Por Amor escrita por KayallaCullen, Miss Clarke
Notas iniciais do capítulo
Feliz ano novo para todos.
E como presente, trago um novo capitulo da fic, espero que gostem.
Londres, 1863
Após o meu noivado, minha mãe e a condessa iniciaram os preparativos para o casamento, pois nossos pais queriam que estivéssemos casados em menos de duas semanas.
Minha noiva já havia trago todo o enxoval consigo, evitando assim que a cerimônia demorasse mais em busca do mesmo.
Era uma bela manhã de domingo e todos haviam se recolhido depois do almoço para descansar, afinal as mulheres da família passaram a tarde toda do sábado atrás do vestido de noiva perfeito, voltando apenas tarde da noite. Mas segundo as mesmas, elas haviam encontrado o “vestido”.
Enquanto todos descansavam decide dedilhar o piano de forma aleatória.
Tocar era um dos meus passatempos preferidos, um que poderia compartilhar com minha mãe já que Virginia fugiu das aulas desde pequena.
—Não sabia que o senhor tocava.- ouvi Lady Davies dizer enquanto se aproximava do piano.
—É o meu passatempo preferido. E a senhorita, toca?- questionei parando de dedilhar.
—Eu? Imagina.- ela disse sorrindo e pisquei confuso.
—Achei que ensinassem piano para os herdeiros abastados. - disse confuso e ela pareceu pensar um pouco antes de responder.
—De fato o Sr. Redford tem razão, mas posso lhe confiar um segredo?- ela sussurrou suave.
—Sim.
—Fui o pesadelo dos meus professores. Nunca consegui decorar uma nota.- ela explicou e sorrimos.
—Minha irmã também não sabe tocar. Ela sempre fugia das aulas.
—Sempre achei que pessoas que tocavam um instrumento tão lindo devem ter a alma igualmente linda.- ela disse gentil e concordei.
—Se desejar posso ensinar a Lady a tocar.- me ofereci e ela sorriu empolgada.
—É muita gentileza sua.- ela agradeceu enquanto indicava o local ao meu lado.
Comecei ensinando o básico, afinal Lady Davies disse que não lembrava de suas aulas de piano.
Nos divertimos bastante, parecíamos duas crianças sorrindo quando a tecla errada era tocada, em consequência saia um som engraçado.
Assim que Lady Davies pediu para fazermos uma pausa, pedi a Caetana para que servisse o chá da tarde para nós no jardim.
—Sr. Redford?- Lady Davies questionou assim que me entregou minha xícara de chá.
—Sim.
—Já que iremos nos casar em poucas semanas, acho que deveríamos nos conhecer melhor. O que acha?
—E como isso aconteceria? Afinal, seus pais não nos deixam conversar a sós.- questionei curioso, pois os pais de Lady Davies a vigiavam de perto, como se desconfiassem que a filha cometeria algum erro.
—Sei disso. Mas podemos combinar de conversar toda vez que meus pais forem descansar. Estamos de acordo?
—Sim.- disse sorrindo antes de tomar um gole do meu chá.
—E então, o que a senhorita gostaria de saber de mim?- questionei e ela sorriu feliz antes de respirar fundo e começar a fazer suas perguntas.
—O senhor é formado?- ela questionou curiosa enquanto olhava meu anel de formatura.
—Sim, sou formado em direito. Cuido de toda a documentação da fabrica ao lado do meu amigo Thomas.- disse e ela me olhou surpresa.
—Então, não devo chamá-lo de Sr. Redford e sim de Dr. Redford.- ela constatou envergonhada.- Me desculpe, mas eu não sabia.
—Tudo bem, não precisa me chamar de doutor ou de senhor.
—E como devo chamá-lo?
—James. Pode me chamar de James, afinal estaremos casados em poucas semanas. O que acha?
—Acho aceitável, senhor... Quer dizer, James.- ela disse tentando se acostumar com a nova forma de me tratar.- Se a partir de agora irei chamá-lo de James, acho apropriado que me chame de Teodora. Estás de acordo?
—Sim.
—Qual é a sua cor favorita?- ela questionou e sorri surpreso pela sua pergunta.
—Branco.- disse e ela me olhou confusa.
—Branco?! Por que branco?
—Porque ela se forma a partir da junção das outras cores. Ela ensina que para vencermos devemos nos unir. E além disso ela transmite paz, e em outras culturas ela pode ser usada como sinônimo de luto.- expliquei e ela me olhou surpresa.
—É uma bela definição para uma cor, James.
—Obrigado. Deseja fazer mais alguma pergunta?
—Não. Por hora estou satisfeita. Agora é a sua vez?
—Como foi sua vida no convento?- questionei e ela suspirou.
—Monótona e cheia de regras. Minha única diversão era ler.
—Qual é o seu livro preferido?
—É uma escolha difícil. Posso indicar os três primeiros colocados?- ela questionou e concordei.
—Romeu e Julieta, Os lusíadas e sonho de uma noite de verão.- ela disse sonhadora, talvez estivesse relembrando as historias em sua memória.
—Pelo que vejo minha noiva adora uma tragédia romântica.- apontei e ela suspirou concordando.
—Sim, afinal as melhores historias de amor não acabam com um final feliz, James.- ela lembrou suave.
Antes que eu pudesse dizer algo, Virginia veio nos chamar para o jantar.
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