Antes de seguir para meu chalé eu acompanhei uma soluçante Annabeth até o chalé dela. Michaela tinha insistido em ir junto, mas Quíron a segurou lá e disse que era melhor ela treinar antes da batalha. Annabeth parou à porta e enxugou as lágrimas, ela me deu um abraço bem apertado. Eu senti como se minha dislexia não existisse, sabia que se pegasse um livro, conseguiria ler. Eu não queria me separar dela mas ela me soltou:

- Obrigada Percy, por me apoiar.

-Por nada, mas ó não chora, eu posso jurar que a missão do Labirinto foi a melhor da minha vida. Principalmente depois daquele beijo.

- Você gostou? - ela sorriu.

- É claro Annie.

- Então se prepara. Porque eu vou beijar denovo.

Ela colocou as mãos no meu pescoço e me beijou, me puxando cada vez pra mais perto dela, eu estava com as mãos em seu cabelos aproveitando cada momento daquele beijo, mas novamente ela se afastou de mim:

- É melhor eu entrar e arrumar minhas coisas.

- É. Vai lá.

- Espera aí.

- Tá.

Ela abriu a porta e olhou pra dentro, depois se voltou pra mim sorrindo:

- Não tem ninguém aí dentro. Quer entrar?

-Hã...

- Você precisa arrumar suas coisas?

Eu cheguei meus bolsos, tinha Contracorrente, dois pedaços de ambrosia e um pouco de néctar. alguns drácmas, as pérolas e no pulso o escudo em forma de relógio que Tyson havia refeito pra mim.

- Acho que está tudo aqui.

- Ai, então me ajuda. Vai, Percy por favor.

Ela olhou pra mim com aqueles olhos do qual eu desistiria do Mundo e eu sei que ela sabia que eu não ia resistir:

-Ai, tá bom mas bem rápido.

- Eee. - ela abriu a porta e eu novamente entrei no chalé suuuper organizado de Annabeth. Nós fomos até o beliche dela e nos sentamos. Ela pegou uma mochila velha e começou a colocar várias coisas lá dentro. O laptop de Dédalo, dinheiro mortal e drácmas, ambrosia, néctar, ataduras, o livro que Quíron havia nos dado e uma foto minha. Eu falei:

- O que é isso?

- Ah! Hã... quando nós terminamos eu não consegui te esquecer então eu decidi te ver todos os dias, mesmo que não pudesse te beijar.

- Mas, agora você pode.

- É, agora eu posso.

Ela me beijou novamente, só que dessa vez com a mesma intensidade com que ela havia me beijado na campina. Eu retribuí e ela foi me empurrando para trás até que encostamos na parede. Eu com a mão em sua cintura, ela com a mão em minhas costas. Era um sonho, mas alguém arrombou a porta. Um sonho seguido de um pesadelo. Michaela:

- Ei, o que vocês dois pensam que estão fazendo? Precisamos sair em missão sabia?

- Você pode sair daqui por favor? - disse Annabeth.

- Eu não. caso você tenha esquecido eu moro aqui agora.

- Acho que você não vai me deixar esquecer. - murmurou Annabeth.

- De qualquer jeito, Quíron pediu pra avisar á vocês que devemos partir imediatamente.

- Mas...

- Imediatamente. - ela gritou e saiu batendo as portas. Annabeth se virou pra mim.

- Ela gosta mesmo de você.

- Mas eu nem ligo e você também não deveria ligar.

- Ah é e por que?

- Porque eu só tenho olhos pra você minha princesa.

-Oown um peixinho romântico. - ela me beijou muito rápido e pegou sua espada e seu escudo. Guardou o boné do Yankees no bolso e disse:

-Vamos?

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Quando chegamos ao topo da colina meio-sangue, Quíron nos aguardava junto com Michaela. Ele se dirigiu à nós três:

- Tenham muito cuidado. Estão com as pérolas?

- Estou. - eu tirei as pérolas do bolso e as mostrei à Quíron.

- Muito, bem. Argos está esperando por vocês, boa sorte.

- Obrigado - dissemos os três.

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De Manhattan até Las Vegas era um período de cerca de cinco horas. Eu fui no banco de trás com Annabeth e Michaela na frente. Ela não queria, mas Annabeth ameaçou cortá-la em pedaços e ela com muito custo cedeu. Eu fui o caminho inteiro abraçado com Annabeth, conversamos muito até que ela dormiu nos meus braços. Aproveitei pra dormir também e algum tempo depois Argos nos acordou:

- Chefe, chegamos.

- Obrigado, Argos. Pode voltar agora.

Nós olhamos para a porta do Cassino Lótus e vimos meu pai nos esperando, ele me recebeu com um sorriso:

- Olá filho.

- Oi pai.

- Olá Annabeth.

- Senhor.

- Fiquei sabendo que estão mais próximos. Você e meu filho.

Nós dois coramos, mas ele apenas riu:

- Saibam que tem minha total aprovação. Mas, acho que estou me esquecendo de alguém.

- Hã... Pai, essa é Michaela filha de Atena e Michaela esse é meu pai. Poseidon.

- Muito prazer, senhor. Seu filho é brilhante, pena que ele não escolha as pessoas certas. - ela olhou com desprezo para Annabeth, mas eu apenas a beijei e Annabeth pareceu se acalmar. Michaela ficou vermelha de raiva.

- Muito bem garotos. O que querem?

- Pai,quero que me conte o que sabe sobre a morte de Nico de Ângelo.

Ele não respondeu imediatamente, pensou um pouco:

- Filho, sinceramente eu não sei. Eu encontrei seu corpo na água sem nenhum sinal de luta, mas eu sua mão havia algo.

- O quê?

- Isso. - ele abriu a mão e vi uma tiara prata das Caçadoras de Ártemis com o nome de Bianca.

- Não me diga que ele estava tentando ressucitar a irmã de novo.

- Estava.

- Eu ouvi a história - disse Michaela - ele já tentou reanimar a irmã outras vezes não foi?

- Foi - eu respondi - mas nunca obteve sucesso.

- De qualquer modo,Percy. Não posso provar minha inocência, mas você pode reanimá-lo. Com o livro.

- Eu sei.

- Porém, existem coisas um pouco mais obscuras do que tentar reanimar Nico.

- O que? - Annabeth perguntou.

- Se ele conseguiu pegar a tiara de Bianca, significa que ela está viva.

Minha visão ficou turva.

- O quê?

- Sim, Percy e se Nico morreu a culpa deve ser dela.

- Por que?

- Porque para um morto voltar à vida, um vivo precisa morrer. Suspeito de que Nico Di Ângelo tenha dado sua própria vida em troca da vida da irmã.