Charlie sumiu escrita por dayane


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Voltando das cinzas com recados antes do capitulo.
1. Eu não abandono minhas fics da fantástica fábrica, posso demorar, mas não abandonar.
2. Já tenho noções de como será o próximo capítulo, mas confesso que não tenho noção de como começar ele.
3. Ta tenso no trabalho. Minha criatividade foi corroída e o próximo capítulo também poderá demorar.
4. Este é mais um capítulo de transição e eu não sou fã dele, mas gostei do final (huhuhu).
5. Estou postando pelo celular, não sei quão ruim isto pode ser.



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— Não temos como vencer Slugworth, herdeiro. - Disse o curandeiro Umpa Lumpa. - Não podemos ser vistos. 

— Eu sei disso. 

Dóris estava encolhida e a ronda dos Umpa Lumpas estava passando pela troca dos vigias. Os pequeninos estavam mais movimentados e claramente abatidos por uma tristeza que não era sua característica primordial. Eles não cantavam há horas, não riam e não dançavam, estavam tão quietos e seus ombros tão encolhidos, que ninguém imaginaria que estas criaturinhas foram as mesmas criadoras das músicas e danças que apresentaram anos antes, quando cinco crianças sortudas – ou persistentes – puderam visitar a fábrica Wonka.

— E é por isto que vão me ajudar sem se exporem. - Os olhos de Charlie brilhavam com a euforia de suas ideias. - Mas temos que fazer isso rapidamente, pois eles já devem saber que eu não estou na enfermaria. 

 

W.W.

 

Caro senhor Wonka.

Fico feliz que tenha retornado à ativa. Guardarei seus concelhos como um tesouro que só o usarei quando for o dono da Wonka's Candy Company. 

Se pude vencer-te uma vez, a segunda não deverá tardar. 

 

A. Slugworth.

 

W.W.

 

Prodnose estava bem quieto e pálido, enquanto Fickelgruber carregava o prazer de dar uma má notícia. Haviam rodado toda a fábrica através das câmeras, pelo menos todos os ambientes em que se tinha vigilância. Nenhum rastro do herdeiro fora identificado e como os dois não eram grandes conhecedores da computação, resolveram não perder mais tempo buscando gravações. 

— Repita. - Disse Arthur a Fickelgruber. 

— O herdeiro não está em lugar algum. 

Os olhos de Arthur Slugworth, tão velhos e maldosos, não reagiram quando o cérebro ruminou a informação recebida, assim como o trio não forjou som algum antes do novo proprietário da fábrica permitir que isto acontecesse. 

Slughworth abriu um leque de pensamentos e os analisou friamente. Seus dois capangas tinham ido à ala hospitalar e não viram o herdeiro, depois, conhecendo Fickelgruber como conhecia, podia traçar os caminhos feitos pelo capanga. Sabia que ele tinha ido à ala de segurança e caçado o herdeiro por todas as câmeras para ter certeza de que não passariam trabalho a mais para Arthur. 

— Willy. - Chamou Arthur com os olhos cravados em seu capanga mais alto. - Você vai me mostrar por onde seu herdeiro escapou ou eu precisarei tomar as rédeas?

 

W.W.

 

O elevador de vidro apitou quando atingiu a altura necessária para que Charlie desembarcasse. Dóris o estava acompanhando e roía a unha de seu polegar. Na vã tentativa de livrar-se do medo que lhe corria.

— Não se preocupe comigo, Dóris. Mas preciso que me entreguem a receita hoje à noite. 

Apesar de estar confiante, Charlie não tinha tanta certeza de que seu plano daria certo. Pequenos, os Umpa Lumpas poderiam caminhar pelos dutos de ar com facilidade, mas não era certeza de todos os lugares que poderiam prender Charlie e muito menos certo de que todas as alas seriam mapeadas pelos dutos. Outro receio que o herdeiro carregava era de os dutos fazerem muito barulho e algum dos invasores detectarem as criaturinhas, assim como tinha muito receio de passar pela entrada secreta daquela ala e dar de cara com um dos algozes.

Dóris puxou a barra de sua calça. Ela tremia e não conseguiu dizer nada. O herdeiro se abaixou e a abraçou com ternura. A preocupação dela era válida, mas ficar parado esperando que algo ruim aconteça com Willy Wonka, não era uma possibilidade para o herdeiro.

— Nos vemos em breve, Dóris. - Sussurrou Charlie. 

Ele saltou do elevador para o caminho que percorrera horas antes. Tinha um mapa desenhado pelo curandeiro e teria que se livrar dele antes de sair do túnel. Na outra mão, a bolota fora chacoalhada e passou a brilhar fortemente sob um calor suave, quase imperceptível que não apagou o frio gélido do corredor vazio. Enquanto caminhava, os sapatos do herdeiro batiam contra o chão e ecoavam pesadamente em parceria com o zumbido assustador que a brisa causava ao correr pelas paredes de pedra. 

 

W.W.

 

Willy sentiu-se aliviado quando percebeu que o herdeiro estava a salvo, quase despencou aliviado sobre o chão de seu quarto quanto soube que os capangas de Arthur haviam caçado o paradeiro do herdeiro nas câmeras e, não só não encontraram o herdeiro, como não citaram os Umpa Lumpas. As câmeras, provavelmente, foram apagadas, mas a tecnologia sempre poderia enganar os humanos.

— Vamos repassar. - Disse Arthur. - Meus garotos vão até a enfermaria, não encontram o seu amado herdeiro. Eles o buscam pelo sistema de segurança e não encontram nada. 

— Exato. - Disse Fickelgruber com o sadismo escorrendo pelos lábios. 

Arthur caminhou de um ponto ao outro na horizontal do quarto. A bengala de doce, que Willy usara por muitos anos, agora batia contra o chão a cada passo de o novo dono da fábrica dava e a cada batia a força aumentava.

— Então, me diga, onde ele poderia estar?

— No quarto dele? – Arriscou Prodnose.

Arthur sorriu com amargor.

— Está trancado, caso não se lembre.

— Tenho certeza de que Charlie está em algum lugar aqui dentro. – Willy arriscou. – As câmeras estão focadas nos pontos da produção e criação e não na moradia.

A cabeça de Slugworth balançou três vezes em concordância. Ele não conseguia acreditar nas palavras de Wonka, pois sabia que o chocolateiro era maluco, criativo e capaz de desafiar qualquer lei da natureza para superar-se. Não negava a possibilidade de alas secretas estarem espalhadas e as pequenas casinhas lhe alertavam que muito mais ainda se tinha para ser descoberto.

— Eu não vou perder tempo caçando-o, então – O novo dono fez um floreio com a mão livre e, depois, apontou para o fundador da fábrica Wonka.

Prodnose gemeu duas vezes ao ver Fickelgruber estralar os dedos e caminhar na direção da vítima.

— Tenho certeza que podemos encontrar o menino! – Arriscou o de nariz entupido.

— Ah, não. – Arthur sussurrou. – Não perderemos nosso tempo. – E após um sorriso digno de vilão, disse: - Assim como não seremos gentis.

 

W.W.

 

Charlie Bucket rodou a fábrica. Passou pela ala de criação, pelas máquinas de produção e pela recepção. Cada vez que encontrava um cômodo vazio, sua pressão arterial caia como uma ancora lançada ao mar. Ele não queria acreditar que tinham ido para os cômodos privados, mas depois de ter visto todas as alas principais vazias, não lhe sobrou muita escolha.

Se Willy não impediu de visitarem seu quarto particular, então estava mesmo disposto a cooperar com os invasores. Ninguém entrava naquele lugar, nem mesmo para limpá-lo. No inverno, Willy ligava sua lareira, depois, enquanto o quarto ia esquentando lentamente, corria ao quarto do herdeiro e ficava conversando sobre banalidades. O quarto Wonka era seu refúgio particular e inacessível e nem mesmo Charlie ousava entrar sem ser convidado.

O herdeiro correu pelo jardim comestível maldizendo que ele também estava vazio e correu em direção aos aposentos privados. Naquele momento, estava convencido de que Wonka se rendera.

Ele parou em frente à porta do quarto de Willy. A porta fechada tornava a conversa lá dentro algo abafado para perceber o que conversavam, mas fora fácil reconhecer a voz de Willy, escutá-la mais aguda que o normal e assustar-se com o grito de dor que emergiu mesmo com o carvalho grosso da porta. O herdeiro que tinha parado apenas para recuperar o fôlego, invadiu o aposento sem tempo para raciocinar o que estava fazendo e sem um texto pronto.

— Willy! – Gritou.

O chocolateiro estava rendido. O corpo estava curvado sobre as pernas, como se estivesse louvando Arthur Slugworth. Sua mão direita estava esticada no tapete, a bengala de doce esmagava o anelar direito e Fickelgruber sorria ao imobilizar o fundador da Wonka’s Candy Company. A mão avermelhada de Willy alertava que a pele fora machucada e o tapete vermelho escondia a quantidade de sangue que já havia escorrido de seu dedo mindinho.

Charlie estava atordoado e não resistiu ao empurrar violento de Prodnose. A culpa, caiu sobre seus ombros.

— Olha, veja! – Prodnose berrou. Ele havia segurado o braço de Charlie e jogado o garoto na direção dos outros dois carrascos. – O menino, o menino!

Não era que Prodnose fosse uma boa pessoa ou que fosse incapaz de macular alguém, mas ele tinha tanta admiração por Wonka, que vê-lo com as mãos machucadas, as parte do corpo mais importante para um chocolateiro, lhe arrancava o ar. Ele não achava justo quebrar todas as chances de Wonka por terem perdido o rastro de seu herdeiro e também sentia medo só de imaginar que toda aquela raiva poderia, e muito provavelmente iria, virar-se contra ele quando perdessem tudo.

Arthur removeu a bengala e curvou-se sobre o fundador.

— Eu disse que pouparíamos tempo, não disse?

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Enjoy :)



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