Namorado escrita por Nati Miles


Capítulo 2
Colocando em Ação


Notas iniciais do capítulo

E aí vamos nós com mais um capítulo!
Espero que gostem!



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Uraraka Ochako não sabia como e nem porquê havia realmente pensado que esse era um bom plano. Era a coisa mais absurda do mundo e ela sabia muito bem. Mas ela se sentia um pouco desesperada quando o assunto era um certo garoto de cabelo verde ondulado, sendo capaz de qualquer coisa.

Havia ficado combinado que Mina iria junto com Ochako, para dar um apoio moral. As garotas acharam que poderia valer de algo, pois ela estava quase namorando com Kirishima e todos sabiam que ele era o melhor amigo de Bakugou.

As garotas bateram na porta do dormitório e ficaram confusas quando Kirishima a abriu.

— Mas ein? – Mina disse confusa. – Não é possível que errei seu quarto, eu estou sempre...

— BOOOOOM DIA! – Kirishima disse alto, enquanto dava risadas tentando disfarçar o que a garota estava falando. – O que fazem aqui, garotas?

— Quero falar com seu amigo Bakugou.

Ochako empurrou a porta que Kirishima estava segurando, revelando um garoto loiro deitado em sua cama jogando videogame. Ele se virou para a porta, seus olhos soltando faíscas de raiva – como sempre.

— Mas que porra é essa? Sua mãe não te deu educação?

— Bakugou-kun, temos uma proposta pra você! – Ochako disse animada. Mina deu uma pigarreada e Ochako revirou os olhos, corrigindo sua frase. – Eu tenho uma proposta pra você.

— Não – ele respondeu voltando sua atenção ao videogame.

— Por favor, ao menos me ouça! – a garota pediu juntando as mãos e fazendo a melhor expressão de “cão sem dono” que podia.

Katsuki apenas a olhou de canto de olho e bufou alto, enquanto revirava os olhos e continuava a jogar.

— Vou considerar que você está me ouvindo – Ochako começou.

Ela explicou todo o plano e, no final, os dois garotos a olhavam com olhos arregalados.

— Você é demente? – o loiro perguntou. – Primeiro: o que caralhos te faz pensar que eu aceitaria? Segundo: se eu aceitasse, o que eu ganharia com isso? E terceiro: quem garante que o inútil vai cair nessa?

— Primeiro: pensei que seria uma boa maneira de você estar na frente do Deku... de alguma maneira. Segundo: você ganharia o mérito de estar na frente do Deku, como disse. De certa forma, já é uma maneira de ganhar dele em mais alguma coisa. E terceiro: não saberei se não tentar.

Bakugou piscou diversas vezes seguidas, como que tentando digerir aquilo tudo. Aquelas duas malucas estavam mesmo pensando em levar essa merda a sério?

— Pode ser uma boa ideia, sabe – Kirishima disse sorrindo.

Apesar de não ter dito nada demais, Bakugou sabia que o amigo tinha segundas intenções com aquilo, pois estava cismado que ele gostava da garota que estava ali na sua frente agora. Ele não gostava da garota. Mas também não a odiava. Havia aprendido a respeitá-la, de certa forma, e isso não era errado nem nada demais.

— Sim, ótima ideia! – Mina entrou na discussão também sorrindo. – Pense em como o Midoriya ficaria ainda mais para trás de você! Em como ela ficará enciumado quando souber!

— Se essa ideia der certo, né – Kirishima falou baixo, mas Mina ouviu e deu cotovelada em sua barriga.

— Tá... Digamos que eu aceite essa porra, você seria como minha escrava?

— Isso soa mal em muitos níveis – Kirishima comentou.

— Namorada, Bakugou, não escrava – Uraraka respondeu.

— Que seja – o loiro respondeu revirando os olhos. - Eu aceito essa porra, mas sob algumas condições. Você que me venha ficar de agarramento e toda melosa, que eu te explodo. E você vai ser como minha escrava sim.

O loiro estendeu a mão, como que quisesse selar aquele “contrato”. Kirishima tentou dizer que não parecia certo chama-la de escrava e Ashido quase desistiu por conta disso. Mas Ochako não poderia deixar aquilo passar. Bakugou Katsuki era perfeito para esse papel, por mais estranho que isso soasse e por mais bizarro que fosse ele a chamando de escrava. A morena apertou a mão dele, selando o contrato dos dois.

— Tudo bem. Mas você não vai me chamar de escrava, muito menos em público e perto do Deku. Isso só faria a situação ficar estranha e nunca o faria acreditar que somos um casal.

— Que seja – o loiro respondeu revirando os olhos. – Vai estragar metade da diversão, cara redonda.

Eles haviam acabado de dar início ao plano mais mirabolante já criado pela mente de Ashido Mina. E ela e Kirishima já estavam arrependidos de terem começado.

xxx

— Muito bem! – disse Uraraka a Bakugou.

Eles haviam combinado de se encontrar na sala de convivência para acertarem maiores detalhes e já começarem a espalhar rumores de que estavam juntos. Eles estavam sentados no sofá da sala. Ele estava esparramado, com os pés em cima da mesinha de centro e claramente entediado. Ela estava com as pernas em cima do sofá, virada de lado para ele e mais empolgada do que deveria.

— Nós percebemos que nos gostávamos e decidimos tentar essa relação. Vamos tentar ficar mais próximos e andar de mãos dadas, além de...

— Pode parando essa porra aí, cara redonda – o loiro disse colocando a mão no rosto dela na tentativa de faze-la parar de falar. – Tenho cara de quem anda de mãos dadas por aí?

— Você aceitou isso! Como vamos convencer que somos um casal se nem andamos de mãos dadas? E você pode me chamar pelo nome ao invés de apelidos maldosos.

— Ok... Uraraka – ele disse revirando os olhos. – Mas eu te avisei que não queria agarramentos.

— Ok, Bakugou — ela respondeu sorrindo. Já era um começo se chamarem pelos sobrenomes. – Mas dar as mãos não é agarramento. Eu prometo que esse vai ser o máximo que vou pedir de você. Não precisa ficar me abraçando nem nada, só me dá a mão quando estivermos em locais mais públicos e que sabemos que o Deku pode ver.

— Que seja. Você nem é minha namorada de verdade e já está me dando nos nervos – ele disse encostando a cabeça no encosto do sofá, em um sinal claro de quem estava começando a ficar irritado.

A garota apenas sorriu e mostrou a língua para ele.

— Aliás, o que te faz pensar que o inútil acreditaria que estamos realmente namorando? Pelo que você me disse, faz só uma semana que você se declarou pra ele, idiota. Ele pode ser a porra de um nerd que não se atenta a coisas fora desse universo de herói, mas ele não é tão estúpido assim.

— Eu só achei que deveria tentar – ela respondeu olhando pra baixo.

Parando pra pensar, era realmente uma ideia estúpida. E a manipuladora da gravidade estava começando a questionar se aquilo realmente poderia dar certo. Eles ouviram passos descendo as escadas e avistaram Mina, que estava encarregada de dar início ao plano – em outras palavras, ela seria a fofoqueira que espalharia os rumores após vê-los juntos.

— Oh, Ochako! Você e o Bakugou aqui sozinhos? – ela começou em um tom forçadamente dramático e alto. – Me pergunto: estariam vocês juntos?

Bakugou a olhou como se ela tivesse algum problema. Quem acreditaria naquela atuação barata que a garota estava fazendo? Estava na cara que ela estava forçando. Ochako não conseguia responder, pois tentava segurar o riso.

— Qual a porra do seu problema? – o loiro perguntou ainda a olhando sem crer no que via.

— Eu estou tentando chamar a atenção aqui – ela respondeu sussurrando.

Eles ouviram mais passos descendo as escadas e logo as outras garotas estavam ali também. Todas sabiam do plano, mas se assustaram ao ver que ele estava realmente sendo colocado em prática. Mina as cutucou, como quem pede ajuda. E logo todas começaram a falar alto, tentando chamar a atenção para a sala e o casal que ali estava.

Os garotos logo desceram também. Kirishima era o único que sabia do plano, então só pode dar risada com a cena. Todas as garotas estavam atuando de forma exageradamente dramática enquanto levantavam os braços e comentavam sobre um novo casal. Uraraka estava ao lado do seu suposto namorado segurando as risadas e Bakugou estava visivelmente irritado.

— Mas que porra eu fui me meter – Bakugou comentou baixo.

— Já começou, não tem volta – ela respondeu sorrindo.

Aquele maldito sorriso. Bakugou tinha vontade de explodir a garota quando ela sorria daquele jeito irritante.

Todos estavam distraídos comentando sobre como eles haviam começado esse namoro, mas Bakugou percebeu quando o garoto de cabelos verdes apareceu na sala. Uraraka olhou para o loiro e estendeu sua mão, como pedindo que cedesse ao seu pedido e dessem as mãos, mas acabou recebendo um olhar ameaçador como resposta. A morena então se contentou em disfarçar e colocar sua mão sobre o ombro do rapaz, o que não pareceu que o incomodou tanto.

Bakugou sentiu esquentar onde a garota se apoiou, mas ignorou e continuou com sua carranca, olhando feio para todos que estavam ali falando tão alto.

— Pelo amor de Deus, vocês podem parar e ir fazer seja lá que porra vocês inúteis fazem?

— Uuuuuuuuhhh – Kaminari começou sorrindo marotamente. – Mal começaram a namorar e já querem ficar assim sozinhos?

— MORRA! – Bakugou gritava a plenos pulmões, parecendo prestes a explodir a sala.

Midoriya estava um pouco afastado. Não entendeu o porquê, mas teve uma sensação estranha ao ver Uraraka colocando a mão sobre o ombro do seu amigo de infância. Ignorou o que estava sentindo e se aproximou deles. Tentou demonstrar a maior felicidade que pudesse, afinal sentia-se mesmo feliz por Bakugou aparentemente ter encontrado alguém que ele não gostaria de explodir.

— Parabéns, Uraraka-san e Kacchan – o garoto disse parecendo entusiasmado, dando o melhor sorriso que podia. – Muitas felicidades ao nosso novo casal!

Uraraka deu um sorriso sem graça. Essa definitivamente não era a reação que ela esperava dele.


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