Guilda Do Alvorecer: O Reino Caído escrita por Mandy, TenshiAkumaNoLink


Capítulo 3
Capítulo 2 - O Acordo - Serena


Notas iniciais do capítulo

Olá!
O capítulo 1 sofreu edições pesadas, então se você leu a versão antiga, recomendo voltar nele. Foram arrumados erros de formatação, adicionadas descrições dos personagens, entre outras coisas. Desculpem-me por qualquer inconveniente que isso seja, nossa ideia era aprimorar o conteúdo apresentado para que a leitura se tornasse mais prazerosa para vocês, caros leitores.
Um abraço!



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Nossa subida só não tomou mais tempo graças ao pergaminho de teleporte que Marian me dera dias atrás, antes de sairmos da última vila na qual paramos, e que eu acabei não usando até então.

— Me pergunto como será que estão os cativos da aliança neste momento. - Disse Bear curioso enquanto percorríamos a última parte do trajeto. - Espero que não estejam feridos ou algo do gênero.

— Também espero. - Murmurei, de coração apertado. - Eu irei usar magia de paralisia neles. Como são em torno de dez, isso exigirá muito de mim. Você precisa rapidamente eliminar todos eles. Se eu não conseguir segurar, estaremos com problemas.

— É um bom plano, mas um tanto arriscado. - Sussurrou ele, preocupado.

— Você não vai passar despercebido e não posso lidar com eles em combate corpo a corpo. É a única opção que consigo pensar agora. Eu posso lançar feitiços de invisibilidade em nós, mas eles não duram muito. Vai nos dar algum tempo a mais pra acabar com eles.

— Está certo. - Disse ele. Por mais que suas palavras concordassem com o plano, ele parecia estar incomodado com algo. “Deve ser coisa da minha cabeça”, concluí.

— Invisibilia - Sussurrei a palavra de poder de invisibilidade. Feito isso, fiquei em silêncio por um segundo, respirei fundo e comecei a canalizar a energia mágica. Feitiços de paralisia eram difíceis pra mim, pois não são a minha especialidade e eu teria que utiliza-lo em dez homens ao mesmo tempo.

“Se acalme, Serena, você consegue.” Controlando os nervos, pronunciei:

— Impediendum! - E graças à deusa Lunalia deu certo.

Bear partiu pra cima deles, derrubando parte dos soldados paralisados com sua longa espada de dois gumes, fazendo movimentos ágeis e precisos. Não posso dar uma visão muito mais detalhada do combate, acabei não prestando tanta atenção, pois manter o feitiço exigia muita concentração, então o pouco que vi foi com leves espiadas, cuidando pra não perder o foco no principal.  

Sobre o que se seguiu, tendo em vista o número que restou de inimigos, imagino que teria sido uma luta fácil se eu tivesse conseguido manter a droga do feitiço pelo tempo necessário, o que lamentavelmente não aconteceu. Senti meu corpo fraquejar e caí de quatro no chão. Eu usei mais mana do que seria aconselhável.

Ao que pude perceber, agora em condições de observar melhor, sem a responsabilidade de manter a concentração num feitiço ativo, faltavam quatro homens ainda, mas ao menos Bear eliminara os próximos das armadilhas de pedra, então ainda tínhamos chance. Os quatro remanescentes estavam sendo espertos, se fechando em um círculo de costas uns pros outros e mantendo os escudos erguidos, fazendo com que Bear não pudesse atacar sem ser pego. Estávamos com problemas e a magia de invisibilidade não tinha uma duração muito longa.

Reuni todas as minhas energias para me pôr de pé, e dei uma olhada ao redor. Eu não era uma boa lutadora e estava completamente esgotada. Eu precisava descobrir alguma coisa, qualquer coisa, pra ajudar Bear, de preferência antes do feitiço de invisibilidade perder o efeito, ou eles partiriam pra cima dele e 4x1 seria um duelo difícil.

Avistei uma jaula não muito longe. “Só um instante, tem prisioneiros aqui também?” pensei.

Me aproximei e pude ver ali dentro homem de cabelos lisos pretos presos em um rabo de cavalo, olhos puxados como os de um gato que tinham um tom quase negro, com a pele amarela e de aspecto oleoso, e lábios e nariz finos, estava com uma expressão carrancuda sentando de pernas cruzadas.

— Parece que algo está acontecendo e eu nem posso participar da diversão. - Reclamou ele, com uma voz bastante aguda.

Soris!!! Mas o que diabos ele estava fazendo aqui? Hesitei, me perguntando se devia abrir ou não. Soris é um velho conhecido da Guilda. Ele é um ladrão e assassino que volta e meia trabalhava conosco, e sempre no final tentava alguma forma de trapacear. Marian recorria a ele em emergências, geralmente em busca de informações, mas sempre a contragosto. Ele trabalhava pra quem pagasse mais, e não hesitaria em nos trair se pudesse sair ganhando. Será que ele valia o risco?

Suspirei. Eu tinha que agir de alguma maneira. Me aproximei da cela quando ouvi ele dizer.

— Há alguém aí, não? Muito barulhento… Me liberte que eu termino essa luta pra você. Acho que a chave está ali. - Ele apontou pra uma direção

— Você…. - Comecei a falar, mas fui cortada por ele.

— Eu tenho ouvidos sensíveis. Agora vá lá e me tire daqui. - Falou ele, como uma ordem.  

— Você não está em posições de me exigir algo…. - Falei.

— Você também não está em posição de poder desperdiçar tempo, seu aliado parece estar bastante encrencado, não é mesmo? - Respondeu ele em tom incisivo.

— Oh, droga… - "Cretino labioso e esperto" pensei irritada, e fui buscar a chave tendo que admitir pra mim mesma que ele tinha razão.

— Eu sei o poder de barganha que tenho, fofa. Abra logo, Sirena.

— É Serena! - Protestei. Eu odeio quando trocam o meu nome. - E como diabos você sabe que sou eu?

— Ah, que seja! Sobre te reconhecer, é que já ouvi inúmeras vezes sua voz chatinha, pirralha do “grupinho” da Marian.

— Humpf. - Abri a jaula e ele saiu. “Pirralha!? Eu já sou uma mulher adulta” pensei indignada.   

— Obrigado. Não se preocupe, eu sempre cumpro minha parte no acordo,  - “Ah, claro, como se alguém acreditasse nisso” - principalmente quando tenho um certo sentimento pessoal envolvido. Eu quero matar nem que seja apenas um… Você tem algum grampo de cabelo?

Retirei do meu cabelo um grampo e coloquei ele sobre uma caixa de madeira. Ele o pegou e rapidamente arrombou um baú de forma impressionantemente rápida e retirou suas armas dali. Empunhando duas adagas partiu pra cima dos inimigos, enquanto eu me apoiei, fraca, na carroça de suprimentos perto de mim.

A essa altura, os feitiços de invisibilidade começaram a perder o efeito, tornando eu e Bear visíveis. Três, que por milagre tinham se mantido vivos ainda, mesmo lutando contra um indivíduo invisível, partiram pra cima dele com suas armas, mas Soris apunhalou um deles de surpresa e aproveitou a surpresa dos outros para tentar causar algum dano, mas não conseguiu nada, pois eles desviaram dos golpes.

Bear atacou o segundo homem com uma estocada, mas esse desviou. Ele tentou acertar Bear pela lateral, enquanto o terceiro tentava ir para trás de Bear, mas Bear bloqueou o golpe do primeiro com o escudo. Soris aproveitou a deixa e eliminou este, apunhalando-o como fizera com o anterior.

O último foi tentar correr ao ver o companheiro cair, mas Soris foi mais rápido, e ficou a sua frente, impedindo-o.

— Você não vai a lugar nenhum. - E sorriu maliciosamente.

Ele foi se virar pra correr para o outro lado, mas Bear o cortou com a espada, fazendo um corte que ia do ombro esquerdo até o meio das costas. O homem derrubou o escudo, caiu de joelhos e por fim seu rosto se chocou contra o solo tingido de vermelho.

— Você aqui também? - Disse Bear em choque, olhando pra Soris com descontentamento.

— Bom te ver também, grandão. - Disse Soris, em tom de deboche.

— Onde está Serena? - Ele falou em tom de preocupação e procurou por mim olhando para os lados.

— Aqui. - Falei indo mais devagar e com dificuldade até eles. No entanto, minha visão começou a ficar turva, minhas pernas fraquejaram e eu não vi mais nada na minha frente.

FIM DO CAPÍTULO 2  


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