Namorado escrita por Nati Miles


Capítulo 8
Que Comece a Guerra


Notas iniciais do capítulo

Oi oi, galera! Cá estou eu com mais um capítulo, após um pequeno bloqueio que, ainda bem, foi passageiro hehe
Eu esqueci de falar, mas o capítulo da noite de filmes foi inspirado nessa fanart: https://br.pinterest.com/pin/303852306102941408/
Anyway, espero que gostem ♥



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O fim de semana havia passado rápido demais para os alunos da 1-A. Kirishima havia realmente colocado seu plano em prática na noite de sábado: chamou Ashido para sair e a pediu em namoro oficialmente. A garota gritou que “sim”, a lanchonete onde estavam os aplaudiu, ela chorou e o agarrou... E o garoto ficou feliz de que ver que ela havia aceitado.

Já Midoriya, estava apenas começando a colocar seu plano em prática. Acordou mais cedo que de costume na segunda-feira e desceu rápido para a cozinha, procurando algo para comer. Sabia que Uraraka acordava um pouco antes dele, então precisava tentar a encontrar logo cedo. Não demorou muito para a morena descer com seu uniforme impecavelmente arrumado.

— Bom dia, Uraraka! – ele disse sorrindo largamente.

— Bom dia, Deku!

— Eu estava procurando alguma coisa para comer, mas não achei nada que me agradasse... Gostaria de ir comigo na escola comer algo por lá?

A garota se assustou com a pergunta repentina. Lembrou de Bakugou dizendo que o plano estava funcionando e corou.

— C-claro!

Os dois partiram juntos, andando bem próximos. Foram conversando os mais variados assuntos, sobre as provas práticas que teriam em breve, se estavam gostando de ficar nos dormitórios. A caminhada ao lado de Midoriya foi rápida, apesar da morena estar bem ansiosa com a situação. Eles eram bons amigos e costumavam fazer refeições juntos, mas sempre havia Iida ou algum outro colega junto.

Ao chegar na escola, Uraraka pegou seu celular e começou a digitar uma mensagem para Bakugou. Os dois sempre íam juntos para a escola, para manter a máscara de que eram namorados. Sentiu-se na obrigação de mandar ao menos uma mensagem ao garoto, dizendo que já havia ido com Midoriya.

“Bakugou, já estou na escola. Deku me chamou para ir com ele! O plano está funcionando mesmo!!!”

— Pronto, só precisava avisar Bakugou de que já estava aqui – ela disse enquanto guardava o celular de volta na bolsa.

Midoriya ficou um pouco incomodado pela preocupação dela em avisar o outro garoto, mas ficou quieto, afinal eles eram namorados. Por enquanto.

Nos dormitórios, Bakugou estava terminando de se arrumar quando ouviu o celular tocando. Olhou nas notificações e ao ver quem era e sobre o que se tratava, sentiu uma raiva começar a se espalhar pelo seu corpo. Se pudesse socaria aquele nerd, mas achava que Uraraka ficaria muito brava com ele se isso acontecesse. Não que se importasse tanto assim com o que ela pensava dele.

Digitou um “foda-se” pressionando a tela com mais raiva do que deveria, mas acabou desistindo de responder qualquer coisa. Jogou o celular em um canto do quarto e saiu batendo o pé. Isso não ficaria assim.

Andou mais rápido do que de costume e ao chegar na escola, viu Ochako e Deku comendo juntos na cantina. Mas por mais bravo que estivesse, não conseguiu se aproximar dos dois e foi para a sala. Ok, talvez – mas só talvez – estivesse com ciúmes da aproximação de Uraraka e o inútil.

xxx

Uraraka estranhou chegar na sala e encontrar Bakugou sentado na carteira atrás da dela. O cumprimentou como sempre, mas não obteve resposta, então não achou que conseguiria saber porquê ele havia trocado de lugar.

O dia passava normalmente e estavam tendo mais uma aula normal de inglês com Present Mic. Bakugou estava com a cabeça apoiada na mão e olhava para frente, mas não tinha certeza se conseguia absorver o que o professor falava. Havia se sentado atrás de Uraraka para que Deku não se aproximasse, como se estivesse marcando território, mas estava começando a perceber que não era tão fácil prestar atenção na aula com ela tão próxima. O movimento que seu cabelo fazia toda vez que ela se abaixava para fazer alguma anotação no caderno, seu perfume invadindo seu espaço, o modo como ela murmurava para si mesma tentando compreender a matéria...

Alright!— o professor gritou. – Vamos nos dividir em duplas para fazer uma atividade!

Midoriya virou-se na direção de Uraraka e começou a acenar, como a chamando para que fizessem juntos. A garota acenou de volta, mas logo sentiu um peso em seu ombro. Bakugou havia colocado sua mão ali e olhava ameaçadoramente para o outro garoto, que insistiu em continuar chamando a morena.

— Você vai fazer essa porra comigo – Bakugou disse incrivelmente baixo e ameaçador.

Uraraka, que ainda estava com a mão para cima acenando, abaixou o braço lentamente e olhou um pouco brava para o loiro. Ele a olhava de uma forma não muito ameaçadora, mas a garota sentiu que deveria ficar ali e fazer a atividade com ele. Sorriu para Deku, como se pedisse desculpas.

Virou sua carteira de lado, para que conseguisse fazer a atividade com Bakugou. Estava um pouco contrariada de fazer a atividade com ele, mas ao menos o garoto era inteligente. O loiro conseguia responder a maioria das questões, sobrando pouca coisa para Uraraka fazer – o que a deixou bem impressionada.

— Uau, Bakugou, você é muito bom em inglês – disse enquanto anotava a resposta na folha.

— Lógico que sou – respondeu revirando os olhos, disfarçando que havia ficado feliz com aquele pequeno elogio.

— Tá, agora essa última questão...

Uraraka mordia o lápis na sua boca, enquanto lia a questão para si mesma. As sobrancelhas estavam franzidas, o que mostrava que ela estava muito concentrada tentando compreender o exercício. Bakugou ainda estava com a cabeça apoiada na mão e, ao contrário da colega, estava perdendo a concentração no que estavam fazendo, pois estava prestando muito mais atenção nas expressões que ela fazia.

— Acho que a alternativa b é a correta. O que acha? – perguntou se virando para olhá-lo.

O loiro continuou a olhá-la em silêncio por alguns segundos. Aquele rosto redondo, os olhos castanhos que o encaravam, aquela boca que ainda mordia levemente o lápis... E lá veio mais confirmação de que estava gostando dela, como que batendo com força em sua cara. Arrumou-se na carteira rapidamente e pigarreou, baixando o olhar para a folha que Uraraka segurava.

— Está certa, cara redonda.

A garota sorriu e marcou a alternativa. Deu uma última olhada para a folha e assinou seus nomes a tempo, enquanto batia o sinal e Iida começava a recolher as atividades, conforme pedido do professor.

xxx

Kirishima ainda pensava na conversa estranha que teve com o amigo no fim de semana. Um pensamento lhe passava pela cabeça, mas era impossível de ter acontecido. Então, como que para confirmar suas suspeitas, viu a reação que Bakugou teve quando Present Mic pediu a atividade em dupla. Aquele olhar ameaçador direcionado à Midoriya fez com que desse um estalo em sua cabeça e ele arregalou os olhos enquanto pensava que talvez não estivesse errado.

O restante do dia passou normalmente – ou o mais normal que se pode passar em uma escola de heróis. Os alunos voltavam quase todos juntos para a Heights Alliance. Assim que chegaram, Bakugou foi para seu quarto e Kirishima correu atrás dele.

— Kacchan! – chamou batendo na porta e entrou quando percebeu que estava destrancada.

— Que porra você quer, mano? Eu não estou afim de ficar ouvindo sobre seu namoro – disse enquanto continuava deitado, sem nem olhar para o amigo.

— Eu só quero entender uma coisa – o ruivo começou, sentando-se numa cadeira na frente da cama. – O que foi aquela conversa de sábado?

— Que conversa? – ele tentou disfarçar, mas não passou despercebido pelo amigo.

— Nem vem, mano! Você odeia me ouvir falando sobre como gosto da Mina! E do nada vem perguntar como eu sabia que gostava dela? Isso é muito estranho!

— Não era nada – respondeu baixo demais, causando estranheza no amigo. – Era uma curiosidade idiota.

— Ok, você está muito estranho...

Kirishima continuou observando o amigo, que parecia estar começando a corar. Essa conversa estava começando a ficar estranha, assim como a de sábado. Desde quando Bakugou ficava com vergonha de alguma coisa? Então o ruivo fez a pergunta que esperou o dia todo para fazer.

— Você percebeu que gosta da Uraraka?

— MORRE, KIRISHIMA!

— Você não negou! – deu um enorme sorriso e se levantou abruptamente.

— Cacete... Tá, suponhamos que eu goste da cara redonda – ele dizia tão baixo que o ruivo fazia esforço para ouvir. – Eu só queria pedir uma opinião.

— Own, meu bebê cresceu e quer conselhos amorosos!

— Esquece essa porra! – gritou se levantando e ligando o videogame. – Não quero mais.

— Não, por favor! Desculpa, não faço mais piadinhas, prometo!

Bakugou olhou de canto de olho para o amigo, que estava extremamente empolgado. Sabia que Kirishima acabaria sim fazendo mais piadinhas e sabia que teria que pisar um pouco no seu orgulho para admitir que ele estava certo e que gostava da Uraraka. Bufou alto enquanto voltava para se sentar na cama, tentando achar palavras para expressar o que queria.

— Uma piada e eu te explodo – ameaçou. – Tá... Eu não sei ainda, não consigo ter certeza se gosto dela ou não, porque nunca gostei de ninguém.

— E por isso quis saber sobre como eu soube... Entendi agora. Bom, me diga então como você começou a perceber.

— Argh, porra de conversa estúpida... – o loiro revirou os olhos irritado. – Quando você chegou correndo com ela nos braços aquele dia. Eu fiquei pensando que se tivesse ido poderia ter evitado aquela situação toda. Poderia ter ficado de olho nela, como um herói faria, entende?

— Aham, como um herói – Kirishima sorria maliciosamente.

— Eu vou te explodir – olhou ameaçadoramente e o ruivo passou a mão na boca, como se estivesse a fechando com um zíper. – E então veio essa noite de filmes estúpida e a piranha estava tão assustada com aquele filme de terror, que quando eu mudei ela sorriu tão desgraçadamente que eu quis explodir a cara dela todinha.

O loiro já estava de pé nessa hora, andando de um lado para o outro. Kirishima nunca havia visto o amigo assim, então estava um pouco assustado com as reações e atitudes que ele estava tendo.

— E NÃO BASTASSE ISSO... – começou a elevar a sua voz, demonstrando estar muito irritado com a situação. – Eu não sei que merda eu estava pensando quando decidi sentar atrás dela, mas foi a pior escolha que já fiz na vida, porque a puta me impedia de prestar atenção em qualquer coisa.

 - Ok, estou engolindo todas as piadinhas possíveis e isso está sendo bem difícil – Kirishima disse rindo. – Mas sério agora... Você gosta dela! Por que não conta?

— Ah, claro! “Olá, cara redonda, estou te ajudando em um maldito plano pra você causar ciúmes no idiota do Deku, mas gostaria de dizer que gosto de você” – disse mudando a voz e em um tom irônico, revirando os olhos. – Me poupe de ideias estúpidas.

— Bom, então... E se você se esforçar nesse plano?

— Você é demente?

— Não, presta atenção! Você se torna um namorado de verdade: chama ela pra sair, a trata bem e dá toda a atenção que ela quer. Ela acha que está a ajudando a fazer ciúmes no Midoriya, mas você estará se beneficiando. Você fica próximo dela e a agrada o suficiente para que, quem sabe, ela goste de você também.

— Não é de todo mal – disse estreitando os olhos na direção do amigo, sorrindo macabramente. – E ainda tenho a chance de tentar espantar o nerd e marcar meu território. Vamos começar essa porra de guerra!

— Isso... Quê? Que guerra? E marcar território soa muito errado!

Mas Bakugou não o ouviu, pois já pensava em mil maneiras de mostrar para Uraraka que estava ali e espantar Midoriya para o mais longe possível.


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