Por Amor escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 7
Viajem




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Londres, 1863

 

—Acho que deveríamos descer. - sussurrei enquanto acariciava os cabelos de Teodora que estava com a cabeça repousada em meu peito.

Teodora e eu havíamos passado a noite em claro conversando sobre nós, e quando cansávamos voltávamos a nossa noite de núpcias.

Em menos de vinte e quatro horas sabíamos várias coisas um do outro, o que só me fazia perceber que apesar de termos nos unido por interesses, nosso casamento poderia sim evoluir para uma relação tão douradora e feliz quanto à dos meus pais.

—Podemos ficar mais um pouco?!- ela implorou suave e sorri enquanto olhava seus olhos cor de mel.- Afinal, estamos em lua de mel e além do mais está chovendo lá fora.

—Você tem razão.- sussurrei suave e lhe dei um beijo, e logo uma idéia me passou pela cabeça.

—Que tal se viajássemos. - sugeri assim que me separei de minha esposa.

—E para onde iríamos?- ela questionou curiosa.

—Isso é segredo. Só acho que merecemos ter uma lua de mel, o que acha?

—Acho maravilhoso James. Muito obrigada por isso.

—Não precisa agradecer, só acho que se queremos que nosso casamento dê certo, devemos ter uma lua de mel.

—Concordo com você, devemos nos dar essa oportunidade.

—Ótimo, vou pedir ao meu pai alguns dias de afastamento para podermos viajarmos.- disse e lhe dei um ultimo beijo antes de levantar da cama e pegar minha calça.

Ao me ver completamente nu, Teodora corou e abaixou os olhos o que me fez sorri de leve, afinal nem parecia que havíamos tido alguma intimidade algumas horas atrás.

—Que tipo de roupa devo levar James?- ela questionou ainda evitando me olhar.

—Algo simples e quente. Vou pedir para Julia vir lhe ajudar.- sussurrei já devidamente vestido e me inclinei para lhe beijar.

—Obrigada.- Teodora sussurrou assim que me afastei dela e pisquei confuso.

—Pelo que está agradecendo?

—Por ter sido tão...- ela sussurrou e corou antes de olhar para suas mãos.- Gentil e carinhoso comigo.

—Não precisa agradecer. Jamais seria bruto com você. - disse e levantei seu queixo para que olhasse em meus olhos.

—Sei disso. Desde a primeira vez que conversamos, soube que você possuía um coração bondoso, capaz de inúmeras gentilezas.

—É o que eu espero. - brinquei e sorrimos.

Dei um ultimo beijo em minha esposa antes de descer.

—Olha só se não é o noivo desaparecido. - meu pai disse assim que apareci na sala de jantar.

—Bom dia para o senhor também pai.- disse suave enquanto pegava uma pêra da cesta de frutas da mesa.

—E sua esposa, meu filho?- minha mãe questionou suave.

—Está bem mamãe. - disse suave e ela sorriu orgulhosa.

Afinal, apesar das poucas palavras ela sabia que havia sido gentil com minha esposa, o que orgulhava minha mãe. Pois meus pais sempre me ensinaram que um homem deveria respeitar a sua esposa, e jamais machucá-la de nenhuma forma. Apesar de algumas pessoas da sociedade pensarem o contrario.

 E saber que eu havia feito isso deixava ela muito orgulhosa.

—Papai, o senhor deixaria que eu me afastasse por alguns dias da fábrica?- questionei antes de morder minha pêra.

—Claro, mas por quê?

—Gostaria de passar alguns dias com minha esposa na antiga casa da família. - esclareci assim que engoli meu pedaço de pêra.

—É uma ótima idéia filho. - minha mãe disse e concordei.

—Logo agora que Teodora e eu estamos começando a ser amigas, você quer afastá-la de mim?- Virginia questionou magoada e sorri carinhoso para ela.

—É claro que não irmã. Só quero passar algum tempo com a minha esposa antes de voltar a trabalhar. E além do mais, você ficará com ela o dia todo enquanto estou na fábrica. - a lembrei e Virginia sorriu.

—Me parece justo.- ela disse sorrindo antes de voltar a tomar o seu café.

—Srta. Julia, se já tiver terminado o seu café poderia ir até o meu quarto e ajudar minha esposa.- pedi e ela concordou antes de levantar da mesa.

Antes de tomar o meu café, pedi a Caetana que levasse o café da manhã de minha esposa para o quarto, pois assim poderíamos viajar logo.

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Assim que estávamos prontos entramos na carruagem de minha família que nos levou para a estação de trem. Os trens começaram a circular em janeiro de 1963, o mesmo era movido a vapor, e possuía algumas partes subterrâneas. Eles eram uma verdadeira revolução na forma de viajar, pois eram mais rápidos e confortáveis que as carruagens.

—É a sua primeira viagem, não é?- Teodora questionou assim que percebeu o quanto estava nervoso enquanto o trem começava a se mover.

Estávamos sentados no vagão que pertencia à primeira classe.

—Sim. E você?- questionei curioso e ela sorriu.

—É a segunda, vim com os condes de trem.- ela disse e pisquei confuso.

—Você quer dizer seus pais?

—Isso mesmo.- ela disse nervosa antes de pegar seu leque e começar a se abanar, pondo assim um ponto final em qualquer pergunta que poderia fazer.

—Me desculpe se a ofendi.- disse depois de um tempo e Teodora me olhou surpresa.

—Não me ofendeu. Eu apenas, não gostaria de falar deles. Apesar de serem meus pais, jamais me senti filha deles.

—Nunca me contou porque eles a mandaram tão nova para um convento.- disse curioso e ela suspirou cansada.

—Acredite James, essa é uma pergunta que me fiz por muito tempo, mas parei de fazê-la. Você conheceu meus pais, e pode perceber que eles não são tão paternais assim. Podemos apenas parar de falar sobre eles?! Estamos em lua de mel.- ela pediu suave e concordei resignado.

Sem dizer uma palavra Teodora colocou sua cabeça em meu ombro, em seguida a aconcheguei a mim e logo ela pegou no sono.

Prometi a mim mesmo que jamais voltaria a questioná-la sobre seus pais, pois apesar de não querer demonstrar percebi que minha esposa ainda se ressentia pelo abandono deles.


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