Asas douradas - Fremione escrita por Lumos4869


Capítulo 34
Capítulo 34 - O fim das férias




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Capítulo 34 – O fim das férias

Os dias foram passando de forma rápida e o treinamento ficava cada vez mais intenso e difícil. Teve vezes que Sirius e Nicholas tiveram que fugir para não apanhar de uma Molly Weasley furiosa ao ver suas crianças (sim, ela considera todos eles como seus filhos) todas roxas e machucadas. No começo, o maroto original ainda permitia que as crianças fossem tratadas por Molly, mas com o passar dos dias, isso foi diminuindo. Segundo ele, muitas vezes é na dor que nos fortalecemos.

— Muito bom, crianças. – Sirius bateu palmas chamando a atenção de todos. – O treino de hoje fica por aqui. Podem respirar tranquilos. – ele riu ao ver grande parte deles se jogarem no chão exaustos. – Hermione e Hope, vocês ainda tem o treinamento à parte com Nick, okay? – ele questionou e as duas concordaram. – Vocês sabem que os ataques do velho da cobra têm se intensificado nesses últimos dias. Por isso, iremos reforçar a segurança da casa de cada um de vocês, principalmente de Harry, Mione e Hope que são os alvos principais dele.

— Não se preocupem com os meus pais. – Hermione falou firme, porém sem encontrar os olhos de ninguém. Ainda não havia contado sobre o feitiço de seus pais a ninguém.

— O que quer dizer com isso, Mi? – Ginny questionou a amiga.

— Eu pedi para que Fred alterasse as memórias de meus pais. – a castanha olhou para a ruiva. – Nesse exato momento, eles não têm filha alguma e provavelmente estão conhecendo o mundo como sempre quiseram. – ela falou sem deixar sua voz vacilar. No começo foi duro aceitar, porém sabia que tinha feito a escolha certa. – Por favor, não sintam muito. – Hermione falou balançando sua cabeça ao perceber os olhares. – Eu fiz pela segurança deles e tenho certeza que vocês fariam o mesmo caso estivessem em meu lugar. – Fred olhava do outro lado da roda orgulhoso. Jamais conseguiria ser tão forte como ela.

— Muito bem, conversaremos sobre isso depois, Hermione. – Sirius olhou para a castanha. – Todos estão dispensados. – ele bateu suas mãos levemente e com exceção dos anjos caídos, todos se retiraram dali.

Nicholas era o responsável por elas e basicamente o treino delas era desenvolver seus poderes cada vez mais. Nick não pegava leve de forma alguma, porém nenhuma das duas reclamava.

Após algumas horas, finalmente os treinamentos daquele dia se deram como encerrados. Hermione deitou ao lado de Hope exausta e ofegante. Sentia seu corpo pedir por um bom banho e cama, mas não tinha mais forças nem para se levantar.

— Tome, para repor as energias. – uma sombra se aproximou das duas e esticou duas barras de chocolate. Era Remus Lupin.

— Ai, chocolate. – Lea deu um pulo de onde estava e logo agarrou uma das barras, agradecendo em seguida. Ela estava desgastada e às vezes achava que os outros esqueciam de que ela ainda era uma criança.

— Professor Lupin? – Hermione se levantou com dificuldade.

— Olá meninas. – ele sorriu gentil. – Fiquei sabendo sobre os treinos de vocês e vim ver, mas acho que cheguei tarde demais. Como estão? – ele ofereceu ajuda a Hope que não conseguia abrir a embalagem do chocolate.

— Acabadas. – as duas disseram juntas.

— Aluado! – Sirius logo chegou colocando sua mão no ombro dele. – Fala se não somos os mais bonitos de todas as gerações? – o maroto abriu um sorriso enorme. – Bem melhor que vocês! – ele gritou na direção da Toca de onde puderam ouvir reclamações dos meninos. – Vamos entrando, afinal, hoje é a grande inauguração da loja dos gêmeos, certo?

— Sim. – Hermione de um sorriso com uma mistura de alegria e tristeza. Estava feliz por Fred, porém preocupada com George.

*****

A inauguração da loja foi um sucesso. O lugar estava cheio de cores, de vida e principalmente de clientes. Mesmo em tempos sombrios como aqueles, as pessoas ainda buscavam uma forma de poder rir e se divertir. Seria um momento perfeito, se George Weasley aparecesse.

Fred tentava segurar a barra sozinho, pois entendia que seu irmão ainda precisava de tempo. Hermione fazia de tudo para tentar ajuda-lo, mas realmente não tinha habilidade alguma para se socializar e entreter as pessoas como seu amado. Foi então que Rony Weasley assumiu o papel de George e deu seu maior apoio para Fred, que o agradeceu silenciosamente.

— Mionezita. – Sirius se aproximou dela. – Pode me dizer onde está George?

— Ele ainda não saiu do quarto. – ela respondeu com um sorriso triste. – Não aceita a visita de ninguém, mas se quiser tentar conversar com ele, o quarto fica naquela porta. – Hermione apontou para a porta “discreta” do segundo andar. – Ali é o escritório de Fred, mas se subir as escadas, encontrará o quarto onde ele está.

— Valeu. – ele sorriu e se afastou daquele povo todo, indo na direção onde Hermione havia apontado mais cedo. Se George continuasse daquele jeito, ele se afundaria em uma depressão profunda. Assim como quase aconteceu com ele mesmo. Precisava fazer algo.

Sirius Black encontrou facilmente o quarto que a castanha mencionou e antes de entrar, ele fechou os olhos e respirou fundo. Pediu mentalmente para que James e Lily o orientassem naquele momento e entrou sem nem ao menos bater na porta.

— Mas o que...? – George estava sentado perto da janela e olhou para a porta com a testa franzina.

— Levanta daí. Vamos. – Sirius fechou a porta e lançou um Abaffiato no local. Sabia que aquela conversa seria dura.

— Com todo respeito que eu tenho por você, me deixe sozinho. – George falou sério e desviou o rosto.

— Até quando pretende ficar mofando nesse quarto? – o maroto cruzou os braços e se apoiou na parede. – Você está em um período de luto, okay. Porém, alguém precisa ser mais duro e realista com você.

— Cara, vai embora. – George bufou e se levantou de onde estava.

— Até quando pretende afastar as pessoas de você? Fred e Hermione estão dando o melhor deles para cuidar de você e te tirar dessa. – Sirius alterou levemente seu tom de voz. Seus fios longos estavam arrumados em um rabo de cavalo baixo. – E não é só eles. Seus pais sofrem junto com você e o pior é que por mais que eles queiram te ajudar, você não aceita nem ao menos a visita deles.

— Quem você pensa que é para vir aqui e falar assim? – George alterou seu tom de voz também e apontou o dedo para o mais velho.

— Quem eu sou? – o moreno riu e isso enfureceu mais ainda o outro. – Eu sou o cara que é indiretamente responsável pela morte de seu melhor amigo e a esposa dele! Eu sou o cara que teve que passar por cima do corpo de seu irmão só para ter que encontrar o corpo da sua praticamente cunhada no quarto! – ele falava alto e cada palavra representava uma ferida aberta sua. – Eu passei anos e anos preso pela morte deles. Eu vivi por muito tempo sendo taxado de criminoso e traidor. Eu fui odiado por todos que eu amava. – Sirius puxou George pela gola da camiseta que usava. – Eu sei que não é fácil superar a perda de alguém, mas desse jeito você só vai se afundar. Quer se vingar? Trazer justiça e acabar com tudo isso? Então lute e dê o seu melhor vivendo! Foi tirada à força de Angelina a chance de ter uma vida, então se você a ama mesmo, viva por ela, respire por ela e ame por ela! Mesmo em seus últimos minutos, ela partiu lutando. Então o que raios você está fazendo aqui?! Você está parecendo um covarde! – Sirius falava com fúria e chacoalhava o ruivo que ouvia tudo aquilo em silêncio. – Você está entendendo o que eu estou falando?

— Sim. – George respondeu baixo.

— Fale mais alto, porra! – Sirius o chacoalhou novamente.

— Eu entendi! – George respondeu mais alto.

— Eu espero mesmo. – Sirius se acalmou e balançou seus ombros. Ele observou a figura curvada de George e suspirou. – Venha cá, rapaz. – ele o puxou para um abraço. – Infelizmente não temos controle nenhum sobre a vida e a morte, porém, podemos controlar nossas próprias vidas e até mesmo mudar o destino. Por isso, viva por Angelina.

— Por Angel... – George sussurrou antes de cair no choro e abraçar fortemente o outro. – Obrigado, Sirius. Obrigado.

*****

George foi voltando aos poucos a sua rotina. Molly chorou horrores e o abraçou forte quando viu seu filho de volta. O ruivo ainda não era o mesmo gêmeo brincalhão de sempre e seu principal (talvez único) foco no momento era o treinamento dado por Sirius e Nicholas (Remus de vez em quando aparecia).

Nos dias seguintes à inauguração da loja, muita coisa aconteceu. Devido aos constantes ataques de comensais, foi permitido o uso de magia fora da escola a partir dos quinze anos. Dumbledore também apareceu na Toca para levar Harry para conhecer o professor Slughorn e tentar convence-lo a voltar a lecionar em Hogwarts. Além disso os membros da AD discutiam seus próximos passos e também se aprofundavam no assunto sobre anjos caídos. Nick também ajudava com todas as informações possíveis sobre o assunto.

O período de férias estava chegando ao fim e logo, Hermione iniciaria seu sexto ano. Um pressentimento ruim pesava seu coração, mas se convenceu de que seria apenas insegurança. Foi determinado também que durante o período que os mais novos estivessem em Hogwarts, os mais velhos juntariam forças e iriam atrás de pistas de novos anjos caídos. Por conta disso, Fred não conseguiria ver Hermione com tanta frequência como antes.

Estavam todos reunidos na plataforma 9 ¾ na estação de King’s Cross. Famílias se despediam de suas crianças com o coração apertado, mas por um lado sentiam um alívio porque Hogwarts ainda era considerada o lugar mais seguro. Hermione e Fred permaneciam abraçados o tempo todo, aproveitando os últimos minutos antes da partida do Expresso.

— Por favor, se cuide, okay? – ela falou preocupada.

— Você também, tome cuidado. – ele beijou a testa dela. – Logo eu estarei lá te visitando, não se preocupe. Vou tentar voltar toda lua cheia.

— Eu estarei te esperando. – Hermione sorriu e o beijou.

George andava pela plataforma com a mente cheia de pensamentos. Como aquele Expresso trazia lembranças a ele... O ruivo parou quase no começo da plataforma e ficou observando o trem com suas mãos no bolso. Sentiu uma figura menor parar perto de si e se assustou ao encontrar Draco Malfoy parado ali. O loiro estava mais pálido, magro e seus cabelos, antes perfeitamente penteados, estavam bagunçados. Ele estava a alguns passos de George e não olhou na direção dele em nenhum momento, mantendo seus olhos fixos à sua frente. O ruivo apreciou o silêncio e permaneceu ali. Não tinha forças e nem energias para discutir com ele. Quando percebeu que o expresso estava para sair, George se virou na direção de onde veio, com a intenção de se despedir de seus amigos e irmãos.

— Sinto muito. – a voz arrastada e rouca de Malfoy chegou a seus ouvidos quando o ruivo passou por ele. Quando se voltou na direção do loiro, este já não estava mais ali.

George Weasley suspirou. Estava começando a ficar cansado dessa frase.

Mas com certeza não esperava esta frase vir do frio e atormentado Draco Malfoy.

~*~

Autora: De vez em quando, colocarei cenas bônus nos finais dos capítulos com cenas aleatórias de personagens pertencentes a esta história. Não há uma ordem cronológica e muitas vezes não terá nada a ver com o capítulo acima. Obrigada e espero que gostem!

Cenas Bônus:

Hope Lea Lovegood sentia seus olhos brilharem ao observar o castelo de Hogwarts pela primeira vez. Sempre escutou de Luna o quão maravilhoso era o lugar, mas aquilo superava todas as suas expectativas. Lembrou-se também dos sonhos recentes que estava tendo com Leo e de suas conversas. Sabia que precisava encontrar um anjo caído naquele lugar e ajudá-la a entender melhor tudo que estava acontecendo.

— Muito bem, crianças. – uma senhora com os olhos grandes os aguardavam nos portões do castelo. – Sejam muito bem-vindos à Hogwarts! Meu nome é Minerva McGonagall e sou professora de Transfiguração. Sou também a diretora da casa de Grifinória. – ela foi falando enquanto direcionavam os alunos até uma porta enorme. – Atrás desta porta está o Salão Principal e lá, vocês passarão pelo Chapéu Seletor que irão te mandar para uma das quatro casas de Hogwarts: Grifinória, Sonserina, Corvinal ou Lufa-Lufa. – ela terminou de explicar e revelou o enorme salão.

Hope foi a última a entrar e olhava tudo de forma admirada, até que sentiu uma presença poderosa e familiar no meio daqueles alunos. A pequena loira olhou ao seu redor até encontrar um par de olhos castanhos a observando com curiosidade da mesa vermelha e dourada. Era ela.

A menina sorriu gentilmente e deixou que seus olhos dourados ficassem à mostra por breves segundos e riu fraco quando viu a expressão surpresa da mais velha. Ouviu seu nome ser chamado e se direcionou ao banquinho com o Chapéu Seletor.

“Oras oras, que mente interessante. Você possui o coração nobre como a de um grifinório e alcançaria grandes feitos nessa casa, com certeza. A sua gentileza e lealdade aos seus amigos também é tão forte quanto a sua coragem. Seria sua casa Lufa-Lufa? Ou Grifinória?”

“Lufa-Lufa, por favor.” Hope fechou os olhos e pediu mentalmente. Sua mãe biológica pertencia a casa amarela e era para lá que desejava ir.

“Você tem um coração puro, menina. Com toda certeza, você irá para a...” o chapéu falou mentalmente antes de gritar para todos: “LUFA-LUFA!”

Hope Lea Lovegood sorriu e se direcionou a casa amarela que a recebeu com aplausos e abraços. Antes de se sentar, ela encontrou o olhar novamente da castanha e sorriu.

Aquele era seu novo lar.


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