Namorado escrita por Nati Miles


Capítulo 10
Encontro


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Desculpem a demora, mas não está sendo fácil. Eu estava quase finalizando o capítulo no celular, mas esqueci de passar pro pc antes e formatei meu cartão de memória. Resultado: tive que reescrever tudo AHSIEHASSAASHAS
Mas entre mortos e feridos, salvaram-se todos. E cá estamos nós com um capítulo fresquinho ♥
Só pra constar: não sei como eles comem mochis lá e não sei nenhuma comida japonesa bem apimentada, então por isso não especifiquei o que Bakugou comeu HASIESSAUHESAUEHSAHE.

Espero que gostem! ♥



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O parque não era tão longe dos dormitórios, então o casal chegou logo. O local era bonito, grande, com pistas de caminhada e, obviamente, cheio de árvores. No meio dele havia uma árvore maior ainda, que era ponto de encontro de pequenos grupos e casais. Ali havia vários bancos para se sentar, além de algumas barraquinhas de comida. Além disso, havia um pequeno lago com peixes e uma ponte, onde você poderia subir para alimentá-los. 

— Uau, aqui é mesmo bonito! – ela comentou deslumbrada, ao passarem pelo lago. 

— Nunca veio aqui? – ele perguntou com uma sobrancelha arqueada. 

— Não... Quer dizer, já passei em frente, mas nunca entrei realmente – disse se virando para o garoto. – E agora, o que fazemos? Esperamos um tempo aqui sentados e depois voltamos para os dormitórios? 

O loiro não sabia ao certo o que fazer. Na verdade, havia planejado comer juntos, ficar um pouco sentados apreciando a paisagem (que ele, incrivelmente, gostava) e, quem sabe, no fim da noite ela perceberia seus sentimentos. Mas não parecia que seria tão fácil colocar isso em prática, principalmente quando Uraraka pensava que estavam ali apenas para ficar sentados matando tempo, para enganar Midoriya e o fazer pensar que estão em um encontro. 

Chegaram perto de uma das pistas de caminhada e Uraraka se soltou dele, correndo para lá e se posicionando.

— Vamos apostar uma corrida!

— Hunf, você vai perder.

— Não apostaria nisso – ela respondeu com uma expressão desafiadora. Aquela maldita expressão de quando estavam lutando.

— Quer apostar, então? – ele arqueou uma sobrancelha. Isso poderia ser divertido.

O loiro se posicionou ao lado da garota. Fizeram a contagem regressiva e saíram correndo. Bakugou parecia estar ganhando e estava prestes a usar sua individualidade para pegar impulso, mas Uraraka passou ao seu lado quase como um foguete e, ao olhar para frente, viu a garota ganhando a corrida e juntando as mãos.

— Mas que porra foi essa?

— O quê? – ela se fez de desentendida, segurando o riso ao ver a expressão raivosa e confusa dele.

— Não se faz de sonsa, cara redonda!

— Tenho usado nossos treinamentos para golpes especiais para usar minha individualidade em mim mesma – disse sorrindo orgulhosa. – E aparentemente tenho ido bem.

Bakugou estava impressionado. Sabia que a garota tinha potencial quando lutaram, mas nem ele havia pensado na possibilidade de ela conseguir usar tão bem sua individualidade em si mesma. Foi obrigado a admitir para si mesmo (e apenas para si mesmo) que ela e sua individualidade eram mais incríveis do que pensava.

— Então eu ganhei e posso pedir qualquer coisa agora, né. Deixa eu ver... Quero comer!

— Que pedido mais estúpido – disse revirando os olhos.

— É porque me deu fome e só consigo pensar em mochis agora – respondeu com um pequeno biquinho.

O casal voltou a andar rumo à árvore central, onde estavam a maioria das barraquinhas de comida. A noite estava bem agradável, com uma leve brisa refrescante. Estava um pouco cheio, apesar de ser dia de semana, mas nada que os impedisse de encontrar um local para sentar e comer.

— Quero uma porção de mochi! – disse contente ao chegarem na barraquinha.

Uraraka abriu a bolsinha que estava usando e estava pegando sua carteira, quando sentiu um empurrão lateral que a obrigou a dar um passo para o lado, para não cair. Olhou confusa e viu Bakugou fazendo seu pedido e pagando tudo.

— Você ganhou a aposta. Eu pago – disse muito mais baixo do que de costume.

— Ah, obrigada. Eu acho...

Enquanto esperavam tudo ficar pronto, acomodaram-se em uma mesinha que havia ali perto, sentando-se um de frente pro outro. Ficaram em um silêncio confortável até a comida ficar pronta. Uraraka havia se levantado para ajudar a pegar, mas o loiro disse para ela se sentar que ele pegava sozinho. A morena ainda estava achando estranha toda essa gentileza, mas poderia se acostumar com ela facilmente.

— O seu parece bom! – disse quebrando o silêncio, após começarem a comer. – Posso dar uma mordida?

— Você não vai aguentar, cara redonda – disse com um sorriso sarcástico. – É bem apimentado.

— Não seja egoísta, só quero experimentar um pedacinho!

O loiro estendeu a comida para que ela experimentasse. Uraraka ficou um pouco brava que ele disse que ela não aguentaria, tornando-se uma questão de honra morder aquilo e aguentar. A garota se inclinou de leve sobre a mesa e mordeu, sorrindo vitoriosa ao perceber que o ardido era suportável.

— Ah, nem é tão ardido assim – disse após engolir.

Ardia um pouco sua língua, mas ainda estava suportável. Porém, ao passar alguns segundos, Uraraka começou a sentir uma queimação subir da sua garganta e se espalhar por toda boca. Sentiu o rosto começar a queimar e começou a se abanar com as mãos, enquanto Bakugou ria descaradamente ao seu lado.

— Pára de rir de mim, seu sem graça!

— Eu disse que não ía aguentar – respondeu limpando uma lágrima que saia de seu olho, de tanto que estava rindo.

— Como consegue comer isso? – perguntou enquanto enfiava seus bolinhos na boca, na tentativa de amenizar o ardido.

— Da mesma maneira que você come esses negócios sem graça – respondeu se segurando para não rir mais.

Os dois terminaram a refeição e saíram andando. Uraraka não percebeu, mas acabou pegando na mão de Bakugou quando voltaram a caminhar. O loiro sentiu-se imensamente feliz por dentro, mas tentava manter a compostura por fora.

Enquanto passavam em frente ao lago, a garota insistiu para que comprassem alguma coisa para alimentar os peixes. Bakugou foi praticamente arrastado para uma pequena padaria que havia ali em frente e compraram um pão, divindo-o ao meio.

Uraraka estava feliz dando pequenos pedacinhos do pão aos animais. Olhou para o lado e viu Bakugou tão concentrado que parecia uma criança. Ele jogava os pedaços e ficava olhando fixamente para os peixes, enquanto eles pegavam. A morena tentou resistir, mas a vontade foi mais forte que ela... E então o loiro sentiu algo bater em sua cabeça. Virou-se para o lado com um olhar confuso e amedrontador.

— Quer morrer?

— Não fale essas coisas assustadoras, Bakugou-kun! – a morena disse rindo e jogando outro pão no garoto.

— Mas que porra... Uraraka! – a garota ainda jogava pão nele.

O loiro se irritou e começou a revidar, começando uma pequena guerra de pedaços de pão. O garoto estava se divertindo, mesmo sendo algo tão simples e banal. Um sorriso não pode ser contido e dessa vez Uraraka havia visto perfeitamente. Estava tão acostumada a ver o garoto sempre bravo e de mal humor, nunca havia o visto sorrir. Ao menos não tão sinceramente como agora, seus sorrisos eram sempre sarcásticos ou macabros. A morena sentiu seu rosto esquentar de leve ao pensar que Bakugou era bonito quando sorria daquele jeito.

Ele, por outro lado, estava se deliciando ao ouvir as risadas da garota. Ele sempre a ouvia rir com os outros ou a via dando sorrisos de graça por aí (sendo simpática demais, na visão dele), mas quando era ele quem causava isso, parecia que tudo mudava. O som de sua risada ficava mais melodioso e seu sorriso parecia mais bonito. E por isso não pode se conter e sorriu também. Sorriu como nunca havia sorrido para ninguém antes, porque ninguém nunca havia o feito se sentir assim.

— Droga, acabou meu pão – ela murmurou. Olhou pra frente e Bakugou se aproximava dela, com “munição” restante. – Não vale jogar agora, eu tô sem nada!

Mas o garoto continuava a se aproximar, com uma leve aura assassina. Uraraka soltou um gritinho e saiu correndo, sendo seguida pelo loiro.

— MORRA! – ele gritava enquanto corria atrás dela.

— JÁ DISSE PRA NÃO DIZER ESSAS COISAS ASSUSTADORAS! – ela gritava de volta, ainda rindo. Por mais que as palavras fossem ameaçadoras, o tom de voz não a assustava realmente.

Pararam de correr um bom tempo depois, quando Uraraka começou a se sentir enjoada, pois havia ativado sua individualidade para conseguir correr melhor. Haviam dado uma volta inteira no parque já, voltando ao ponto de partida perto do lago. A morena sentou-se em um dos bancos e jogou a cabeça para trás, respirando pesadamente, e o garoto sentou-se ao seu lado, recuperando o fôlego também.

— Vou me lembrar de nunca mais começar uma guerra com você – disse virando a cabeça para olhá-lo.

— Você deveria lembrar disso mesmo – ele respondeu, jogando seu último pedaço de pão na testa dela, que resmungou. – Estúpida.

— Saudades Bakugou gentil – ela disse esfregando a testa.

O loiro levantou a mão e antes que pensasse corretamente, já estava fazendo um leve carinho onde havia acertado o pão. Uraraka arregalou os olhos de leve, mais assustada com o que o garoto fazia do que com a onda de eletricidade que parecia percorrer seu corpo. Levantou-se em um supetão, fazendo com que ele recuasse.

— A-acho que está tarde, né? Melhor voltarmos...

Bakugou apenas assentiu e se levantou também. Pegou na mão da garota e começaram a andar de volta para os dormitórios. Foram o caminho todo o silêncio, pois o garoto não se incomodava com ele e a garota estava muito distraída com seus próprios pensamentos e sensações. Uraraka ainda sentia como se tivesse levado um choque e ele estivesse percorrendo todo seu corpo. Não sabia o que estava acontecendo, talvez fosse o lado gentil de Bakugou que a fez ficar assustada e agora a fazia pensar coisas estranhas, como quão confortável era caminhar de mãos dadas com ele. Ou como aquele sorriso era tão bonito que não saía mais de sua mente. Chacoalhou a cabeça, tentando espantar todos esses pensamentos esquisitos.

Logo chegaram no prédio e aparentemente já estavam todos em seus dormitórios e provavelmente dormindo, pois as luzes estavam apagadas e o primeiro andar estava na escuridão total. Entraram o mais silenciosamente possível e Bakugou parou no meio da sala, dando um leve puxão no braço da garota e se virando de frente para ela. A vontade que estava tendo de beijá-la ali mesmo estava intensa, mas tinha que se segurar. Por mais que pudesse aproveitar aquele momento que estavam sozinhos, na sala escura e após uma noite agradável, preferia não arriscar nada por enquanto.

Mas antes que pudesse se segurar, deu um beijo na testa da garota, que enrijeceu na hora. Bakugou se amaldiçoou mentalmente e saiu rapidamente em direção à ala masculina, sem dizer nada e antes que ela tivesse qualquer reação. Uraraka ficou alguns segundos travada no meio da sala, olhando para onde o garoto havia sumido e tentando assimilar o que havia acabado de acontecer. Sentiu onde ele havia beijado esquentar e seu rosto inteiro queimar. A primeira reação que teve foi levar a mão à testa, como se tentasse encontrar ali uma prova de que aquilo havia realmente acontecido. E então saiu correndo em direção à ala feminina.

Um garoto de cabelos verdes havia descido apenas para beber uma água rapidamente, tanto que nem julgou ser necessário acender uma luz. Mas agora estava estático com o que havia presenciado. Em um canto da cozinha, Midoriya segurava seu copo com os olhos arregalados.


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