Por Amor escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 19
Uma busca




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Londres, 1863

—Graças a Deus, você acordou. - minha mãe disse assim que abri os olhos.

—O que houve?- questionei ainda atordoado enquanto Dr. Johnson segurava meu pulso.

—Você perdeu os sentidos, devido uma emoção forte.- ele disse preocupado e logo me lembrei do que havia acontecido.

—Onde está minha esposa?- questionei preocupado.

—Eu a coloquei para fora de casa.-meu pai disse e o olhei incrédulo.

—Quem lhe deu o direito de fazer isso?- questionei furioso.

—Com quem pensa que está falando James Redford?! Sou seu pai e mereço respeito. E além do mais expulsar aquela mentirosa daqui foi pouco, eu deveria ter chamado a policia.

—Não acredito que o senhor foi capaz de fazer isso com a minha esposa?!

—Ela não é a sua esposa. Ela é uma farsante.

—Não importa. O senhor colocou na rua a mulher que está esperando o seu neto.- disse serio e ele me olhou incrédulo.

—Eu preciso ir atrás dela.- disse me levantando do sofá.

—Vou com você.- Thomas se ofereceu e agradeci enquanto mamãe nos entregava alguns guarda-chuvas.

—Tomem cuidado. E meu filho, tragam a Teodora de volta.- minha mãe pediu e concordei.

Passamos a noite toda procurando por minha esposa, mas parecia que ela havia sumido do mapa.

Todos os dias após o meu aniversario eu saia a procura de Teodora, sem obter êxito, desesperado contratei um detetive para que a encontrassem, o que se mostrou algo impossível, pois tínhamos poucas informações sobre a sua verdadeira identidade.

Tudo que ela havia dito a minha mãe, foi que ela tinha uma mãe chamada Guilhermina e um irmão chamado Elliot, e que trabalhava para os condes cuidando de Lady Davies que ficou acamada, quando a mesma morreu seus patrões a forçaram a tomar a identidade da filha, para que não perdessem o dinheiro.

Fiquei surpreso quando minha mãe me confessou dias depois de Teodora ter sumido, de que ela sabia que ela não era quem dizia ser, e que não me contou, pois havia feito minha esposa prometer que me contaria a verdade. O que ela iria fazer no dia do meu aniversario.

Enquanto procurava Teodora feito um louco, por toda a Inglaterra meu pai me deu um intimado.

Ou eu desistia de minha esposa ou teria que sair de casa, e sem nenhum remorso sai da minha casa e agora estou morando com meus amigos Thomas e Antonia.

Antonia descobriu que estava grávida alguns dias depois de Teodora sumir, e hoje a mesma está com três meses.

Todas as vezes em que via Antonia andando pela casa com sua já aparente barriga, me lembrava de Teodora e de como ela devia estar com a mesma barriga.

—Ainda acordado?- Antonia questionou assim que me encontrou na cozinha por volta da madrugada.

—Não consegui dormir.- disse sentado a mesa da cozinha.

—Eu percebi, na verdade você não é mais o mesmo desde que Teodora sumiu.

—Meu pai quer que eu desista de procurá-la, mas não posso Antonia. Eu amo a minha esposa, apesar de não saber seu nome verdadeiro. Não consigo ficar em paz, sempre penso que ela pode estar por ai passando algum tipo de necessidade, ainda mais estando grávida. Jamais irei me perdoar se algo acontecer a ela ou ao meu filho.- disse entre lagrimas.

—Vai ficar tudo bem. Você sabe que todos os dias, relembro o dia em que ela me contou sobre tudo. Mas nada de novo aparece, tudo que sabia contei a você e ao detetive.- ela disse com pesar e sorri agradecido.

—Sei disso e obrigado por tudo.

—Não precisa agradecer, tenho fé que vamos encontrá-la.- ela disse esperançosa e concordei.

—Agora que tal se eu aquecesse um pouco de leite para nós dois? Tenho certeza que nos ajudará a dormir.- ela disse e concordei enquanto Antonia ia pegar o leite.

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Estava concentrado em meu trabalho na fabrica, quando o detetive Green entrou na minha sala com um sorriso no rosto.

—Alguma novidade detetive Green?- questionei com o coração acelerado.

—Finalmente depois de três meses Sr. Redford, consegui encontrar a sua esposa.- ele disse feliz por mim e sorri em meio as lagrimas.

—Onde ela esta?- questionei me levantando da cadeira desesperado.

—A Sra. Redford está em Carlisle, sua terra natal.- ele disse e pisquei incrédulo.

Afinal, Carlisle era a mesma cidade onde os condes moravam.

Os quais sabiam que havíamos descoberto a farsa, pois meu pai fez questão de escrever duas cartas. Uma carta era para os condes, exigindo a devolução do seu dinheiro, pois ele havia sido enganado. Uma carta da qual jamais recebeu a resposta. Já a segunda, foi endereçada ao ministro da justiça, contando tudo o que havia acontecido, assim que soube dessa carta, fui até meu pai lhe questionar o porquê disso, afinal ele estava querendo ver à mulher que eu amava, a mãe de seu primeiro neto atrás das grades. E tudo que ele me disse foi que queria justiça, e suas palavras me deixaram magoado.

Após me recuperar do susto fomos arrumar nossas coisas antes de irmos para Carlisle, que ficava ao norte da Inglaterra e que fazia divisa com a Escócia. Passamos quatro dias dentro de um trem antes de chegarmos a estação que ficava próximo a Carlisle, pois a cidade não possuía uma estação. Assim que desembarcamos pegamos uma carruagem de aluguel, na qual ficamos por dois dias antes de chegarmos até a pequena cidade.

Carlisle era praticamente um local de descanso para os nobres, e as pessoas comuns viviam em função da visita da elite inglesa.

As casas eram simples e pitorescas, o que me fez entender porque minha esposa havia ficado tão feliz de termos passado nossa lua de mel na casa dos meus avôs em Bristol. Assim que a carruagem desceu a ladeira e parou em frente a uma casa de fachada verde que possuía uma porta igualmente verde e quatro janelas, o detetive Green me confirmou que esse era o endereço certo. Enquanto descia da carruagem mil coisas passavam em minha cabeça, mas a principal delas era se minha esposa queria me ver. Um questionamento que nunca me ocorreu antes. Respirei fundo algumas vezes, tentando esquecer meus temores e bati na porta que logo foi aberta.

—Pois não?- uma senhora extremamente simpática questionou assim que abri a porta.

E percebi o quanto ela era parecida com a minha esposa.

—Bom dia senhora, eu me chamo James Redford e estou procurando...- comecei a dizer e ela me interrompeu surpresa.

—O senhor é James Redford? Marido de Teodora Redford?- ela questionou nervosa.

—Sim.- disse  e ela me olhou assustada antes de tentar fechar a porta mas eu a impedi.

—Pelo amor de Deus, Senhora Guilhermina, não vim atrás da sua filha para colocá-la na cadeia. Só preciso saber se ela está bem...Só preciso falar com ela, por favor.- implorei enquanto segurava a porta desesperado para que ela me ouvisse e me deixasse entrar.

De repente a porta foi aberta e para minha surpresa, a senhora me deixou entrar.

—Está tudo bem mamãe, James não me fará mal.- minha esposa disse suave e sorri assim que a vi.


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Notas finais do capítulo

Imagem do capitulo:

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