Asas douradas - Fremione escrita por Lumos4869
Capítulo 20 – O enigma de Sirius.
“Ela conseguiu. Ela usou o poder da cura em nosso filho. Eu nunca esquecerei a voz dela naquele dia. Havia tantas emoções em seu canto... Carinho, desespero, amor... Eu sou sortudo por ter tido a oportunidade de ouvir o canto de um anjo caído. É como se curasse todos os males que estavam em volta, não há palavras certas para descrever. Meu coração ficou divido nesse dia. Metade estava alegre pelo nascimento de meu filho e também pelo novo poder de minha amada. A outra metade estava despedaçada porque o parto exigiu muito dela e entre ela e nosso filho, ela o escolheu e eu a perdi.”
— Você não pode estar falando sério. – Fred falou.
— Eu tenho cara de que brinca com essas coisas? – Hermione questionou. Há faziam duas horas que estava tendo essa conversa com os gêmeos e Lea em seu quarto. – Draco Malfoy é babaca sim, mas ele pode nos ajudar a salvar Nick!
— Com a condição de que você se enfie em uma toca de cobras e resgate a mãe dele? – foi a vez de Fred questionar. George e Hope estavam sentados e quietos, apenas ouvindo a discussão do casal. – Você já imaginou se tudo isso é uma armação para que Voldemort coloque as mãos em você?
— Não acha que isso já tenha passado na minha cabeça? – ela estava cansada. – Essa é a chance, talvez a única chance, que eu tenho de salvar Nick!
— Como pode confiar na doninha?
— Eu vi a dor e o desespero nos olhos dele quando ele me contou de sua mãe. – Hermione se sentou ao lado de Hope que a abraçou. – Malfoy pode ser um bom ator, mas os olhos não mentem, Fred. Confia em mim, por favor.
— Eu preciso de um tempo para esclarecer as ideias. – Fred fechou os olhos por alguns segundos e saiu do quarto.
— Mia, ele está com medo de te perder. Durantes nossos anos aqui, Malfoy nunca demonstrou ser uma pessoa boa. – George explicou calmo.
— Eu sei disso. – Hermione suspirou. - É difícil para mim também.
— Ele vai te entender, Mione. – Hope a abraçou mais forte e acariciou seus cabelos.
— É só que... – ela fez uma breve pausa – Eu vou conversar com mais calma com ele depois. – ela suspirou.
*****
— Merda, faz dias que não consigo entrar em contato com Sirius. – Harry falou frustrado. Desde que a A.D foi descoberta, era o moreno quem mais sofria com as consequências. – Ainda tenho que aturar aquela sapa velha no meu pé.
— Nem me fale, ela que vá se ferrar com essa estúpida regra de que namoros são proibidos em Hogwarts. – Ginny falou. Eles estavam sentados em frente a lareira do salão comunal.
— Então você quer falar com seu padrinho? – os dois levaram um susto e se depararam com os gêmeos atrás deles.
— Podemos ajudar, não é mesmo Gred?
— Com certeza, Feorge. – o outro respondeu.
— E como vocês fariam isso? – Ginny estreitou os olhos.
— A lareira da sala de Umbridge. – os dois ruivos responderam juntos. – Podemos criar uma “pequena” distração enquanto você tenta entrar em contato com ele.
— Não sei dizer se essa ideia é boa ou tola. – Harry disse pensativo. – Mas se é essa chance que eu tenho, então por que não?
— Ótimo! – Fred falou. – Esteja pronto hoje à noite, cunhadinho.
— Isso não soou legal, mano. – George riu. – Em todo caso, esteja junto de sua capa e do mapa, okay?
— Certo. – o moreno respondeu e os gêmeos se afastaram.
— Ai ai, eles não perdem uma oportunidade. – Ginny riu.
*****
— Nick. – Hermione soltou e saiu correndo na direção do anjo.
— Olá, criança. Faz tempo que não nos vemos, não? – ele sorriu.
— Eu estou próxima de te resgatar. Vou te tirar daqui, okay? – ela falou rápido enquanto observava o porão de todas as formas possíveis. Precisava saber cada detalhe daquele lugar para que não houvesse falhas em seu plano. Nicholas não questionou como ela faria isso, apenas observou silenciosamente a castanha.
— Você não é mais uma criança, como deveria te chamar da próxima vez, hun? – ele falou com um tom de brincadeira.
— Continuo sendo uma, Nick. – ela respondeu enquanto analisava a porta.
— Não, algo em você mudou. Ou melhor, despertou. – ele explicou. – Você despertou algo poderoso, Hermione.
— Mais uma marca para mim? – ela brincou. – O que eu despertei?
— O amor. – a resposta dele pegou a castanha de surpresa. – Você recebeu a marca do amor eterno. – ele apontou para a nuca de Hermione e ela passou a mão no local, apesar de não sentir nada.
— O que...? E-eu... – ela parou. – Fred. –por fim, sussurrou.
— Não deixe que suas inseguranças e medos tomem conta de você, Hermione. – o anjo sorriu. – Você nunca vai estar sozinha, essa marca é a prova disso. Eu sei que você quer me resgatar daqui e eu tenho certeza de que vai conseguir, mas para isso, você precisa primeiro acreditar em si mesma e também naqueles que você ama.
— E-eu não entendo o que quer dizer com isso... – ela respirou fundo.
— Vai entender, Hermione, vai entender. – ele falou. – Vai ter uma hora que vai precisar escolher entre o que é certo e o que é fácil... Qual você vai escolher? A resposta já está em seu coração. Às vezes, precisamos sacrificar coisas importantes por aqueles que amamos. Lembre-se disso.
— Nick...
— Você nunca vai estar sozinha. – o anjo sorriu gentil e então, Hermione foi levada dali.
*****
Fred estava confuso. Por fora, ele continuava a ser o mesmo de sempre, mas por dentro, tudo estava bagunçado. Estava tentando entender a decisão de Hermione em confiar em Malfoy, mas não conseguia. Como ela não entendia que ela se tornou o mundo dele e agora estava colocando sua própria vida em risco?
— Fred. – George o tirou de seus pensamentos. – Vocês deveriam conversar um com o outro, sabe.
— Eu sei disso. – o outro responde. – Eu só preciso de um tempo para refletir e organizar minhas ideias.
— Você ainda não conversou com ela sobre aquilo, certo? – questionou.
— Não e sinceramente, eu tenho medo da reação dela. – Fred sussurrou.
— Angelina custou a aceitar minha decisão, mas recusou minha proposta. – George falou. – Dói pensar que vamos nos afastar tanto.
— Eu conheço Mia o suficiente para saber que ela também não vai aceitar minha proposta. – Fred falou. – E me sinto um péssimo namorado e amigo por ter de deixa-la sozinha. Merda, que raios estamos pensando em fazer, cara? – o ruivo deu um soco na parede.
— Eu sei que agora parece loucura, mas se quisermos atingir nossos objetivos, precisamos nos libertar daqui primeiro. – George falou calmo. – Precisamos estar prontos para tudo.
— Eu sei disso e é isso que me deixa frustrado.
— Ela nunca vai estar sozinha, além de que durante a lua cheia, sempre poderemos estar com ela se usarmos a passagem secreta. – George falou. Tentava convencer a si mesmo de que aquilo seria o certo a se fazer.
— Pensamos nisso depois, Harry precisa de nossa ajuda. – Fred falou e os gêmeos suspiraram antes de começarem com seu plano de afastarem Umbridge do escritório dela.
— Preparado?
— Sempre mano. – George deu um soco de leve no punho fechado de Fred e os gêmeos sorriram cúmplices.
*****
— É o sinal. – Harry falou para Ginny quando ouviu uma pequena explosão. Os dois estavam de baixo da capa da invisibilidade e o moreno segurava o mapa Maroto na mão. Ele observou o nome de Fred e George no corredor do segundo andar de um lado para o outro enquanto Umbridge e Flitch corriam naquela direção. Rapidamente, o casal entrou no escritório da sapa velha e foi em direção a lareira enquanto Ginny ficava de guarda, sempre observando a movimentação no mapa.
— Os gêmeos vão conseguir cerca de dez minutos, Harry. – a ruiva falou.
— Certo. – ele falou e logo chamou Sirius através da lareira.
— Fala afilhado favorito! – a voz do maroto preencheu a sala e Harry se permitiu a sorrir. – Invadindo a sala de seus superiores, cara? Que coisa feia. – ele riu.
— Superiores. – Harry revirou os olhos e riu também. – Não temos muito tempo, padrinho. Como estão as coisas por aí?
— Tudo sob o meu controle, como sempre né. – ele riu. – E a Armada?
— Fomos traídos. – Harry falou amargo. – Dumbledore assumiu a culpa pela armada e fugiu. Agora é a sapa quem está no comando de Hogwarts e está cada vez pior.
— Bosta. – o mais velho soltou. – Não desistam, Pontas Jr. Se rebelem, acabem com essa mal amada.
— Os gêmeos estão fazendo um ótimo trabalho nisso. – Harry sorriu.
— Agora um pouco mais sério... – Sirius pausou. – Sua cicatriz?
— Não está me incomodando por enquanto. – o mais novo falou. – Mas eu tenho certeza que vai acontecer alguma coisa ainda. Não sou muito bom em oclumência.
— Harry, nosso tempo está acabando. – a voz de Ginny chamou a atenção.
— Treine mais a oclumência e deem um jeito nessa sapa velha, okay? – Sirius falou rápido. – Ah, antes que eu me esqueça, “os animais contemplam a lua cheia e se tornam espíritos livres, angelicais e puros", diga isso a Hermione. Ela vai entender. – e então, seu rosto sumiu da lareira.
— Que merda foi essa? – Harry arqueou a sobrancelha e Ginny estava tentando entender a frase.
— Não sei também, agora vamos, Umbridge está voltando.
*****
— Ótimo trabalho, meninos. – a ruiva abraçou seus irmãos quando eles chegaram rindo no salão comunal. – Me conta, o que vocês fizeram dessa vez?
— Uma obra quase prima, querida irmã. – George falou orgulhoso.
— Temos certeza de que ela adorou o novo corredor de pântano com um leve cheirinho de bosta. – Fred riu.
— Eu vou matar vocês dois. – Hermione entrou igual a um furacão no salão comunal e automaticamente George foi se esconder atrás de sua namorada. – O que vocês têm na cabeça? Quase foram pegos por aquela lá!
— Deu tudo certo, Mia, não se preocupe. – Fred se aproximou cautelosamente da fera e a abraçou. – Sinto muito por ter saído daquele jeito do quarto. – o ruivo sussurrou apenas para que ela ouvisse.
— Eu sinto muito também. – Hermione falou e apertou o abraço no seu namorado. Rony, que estava presente ali, desviou o olhar do casal. – Pelo menos conseguiu falar com Sirius, Harry?
— Consegui, foi rápido, mas eu consegui. –o moreno estava abraçando por trás sua namorada. – Ele te mandou um recado que estou tentando entender até agora, mas não consigo.
— Qual recado?
— “Os animais contemplam a lua cheia e se tornam espíritos livres, angelicais e puros.” — citou. – Ele disse que você vai entender.
— Sirius pirou de vez. – Rony comentou. – É o que a solidão faz com as pessoas. – ele brincou.
— Não entendi também. – Hermione falou, mas sua mente trabalhava na velocidade da luz no enigma que recebeu. Seus olhos brilharam quando decifrou o significado, coisa que somente Fred percebeu.
— Tenho que resolver uns assuntos com minha namorada, com licença. – o ruivo falou e pegou a castanha no colo (sob os claros protestos dela) e se retirou, indo em direção ao dormitório de Hermione. – O que você descobriu?
— Eu não, mas Sirius sim. – ela falou quando foi colocada sentada na cama. – Os animais contemplam a lua cheia e se tornam espíritos livres, angelicais e puros. — repetiu a frase.
— Continua não fazendo nenhum sentido para mim.
— A solução que os marotos encontraram para ajudar Remus com sua licantropia foi se tornarem animagos. – ela começou a explicação animada. Adorava enigmas e adorava mais ainda quando conseguia decifrá-los. – Ou seja, animais lidam com animais ou criaturas, nesse caso. Sirius está falando sobre isso na primeira parte: os animais contemplam a lua cheia. Se animais conseguem lidar com outras criaturas, então algo como espíritos livres, angelicais e puros podem me ajudar com minhas transformações.
— Continuo não entendendo onde ele quer chegar com isso. – Fred coçou o queixo.
— Patronos! Ele está se referindo aos patronos. – Hermione exclamou. – Patronos se parecem com espíritos de animais e são feitos através de memórias felizes e puras. Sirius está querendo dizer que patronos podem ajudar a mim e a Lea!
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