—Eu estou grávida e vocês vão ser avós. – anunciou fazendo Bella e Edward buscarem apoio para não caírem no chão.

—Isso é algum tipo de pegadinha? – Bella perguntou olhando para o nada. Ela não podia acreditar que o seu bebezinho, teria um bebezinho.

—Não mãe. Nós não planejamos isso, mas aconteceu. – Emily respondeu se encolhendo atrás do namorado.

—A culpa é toda sua. – apontou para Edward que saiu do transe a encarando.

—Minha culpa? – balbuciou a pergunta.

—Sim. Sua culpa. Não ensinou o seu filho a se prevenir não? – apontou o dedo para ele.

—É claro que ensinei. A culpa é sua. – apontou para ela. – Deveria ter ensinado a sua filha a fechar as pernas. – Bella se levantou para bater nele, mas Edward foi mais rápido e colocou uma cadeira entre eles.

—Retire o que disse. – ela exigiu.

—Desculpa. Foi rude da minha parte. Não quis insinuar que a sua filha é uma moça qualquer. – ele achou que se usasse qualquer outra palavra, poderia ser interpretado de forma errada e longe dele ofender ainda mais a ex-namorada.

—O que tem a dizer Emily? – perguntou batendo os pés.

—Eu já disse mãe. Vamos ter um bebê e vamos cuidar dele.

—Emily, você não cuida nem do seu peixe. Aposto que nem percebeu que ele morreu.

—O Nemo morreu? – perguntou fazendo bico e Luke a apertou em seus braços.

—Viu só? Como pretende cuidar de uma criança, quando você ainda é uma? Não posso acreditar que foi tão irresponsável assim. Quantas vezes nós conversamos sobre isso?

—Não grita comigo. – pediu chorando. – Eu sei que errei e que foi irresponsável, mas agora é tarde. Não vou me desfazer do meu filho.

—É claro que não. – Bella correu para abraçá-la.

—Só preciso que fique ao meu lado, mamãe. Me ajude.

—Estou aqui, filha. Não se preocupe que vamos dar um jeito.

—Vamos sim. O Luke vai se responsabilizar por isso. – Edward avisou. – Ele vai cumprir com todas as suas obrigações de pai.

—Vou sim. – ele se endireitou. – Peço desculpas senhora Swan. Não foi minha intenção desrespeitar a sua filha. Cometemos um erro e vamos arcar com ele. Não vou abandonar nem a Emily e nem o meu filho.

—Assim espero garoto. – Bella o puxou para um abraço.  – Seja bem vindo a família e se machucar a minha filha ou o meu neto, acabo com você.

—Amanhã mesmo vai começar a trabalhar lá na loja e se acha que vai abandonar os estudos ou perder aquela bolsa, está muito enganado. Não sei como vai fazer isso, mas vai ter que dar conta de tudo.

—Eu vou pai. – Luke garantiu e Bella e Edward começaram a rir.

—Ele acha que é quem? O Superman? – Bella perguntou.

—Coitado. Acha que é fácil cuidar de um filho, trabalhar e estudar?

—Tinha que ser seu filho mesmo. – Bella secou uma lágrima.

—Luke e eu estávamos pensando em morar juntos. – Emily anunciou fazendo a mãe a encarar.

—Como é?

—Vamos ter um filho e precisamos estar juntos.

—E pretendem morar onde? – Bella cruzou os braços.

—Aqui? – saiu mais como uma pergunta e Bella relaxou um pouco. Ela não queria que a filha fosse para longe. A garota não daria conta sozinha de cuidar de uma criança e precisaria da ajuda dela.

—E eu? – Edward perguntou se sentindo ignorado.

—Ah pai. Vai ter que dar um jeito. – Luke deu de ombros. – Não podemos criar um bebê lá em casa.

—Por que não? Eu te criei naquela casa.

—E olha no que deu. – Bella resmungou e foi fuzilada pelo olhar de Edward.

—Grande coisa. A sua filha cresceu aqui e acabou do mesmo jeito que o meu filho. – os dois se encararam e faíscas poderiam ser vistas saindo.

—Acho melhor comermos e depois resolvemos tudo. – Emily sugeriu e Bella concordou.

—Já vou trazer o jantar. – anunciou saindo da sala em direção a cozinha.

—Eu te ajudo. – Edward ofereceu. Os dois precisavam ter uma conversa a sós.

—Não preciso da sua ajuda. – Bella rosnou pegando os pratos.

—Não sei porquê está tão brava assim. Quase cometemos o mesmo erro. Ficamos uma semana achando que você estava grávida.

—Nem me lembre disso. Ainda bem que não estava. Isso teria acabado com as nossas vidas. Tínhamos a idade deles.  

—Eu sei Bella, mas não fale como se isso fosse o fim do mundo. – pediu magoado. Apesar do susto e do nervosismo, ele estava feliz por ter um neto.

—Olha Edward. Não sei quanto ao seu filho, mas a minha filha não tem a menor noção do que é criar um filho. Ela é uma boa garota, mas ela é tão folgada e não faz nada em casa. – Edward riu.

—Acho que está descrevendo o meu filho. Ele não é capaz nem de guardar a bendita mochila dele.

—Como eles vão cuidar de um bebê? – perguntou segurando as lágrimas.

—Com a nossa ajuda, é claro. Não sou o melhor pai do mundo, mas criei o meu filho praticamente sozinho e tudo que puder fazer para ajudar, eu vou fazer.

—O que aconteceu com a mãe dele?

—Ela não nos abandonou quando ele tinha apenas alguns meses. Foram momentos difíceis. Achei que não daria conta. Tive que abandonar a faculdade e arrumar mais um emprego. Se não fosse pela minha mãe, não teria conseguido.

—Para mim também não foi fácil. Jacob morreu na guerra quando a Emily tinha apenas dois anos.

—Eu sinto muito. – Edward colocou a mão no ombro dela.

—Eles vão precisar da nossa ajuda. – comentou fungando.

—Teremos que nos unir para ajudá-los.

—Mas não vamos pegar leve com eles, ou ficarão muito folgados.

—Acho justo. – os dois apertaram as mãos selando um acordo. – Só uma perguntinha. Você vai brigar mais com ela, ou foi só aquilo mesmo? – Ele não gostava muito de brigar com o filho, mas achava que o garoto precisava de um belo de um sermão.

—Só estou esperando vocês irem embora para não ter testemunhas enquanto eu dou um jeito nela. – respondeu fazendo Edward arregalar os olhos, preocupado com a segurança da garota e do neto.

—Está brincando?

—Claro que estou. Mas que ela vai ouvir umas, ah, ela vai. Que irresponsabilidade foi essa? Eles nem terminaram o ensino médio. A Emily tem grandes chances de conseguir bolsa e ir para uma boa universidade.

—O Luke também. Ele é o quarterback do time da escola e tem várias universidades de olho nele.

—Não podemos deixá-los desistir dos sonhos deles.

—Mas também não podemos nos responsabilizar pelas atitudes deles. – os dois se olharam pensando nas opções. -Vamos dar um jeito. E pensar que já tivemos uma conversa parecida.

—Para de me lembrar daquela época terrível.

—Terrível? – ele se aproximou dela. – Nunca ouvi essas palavras saírem da sua boca. – colocou a mão na cintura dela. – Posso citar várias palavras que você vivia dizendo.

—Ah, cala a boca Cullen. Éramos jovens e dizíamos besteiras. – respondeu se apoiando nele. – O que passou, passou.

—Até que você continua com tudo em cima. Está até mais bonita do que antes. – passou a mão no cabelo dela. – O que acha de revivermos os bons momentos? – perguntou piscando para ela.

—Se toca Cullen. – se afastou dele o empurrando de leve. – Seremos avós. OMG! Seremos avós! Estou surtando. – começou a respirar ofegante e Edward entrou em desespero.

—Calma aí, mulher. – a sacudiu um pouco. – Fica calma e respira. Nada de pânico. – ele já tinha presenciado vários ataques de pânico dela e sabia como eles poderiam ser complicados.

—Não estou preparada para isso. Vou ter um ataque. – ele a segurou antes que ela pudesse cair.

—Olha para mim. – pediu a colocando sentada no balcão.  – Não precisa surtar. Vamos dar um jeito nisso. E temos que ser fortes para dar apoio aos dois.

—Você está certo. – respondeu mais calma. –Vamos primeiro sobreviver a esse jantar e depois pensamos no resto. – desceu da bancada.

—Vamos comer ou não? – Luke perguntou parando na porta e olhando para os dois. – Estou com fome e a Emily precisa comer por dois agora, sabem como é né?

—Agora terei dois folgados na minha vida? – Bella perguntou pegando os pratos. – O que fiz para merecer isso? Vê se faz algo de útil e leva isso. – colocou os pratos nas mãos dele. – Poderia ter educado ele melhor.

—Hei! Eu fiz o meu melhor. Acha que é fácil criar um filho sozinho? – ele estava ofendido com as acusações dela.  – E até parece que você fez um trabalho melhor. – devolveu a ofensa.

—Posso ter errado aqui e ali, mas com o meu neto vai ser diferente.

—Acha que vai ditar as regras? – perguntou rindo. – Maníaca controladora.

—Seu ogro ridículo. – os dois se encaravam sem desviar o olhar.

—Cadê a comida? – Emily gritou fazendo Bella bufar.

—Eu mereço.

E assim começava a nova fase da vida deles.