Girassóis escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 1
Minha herança a você são as flores


Notas iniciais do capítulo

Lá estou eu, feliz, buscando imagens quando essa aparece. Pluft! Não consigo, gente. Como não escrever sobre esse momento maravilhoso? Alguém me faz parar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/751229/chapter/1

Eu não vi você nascer.

Eu não vi você nascer, mas gostaria de ter estado lá.

Eu não vi você nascer, mas queria ter sido a pessoa que viu os seus dedinhos quando eles, formados, apontavam para o mundo demonstrando o tipo de shinobi que você seria um dia, com esses olhos tão vivos, que não nasceram como os meus, mas que poderiam ver o mundo tão distantes quanto qualquer byakugan.

Eu não vi quando a sua mãe te pegou nos braços pela primeira vez, e te acalentou sentindo o seu cheiro de bebê depois do seu primeiro banho, e quando o seu pai se aproximou, desesperado e estabanado, como se nunca tivesse segurado uma criança na vida mesmo que já tivesse feito isso antes, mas eu queria ter estado lá para mostrar para ele que tudo ficaria bem, que você tinha os traços da sua mãe, mas que as peculiaridades dele também se faziam presentes em suas expressões; o sorriso era igualzinho o dele. O gênio tempestuoso também.

Eu não vi você crescer, não enxerguei os seus primeiros passos e nem quando você tombou em direção ao chão e chorou. Chorou abertamente e sua mãe ralhou com o seu pai porque ele desviou os olhos por um único segundo e foi apenas o que foi preciso para abrir um corte em sua testa.

Mas ao invés de não querer mais caminhar, de não querer mais tentar, você se levantou e foi na direção do seu irmão, que te chamava e te incentivava para que continuasse. Você caminhou na direção do quintal lá fora, onde as flores que levavam o seu nome cresciam em um belo jardim apontando para o sol.

Sempre achei o seu nome lindo e esse foi o meu presente pra você: as flores que sempre apontariam na direção do horizonte que você deveria alcançar.

Eu não vi, tampouco, quando você perdeu o controle, quando os seus olhos despertaram o byakugan apesar do sangue diluído, o sangue que não era digno e que jamais deveria expressar tanto poder. Mas expressou. E você demonstrou, que embora não fosse completamente Hyuuga, tinha a força para derrubar um Hokage com um único soco ao atingir um dos pontos de tenketsu que o desacordou.

Eu não estive presente para te dizer que tudo ficaria bem, que ele acordaria depois de algumas horas e que eu estava orgulhoso porque nenhum outro Hyuuga teria se saído tão bem quanto você. E que eu iria passar horas a fio te treinando e explicando como as coisas funcionariam e que você seria tão genial quanto eu fui um dia. Quanto a sua mãe se tornou apesar de ninguém ter acreditado nela.

Eu não estive presente da primeira vez em que você visitou o meu túmulo com a sua mãe, e nem mesmo quando ela começou a chorar, escondida, dizendo a pessoa que eu havia sido. Eu não estava lá para me desculpar por todas as vezes em que a desprezei quando tudo o que ela tentou foi ser gentil comigo. E eu não podia dizer a ela, que lírios¹ eram as minhas flores favoritas, mas que eu também amava girassóis.

Não posso estar presente em nenhum desses momentos, não posso dizer o quanto me orgulho de você e do seu irmão desde os seus nascimentos, e não posso abraçá-los e pegá-los no colo quando as coisas estiverem difíceis demais.

Mas eu sei que vocês são fortes e resistentes como os Uzumaki; duros consigo mesmos como um Hyuuga deve ser.

Sinto orgulho todos os dias mesmo que não possa estar presente. Mesmo que não possa dizer isso a vocês.

Espero que meus sentimentos os alcancem na forma dos girassóis que faço crescer em seu jardim. E que um dia, quando sua hora chegar, eu possa reencontrá-los, possa mostrar a vocês tudo o que não pude em vida porque não estava presente.

Um dia, quem sabe, possamos correr entre os girassóis e brincar juntos? Enquanto esse momento não chega, continuo observando. Posso não estar fisicamente presente, mas sinto cada momento de sua vida como se fosse meu.

E te acompanho, pequenina.

Permaneça forte, irredutível, tempestuosa. Nunca desista. Eu estarei aqui para garantir que isso nunca aconteça.

Um dia, te dou o abraço que tanto desejei por todas as vezes em que você se feriu e não estive presente.

Um dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

¹ - lírio é uma das grafias para o nome de Hinata. Quando os dois eram pequenos, eram tão fofos juntos que eu achei justo que essa fosse a flor favorita do Neji. Fora que... eu acho que combinam com ele!



Falando sobre a história, ela, como Tributo, surgiu unica e exclusivamente dessa art maravilhosa que encontrei no pinterest. Existem arts maravilhosas de Himawari lá!

Sei que ela não é uma personagem muito visada, que tudo é Boruto, Boruto, Boruto, mas zzzz

Quando me pego imaginando aquela cena (que não vi) de Hinata com ela no túmulo, fico imaginando o quanto Neji se orgulharia dela! Tão jovem, despertou o byakugan e ainda colocou o Naruto pra dormir HSAUHSAUH

Aiai, eu fico imaginando que os dois teriam uma interação fofa, que Neji seria um tio maravilhoso e orgulhoso demais da conta.

Fazer fics narradas por alguém que já se foi não faz muito o meu estilo, mas quis mesmo expressar um pouquinho do que Neji achava. Eu realmente sinto falta dele, foi um dos personagens que mais gostei em Naruto.

Espero que vocês gostem também! Tenho que parar de caçar arts que me façam querer escrever momentos assim.

Nos vemos na próxima? Comentem aí o que acharam!