo canto. Homens de Vôrseris estavam por todo canto, vigiando grupos de escravos draconianos que trabalhavam arduamente carregando imensas pedras até a muralha em construção. Algumas casas estavam parcialmente queimadas e as outras, que estavam intactas, tinham soldados dentro.

Me esgueirei por entre esses montes de entulho, evitando olhar os pobres e torturados draconianos, para não me deixar tomar pela ira e acabar estragando o plano, e fui até onde tinha uns caixotes e barris. Era um bom lugar para colocar discretamente um explosivo, e ainda era cercado o suficiente, para que eu não fosse pego enquanto preparava isso. Abri minha mochila e tirei C5A7-2, uma pequena esfera com asas, uma vigia eletrônica, que quando detectava algum sinal, fazia com que uma pequena luz em meu bracelete piscasse para me alertar, e então jogava uma nuvem de fumaça. Coloquei minha pequena invenção para funcionar e me pus a instalar alguns explosivos.  

Não demorou muito para a luzinha começar a piscar e eu pensei “Ah, droga”. Para a minha felicidade, eu tinha conseguido colocar o necessário a tempo, mas agora o problema seria sair dali. C5A7-2 começou a lançar uma nuvem de fumaça, envolvendo dois vôrserianos, então fui para o lado oposto, o mesmo lado de onde eu viera.

Coloquei meu capuz, e me escondi atrás de um bloco de pedra a uma boa distância. Os soldados de Vôrseris estavam me procurando já, eu estava com problemas, e ao que tudo indicava, meus amigos estariam também em breve. Eu tinha que pensar em algo para evitar um caos, ou rezar para que Marian e Serena ao menos já tivessem desarmado as armadilhas.

Eu tentei manter a calma e mantive os olhos bem abertos para caso Marian e Serena mandassem o sinal. Vi uma luz, que parecia de uma explosão vinda do lado onde Marian estava, mas nada do sinal que Serena ficara de enviar. Olhei discretamente para o topo do morro onde ela deveria estar, e não vi as pequenas figuras vermelhas de Vôrseris, mas isso podia não dizer muito. Torci internamente para que ela e Bear estivessem bem e que isso fosse só um atraso qualquer.

Ouvi som de passos de alguém que se aproximava. Contei até cinco mentalmente, e ativei os explosivos. Que fosse o que os deuses quisessem.

 FIM DO CAPÍTULO 3


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Um abraço!



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