Asas douradas - Fremione escrita por Lumos4869


Capítulo 40
Capítulo 40 - Talvez




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Capítulo 40 - Talvez

Fred e George estavam em Hogwarts novamente. A presença deles já não era uma surpresa para os alunos que muitas vezes esqueciam que os gêmeos já não eram alunos. 

— Não que eu esteja reclamando de vocês, mas vocês não se cansam vindo para cá todo mês? - Hermione questionou. Estavam todos reunidos em volta da lareira do pequeno salão que ligava aos quartos de Hermione, Hope e Nick. 

— Você ouviu isso, Gred? - o ruivo fingiu limpar uma lágrima do rosto. - Certeza que ela arranjou outro mais lindo e charmoso que eu.

— Eu tenho uma triste notícia para te dar então, Feorge. - o segundo ruivo falou sério com uma mão no ombro do irmão. – Este outro cara sou eu.

— Como pôde?! - Fred colocou a mão no peito chocado. - Achei que você me amasse. - falou olhando para seu gêmeo. 

— Desculpa cara, ela me ameaçou. - George falou em um tom falso de arrependimento. 

— Ai vocês dois. - Hermione rolou os olhos e deu um tapa em cada um dos gêmeos. Seus amigos riam em volta deles. - E vocês são uns traidores por estarem rindo. - ela estreitou os olhos na direção deles e em seguida riu. 

— Sabe que eu iria até o fim do mundo por você, Mia. - Fred falou carinhoso e puxou a namorada / noiva para um abraço.

— Arranjem um quarto. - Rony falou com a boca cheia de biscoitos que havia pegado na cozinha. 

— Tem certeza que quer isso? - Hermione levantou sua sobrancelha.

— Céus, não. - Rony balançou a cabeça quando entendeu o que a castanha havia dito e o casal riu. - Vocês dois são uma péssima influência para ela, isso sim. - ele apontou na direção dos gêmeos.

— Eu vou pegar mais biscoitos na cozinha já que Ronald comeu tudo. - George se levantou de onde estava.

— Você quer companhia? - Hope perguntou.

— Não, tudo bem. - ele sorriu antes de sair do quarto. 

George andava distraído pelos corredores de Hogwarts até que parou subitamente ao perceber onde estava: o armário de vassouras em que sua história com Angelina havia começado. 

O ruivo sentiu sua garganta fechar e seu peito pesar. Ele olhou em volta e se viu sozinho no corredor, então se aproximou lentamente e passou a mão pela porta. 

— Ainda dói muito? - uma voz perguntou.

— Não. - o ruivo respondeu sem se virar na direção da pessoa. - A dor já passou, agora restou o vazio. 

— E não vai melhorar, isso eu já posso te adiantar. - a voz falou novamente.

— Nunca achei que fosse melhorar. - ele respondeu e finalmente se virou, se deparando com Draco Malfoy (ou o que parecia ser o sonserino) encostado na parede encarando fixada mente a parede do outro lado. - Você está um caos.

— Posso ver isso no espelho. - respondeu. 

— Seus olhos perderam cor. 

— Não é como se cinza fosse uma cor forte de qualquer forma. - o loiro falou cansado. Não sabia o porquê que ainda estava ali parado. Talvez estivesse cansado demais para se mover. - Por que está aqui de novo?

— Fred precisava vir e eu vim junto. - George se encostou no lado oposto da parede em que Malfoy estava. - Por que está desse jeito?

— Missão. - respondeu sem dar mais detalhes. George franziu a testa diante da resposta. - Não me pergunte, não irei dizer mais do que isso.

— Você é um deles, não é? 

— Talvez. - Draco falou. - O que faria se dissesse que sim?

— Entenderia suas razões. Você tem sua mãe para proteger. - George respondeu baixo.

— De fato. - o loiro trocou o peso de suas pernas. 

— Só não jogue sua vida fora. - o ruivo falou e observou os detalhes do rosto do loiro. Ele realmente estava acabado.

— Por que finge se importar? - o tom da conversa era baixa e séria. Não havia emoções.

— Porque eu me importo. - o ruivo estalou os dedos. - Porque acredito que cada vida vale a pena, inclusive a sua.

— E por que acha que eu jogaria a minha fora?

— Porque você já está fazendo. Eu posso ver nos seus olhos que você já não carrega esperanças. - o ruivo fez gestos apontando para seus próprios olhos.

— Talvez se você estivesse no meu lugar, você entenderia. - o loiro suspirou de olhos fechados. Estava cansado demais. - Ou talvez não.

— Por que ainda está aqui? - George perguntou gentilmente. - Pensei que me odiasse.

— Talvez porque compartilhamos de um mesmo vazio. - Draco inclinou sua cabeça e alguns fios de cabelo caíram em seu rosto. - Talvez porque você não parece me julgar. Ou talvez seja porque você não sente pena por mim. 

— Não, não sinto. - o ruivo desencostou por alguns segundos para mexer seus ombros. - Porque odeio que sintam pena de mim da mesma forma que você também odeia. 

— De fato. - Draco se desencostou da parede e colocou as mãos no bolso. - Eu não te odeio, Weasley. Nem você e nem Granger. Eu os culpei e odiei, mas isso não diminuiu minha dor. Então, por que perder meu tempo com isso? 

— De fato. - Foi a vez de George usar a resposta de Malfoy. 

— Ela foi feliz, não foi? - o loiro se virou de costas pronto para partir dali. - Ao menos ela foi amada. - ele falou sem esperar uma resposta do ruivo. - Se a morte me escolhesse, tudo que restaria para trás seria o silêncio, Weasley.

— Não acredite nisso, Malfoy. - George falou olhando para as costas do outro. 

— Não sei mais o que acreditar ou não. Deveria eu acreditar em felicidade? - Malfoy perguntou sem esperar por uma resposta e partiu deixando para trás George Weasley pensativo. 

Draco estava doente e pedia ajuda silenciosamente. Quem poderia resgata-lo?

*****

— Demorou para voltar. - Hope comentou quando George finalmente voltou para o quarto. 

— Foi mal, me perdi no caminho da vida. - ele deu um sorriso de leve e se sentou perto de sua irmã com o pote de biscoitos na mão. - O que foi? - ele perguntou olhando para os seus amigos.

— Você não vai dividir os biscoitos? - Rony perguntou.

— Se quiserem eu posso dizer onde é a cozinha. - ele falou em um tom de brincadeira e recebeu um tapa de Ginny. - Ai ai, ruivinha. Estou brincando. - ele riu e colocou os biscoitos no meio do grupo. 

Eles ficaram conversando por mais algum tempo. Aquele era um dos raros momentos em que quase todos os amigos estavam reunidos, com exceção de Nick que estava ajudando na enfermaria. Com tantas coisas acontecendo, o grupo de amigos havia esquecido como momentos de tranquilidade como esse faziam falta na rotina agitada dele. Hermione, obviamente, notou que algo de diferente havia acontecido com George, mas deixou para conversar com ele mais tarde quando estivessem sozinhos. Aos poucos, um a um foi indo embora até que restasse apenas Hope, Hermione e os gêmeos.

— Mione, eu vou dar uma passada no Nick para ver se ele precisa de alguma coisa. - Hope falou se levantando do sofá. - Você vem junto?

— Agora não, Lea. - a castanha sorriu. - Eu preciso resolver algumas coisas.

— Eu vou com você então, nanica. - Fred deu um beijo no rosto de sua namorada antes de ficar de pé também. - Eu vou entregar algumas plantas que ele havia me pedido. - antes de sair do quarto, ele se virou para seu irmão e Hermione. - Estou de olho hein? E meu amor, lembre-se que apesar de ele ser idêntico a mim, eu ainda sou melhor.

— Vai lá, bobão. - Hermione riu e Fred piscou antes de sorrir e deixar o quarto. - Então, o que você quer conversar comigo? 

— Que? - George questionou confuso.

— Eu sei que tem algo que você quer me perguntar, eu te conheço. - ela sorriu.

— Hum... certo. - ele se ajeitou desconfortável no sofá. - É sobre o Malfoy.

— Malfoy? - ela perguntou surpresa. - O que tem ele?

— Nada demais, na verdade. Eu o encontrei nos corredores quando fui a cozinha e conversamos brevemente. Ele está diferente. - o ruivo explicou.

— Ele está acabado. - ela suspirou cansada. - Desde que o ano letivo começou, ele está assim. Com olheiras frequentes, cabelos bagunçados e cada vez que o vejo parece que está mais magro.

— Você acha que isso tem relação com... aquilo? – ele perguntou fazendo uma pausa.

— Ele tem a marca. – a castanha fechou os olhos. – É bem provável que a lealdade dele esteja sendo testado já que ele nos ajudou no ano passado. Muito provável que a vida da mãe dele esteja em risco também.

— Não tem nada que possamos fazer para ajudar? – George perguntou derrotado.

— Eu não tenho certeza. – ela falou incerta. – Estou tentando cuidar dele mesmo que de longe, não que eu esteja tendo muito sucesso nisso.

— É engraçado pensar que até a alguns tempos atrás, a gente o desprezava e vice e versa.

— Realmente. – ela sorriu levemente. – Malfoy não é a melhor pessoa do mundo, mas também não consigo deixa-lo de lado.

— Consigo entender. – George suspirou. Malfoy era alguém que o intrigava. – Em todo caso, obrigado Mia. – ele a abraçou.

— Eu vou tentar te manter informado sobre ele. – ela sussurrou.

Hermione e George estavam preparados para resgata-lo.


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