Asas douradas - Fremione escrita por Lumos4869


Capítulo 39
Capítulo 39 - Noah Parkinson


Notas iniciais do capítulo

Heeey, guys!
Peço mil desculpas pela demora em atualizar! Como estou de mudança, essas últimas semanas estão sendo muito corridas para mim. Como forma de pedir desculpas, postarei dois capítulos de uma vez hehe'
Muito Obrigada e tenham uma boa leitura!

Autora.



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Capítulo 39 - Noah Parkinson

Draco estava ficando insano. Estava preso em um caminho sem saída e não conseguia pensar em nenhuma solução que amenizasse sua angústia. Durante as noites, mal conseguia dormir e quando conseguia, acordava depois de poucas horas tremendo por conta de pesadelos. Já não sentia fome e estava constantemente cansado. Olhava para trás toda vez que caminhava, pois tinha a sensação de que era constantemente perseguido por alguém. Sabia muito bem que falharia em sua missão, mas não podia deixar que fizessem algum mal à sua mãe novamente. 

— Por que essa merda não vai?! - Draco esmurrou com força o armário que tentava a todo custo consertar. Seu tempo estava acabando e não havia conseguido nenhum progresso. Ele sentiu sua mão tremer e decidiu que continuaria no dia seguinte. 

O sonserino pegou sua capa e saiu da sala precisa com cuidado para não ser visto por ninguém. Porém, bem ao lado da tapeçaria do corredor, havia uma pequena mesinha com uma bandeja em cima. 

“Se alimente - H.G”

O loiro amassou o cartão e estava para passar reto quando olhou para o que havia na bandeja: a mesma sopa que ele havia tomado quando caiu das escadas e um pequeno pote de salada. Não admitiria nem em leito de morte, mas Draco havia gostado da sopa que tinha o sabor muito parecido com o qual sua mãe preparava. Bufando, ele pegou a bandeja e a levou para seu salão comunal. 

De longe, Hermione observava com um pequeno sorriso vitorioso no rosto.

***** 

Dias haviam se passado desde a última vez que havia visto Nina Parkinson. Nicholas preparava uma xícara de chá quando ouviu a porta da enfermaria ser aberta.

— Em que posso ajudar? - Ele perguntou sem olhar pra pessoa. 

— Hey. - a voz sussurrou e Nick imediatamente olhou para quem estava na porta. Nina estava apoiada à porta com as feições dolorosas. A primeira coisa que ele fez foi ir até ela, pegando-a no colo e a colocando na maca mais próxima. 

— Com licença. - ele pediu antes de abrir a blusa dela. Nina corou levemente e escondeu seu rosto com suas mãos. - Adams. - Nicholas falou entre os dentes quando viu os machucados no corpo dela. - Esse tipo de coisa não pode mais acontecer! Não consigo entender porque você deixa que ele faça isso.

— Eu preciso aguentar mais um pouco, só isso. - ela falou com a voz abafada. 

— Não, Parkinson. - ele se afastou para pegar os curativos. - Esse aguentar mais um pouco pode te matar! Ele não tem limites e pode ser que um dia, ele perca o controle totalmente. 

— Ele ficou bravo porque eu me recusei a beijá-lo. - ela riu nervosa. 

— Pouco me importa a razão. Você vai contar tudo ao diretor e para sua irmã também. - ele falou firme.

— Não! - ela exclamou e tentou se levantar da maca. - Não deveria ter vindo aqui.

— Você vai ficar aí. - Nicholas usou seus olhos para fazer com que a sonserina deitasse novamente. 

— Merda. Os olhos, sempre os olhos. - ela bufou irritada.

— O que está acontecendo? Porque se submete à tal tratamento? - ele perguntou menos nervoso. - Eu quero respostas, Nina. Não simplesmente um “não é da sua conta”. - ele a olhou sério e Nina corou levemente ao ouvi-lo pronunciando seu nome. - Sabe que se não for você a conversar com o diretor, eu mesmo vou falar, viu? 

— Você não tem esse direito. - ela trincou os dentes.

— Tenho sim, como seu médico. - Nicholas puxou um banquinho para perto e se sentou ao lado dela. Ele respirou fundo antes de tirar de seu bolso a foto que ela havia deixado cair na outra  noite. - Isso é seu?

— Estava com você! - ela puxou rapidamente a foto e Nick pode perceber a expressão de alívio dela. 

— Olha, eu não sei o porquê que você sofre toda essa violência constantemente e calada. Eu não entendo muito de relacionamentos humanos, mas sei o suficiente para te dizer que Adams não vai melhorar, muito pelo contrário. - ele falou gentilmente. - Também não sei quem é Noah, mas eu sei que é alguém muito importante para você. Já tentou conversar com ele?

— Noah morreu dois anos atrás. - ela falou com os olhos vidrados na foto e Nick travou por alguns segundos.

— Sinto muito. - murmurou.

— Não sinta, porque foi a decisão dele. - ela começou sentindo sua mão tremer levemente. - Noah era meu irmão mais velho e também o herdeiro de quase tudo da nossa família. - ela abotoou sua blusa quando Nick terminou com os curativos. Mesmo que quisesse, ela não conseguia parar de falar. Precisava tirar esse peso das costas. - Ele foi criado como o filho perfeito. Era o melhor em tudo que fazia e era um impecável Parkinson. Noah tinha um coração muito bom. - ela sentiu seus olhos lacrimejarem - Além disso tudo, ele era também o melhor irmão que alguém pode ter. Entenda que meu pai nunca foi um homem afetivo e isso tinha consequências na minha vida e principalmente na de Pansy que era só uma criança. Porém, o amor que recebíamos de Noah era o suficiente. 

— Se você não se sentir confortável, não precisa me contar. - Nick falou gentilmente.

— Está tudo bem, eu preciso colocar tudo isso para fora. - ela sorriu triste. - Dois anos atrás, não sei se você sabe, mas foi o ano em que Voldemort voltou à vida. Com isso, os antigos comensais foram convocados e claro, meus pais também foram. Porém, Noah chamou a atenção de Voldemort e foi convocado. Lembra que eu te disse que meu irmão tinha um coração muito bom? - ela tinha um olhar triste. - Noah preferiu lutar pelo o que ele acredita e recusou, questionando as ações de meus pais. Eu sinceramente até hoje não sei como ele fazia parte da Sonserina, ele deveria ter pertencido à Grifinória. Como consequência de seus atos, ele foi perseguido até o dia que o mataram. - Nina falou a última frase sem emoções. - Tenho certeza de que ele morreu da forma que ele desejaria: lutando pelo o que ele acha certo. 

— Sinto muito - Nick repetiu e se levantou rapidamente para pegar uma xícara de chá e entregou a ela.

— Já te disse antes, não sinta. – ela falou gentilmente – Mas com a morte de Noah, as expectativas caíram em mim. Meu pai se tornou um homem amargo e mais rígido. Eu, como a filha mais velha, assumi o papel que era de Noah e passei a ser treinada constantemente para assumir os negócios de minha família. Porém, eu não sou igual a meu irmão e meu pai sabe disso. Foi por isso que ele decidiu arranjar um marido para mim, já que ele mesmo ainda não aceita que uma mulher esteja no comando - ela falou com um sorriso irônico. - Adams foi o genro perfeito para meu pai e cá estamos. 

— Você é forte, Parkinson. - ele concluiu. - Mas isso não justifica você sofrer dessa forma. 

— Realmente não justifica. - ela deixou a xícara agora vazia de chá na mesinha ao lado da cama. - Quantas vezes eu não pensei em fugir... - ela suspirou antes de assumir novamente sua postura firme. - Mas essa é a minha realidade, Nick. Eu não vou deixar que Pansy tenha que passar por isso e muito menos irei deixar os negócios de minha família na mão de alguém como Adams. Também não concordo com os ideais de Voldemort e de seus capangas, mas há sacrifícios que são necessários ser feitos. - ela levantou a manga de sua blusa e desenfaixou seu braço. 

— Esta é a marca negra? - Nick analisou. Hermione havia explicado a ele sobre quem era Voldemort e os comensais.

— Era eu ou a Pansy. - ela deu um sorriso triste.

— Tem algo que eu consiga fazer para te ajudar? 

— A única coisa que eu peço a você é o seu silêncio. - ela falou séria. - O que eu falei e mostrei para você morre aqui à partir do momento que eu sair por aquela porta. 

— Entendido. - ele concordou já esperando pelo pedido.

— E quanto ao que eu vou fazer, você vai ter que esperar para ver. - ela sorriu levemente. - Obrigada Nick pelo curativo e por ter me escutado. Talvez isso tenha respondido o porquê de eu aguentar tudo isso em silêncio. Eu vou virar esse jogo e quando eu fizer, vai ser para dar o xeque-mate. - ela se dirigiu à saída e antes de deixar a enfermaria, ela olhou para o anjo uma última vez. - Afinal, eu sou um Sonserina. 

Nick ficou encarando a porta por alguns segundos depois da sonserina ter saído. Ele ainda segurava a xícara morna de chá em sua mão enquanto processava tudo que havia escutado. Havia se enganado quanto à personalidade dela. No final das contas, Nina ao invés de ser a presa, ela era a cobra esperando o momento certo para atacar. 

— Não tenho dúvidas, Parkinson, não tenho dúvidas. - ele sorriu de lado e se levantou da cadeira carregando na mão as duas xícaras de chá.


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