Por Amor escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 17
Desconfianças




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Londres, 1863

Assim que meu pai anunciou que havia comprado ingressos para a opera todos ficaram animados, menos a minha esposa que me pareceu bastante tensa.

—Você está estranha desde que meu pai falou que iríamos a opera. Está acontecendo algo?- questionei preocupado enquanto via Teodora cuidar de suas amadas rosas.

—Não. Só acho que ainda é muito cedo para voltarmos a circular em publico. Você mal se recuperou do acidente na fabrica. - ela disse suave enquanto plantava novas mudas de rosas.

—Teodora, meu amor, eu estou bem. Claro que não posso cometer exageros, mas acho que uma noite fora vendo uma boa opera não fará mal nenhum.- disse suave e ela suspirou enquanto me ajoelhava ao seu lado para ajudá-la.

—Sei que estou sendo sufocante, mas só de pensar que quase o perdi...- ela sussurrou entre lagrimas assim que virou para me ver.

—Eu sei disso amor, e entendo. Mas não quero que viva sempre sobressaltada por minha causa, não quero lhe trazer angustias e sim felicidade.

—Sei disso, e por isso acho que devemos ir a opera.- ela disse concordando e sorri antes de lhe dar um beijo.

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Assim que estávamos devidamente prontos entramos na carruagem e seguimos em direção ao teatro de Londres, onde veríamos a opera La Cenerentola.

Uma ópera composta de dois atos, que tem como compositor italiano Gioachino Rossini e libreto de Jacopo Ferreti, é baseada no conto de fadas a Cinderela, do escritor francês Charles Perrault, e teve sua estreia em 1817 na Itália.

Fomos cumprimentados por muitas pessoas, que ficaram felizes em me ver recuperado do acidente. Enquanto era abordado,Teodora segurava firme em meu braço, como se temesse me perder no meio da multidão.

—Está tudo bem amor.- sussurrei em seu ouvido tentando tranqüilizá-la.

Sabia que Teodora ficava apavorada quando aparecia em publico e compreendia seus temores, afinal ela foi criada afastada de toda a movimentação da capital, mas quando tínhamos que aparecer diante da sociedade fazia de tudo para garantir que minha esposa não ficasse apreensiva ou amedrontada.

Enquanto seguíamos para o nosso camarote acabamos encontrando com Alexandrina, que sorriu emocionada ao me ver, o que me deixou desconfortável.

—Que bom que está bem. Fiquei tão preocupada quando soube do seu acidente, meu amor.- Alexandrina disse ignorando completamente minha esposa, já que meus pais e minha irmã haviam seguindo para o camarote quando parei para receber os cumprimentos de todos.

—Tentei vê-lo, mas fui impedida.- ela confessou e olhou com ódio para minha esposa.- Quer dizer fui praticamente expulsa de sua casa.

—Podemos, por favor, ir para o nosso camarote.- Teodora me implorou ignorando as insinuações de Alexandrina.

—Claro amor.- disse gentil a ela que concordou.

—Se nos der licença Srta. Scott, temos que ir para o nosso camarote.- disse e ela concordou sorrindo de forma suave.

—Claro, mas acho que deveria tomar cuidado com sua amada esposa, pois a mesma esconde muitos segredos. E o dia da verdade está chegando.- Alexandrina disse sorrindo antes de nos deixar a sós.

—Amor, está tudo bem?- questionei preocupado assim que senti sua mão fria.

A virei para mim e percebi que sua pele estava pálida como o marfim, preocupado pedi ajuda a um dos recepcionista do teatro que nos levou em direção a uma sala privada, onde ajudei a minha esposa a se sentar em um sofá enquanto o recepcionista lhe entregava um copo de água.

—Acho melhor chamarmos um médico.- disse preocupado enquanto olhava para minha esposa com preocupação.

—Estou bem amor, foi apenas nervosismo. A Srta. Scott tem o poder de me fazer mal.- ela sussurrou suave e beijei sua testa com carinho.

—Não precisa temê-la, Alexandrina não está em seu juízo perfeito.

—O que a torna perigosa, meu amor.

—Vai ficar tudo bem, eu prometo.- sussurrei suave tentando tranqüilizá-la.

Assim que Teodora havia recuperado um pouco de cor em seu rosto, fomos em direção ao nosso camarote.

—Onde estavam? Ficamos preocupados.- minha mãe questionou aflita assim que nos viu.

—Tivemos um encontro nada agradável com Alexandrina, e Teodora acabou passando mal.- disse ajudando a minha esposa a se sentar em uma das cadeiras que havia no camarote.

—Está tudo bem, minha filha? Você ainda me parece um pouco pálida.- meu pai disse preocupado.

—Sim meu sogro, o pior já passou.

—Tem certeza Teodora? Se não estiver se sentindo bem podemos voltar para casa. Não podemos?- Virginia questionou enquanto nos olhava.

—Claro que sim.- assegurei assim que vi meus pais balançando a cabeça em sinal de que concordavam.

—Não se preocupem, estou bem. E além do mais acho que precisamos de um pouco de diversão.- ela disse e concordamos antes de anunciarem o começo da peça.

Teodora ficou extremante calada durante toda a peça, era como se ela estivesse em outro mundo. Mas assim que todos riram diante da piada de um dos atores,compreendi que ela não estava em outro mundo.

Minha esposa simplesmente não estava entendendo do que se tratava aquela peça, o que era estranho,pois toda senhorita de boa família deveria saber italiano, afinal todas as peças eram exibidas nessa língua.

E diante daquela possibilidade, algo me deixou perturbado.

Algo dentro de mim acreditou que minha esposa me escondia algo, mas assim que ela se virou para me ver e sorriu de forma doce me recriminei por desconfiar dela.

Desconfiar da mulher que eu amava.


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