Asas douradas - Fremione escrita por Lumos4869


Capítulo 9
Capítulo 9 - Uma visita ao passado


Notas iniciais do capítulo

Olá Nyah!
Espero que gostem desse capítulo e sinto muito pela demora para atualizar a fic!
Beijos ♥



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Capítulo 9 – Uma visita ao passado.

O caminho até a casa de Hermione foi cheio de conversas e risadas. Seus pais tinham uma energia ótima que contagiava qualquer um. A casa de Hermione era grande para uma pequena família. Havia dois andares, sendo que seu quarto ficava no segundo andar.

— Enfim, lar doce lar! – o Sr. Granger falou quando abriu a porta de casa. A garota olhou cada detalhe do lugar para ver se algo havia mudado, mas estava tudo do mesmo jeito.

— Pai, mãe. – Hermione chamou e indicou o sofá para que eles pudessem sentar. Ela sentou na mesinha de centro de frente com seus pais e suspirou. Era a hora da verdade. – Chegou a hora certa, eu estou pronta. – disse simplesmente. Seus pais entenderam na hora e os olhos da Sra. Granger se encheram de lágrimas.

— Oh, minha Mione! – ela abraçou a filha enquanto o Sr. Granger se afastou. – Queríamos tanto ter estado com você em sua primeira transformação! Sentimos muito também por não ter te alertado antes sobre tudo isso.

— Mãe, não fique assim, okay? – Hermione passou a mão pelos cabelos de sua mãe. – Foi assustador no começo, mas eu tive a ajuda de amigos muito especiais. Eu não estou brava com vocês só que eu preciso saber do início.

— Ele deixou isso conosco antes de partir. – O Sr. Granger voltou com uma pequena caixa de música feito de madeira. – Essa caixinha era para ser entregue a você quando o momento certo chegasse.

— Obrigada, pai. – Hermione pegou com cuidado o objeto. – Eu estou bem, não se preocupem comigo. – ela abraçou forte seus pais. – Amo vocês. – ela falou antes de se dirigir ao seu quarto no segundo andar, deixando seus pais aflitos no sofá da sala.

O quarto de Hermione era grande e cheio de livros. Sua cama de casal ficava perto da janela e as cores predominantes no ambiente eram (obviamente) vermelho e dourado.

Ela foi até sua cama e se sentou nela. Observou com atenção os detalhes da caixinha antes de abri-la. Assim que o fez, uma melodia suave chegou até seus ouvidos e Hermione sentiu seu corpo ser levado para longe dali.

*****

Olá, criança.” - Hermione se assustou com uma voz atrás dela e se virou rapidamente. Era o anjo aprisionado, porém, ele estava diferente: O dourado nos seus olhos parecia ter mais vida; suas asas brancas já não estavam mais quebradas e também, não havia mais ferimentos ou correntes o prendendo. Era um anjo livre.

“Olá, anjo.” – ela sorriu. Estavam em um corredor infinito branco.

“Nicholas.”

“Perdão?”

Meu nome é Nicholas.” – ele sorriu e Hermione suspirou. Tudo nele exalava perfeição. – “Vejo que está na hora de descobrir sua origem, hun?”

“Minha origem...” – Hermione se lembrou da frase que Leo sempre repetia. – “Sim, estou pronta.”

“Dê-me sua mão, precisamos fazer uma visita ao passado.” – Nicholas estendeu sua mão que ela prontamente aceitou. Assim que segurou a sua mão, Hermione viu diversas cenas passarem ao seu redor, algo muito parecido com o vira-tempo no seu terceiro ano. Viajaram por alguns minutos em silêncio até que aterrissaram em um parque. – “Seja bem-vinda à sua infância, Hermione.”

“Eu me lembro vagamente desse lugar.” – ela falou soltando a mão do anjo. O parque que estavam ficava no centro da pequena cidade onde Hermione morou quando era menor, isso antes de descobrir que era bruxa. Algumas memórias com seus pais naquele parque vieram a sua mente.

“Você nasceu com um coração muito fraco, criança.” – Nicholas começou a explicar. O cabelo curto claro o deixava com um ar mais sério apesar do sorriso no rosto. “Você cresceu em casa sendo educada pelos seus pais. Raramente saiam para passeios pois seus pais sentiam medo por você.”

“Eu não me lembro disso.”

 “Eu te explicarei depois.” – ele sorriu meio culpado. - “Você nunca se conformou com seu destino e uma vez, enquanto sua mãe estava distraída, você fugiu de casa para um passeio.” – ele apontou para uma garotinha pequena de mais ou menos cinco anos com seus longos cachos quase tampando seu rosto. Era inverno, então a menina usava um par de luvas vermelhas combinando com seu cachecol. Ela ria com vontade enquanto andava pelo parque observando a neve cair.

“Sou eu.” – ela soltou surpresa. Sorriu e sentiu uma enorme vontade de abraçar e apertar a pequena Hermione. Seus olhos desviaram por um segundo da garota ao focalizar em uma figura machucada deitada no banquinho do parque. “Aquele seria...?” – ela perguntou como se já soubesse a resposta.

“Sim, sou eu.” – ele falou. – “Como anjo, eu tenho deveres também e um deles é deter que figuras demoníacas sejam soltas no mundo. Foram dias de lutas, estava sem forças para voltar então acabei aqui sem querer.”

“Você está sem suas asas. Não sabia que podia escondê-las.” – ela comentou e viu algumas crianças perturbando a figura do anjo no banco.

“Shii, observe.” – ele falou sorrindo e Hermione se calou.

A pequena Hermione arregalou seus enormes olhos castanhos ao ver as crianças jogando bolas de neve no homem machucado e saiu correndo naquela direção.

 Parem com isso! — ela ficou na frente dele com seus braços abertos. – Não veem que ele está machucado? – ela apontou para o rapaz que permanecia de olhos fechados e estava tremendo de frio.

— Oras, não encha o saco, pirralha! – o maior menino falou e deu um empurrão na garota que desequilibrou e caiu com tudo de bunda no chão.

— Ai, meu bumbum. – ela reclamou de dor enquanto se levantava e tirava a neve de sua roupa. O grupo de crianças que estava rindo até então, pararam e saíram correndo assustados. Hermione sentia seu peito doer e respirou fundo. – Isso corram mesmo! – ela gritou com toda sua coragem grifinória e depois de virou para o rapaz que agora estava sentado e de olhos abertos. – Que legal!  O senhor tem olhos dourados! — Hermione excalmou.

— Senhor...? – ele falou com a voz fraca devido ao frio. – Não irá fugir igual os outros?

— Mamãe me falou que devemos sempre tratar os mais velhos com educação. – a pequena falou com o rosto corado. – Gostaria de ter seus olhos, os meus são tão comuns. – ela falou baixo. – O senhor está com frio, certo? – ela se aproximou rapidamente e colocou sua pequena jaqueta nas pernas dele (lugar onde ela alcançava) e também lhe entregou seu cachecol vermelho. – São pequeninos, mas talvez te ajudem. – ela sorriu.

— Você não vai sentir frio? – ele perguntou curioso.

— Estou bem, eu moro aqui perto. – ela falou. – Vou para casa, mas se precisar de ajuda, é só gritar bem alto que eu venho, ta? – ela sorriu e saiu saltitando antes que o rapaz pudesse dizer algo.

“E-Eu realmente não me lembro de nada.” – ela falou envergonhada enquanto Nicholas gargalhava. O som do riso dele era algo gostoso de se ouvir.

“Foi a primeira vez que tive contato com os humanos.” – ele falou e segurou novamente a mão da castanha. – “Pronta para mais um capítulo esquecido de sua infância?”

“Sempre.” – ela sorriu e novamente tudo a sua volta ficou desfocado e as cenas passavam rapidamente. Dessa vez, a viagem foi mais curta e logo aterrissaram na entrada de um hospital.

“Cerca de dois meses depois, você foi internada às pressas nesse hospital.” – ele explicou e Hermione sentiu seu coração se apertar ao ver seus pais sentados abraçados um ao outro com lágrimas. – “Não haviam mais esperanças a não ser que você recebesse um transplante, algo que poderia demorar meses, tempo que você não tinha.”

“Oh.” – foi o que ela conseguiu falar. Sentia uma vontade muito grande de chorar e abraçar seus pais dizendo que estava bem e tudo daria certo.

“Observe.” – ele falou e apertou a mão de Hermione.

— Sr. e Sra. Granger? – uma figura alta e esbelta se aproximou do casal.

— S-sim? – Sra. Granger se pronunciou e saiu dos braços do marido.

— Meu nome é Nicholas e sou funcionário de um órgão do governo responsável pelos transplantes. – o rapaz se apresentou (Hermione logo reconheceu como sendo o anjo). – Posso conversar com vocês em um lugar mais privado?

— Claro, claro. – a mãe de Hermione falou nervosa e se levantou da cadeia puxando seu marido. – Por aqui, por favor. – ela indicou uma porta. Era o quarto onde a pequena Hermione descansava.

— Peço que mantenham a calma e não se assustem, okay? – Nicholas falou e com um gesto a porta se trancou sozinha. O casal se assustou, mas algo no rapaz transmitia paz e por isso concordaram.

— Assim como eu havia me apresentado antes, me chamo Nicholas. – a roupa social que até então o rapaz loiro usava se tornou em algo mais casual. – Eu conheci a pequena Hermione a dois meses atrás. – ele falou e segurou a pequena mão da garota. Então, ele contou o acontecimento no parque e Sra. Granger sorria emocionada.

— Oh, minha menina. – ela falou abraçada ao marido. – Tão corajosa desde pequena... Apesar de que eu quase morri do coração naquele dia.

 Eu posso salvá-la. — ele disse e retirou a camiseta que usava (algo que Sr. Granger não apreciou muito e segurou a cintura de sua esposa mais forte). Em poucos segundos, um belo par de asas brancas estava em suas costas e o casal arfou.

— Um anjo. – o pai da menina sussurrou. – Não sabia da existência de figuras divinas.

— Hermione é uma garota especial. – Nicholas prosseguiu. – ela carrega magia em suas veias. Não se preocupem quanto a isso, ela irá aprender a controlar com seus onze anos. – ele acrescentou ao ver o olhar no rosto deles.

— Isso tudo é muito surreal! – o Sr. Granger exclamou. – Um anjo e magia? Minha filha é uma bruxa?

— Querido, sempre soubemos que nossa Hermione é especial. – a Sra. Granger colocou a mão no rosto do marido. – Tudo realmente parece loucura, mas há um anjo na nossa frente. – ela falou e sorriu o tranquilizando.

— Como você pode salvá-la? – o pai perguntou ainda confuso.

— Nós, anjos, podemos escolher uma única pessoa para carregar nossa marca. – ele começou a explicar. – Essas pessoas são chamadas de anjos caídos. O poder que recebem através da marca é muito grande para que se corpo aguente. Por isso, toda noite de Lua Cheia, eles liberam seus poderes e suas asas para que possam aprender a controlar e suportar tudo. Não se preocupem por enquanto porque essas transformações só irão ocorrer quando a marca for se manifestar, algo que leva anos.

— N-Não entendo, como isso pode salvar nossa Hermione? – A mãe da menina perguntou aflita.

— Para que possamos marcar alguém, precisamos doar uma parte de nós para o escolhido. – o anjo explicou calmo. – Hermione é dona de uma personalidade forte assim como dona de um enorme e bom coração. Ela se tornará uma grande mulher. Por isso, estou oferecendo meu coração.

— Seu coração? – exclamaram juntos surpresos. Essa era a chance de salvar sua menina.

— Mas alerto novamente para as consequências. Não será nada fácil as transformações. Mesmo assim aceitariam? – ele questionou.

— Mione é uma garota forte. – Sr. Granger começou depois de um tempo pensando. – Apoiaremos ela no que for preciso.

— Por favor, salve nossa menina. Ela não tem muito tempo. – a Sra. Granger falou chorando.

— Certo. – o anjo disse por fim. – Por questões de segurança, eu vou apagar a memória dela. – ele falou. Se aproximou da pequena criança e colocou a mão direita sob o pequeno peito dela enquanto a esquerda estava em seu próprio peito.

Tudo parecia ter paralisado, não havia mais o barulho das máquinas, as conversas das pessoas ou o canto dos pássaros. Havia somente o silêncio que logo foi interrompida pela voz angelical de Nicholas que recitava algumas frases em uma língua desconhecida. Uma luz dourada e calorosa envolveu a pequena Hermione e o anjo e logo, marcas (ou seria runas?) apareceram em ambos os corpos. Esse “ritual” durou alguns minutos e ao término deste, uma fina cicatriz apareceu no peito da criança e do anjo e rapidamente sumiu.

 Está feito. – o anjo disse.

Hermione sentiu tudo girar e se viu novamente no corredor branco.

“Depois de ter finalizado, eu entreguei a caixinha de música para seus pais contendo um pouco de minha essência.” – Nicholas explicou. – “Todo mundo tem o direito de saber de suas origens.”

“Obrigada, Nicholas.” – ela falou emocionada e abraçou o anjo, ato que o pegou desprevenido. – “Obrigada por ter salvado minha vida.

“Você será grande, criança.” – ele falou e a abraçou de volta e ficaram assim por um tempo. – “Vá, está na hora de voltar.”

“Espera.” – ela se afastou dele um pouco.  – “Como te capturaram? Por que está preso naquele porão?”

“Porque eu fui tolo em acreditar em seres errados.” – ele explicou ainda calmo. – “Essa história fica para um outro dia.”

“Eu vou te tirar dali, Nick.” – ela falou antes de desaparecer.

“Nick, hun?” – ele sorriu com o apelido e despareceu daquele corredor também.

*****

Hermione abriu seus olhos e se viu em seu quarto com a melodia da caixinha ainda tocando. Respirou fundo e limpou algumas lágrimas que escorriam. Aquele foi o começo de tudo, precisava conversar com seus pais e também com os gêmeos, mas mais do que tudo, precisava salvar o anjo.


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