Por Amor escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 20
A verdadeira história




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Londres, 1863

 

Assim que a vi não consegui me controlar e corri para abraçá-la, e ela me recebeu da mesma forma carinhosa e apaixonada de antes.

—Nunca mais me deixe dessa forma. - implorei em seu ouvido enquanto a abraçava.

—Eu prometo. Não devia ter sumido assim,mas fiquei apavorada. Seu pai disse que chamaria a policia, e só consegui pensar em proteger nosso filho.- ela sussurrou apavorada e me separei dela, para poder olhá-la melhor.

—Vai ficar tudo bem. Não irá acontecer nada com você ou com o nosso filho.- prometi olhando em seus olhos.

—Bom, vou deixá-los a sós, afinal vocês tem muito o que conversar. O senhor Redford aceita um café com um pedaço de bolo de laranja?- senhora Guilhermina questionou atenciosa e concordei com um sorriso enquanto ela saia e minha esposa me levava em direção a varada que havia na casa que dava para um pequeno jardim, muito bem cuidado.

Não demorou muito para que a mãe de minha esposa voltasse com o café e o bolo se retirando em seguida para que conversássemos.

—Acho que lhe devo algumas explicações, mas realmente não sei por onde começar.- ela disse perdida em pensamentos.

—Antes de tudo, quero saber se vocês estão bem?- questionei preocupado enquanto olhava para sua barriga que estava um pouco maior que a de Antonia.

—Estamos bem. Não precisa se preocupar.- ela disse suave e começou a acariciar a sua barriga de leve.

E quando percebi já estava esticando minha mão para tocar a sua barriga, mas acabei me detendo no meio do caminho.

—Está tudo bem James, você é o pai dele.- ela disse suave enquanto segurava minha mão e a guiava até a sua barriga.

Apesar de ainda não conseguir sentir meu filho se mexer, só de poder estar perto dele me levou as lagrimas.

—Me desculpe por fugir daquela forma. Me desculpe por mentir para você, mas eu precisava proteger meu irmão.- ela explicou entre lagrimas.- Juro que jamais quis mentir para você.

—Sei disso. Porque foi obrigada a mentir?- questionei e ela suspirou antes de começar a contar o que os condes haviam feito.

Assim que sua filha havia morrido, os condes ficaram desesperados, pois estavam falidos e haviam perdido a chance de ganhar uma boa soma, mas a condessa apesar de sua dor teve a brilhante idéia de acusar o irmão de minha esposa de roubo. Sua patroa lhe mostrou duas saídas, ou ela entregava seu irmão para ser preso ou ela assumia a identidade de Lady Davies para que pudessem receber o dinheiro.

 Desesperada para proteger o irmão de apenas sete anos, ela aceitou assumir a identidade de Lady Davies.

—Sei que foi errado da minha parte enganar você e a sua família, mas não podia deixar meu irmão ser preso. James, ele é só uma criança.- ela soluçou nervosa.- Não estou pedido para que me perdoe, afinal sei que isso é difícil demais, só peço que me entenda. Sei que você faria qualquer coisa para proteger Virginia.

—Não há o que perdoar. O que você fez foi por amor ao seu irmão, e apesar de ter fingido ser Teodora, sei que não fingiu me amar.

—Não fingi. Eu tentei não me apaixonar por você, mas não consegui. Me apaixonar por você foi a única coisa boa que aconteceu depois disso.- ela disse e sorri antes de entrelaçar sua mão a minha.

—Gostaria de saber algo sobre você.- disse e ela me olhou surpresa.

—Meu bem, a única coisa no que menti foi sobre ser Teodora e ter estudado em um convento. Todo o resto era a pura verdade.- ela disse seria e sorri.

—Acredito em você, mas gostaria de saber o verdadeiro nome da mulher por quem me apaixonei.- disse e ela sorriu emocionada.

—Eu me chamo Elisa Morgan.- ela disse e sorri surpreso, afinal quando havia descoberto que minha esposa estava grávida, imaginei que se fosse uma menina adoraria chamá-la de Elisa, pois achava esse nome lindo.

—É um lindo nome, e combina perfeitamente com você. Quando descobri que você estava grávida, imaginei que se fosse uma menina adoraria chamá-la de Elisa.- confessei e ela sorriu surpresa.- Estou encantado em conhecê-la Elisa.

—Encantada estou eu Sr. Redford.- Elisa disse brincando e sorri antes de beijá-la.

Assim que o ar nos fez falta, nos separamos a contra gosto e percebi que Elisa tocou seu rosto de leve, me fazendo lembrar da barba que estava usando.

—Me desculpe, prometo que assim que possível vou tirar a minha barba.- disse sem graça e ela sorriu suave.

—Está tudo bem, eu gostei de você assim.- ela disse e sorriu antes de me puxar para mais um beijo.

Assim que havíamos esclarecido tudo, Elisa fez questão de me apresentar formalmente a sua mãe e ao seu irmão, Elliot, que não gostou de mim.

Elisa quis ir atrás dele, mas disse que não. Pois precisava conversar com ele, e ela concordou meio receosa.

Fui atrás de Elliot e o encontrei em um balanço que havia no jardim.

—Será que podíamos conversar Elliot?- questionei suave enquanto me sentava no balanço ao seu lado.

—Não, eu não gosto de você.- ele disse serio sem ao menos me ver.

—Mas porque você não gosta de mim? Fiz algo errado?- questionei preocupado.

—Por sua causa minha irmã teve que ir embora. E agora que ela voltou você quer levá-la de volta, e eu não vou deixar.

—Eu jamais afastaria a Elisa de você. Ela me contou o quanto ama você, e a entendo, pois tenho uma irmã mais nova pela qual seria capaz de tudo. E a sua irmã não te abandonou, ela teve que ir embora para protegê-lo.

—Me proteger de que?- ele questionou confuso.

—De algo muito ruim, que não merece ser lembrado novamente. Tudo que quero é que vocês sejam felizes, e para isso gostaria muito de ser seu amigo.

—Você ama a minha irmã de verdade?- Elliot questionou me olhando nos olhos.

—Sim. Amo sua irmã mais do que tudo no mundo.

—E você promete cuidar dela e do meu sobrinho?

—Sim, prometo cuidar e amar os dois mais do que tudo.- disse e Elliot me olhou por um tempo até descer do balanço e me oferecer a sua mão.

—Acho que posso lhe dar um voto de confiança e ser seu amigo.- ele disse e sorri enquanto me levantava do balanço e segurava sua mão em seguida.

—E tudo que desejo. Agora que tal se entrássemos? Sua mãe fez um bolo de laranja delicioso.- disse e ele concordou enquanto voltávamos para dentro da casa.

Eu entendia o porquê de Elliot me fazer tantas perguntas, apesar de pequeno ele entendia que deveria proteger sua irmã, afinal ele era o único homem na família Morgan.

 

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A noite havia caído rápido naquele dia, e a Sra. Guilhermina, fez questão de oferecer hospedagem para mim e para o detetive Green.

Enquanto jantávamos percebi que éramos uma verdadeira família, e me imaginei vivendo nesse pequeno lugar, cercado por pessoas simples e verdadeiras que não se importavam com a sua conta bancaria e sim com o seu coração.

Me imaginei tendo uma casa simples mas confortável, que possuía um lindo jardim no qual minha esposa poderia cultivar suas amadas rosas, onde nossos filhos poderiam brincar em paz, livres de qualquer pressão social.

Mas meu conto de fadas foi interrompido por uma batida na porta, que assustou a todos.

Nervosa, Julia foi abrir a porta e logo um homem usando a farda do exercito real entrou seguido de mais quatro homens.

—Senhorita Elisa Morgan, a rainha Vitória deseja vê-la imediatamente.- o primeiro guarda que entrou anunciou e Elisa tremeu ao meu lado.

—Do que se trata?- questionei me levantando e indo em direção ao emissário real.

—Não sei senhor, tudo que sei é que tenho ordens para levar a Srta. Morgan imediatamente.- ele disse serio.

—Deixe-me ver a ordem.- pedi e ele me olhou desconfiado.- Sou marido dela e também sou advogado, e quero ter certeza de que não estão cometendo um erro.

—Claro senhor.- ele disse e me entregou a ordem, que estava toda de acordo.- Tem algo errado senhor?

—Não.- disse e ele sorriu suave enquanto fazia sinal para os guardas ajudarem a minha esposa a se levantar da mesa.- Mas eu vou com ela.

—O senhor não pode.

—Claro que posso, não vou deixar minha esposa sozinha. E além do mais, a ordem não proibi ninguém de acompanhá-la.- disse serio e ele concordou enquanto pedia para sairmos.

—O que irá acontecer James?- Elisa questionou apavorada enquanto saímos de sua casa e íamos em direção a carruagem.

—Não sei amor, mas vou estar do seu lado. Não importa o que aconteça.- jurei antes de subirmos na carruagem para seguirmos em direção ao nosso destino.


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