PDV RANIELLY

Assim que Annabeth saiu, depois da conversa com a enfermeira, Percy a bombardeou com perguntas:

- E aí?

- Ela me disse que eu já estou ótima e posso andar por aí sem nenhuma preocupação.

- Mas, você precisa tomar algum medicamento?

- Não, só preciso me alimentar de bastante frutas, em especial evitando maçãs.

Nós rimos e começamos a caminhar. O Olimpo era realmente um lugar fascinante. Cheirava a paz e tranquilidade, era do tipo de lugar que embalava os mais maravilhosos sonhos de qualquer um.

Durante nosso trajeto de conversa e piadas, pudemos ver as lindas e magníficas estátuas de Annabeth dos deuses sendo reconstruídas. As das deusas era meio impossível pois estavam no fundo do lago sendo reconstruídas por náiades. Eu fiquei admirada pela bondade de Zeus, era incomum os deuses serem gentis com sua crias.

Annabeth não sabia o quanto era privilegiada. Ou talvez soubesse:

- Nossa, Zeus é um gênio. - eu disse.

- Tem razão, preciso agradecer a ele depois. - disse Annabeth. - E a Atena também.

- Por que? - Percy perguntou.

- Zeus me disse que Atena foi quem ordenou a reconstrução das estátuas, e ele só monitorou.

- Quando ele te disse isso? Quer dizer, eu já sabia que ele estava supersionando e tals, mas quando ele disse isso pra você? - eu perguntei.

- Bem, quando eu acordei, antes de eu mandar chamar vocês, Zeus estava lá. E me explicou tudo, mas não mencionou nada sobre o jantar ou o problema. Mas, agora que eu me lembro bem, ele estava meio preocupado, com uma fisionomia meio abatida.

- Ele falou o que acontecerá com Atena? -perguntou Percy.

- Sim, ela será proibida de ter filhos por toda a eternidade.

- Pegou pesado, hein? - eu disse.

- Pois, é. Pros deuses isso aqui é uma chatice. - disse Percy.

- Não entendo porque. - eu disse.

- Eu acho que entendo. - disse Percy pegando a mão de Annabeth.

- Eu também - disse Annabeth.

- Tô boiando. - eu disse.

Os dois caíram na gargalhada:

- Ei, isso não tem graça. - eu disse fingindo estar nervosa.

- Tá bom Rany, a gente explica - Annabeth disse rindo.

Tínhamos chegado ao lago onde as estátuas estavam sendo construídas no fundo. Sentamos na margem com os pés dentro do lago e Annie começou a explicar:

- Rany, dos 12 deuses olimpianos os definitivamente casados são: Zeus e Hera.

- Mas, pensei que existissem outros deuses que são casados uns com os outros.

- E são, mas pense: os deuses são eternos, e precisam ficar por toda a eternidade com a mesma pessoa ou sozinhos. Chega um dia em que eles cansam e quando cansam escolhem outra pessoa, afinal eles são em 12. Só que aí, eles continuam casados, e continuam namorando, só que ninguém sabe desse namoro. - continuou Annabeth.

- Então, os deuses traem uns aos outros? - perguntei.

- Sim, Afrodite trai Hefesto com Ares. Eles namoram o tempo todo. - Annabeth disse.

- Entendi, mas então por isso a vontade de ter filhos?

- Sim, mas deuses não podem ter filhos com deuses então... sobram os humanos. Portanto a vida de Atena vai ser um tédio, a menos que ela encontre um lindo deus pra ela. Mas, ela só não pode ter filhos.

- E que deus seria esse? - perguntou Percy

Annabeth e eu olhamos pra ele que nos olhou de volta sem entender. Annabeth levantou as sombrancelhas e ele pareceu entender:

- Ah, não, nem pensar. Você acha que Poseidon e Atena...? Blegh!

- Acho, afinal todos os outros deuses estão comprometidos.

- Mas, Poseidon e Atena se odeiam, eles NUNCA ficariam juntos, isso é impossível.

- Isso, não é tão impossível assim. Se o Príncipe dos Mares e a Princesa da Arquitetura estão juntos, porque não o Rei dos Mares e a Rainha da Arquitetura? - eu disse.

- É. - disse Annabeth olhando pra Percy.

- Ah, tudo bem, isso pode acontecer, mas a gente não sabe se Poseidon e Atena são realmente apaixonados um pelo outro. - disse Percy.

- E você ainda duvida? Depois do que Atena fez com Medusa, você ainda duvida de que ela é apaixonada por ele? - perguntou Annabeth.

- Sim. - disse Percy, mas ele voltou a pensar - Quer dizer, não.

- Viu. - eu disse.

- Ah, mais mesmo assim é estranho. - disse Percy. - Eu seria um quase irmão da Annabeth. E se eles tivessem um filho? Bleegh.

- Percy, deuses não podem mais ter filhos com deuses. Essa regra foi estabelecida depois do nascimento dos outros seis deuses olimpianos por Zeus. Mas, ele podia mudar de ideia. - disse Annabeth.

- Eu ainda não engoli essa história. - disse Percy.

- Então engole isso. - disse Annabeth e empurrou Percy para dentro do lago.

Nós começamos a rir, até que ele emergiu todo encharcado e desnorteado:

- Ei, isso não teve graça.

- Ah, teve sim. - eu disse e continuei a rir.

- Muita graça. - disse Annabeth rindo.

- Ah, isso também tem graça. - Percy puxou Annabeth pela perna e ela também caiu no lago, só que de vestido @-@ e eu continuei rindo.

Enquanto me rachava de rir, Percy subiu, mas nem sinal de Annabeth. Começamos a ficar preocupados e a gritar seu nome.

Quando eu menos esperava, senti alguma coisa puxando meu tornozelo e eu caí com tudo no lago. A água estava gelada e eu fui me deixando afundar. Quando abri os olhos pude ver a construção das estátuas. Era lindo.

Olhei pra cima e vi Percy e Annie rindo. Dei impulso e subi, saindo das águas e rindo junto com eles.

Annabeth jogou água em Percy, que devolveu à Annabeth que por sua vez jogou em mim, e aí começou a guerra de água.

Ficamos lá, brincando, parecendo um bando de crianças. Até que eu dei uma cambalhota pra trás e emergi no lago. Annabeth e Percy me imitaram e nós ficamos lá, observando a construção das estátuas por um bom tempo. Comecei a ficar sem ar e subi. Eles me imitaram e subiram também.

Comecei a me sentir cansada e decidi ir para o meu chalé. Avisei meus amigos:

- É, eu tô meio cansada, vou ir dormir um pouco e deixar vocês sozinhos.

- Tudo bem. - disse Annabeth.

Eu saí do lago e me dirigi ao meu chalé.

PDV ANNABETH

Ranielly foi embora, me deixando sozinha com Percy no lago. Ele sorriu pra mim e voltou pro fundo do lago. Eu o segui.

Nós fomos até a construção e começamos a nadar por entre as náiades. Elas cantarolavam e sorriam para nós, mas ao voltar para o trabalho nos incentivaram a subir.

Emergi procurando por ar, mas Percy me beijou antes mesmo que eu pudesse respirar. Quando nos separamos eu devia estar com uma cara realmente surpresa porque ele disse:

- Calma, sou eu. Só estava com saudades de você.

- Também tô, mas cara você me deu um susto.

- Ah desculpaa T.T

- Own tudo bem, mas da próxima vez avisa ok?

- Táah. - *Percy dançando de feliz por dentro*

- Ei - disse Percy - Você lembra do nosso beijo submarino?

- Claro. Como eu ía esquecer?

- Então, que tal mais um daquele?

- Eu ia adorar.

Ele me pegou pela cintura e nós submergimos. Aí começou o beijo. Diferente da última vez, Percy não criou uma bolha de ar, ele deixou tudo correr na água mesmo. Enquanto ele segurava minha cintura eu puxava seu cabelo. Ele estava bem perto de mim. O bom de Percy controlar a água era que assim ele beijava mil vezes melhor e ele ficava mais forte, mais protetor. Ele me envolveu em seus braços e eu senti como se nada pudesse me atingir. Eu comecei a ficar sem ar, mas se o soltasse agora eu me afogaria na água. Puxei seu cabelo com força dando um sinal de que precisava respirar e ele entendeu. Fomos subindo até que senti a passagem da água para o ar e finalmente o soltei.

- E aí? - ele perguntou.

- Foi ótimo, amor.

Ele riu:

- Annabeth, sabe que poderíamos não estar dando esse beijo agora ne? Depois da história com a maçã?

- Percy, eu não quero falar sobre isso...

- Mas, eu quero. Eu não sei o que faria da minha vida sem você.

- Simples, você ressucitava a Michaela e tinha uma vida feliz com ela.

- Annie...

- Que é Percy? É verdade, você teria uma vida ótima e feliz.

- Com uma morta?

- Semi-viva.

- Annabeth, eu prefiro as vivas. Como você.

- É, mas eu poderia ter morrido.

- Ah, e quem é que tá falando sobre isso agora?

- Ah, tá chega. A questão é que eu tô viva e tô aqui com você.

- Annabeth se eu te perdesse eu nunca mais iria me perdoar.

- Hãan, precisa de mais que uma maçã envenenada pra me derrubar tá?

- Tem certeza?

- Tenho, sim. Vou tentar ficar mais atenta ao meu redor.

- Ah, melhor assim. Não quero sua morte.

- Ah, obrigada. - eu disse com sarcasmo.

Percy riu:

- Ei, vamos subir sabidinha, vamos andar por aí um pouco.

- Ah, Percy eu tô meio cansada, porque a gente não vai dormir? Dentro de duas horas a gente acorda e vai almoçar com os deuses. Não entendo por quê eles precisam esperar até o jantar.

- É, nem eu. Mas, vamos tô começando a ficar com sono também.

Saímos do lago, mas estávamos todo encharcados. Percy pegou no meu braço e a água foi sendo sugada de nossas roupas, até que estávamos completamente secos. Ele pegou na minha mãe e fomos andando.

Quando chegamos perto de nossos chalés ouvimos sussurros, andamos um pouco e vimo Zeus e Poseidon conversando atrás de uma árvore. Percy e eu nos escondemos ali e começamos a escutar.

PDV ZEUS

- A situação está saindo fora de controle, Poseidon. Não podemos mais aturar isso. Isso deveria estar sob o controle de Hades.

- Eu sei irmão, mas o que podemos fazer? Não podemos acusá-lo sem ao menos falar com ele. - disse Poseidon.

- Sei disso. Mas, isso está colocando em risco a vida de milhares de pessoas, não podemos esperar o jantar. Assim que Hades chegar começaremos.

- Zeus é cedo demais, deixe as crianças se divertirem um pouco. - meu irmão disse.

- Não, posso. Envie uma mensagem de Íris à Perséfone. Quero eles dois aqui antes do almoço.

Poseidon iria argumentar, mas ouvimos um barulho atrás de nós. Algo como um galho quebrando. Nos víramos e vimos um vulto que eu podia jurar ser o cabelo de Annabeth.

PDV ANNABETH

Poseidon e Zeus discutiam algo que deveria ser o suposto problema. Eu estava muito exposta então fiz sinal para Percy para irmos mais pra trás, mas ele pisou em um galho que fez um estalo alto. Saímos correndo e pude sentir que meu cabelo tinha voado. Com um pouco de sorte, Zeus não teria visto, mas escutei os passos dos deuses atrás de nós. Não pensei, abri a porta do primeiro chalé que vi e entrei, junto com Percy. Rezando pra não ser o chalé de Ranielly.

Olhamos de volta e como não reconheci o chalé como meu, e nem vi Rany então presumi que fosse o de Percy e comprovei vendo uma bacia de pedra com uma pequena cachoeira desaguando nela.

Olhei pra trás. Percy estava com o ouvido grudado na porta. Sussurrei:

- E aí?

- Acho que já foram.

- Então eu vou pro meu chalé, tá?

- Não. Eles ainda podem estar aí. - ele me pegou pela mão.

- E o que que eu posso fazer?

- Fica aqui por um tempo. Tem duas camas, dorme em uma aqui, aí a gente acorda junto.

- Hã...Percy.

- Ah vai por favor *~*.

- Ah... ah tá bom, mas é só até o almoço viu?

- Tá, mas ei. Que tal um beijo de bom dia?

Ele me puxou pelo braço e me beijou. Como sempre me senti protegida, calma, relaxada. Percy tinha esse poder tão irresistível de me tornar frágil em seus braços. Não sei como ele fazia isso, mas sabia que seu lábios tinham veneno, tinham droga. Você sabe que se viciar não vai mais largar, mas você não quer largar. Coloquei a mão em seu ponto de Aquiles por debaixo da camisa e minha mão tava gelada e tipow, o ponto de Aquiles é quente, ou seja isso deve ter provocado um leve choque no Percy, porque ele me apertou com mais força contra ele.

Sua boca passou ao meu pescoço e ele começou a puxar meu cabelo. Comecei a falar seu nome bem baixinho eu seu ouvido. E ele voltou aos meus lábios. Porém tudo que é bom dura pouco e aquela droga venenosa aos poucos me deixou.

- Não pode fazer isso Percy.

- Fazer o quê?

- Me deixar com vontade de você.

- Agora sabe como eu me sentia. - ele falou.

- Não me deixa assim. Com sede de você.

- Vou te ajudar dessa vez.

Ele me beijou e dessa vez quem sentiu o choque fui eu. Mas foi eletrizante sabe? Daqueles que te deixa arrepiada. Afastei ele de mim:

- Ei, como fez isso? Como deixou sua boca tão gelada?

- Deixei juntar saliva nos lábios e depois congelei. Coisa de peixe.

- Eu gostei.

Ele me beijou de novo e dessa vez foi normal, mas seu abraço era como o de uma cobra e logo eu me via arranhando sua nuca, uns três centímetros acima do chão. Ele me pousou de volta e parou tudo definitivamente.

- Dorme bem, sabidinha.

- Vou dormir.

Deitei em uma das camas e ele deitou na outra e ao encostar a cabeça no travesseiro já estava adormecendo.

PDV PERCY

Acordei com alguém batendo na porta. Na verdade, não estava bem batendo. Estava esmurrando. Percebi pela escuridão no quarto que estava de noite. Eu havia dormido realmente muito.

Olhei para o lado e vi Annabeth acordando também, e a pessoa insistia em esmurrar a porta.

Levantei e abri a porta. Era Ranielly:

• O que aconteceu?

• O que aconteceu? Vocês estão atrasados meia hora para o jantar e me perguntam o que aconteceu?

• Meia hora? - disse Annabeth aparacendo do meu lado.

• É. Zeus já está perdendo a paciência e Hades querendo matar vocês.

Olhei pra Annabeth e dissemos juntos:

• Vamos.

Saímos correndo em direção ao jardim onde eram realizados os jantares especiais pelos deuses. No caminho Annabeth perguntou:

• Como dormimos tanto assim?

• Não faço a mínima ideia. - respondi.

Quando chegamos os deuses nos olharam de um jeito que fuzilaria até Hércules, detalhe: ele assim como nós era imortal:

• Nos desculpem. Perdemos a hora.- eu disse.

• Você não vai perder a hora quando eu te fizer em pedaços – disse Ares.

• Calma, calma, já chega. Como pode ver Percy, o jantar já acabou, porém guardamos um pouco para vocês jantarem assim que terminarmos essa reunião que é de extrema importância. - disse Zeus. - Sentem-se

Nós três nos sentamos, pois Rany vinha logo atrás.

• O que houve Zeus? O que há de tão sério, para até Hades ser chamado?

Os deuses se entreolharam, e Poseidon se curvou sobre a mesa dirigindo o olhar para nós três:

- Algo muito ruim aconteceu, crianças. E já está na hora de vocês saberem o que foi.