Sintonia escrita por kelzinha


Capítulo 18
O beijo


Notas iniciais do capítulo

Dia 03/09/2017 foi o dia do primeiro beijo. Faz de conta que deu tempo de postar ontem ta? RS...



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Não sei bem ao certo o que exatamente me moveu para fazer o que eu fiz.

Desejo, necessidade, impulso, felicidade… O gosto de quero mais que aquele selinho tinha deixado na minha boca, as doses de Aperol que já estavam fazendo efeito no meu cérebro, ou pode ter sido culpa daquele olhar de sofrimento que Luke direcionou pra mim quando deu um passo para trás e segurou meu rosto para beijar minha bochecha durante a nossa dança. Embora eu amasse toda a demonstração de carinho que o comediante despejava, sem economias, em cima de mim, naquele momento eu precisava de mais. Eu necessitava de uma dose maior de Luke Stewart na minha vida, dizendo melhor, na minha boca.

Eu precisava senti-lo para acabar de uma vez por todas, com aquelas dúvidas que martelavam incessantemente, na minha cabeça e estavam me deixando maluca.

Se fosse para me arrepender de algo nessa vida, era melhor ser por algo que eu tenha feito e não por alguma coisa que eu não tenha ao menos tentado. Eu tinha pavor de conviver no futuro com as incertezas das palavras “Se” e “Será”.

“E se eu tivesse arriscado...” ou “Será que teria dado certo?”.

Lembrei das palavras May que a vida era muito curta para deixarmos de aproveitar os raros momentos de felicidade que ela tentava nos proporcionar, então, eu decidi desligar a minha mente e desistir de pensar.

Afastei da minha cabeça todas as preocupações, grilos e paranóias de imaginar como seria se o nosso beijo não fosse tão bom quanto nossas pegadas ou se isso poderia estragar nossa amizade de alguma forma e me atrapalhar profissionalmente, nada disso me importava no momento.

A única coisa que fazia sentido pra mim agora, era o desejo desesperador que eu vinha alimentando pelo menino de vinte e um anos parado na minha frente. O menino mais homem que eu já havia conhecido na vida. E foi na pequena fração de segundo que ele estava prestes a encostar sua boca em minha bochecha que eu virei o rosto e os nossos lábios se encontraram.

Luke me encarou em choque, com a nítida surpresa estampada em seus olhos. O comediante levou um segundo inteiro para assimilar o que estava acontecendo ali. Eu acompanhei cada movimento e o instante exato em que a sua ficha começou a cair. Logo que isso aconteceu, Luke abriu um meio sorriso de lado e automaticamente, me puxou ao seu encontro envolvendo sua grande mão pelos cabelos por trás da minha nuca, botando um fim na pequena distância existente entre nós.

De repente, a balada já não era mais uma balada e as pessoas a nossa volta já não existiam mais.  Era como se o silêncio tivesse invadido o local e nós dois estivéssemos sozinhos naquele lugar. Nossas línguas travaram uma batalha desesperada e deliciosa entre si disputando uma com a outra, na mais perfeita sintonia. Luke alternava leves mordidas e pequenos chupões em meus lábios enquanto demonstrava toda a urgência através dos seus toques. Quando eu achava que o comediante iria se afastar para recuperamos o nosso fôlego, ele surpreendentemente, intensificava ainda mais o nosso o beijo. Eu envolvi meus braços em volta do seu pescoço e me entreguei completamente ao momento e aquele beijo. Eu não queria me afastar… E nem precisava respirar… A única coisa que eu necessitava ali, era daquela boca colada pra sempre na minha.

Se eu tinha algum tipo de dúvida de que eu pudesse me ferrar nessa história toda, essa dúvida foi sanada pela certeza. Eu, com certeza, estava bem ferrada, porque havia acabado de entrar em um caminho sem volta.

 

LUKE STEWART

 

Na minha cabeça eu apenas implorava para o despertador não tocar, nem para a Nataly Brooken ligar querendo me atingir com a realidade de que eu pudesse estar dentro de um daqueles sonhos malucos que eu andava tendo com ela ultimamente. Eu não via o fato da bailarina ter tomado a iniciativa de me beijar, como sendo algo do mundo real. Eu só podia estar sonhando e eu não queria mais acordar.

O sabor do Aperol misturado com o gosto do seu batom vermelho era a única garantia que eu tinha de que, talvez, aquilo tudo estivesse mesmo acontecendo e eu finalmente, estava com a minha bailarina em meus braços.

Eu não sabia qual tinha sido a bondade que eu fiz para Deus para me recompensar com uma “mulé” dessas, mas, eu seria grato até o fim dos meus dias. A boca de Nataly Brooken conseguia ser ainda melhor do que nos meus melhores sonhos. Seus pequenos lábios, rosados e macios, acompanhavam o meu ritmo com a mesma intensidade que eu depositava naquele beijo. Quanto mais eu a beijava, mais eu queria beijá-la. Com medo de me afastar e Nataly cair na real de que aquilo pudesse ser um erro, eu a beijei mais e mais.

Usei todo o fôlego que eu tinha para fazer daquele momento o mais longo possível. A bailarina parecia estar no mesmo dilema que eu, porque seus braços se prendiam com firmeza envolta do meu pescoço, me impedindo de sair de perto dela.

Quando o ar tornou-se completamente necessário, deslizei minhas mãos por seu pescoço e com delicadeza, segurei seu rosto acariciando-o com meus dedos, enquanto depositava repetidos selinhos em seus lábios. Nataly abriu os olhos devagar e eu sorri, ao ser atingido por toda a beleza daqueles castanhos brilhando para mim.

— Acho que me lembrei dos seus serviços de demaquilante… - falou descontraidamente me fazendo gargalhar. Ela era demais.

— Estou muito agradecido por isso. Pode me chamar sempre que precisar. - falei dando outro beijo nela. - Servimos bem, para servir sempre. - finalizei, lhe mandando uma piscadinha. Nataly riu, arqueando sua sobrancelha com desdém ao me encarar.

— E quem disse para sua a presunção que você serve bem? - arrastei a bailarina para o canto da pista e a encostei na parede, me posicionando de frente para ela.

— Deixa eu fazer essa pergunta para quem realmente entende do assunto... - dito isso, inclinei meu corpo para frente e abaixei a cabeça, deixando minha boca a poucos milímetros de encostar na dela. - Olá boquinha cor de rosa, tudo bem? - eu sussurrei, roçando levemente nossos lábios. - Sabe… A sua dona aqui, está duvidando do meu serviço de demaquilante… - passei minha língua suavemente pelo contorno dos seus lábios. - Então, você poderia dizer pra ela o que achou disso aqui…? - perguntei ao intensificar ainda mais o nosso toque.

Nataly fechou os olhos, quando sentiu minha língua pedindo passagem para se encontrar com a sua mais uma vez e eu sorri satisfeito, em ter a bailarina tão vulnerável em meus braços. Esse beijo foi bem mais tranquilo que o primeiro. Era como se nós dois já estivéssemos juntos a vida toda. Na verdade, eu sentia mesmo que a nossa ligação era algo que foi construído através de outras vidas. Eu nunca senti algo tão intenso assim por ninguém. Sem pressa, fiz questão de explorar com minha língua cada canto de sua boca. Deslizei meus dedos por seus lábios, bochecha, pescoço, ombros… Eu queria gravar cada detalhe desse momento na minha mente. Amanhã eu voltaria para Campina e ficaria por lá durante essa semana de folga dos ensaios do programa, eu nem tinha viajado ainda e já estava morrendo de saudades.

 

NATALY BROOKEN

 

Eu não conseguia desgrudar mais a minha boca da boca de Luke Stewart. Eu não entendia como era possível cada troca de beijo entre a gente ficar ainda melhor. Luke tinha uma pegada muito boa e o filho da mãe sabia disso. A autoconfiança do comediante só deixava tudo ainda mais gostoso, porque ele sabia exatamente o que e como fazer para uma mulher ficar totalmente envolvida por ele.

— Caramba! Quanto tempo faz que estamos aqui? - perguntei em um dos raros momentos que afastamos nossos lábios. Lion e Dave deviam estar me procurando desesperadamente. Até esqueci deles.

— Uma hora? Duas? Não sei, mas também não me importa… - respondeu distribuindo beijos em meu pescoço.

— Luke, para com isso… - pedi sentindo minha pele se arrepiar.

— Eu não consigo… Esperei tanto por isso, que agora não consigo mais sair daqui.

— Como vai ser daqui pra frente, hein? -

— Do mesmo jeito que sempre foi, com o benefício que não passarei mais vontade se eu quiser beijar a sua boca. - Luke me deu um selinho e sorriu.

— Estou falando sério, Luke. - o comediante percebeu meu tom de voz e se afastou para me olhar. - Não quero que isso vaze na mídia, precisamos manter a discrição e…

— OLHAAAA ELES AIIIIII! - Lion chegou do nosso lado todo alegre com um copo de bebida na mão.

— Suspendam as buscas que o nosso casalzinho beijoqueiro foi encontrado! - disse Dave rindo. Eles estavam bêbados?

— O que você está bebendo? Estou morrendo de sede…

— É né? Porque se saliva matasse sede, você estaria hidratádissima, sua danadinha… - sorrindo, Luke me abraçou por trás e beijou o meu pescoço. - Ai, eu preciso tirar uma foto desse momento. Bate aí, Naty! - falou Dave apontando o meu celular. - Afinal, serei padrinho desse casamento. - Eu fiquei no meio, Luke se encostou de um lado e Dave do outro quando eu bati nossa selfie.

Logo em seguida, tirei uma selfie somente minha e do comediante, no momento em que ele me abraçou por trás e encaixou sua cabeça no meu pescoço quando vírei a cabeça de lado. A felicidade estampada no sorriso dos meus lábios era a mesma transmitida por Luke através do brilho nos seus olhos. E mais uma vez, nós dois estávamos ali, sintonizados na mesma estação, curtindo a mesma frequência, com os nossos corações pulsando juntos, no mesmo ritmo e na mais perfeita sintonia.


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Notas finais do capítulo

Capítulo curtinho, mas não menos intenso.

Era uma homenagem pelo dia de ontem. @sintonia_fic



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