Namorado escrita por Nati Miles


Capítulo 5
Noite de Filmes


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Turu bom?
Obrigada a todos que tem comentado e favoritado a fanfic! Vocês já estão no meu coração ♥
O romance que eles assistiram foi o único que eu pensei em um filme específico, chamado Casa Comigo? (Leap Year, originalmente). Estava lembrando desse filme esses dias e me fez lembrar muito do nosso OTP supremo Bakuraka :B
É isso, espero que gostem! ♥



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Fazia três dias desde o incidente com Uraraka e cinco dias que Bakugou fingia ser namorado dela e sua sanidade parecia ter ido embora de vez. Não sabia como nem por quê, mas quando todos começaram a falar sobre assistirem filme juntos até tarde, ele concordou. Após o incidente, tudo que ele mais pensava era em explodir o maldito sujeito (que descobriram que não era nenhum vilão em potencial, apenas um estranho qualquer) e em não desgrudar os olhos de Uraraka. Para isso, ele estava sempre por perto e andava de mãos dadas com ela sem reclamar tanto. A garota achava que ele estava apenas aceitando participar mais do plano e ele se convencia que tudo isso era em nome de ser o maior herói de todos, claro.

Enquanto as garotas arrumavam a sala para que todos pudessem ficar aconchegados, Kirishima e Todoroki (que por incrível que pareça havia aceitado participar) faziam pipoca e Satou fazia seu bolo. Enquanto isso, o restante dos garotos apenas observava, pois as garotas não deixavam eles palpitarem em como estavam organizando a sala. As garotas tiraram a mesa de centro e colocaram colchonetes, para que coubessem todos confortavelmente.

— Nossa, pra quê tudo isso? – Kaminari perguntou ao ver a sala cheia de colchonetes.

— Pra caber todo mundo, gênio! – Jirou respondeu revirando os olhos. – Acha que cabe todo mundo sentadinho no sofá?

— Beleza, galera – Momo disse ao chegar sorridente do banheiro, com um colchonete na mão. – Terminei o último! Cada um pega seu próprio cobertor e travesseiro e sejam felizes se espalhando pela sala.

— Você fez colchonetes só para isso? – Kaminari perguntou um pouco assustado.

— Colchonetes que saíram da Yaoyorozu – Mineta dizia enquanto se aproximava babando e deitava neles.

— NOJENTO! – Jirou gritou e lhe deu um chute.

Todos fizeram como Momo havia dito e buscaram seus pertences para a pequena noite do pijama. Bakugou não pegou, pois achou inútil tudo isso, já que eles poderiam simplesmente usar as almofadas da sala.

— Muito bem, pessoal! – Iida começou com seu usual tom de representante e acenando com os braços. – Meninas do lado esquerdo e meninos do lado direito!

Como se todos tivessem ensaiado, espalharam-se pelo ambiente e misturaram meninas e meninos, ignorando totalmente as ordens do representante de classe. Bakugou sentou-se em um canto do sofá, ao lado de Uraraka. Sentiu uma pontinha de felicidade ao ver que Midoriya estava um pouco longe, sentado no chão perto da televisão.

— Relaxa, Iida-kun – Tsuyu disse colocando a mão em seu ombro. – É só uma noite de filmes.

— Muito bem, pessoal, vamos às nossas opções da noite! – Mina começou sorridente, mostrando um filme de romance, um de terror e um de ação.

Depois de algumas discussões, decidiram assistir todos para que todos ficassem satisfeitos. Votaram para decidir a ordem e ficou decidido que começariam com o filme de ação, depois seria o de romance e, por último, o de terror. Com as luzes apagadas, todos começaram a noite de filme e pipoca.

Uraraka se aconchegou ao lado de Bakugou, colocando as pernas pra cima do sofá, apoiando-se em seu travesseiro e se cobrindo com seu edredom. Apesar do temperamento explosivo do garoto, sentia-se confortável ao seu lado. Ele vinha se mostrando um improvável bom amigo: tentou a animar com aquelas palavras rudes, dizia menos vezes que iria a explodir e estava mais participativo no plano esses dias.

Todos assistiram o primeiro filme animadamente, mas na metade do segundo a maioria dos meninos e metade das meninas estavam dormindo. Bakugou era um dos poucos que estava acordado, porque Uraraka estava animada demais e ficava fazendo comentários – que incrivelmente não o incomodavam tanto.

— É agora! – ela cochichou o balançando de leve pela manga da camiseta. – Olha, olha! Ela está indo atrás dele!

— Porra, pára de chacoalhar, Uraraka! – ele tentou cochichar e falhou. Ultimamente estava mais comum que ele a chamasse pelo sobrenome.

— Own, que romântico! – ela juntou as duas mãos em frente ao peito.

— Qual o romance nisso? – ele perguntou torcendo o nariz. – Esse filme é horrível!

— Não é horrível! – ela respondeu com um tom infantil e ele achou certa graça. – Ela percebeu que não era tão importante quanto pensava para o namorado e que não sentia mais o mesmo por ele. E como estava começando a gostar o outro rapaz, correu de volta para ele.

— Como assim, mano! Ele foi cuzão com ela a maior parte do filme!

— Mas ele mostrava se importar com ela, Bakugou – disse revirando os olhos. – E no final é um romance lindo, não é, meninas?

A morena olhava com expectativas para as amigas, mas não recebeu resposta. Esticou-se um pouco no sofá e percebeu que já estavam dormindo, sobrando apenas os dois acordados. Bufou e fez um bico, afinal queria que as amigas a ajudassem a mostrar a beleza do filme para o loiro.

— Puta merda, acabou essa porra finalmente!

— Sssshhh, vai acordar o pessoal – a morena sussurou colocando a mão na boca de Bakugou.

— Quer morrer? – ele disse empurrando a mão dela e a olhando estranho. Não era um olhar tão ameaçador, mas não parecia muito amigável.

— Não estou com sono... Quer assistir o próximo? – ela perguntou sorrindo e ele sentiu que não conseguiria dizer não.

— Pode ser. Você levanta e coloca essa porra, cara redonda.

Uraraka foi colocar o filme, pisando com cuidados no meio dos amigos. Ao voltar para o sofá, tropeçou no braço de alguém que não conseguiu distinguir quem era e caiu em cima de Bakugou, apoiando os braços nas pernas do garoto.

— Que porra é essa, Uraraka?

— Desculpa, eu tropecei! – respondeu sorrindo sem graça. Podia jurar que Bakugou havia corado, mas estava escuro demais para afirmar com tanta certeza.

Começaram a assistir o filme, mas logo se arrependeram. Bakugou estava um pouco tenso com o filme, mas estava gostando, ao contrário de Uraraka que parecia que estava morrendo. A garota inconscientemente aproximava-se dele cada vez mais, como se tentasse se proteger.

— Puta que pariu, ele tá indo sozinho ver o barulho! – Uraraka disse apertando o braço de Bakugou, que não reclamou.

— Puta que pariu digo eu! Acabo de te ouvir soltar um xingamento!

— Ah, meu Deus! Desculpa! – ela disse arregalando os olhos e tampando a própria boca com as mãos.

— Como se eu pudesse reclamar – ele deu um sorriso um pouco sarcástico.

Ouviram um grito no filme e a garota deu um pulo no lugar. Colocou a mão no coração e ficou parada alguns segundos com os olhos arregalados.

— Ok, vamos esquecer isso – levantou-se para tirar o filme, mas o garoto a segurou pelo pulso e puxou para sentar-se de novo.

— Mas nem fudendo! Não seja medrosa, cara redonda! Eu assisti aquela merda de romance escroto, você vai assistir esse caralho de filme!

Conforme o filme avançava, Uraraka enfiava a cabeça embaixo do edredom e Bakugou a descobria, fazendo com que assistisse. Em determinado momento, a garota levou um susto tão grande que soltou um gritinho (que milagrosamente não acordou ninguém), tampou os olhos com as mãos e virou-se para o lado do loiro, apoiando seu rosto no ombro dele.

Bakugou sentiu seu estômago revirar e as bochechas esquentarem. As sensações se intensificaram quando a garota destampou um pouco o rosto e olhou para cima, tão perto dele. A respiração dela parecia pesada e um pouco descompassada, assim como a dele. A dela provavelmente era por conta do filme e ele tentou se convencer que a dele também.

— Bakugou-kun, já passou? – ela perguntou com um tom assustado e o sentimento de proteção o atingiu novamente.

— Já, Uraraka – respondeu o mais baixo que pode. Revirou os olhos, sentindo-se derrotado por ele mesmo. – Você quer assistir outra coisa?

A garota, que ainda estava o olhando para evitar ver o filme, assentiu rapidamente. Bakugou se levantou e colocou um filme aleatório de comédia que havia encontrado.

— Obrigada – ela sussurrou com um sorriso leve.

Ochako parecia outra pessoa com esse filme. Tentava abafar suas risadas colocando o travesseiro no rosto, mas Bakugou ainda escutava um pouco. Ela parecia realmente assustada com algo bobo como aquele filme anterior e o instinto protetor do garoto havia aflorado com um simples olhar amedrontado dela. Agora, enquanto ouvia as risadas levemente abafadas, ele sentia que o estômago não estava apenas revirado, mas que estava dançando e dando piruetas. Se pegava a observando pelo canto de olho de vez em quando e suas bochechas esquentavam ao ver o sorriso de alegria que ela exibia.

Se distraiu pensando em como ela havia sorrido para ele e por algo que ele havia feito. Pensou que gostaria de fazer isso mais vezes e logo se assustou com a linha de pensamento que sua cabeça fez. Um leve arrepio subiu pelo seu corpo e o fez se sobressaltar de leve ao ser atingido por pensamentos não tão puros. E tal movimentação não passou despercebida pela garota.

— Está com frio, Bakugou?

— Estou ótimo – respondeu mais rápido do que gostaria e corou. Agradeceu imensamente por estar escuro e ela não ser capaz de vê-lo vermelho desse jeito.

— Você está super gelado! – disse após colocar a mão sobre o braço do garoto, lhe causando mais arrepios do que ele gostaria. – Olha, está todo arrepiado de frio!

Bakugou quis morrer ali mesmo, enquanto amaldiçoava mentalmente seu corpo. Uraraka pegou o edredom e jogou um pedaço sobre o corpo do garoto.

— Pronto, agora vai ficar quentinho – disse com aquele maldito sorriso.

O loiro não respondeu nada e tentou focar no que assistia. A garota conseguiu assistir quase meia hora do filme e caiu no sono com o travesseiro em seu colo e a cabeça deitada no encosto do sofá. Bakugou ainda assistia o filme quando sentiu um peso em seu ombro. Estava pronto para reclamar quando percebeu que Uraraka estava dormindo profundamente. Ela parecia sorrir levemente enquanto dormia, o que o fez sorrir involuntariamente.

Bakugou ficou muito tempo acordado ainda, observando Uraraka dormir, organizando seus pensamentos e percebendo que Kirishima não estava errado afinal.


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