A Strange Kind Of Love escrita por Countess Dracula


Capítulo 2
Capítulo 1: O Anel


Notas iniciais do capítulo

Capitulo não revisado, ou acabaria demorando ainda mais para postar. :P



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“Com esse anel caso-me com você”

(Frase d’O Homem de Outro Lugar, no filme Twin Peaks: Fire Walk With Me, de David Lynch.)

 

Acabo de acordar. Não sei que horas são, mas o amanhecer parece distante. Resolvi então anotar o sonho estranho que venho tendo - ele fica se repetindo noite após noite, e outras coisas estranhas que andam acontecendo. Não porei datas – somente eu saberei quando as coisas que aqui escrevi aconteceram, caso alguém encontre este diário.

Primeiro de tudo, o sonho. Ele começou com uma lembrança de quando eu era criança. Estávamos a governanta e eu andando pelo jardim e ouvíamos um grito. Lá estava o jardineiro, sangrando. Havia se cortado com a tesoura de poda e o sangue escorria-lhe pelo braço. O líquido vermelho não me assustou, pelo contrário. Senti-me hipnotizada por ele. Fiquei olhando por um bom tempo, sem ao menos piscar, enquanto a governanta tentava tirar-me de perto do pobre rapaz.

Então o sonho muda.

O céu que estava claro torna-se escuro e ameaçador. Olho ao meu redor e percebo que estou só, e o jardim está morto. Tremo de frio. Algo move-se às minhas costas e viro-me em sua direção. É apenas um vulto, mas sei que pertenço a ele. Então acordo.

Tentarei dormir novamente. Mais tarde irei à missa com Caspar, tenho de ficar acordada durante a cerimônia.

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Mais tarde, mesmo dia. Se me perguntar sobre o sermão, não irei saber dizer sobre o que foi. Pecados, talvez. Mamãe não nos acompanhou. Logo depois, passamos pela joalheria na rua principal. Lógico, fiz questão de entrar. Não resisto a jóias. Ainda terei aquela pulseira de esmeraldas. Quando voltamos para casa, senti-me estranha. Como se estivesse sendo observada. O que é tolice é claro. Não disse nada à Caspar, porque ele não entenderia. Também não contei a ele ou a mamãe sobre o sonho. Amo a ambos, mas sei que eles jamais entenderiam.

M.G.G.

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Meus sonhos foram tranqüilos esta noite. Pelo menos é o que parece, uma vez que não me lembro deles. Quando me levantei esta manhã e fui até a janela olhar o dia, deparei-me com um pequeno embrulho vermelho, com um laço dourado e um bilhete.

Continha apenas as palavras “Para Miss Goddard”, em uma caligrafia bela e irreconhecível.  Curiosa- e secretamente deliciada – peguei o embrulho delicadamente e o abri. Meus olhos arregalaram-se ao ver o anel pateado, especialmente ao deparar-me com a pedra. A pedra possuia de brilho avermelhado, semelhante a um rubi. Era a mais bela jóia que já vi na vida e ela encantou-me imediatamente.

Suspirei feliz e coloquei-o em meu anular esquerdo. Nem sequer cogitei a idéia de que Caspar não fosse aprovar o presente. Não importava. O anel era meu e eu faria o que bem entendesse com ele.

Contente, arrumei-me e desci para o café da manhã, completamente esquecida de que meu noivo estaria presente.

Desci as escadas pulando os degraus – um comportamento inaceitável, eu sei. Mamãe não aprovaria jamais e provavelmente teria um ataque. Mas o prazer de ter ganhado tão bela jóia inundou-me completamente, fazendo-me ignorar as regras de etiqueta que tanto me aborrecem.

Entrei quase saltitante na sala de jantar, parando bem a tempo de mamãe notar minha indelicadeza. Andando altiva como uma dama, dirigi-me ao meu lugar a mesa e tirando-me o sorriso do rosto, deparei-me com Caspar Levy.

Imediatamente forcei um sorriso. Não queria que ele notasse nada de errado, uma vez que não havia nada de errado. Mas então porque a simples visão de meu noivo irritava-me? Não entendia a mudança. Até ontem ficava extremamente feliz apenas com a idéia de sua visita, hoje não lhe suporto a companhia.

Seus sorrisos agora me faziam perder a paciência e tive de esforçar-me muito para conversar educadamente com ele. Minha irritação só piorava ao notar a empolgação do rapaz, que achava o dia maravilhoso. Caspar voltou-se para minha mãe e jogando todo o seu charme pediu permissão para sairmos. Como se minha opinião não contasse. Mamãe é claro, derreteu-se toda e permitiu. Ela aprova-o incondicionalmente, e isso não é um problema, pelo contrário. Apenas em momentos como aquele, em que deixavam de consultar-me é que tal cumplicidade torna-se detestável, mas nessa manhã aquilo ferveu-m o sangue. Atirei o guardanapo de volta à mesa e levantou-se contrariada. Disse-lhe para ter um bom passeio, uma vez que não o acompanharia por estar indisposta.

O que foi um tremendo erro. O movimento de minha mão fez com que a pedra no anel irradiasse um brilho que chamou atenção de meu noivo.

-Anel novo? Não o conheço, Grace.

-Sim, é novo. E é meu. Não lhe devo satisfações.

Mamãe ficou aborrecidíssima com minha falta de educação. Retirei-me da sala deixando a ambos perplexos. Obviamente, logo que Levy foi embora, mamãe entrou em meu quarto e começou uma longa e exaustiva briga sobre meu comportamento inaceitável para com o rapaz.

De um modo estranho, não me importei com isso.

Ps.: Sei que deveria ao menos ficar curiosa sobre o anel, de onde ele veio e tudo o mais, mas não estou. Sinto que ele realmente pertence a mim. Como nos sonhos eu pertenço às sombras.

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Deitado em seu jazigo subterrâneo, Charles sentia-se contente. Nada poderia dar mais alegria do que saber que seu presente andara surtindo efeito. Sentia cada vibração que emanava dele, e soube que estava funcionando. O próximo passo agora era chegar até sua vítima.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Pretendo postar logo em M,S & E, mas tenho que refazer o capítulo. Ele não me agradou nem um pouco... Por isso não posto hoje na outra fic também.
;*



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