Shooting Star escrita por Grimmliz


Capítulo 1
✧ By her gravity bound;


Notas iniciais do capítulo

Faz um tempo que eu vi essa fanart do Archer carregando a Rin nas costas e fiquei meio abobada de tão encantada, porque ele só carrega ela nos braços, e eu tenho um apego por costas (principalmente as do Archer, porque vamos combinar, né?). Eis que eu comecei a rascunhar, e do nada, me veio a luz divina da inspiração e consegui terminar. E sabem o que é melhor? Sem angst. Eu escrevi com o Archer e não tem angst. É sério.

Enfim, espero que gostem ♥



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A estrelas brilhavam com força no céu devido a ausência de luzes da cidade, o que por mais incrível que pudesse parecer, não havia sido por culpa de alguma batalha entre mestres e servos. A noite estava calma e silenciosa, fazendo mesmo aqueles envolvidos na Guerra do Graal duvidarem de tamanha serenidade.

A respiração regular de Rin esquentava a nuca de Archer, enquanto seus braços lhe rodeavam o pescoço, e as mãos do arqueiro envolviam as coxas da maga, sustentado-a.

Não era como se Archer nunca tivesse tido algum tipo de contato corporal com Rin, muito pelo contrário. Carregá-la nos braços era quase tão normal quanto brandir suas espadas, porém, levá-la nas costas não, e talvez fosse por isso que aquilo lhe parecia tão íntimo. Não do tipo de intimidade que se traz pensamentos de naturezas questionáveis, mas que demonstra tão somente o nível de confiança que apenas duas pessoas conseguem compartilhar, e quando se tratava de Tohsaka Rin, aquilo dizia muito.

Tudo começara com uma provocação da parte dele, que ameaçou jogá-la sobre os ombros se não o ouvisse ao menos naquela vez. Logicamente ela não o escutou, e Archer era um homem de palavra… Porém, de alguma forma, Rin acabara pendurada em suas costas e agarrara-o pelo cabelo. Agora, ao menos haviam chegado num meio termo — e sem puxões de cabelo.

— Agora é o momento certo para dizer que eu avisei? — começou o arqueiro, de repente.

— Não, agora é o momento em que você continua andando mais e falando menos.

Archer sorriu, só porque sabia que Rin não conseguia ver seu rosto.

— Me ouvir algumas vezes não faz você menos mestre, Rin.

— Eu sei disso. Entretanto, faz você mais convencido.

Archer virou a cabeça ligeiramente, procurando por ela, mesmo em meio a escuridão — o que não influenciava muito devido as suas habilidades. Rin sabia disso, e exatamente por isso — ou por não conseguir evitar —, ostentava sua expressão de dona da verdade. Os olhos cianos reluziam, divertidos.

— É isso que pensa de mim, mestre?

A maga abriu a boca para responder, mas quase no exato momento, apoiou-se nos ombros de Archer e alavancou-se sobre ele, pouco se importando se cairia ou não — não que Archer não fosse capaz de segurá-la, ou tivesse se sentido tentado a soltá-la.

— Veja Archer, uma estrela cadente!!

Rin apontava para cima com tamanha empolgação que Archer não pôde ignorá-la. Ele já havia visto várias facetas de sua mestre, mas jamais aquela alegria quase infantil. O heroi se permitiu observá-la um momento, só para se pegar refletindo o mesmo sorriso que ela estampava nos lábios; o que é claro, Rin jamais saberia.

Archer controlou a expressão, elevando uma das sobrancelhas ao comentar.

— Então você é esse tipo de garota, Rin...

Os olhos de Rin imediatamente se desviaram para baixo, para o arqueiro que a carregava e agora, a encarava com um sorrisinho torto. As faces da maga se tingiram de vermelho quase imediatamente, deixando mais do que claro seu embaraço. Ela obrigou-se a voltar a posição normal, enlaçando-o novamente ao redor do pescoço. Archer quase conseguia sentir o calor do rosto dela contra a própria pele.

E talvez porque aquela era uma noite de primeiras vezes, ele se viu perguntando à meia voz.

— E qual foi o seu desejo?

— O-O quê?

— Você sabe o que dizem sobre as estrelas cadentes… Conte-me.

Rin se mexeu às costas dele.

— Por que eu deveria?

— E por quê não deveria?

— Conte-me o seu.

— Não tente mudar de assunto, Rin.

A maga se aconchegou ainda mais contra Archer, de modo que conseguisse avançar sobre seu ombro direito, encarando-o de perfil.

— Não estou mudando de assunto, estou fazendo uma troca justa.

Archer suspirou, fechando um dos olhos.

— Tudo bem — Rin se encheu de expectativa. — O meu desejo... foi que minha mestre fosse menos teimosa e respondesse a minha pergunta.

— Archer! Não foi isso que desejou.

— De fato, o que não quer dizer que seja menos verdade.

Rin semicerrou os olhos para ele.

— Hmpf! Tudo bem então, se é assim, não lhe direi o meu. Também não acho que seja certo contar à pessoa-...

A maga calou-se no exato momento e Archer parou, encarando-a da melhor forma que podia. Por um momento seu coração pareceu bater rápido demais, ou poderia ser apenas o eco do de Rin, ou no fim das contas uma sonata conjunta. Os dedos do heroi se apertaram na pele da morena, e só então ele constatou que ela tremia levemente.

— Rin.

A voz de Archer, mais intensa que o normal, pareceu acordar Rin de seu choque e devolver o olhar que recebia. Demorou cerca de três piscadas até que percebesse o quão perto seu rosto estava do do heroi, e isso foi o suficiente para que retornasse para a segurança das costas dele, pressionando o rosto contra os músculos do arqueiro como se pudesse desaparecer entre as vestes vermelhas dele.

Rin...? — seu tom profundo saiu arrastado, quase um puxão de orelha.

Rin se manteve em silêncio, praticamente já sendo uma com as costas dele.

— Rin, eu…

O arqueiro parou, suspirando ao pensar melhor, ao controlar aquele sentimento que parecia apenas se intensificar ao se ver ciente da proximidade da maga, do calor que lhe envolvia de forma terna. E exatamente por esse motivo, por ela, ele se deteve.

— Eu não sabia que você gostava tanto assim de mim.

— O-O-O quê disse?!

O heroi sorriu para si mesmo diante da vitória, da vida que voltara quase que imediatamente ao corpo de Tohsaka Rin — e em alto e bom tom.

— Eu entendo, não se preocupe. Passamos tempos demais juntos, e você está naquela idade…

— Archer!

Archer encarou-a sobre ombro, piscando um olho para a maga que com mais duas palavras dele poderia se camuflar em suas vestes.

— Vai ser nosso segredo.

— Eu… Você… Quem disse que-... Como se atreve a-...

O Espirito Heroico deixou que Rin reclamasse com meias palavras durante boa parte do caminho, não deixando de provocá-la mais e mais, a ponto de fazê-la tornar-se quase estridente em busca de defesa — mas jamais de negação.

Archer não precisava ouvir da boca dela o que ele mesmo sentia, até porque havia mais maneiras da verdade tomar forma. O elo que compartilhavam, a confiança cega que Rin depositava nele e ele nela, dizia muito sobre ambos, sobre o que era necessário e tinham de sobra.

No fim das contas, Archer teve que dar o braço a torcer e concordar com ela ao menos cinco vezes para que Rin finalmente se aquietasse nos ombros dele.

A maga se apertou com força contra o pescoço do heroi como punição — justificou ela —, mas a verdade, é que aquilo não fazia efeito algum, muito pelo contrário, apenas obrigava-a a colar o rosto contra o dele; e talvez Rin tivesse esquecido, mas Archer ainda a via através da noite, assim como o leve rubor em suas faces e aquele pequeno arco em forma de sorriso nos lábios dela.

E embora Archer não houvesse feito pedido algum à estrela cadente, esta pareceu ter lhe ouvido de alguma forma, pois, não havia nada que quisesse mais, do que vê-la sorrir.


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Notas finais do capítulo

E então? Agora o mundo pode acabar em açúcar. ♥

Essa fanartista faz a minha vida e sofrimento valerem a pena.
Créditos na arte: https://imgur.com/Fo5y7AG



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