Auror do Mal: Desejos do Passado escrita por LumosPotter


Capítulo 5
A partida de quadribol


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o capítulo 5. Tenha uma boa leitura e um bom fim de semana!



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Os dias foram passando e a quantidade de tarefas só aumentava. Quando as primeiras provas haviam chegado, Xavier começou a sentir o “peso” do 4º ano, mas conseguiu se sair bem em todas elas. Vez ou outra ele ia à biblioteca para procurar informações que pudessem ao menos tentar explicar o que tinha ocorrido naquele primeiro dia de aula, mas voltava à sala comunal sem sucesso e se afundava novamente nos livros e papéis.

Os acontecimentos estranhos não haviam cessado por completo quando o outono chegou. Mesmo que mais nada seriamente perigoso estivesse acontecendo ou que não estivessem mais ocorrendo desmaios, Xavier continuava tendo alguns sonhos estranhos e não podia deixar de observar fatos um tanto curiosos.

Episódios como o de Blue aparecendo na janela do quarto se repetiam. Xavier flagrou sua coruja observando-o atentamente diversas vezes. Ele se perguntava por que a coruja sempre permanecia na janela. E assim seguiam-se os dias, enquanto o outono espalhava um ar mais gelado pelos corredores do castelo.

Algumas vezes, os outros alunos da Corvinal pareciam saber o que estava acontecendo. Desde o acontecimento na aula de Feitiços, muitos olhavam estranho para Xavier e alguns até cochichavam quando ele passava. As únicas pessoas naquele castelo que realmente pareciam confiar nele eram Frank e Christopher. Oliver e Xavier não conversaram mais desde aquela noite no Grande Salão e Xavier simplesmente tentava não pensar nisso.

Depois, dezembro logo chegou, anunciando com neve que o inverno estava próximo. Xavier por vezes ficava preocupado com qualquer coisa esquisita que acontecia, mas, lá no fundo, sua maior preocupação era que, na realidade, tudo parecia estar quieto demais... Tinha alguma coisa errada, e ele não estava conseguindo descobrir o que é.

Realmente só parecia que tudo estava quieto... Numa noite fria no começo de dezembro, Xavier estava descendo as escadas da Torre da Corvinal quando ouviu o que parecia ser uma grande movimentação do lado de fora. Quando chegou perto do Grande Salão, encontrou uma cena onde vários estudantes, de todas as casas, corriam assustados em busca de ajuda. Xavier viu o professor Flitwick correndo apressado, provavelmente indo chamar a diretora. E então Xavier avistou Frank e correu até ele.

— Cara, o que houve? Por que todo mundo está desesperado desse jeito? – perguntou Xavier.

— As taças do jantar de várias pessoas foram envenenadas – respondeu Frank, com uma expressão assustada. – Felizmente já estão trazendo Bezoares para todos, mas todo mundo que foi envenenado vai ter que ficar na ala hospitalar por dias...

— Envenenadas? Quem teria feito isso? – perguntou Xavier.

— Não tenho a menor ideia... O professor Flitwick disse que os professores iriam vasculhar cada canto desse castelo em busca de qualquer frasco de veneno.

Depois, quando todos os alunos foram levados à enfermaria e o tumulto tinha diminuído, os monitores das casas organizaram a volta dos alunos aos dormitórios. Naquela noite, os professores não se comunicaram mais com os alunos a respeito desse assunto, mas o acontecimento claramente tinha tirado o sono de muita gente.

Na manhã seguinte, todos os alunos foram ao café da manhã como se as mesas tivessem olhos vermelhos assustadores e fossem explodir a qualquer instante. E então Xavier viu a edição matinal daquele dia do Profeta Diário. Hogwarts estava na primeira página devido ao “primeiro envenenamento da história”. Além disso, os pais de diversos estudantes escreveram a Hogwarts com frases que punham em jogo a confiança da escola. Quando Xavier soube de tudo isso, se surpreendeu que as aulas ainda não tivessem sido canceladas...

O status de Hogwarts foi afetado e os boatos iriam demorar em se calar, mas os professores, incluindo a diretora, fizeram de tudo para manter tudo sob controle, incluindo o campeonato de Quadribol.

***

Numa tarde gelada de dezembro (15 dias antes do Natal), Xavier conseguiu arrumar tempo para assistir a uma partida de Quadribol com Frank em meio à correria acadêmica. Era Corvinal contra Lufa-Lufa. Os dois estavam sentados numa das arquibancadas próximas aos aros, vestindo pesados casacos, luvas, gorros e os cachecóis temáticos da casa. Também seguravam pequenas bandeirinhas da Corvinal. Na arquibancada ao lado estavam alguns alunos da Sonserina, incluindo Chirstopher.

— Vai ser um jogo e tanto – disse Frank.

— Não deve ser nada fácil jogar com essa neve caindo – disse Xavier.

— Concordo. Mas convenhamos que no nosso caso não é fácil de jeito nenhum, né? – disse Frank.

— Pois é, cara... Infelizmente não temos muito talento para esse esporte.

— Exato. Mas, apesar disso, a gente adora quadribol. E é por isso que estamos aqui torcendo.

Nesse momento Frank gritou um “VAI CORVINAL!” bem alto e muitos nas outras arquibancadas olharam diretamente para ele e Xavier. Xavier olhou para o céu e para baixo tentando disfarçar que conhecia aquele cara.

— Frank... Você está nos fazendo passar vergonha! – disse Xavier, bravo, e sussurando, mas lá no fundo querendo rir.

— Desculpa... – disse Frank.

Passaram-se mais alguns minutos e então os times entraram no campo. Foram recebidos com muitos gritos e aplausos e logo se posicionaram no centro do campo para o início do jogo. Era possível perceber que todos eles estavam vestindo roupas pesadas por baixo do uniforme de quadribol. E então a Goles foi lançada e o jogo começou, com grande movimentação para a disputa da Goles.

Logo no segundo minuto de jogo, um balaço veio como uma bala na direção da arquibancada da Sonserina. Um dos batedores da Lufa-Lufa voou até lá e conseguiu rebatê-lo para longe, parando com a vassoura bem próxima ao rosto de um dos alunos da Sonserina.

— Foi mal. – disse ele. E seguiu caminho para o outro lado, já perseguindo um balaço novamente, que estava indo de encontro a uma artilheira do time.

O jogo seguiu disputado e a neve ficou mais forte. Passada meia hora de jogo, o placar estava 30 a 30. Xavier e Frank estavam se divertindo nas arquibancadas, tentando esquecer os problemas. Em um dos lances do jogo, o time da Corvinal fez o quarto arremesso certeiro depois de um artilheiro conseguir um segundo rebote. Os dois comemoraram e antes de verem como os artilheiros da Lufa-Lufa reagiriam, eles olharam para baixo e viram a disputa dos apanhadores. Ficava mais difícil enxergar o pomo de ouro com a neve, mas os dois pareciam saber muito bem aonde deveriam ir. Eles voavam lado a lado e de repente mudaram sua trajetória, agora subindo muito rapidamente.

Xavier os acompanhou com o olhar. Quando ele olhou para cima, na direção do céu cinzento, enxergou algo estranho no meio das nuvens. Ele estreitou um pouco os olhos, franzindo a testa e cutucou Frank.

— Cara, você está vendo alguma coisa estranha ali? – perguntou Xavier, apontando na direção que estava olhando.

— Não, pra mim parece tudo normal. Por que a pergunta?

— É que eu pensei em ter visto...

— Visto o que?

— Nada, nada. Deixa pra lá.

— Fica tranquilo. Provavelmente era uma nuvem diferente.

— Nuvem...

Então Xavier voltou a prestar atenção no jogo. Os apanhadores continuavam perseguindo o pomo, agora em círculos nas bordas do campo, quando a Lufa-Lufa empatou o jogo novamente. Alguns momentos depois, os apanhadores voltaram a subir e Xavier os acompanhou com o olhar. E dessa vez, quando ele olhou pra cima, ele viu algo bem diferente de uma nuvem. Xavier quase caiu pra trás quando avistou a criatura pálida de densos olhos negros dos seus sonhos em meio às nuvens. Xavier olhou para baixo e fechou os olhos. Ele os abriu e lentamente levantou a cabeça. Ele olhou na mesma direção novamente e não viu mais nada. Então ele virou o rosto para falar com Frank e viu a figura parada bem ao seu lado. Xavier se assustou e Frank percebeu.

— Cara, o que houve? – perguntou Frank

— Atrás de você... – cochichou Xavier.

Frank olhou para trás e, sem ver nada de mais, perguntou:

— O que tem atrás de mim?

Xavier olhou e percebeu que não tinha mais nada ali atrás do amigo. Ele olhou em volta e antes que pudesse explicar qualquer coisa pra Frank, seus olhos encontraram alguém andando próximo à arquibancada da Grifinória, do outro lado do campo, lá embaixo. O coração de Xavier quase saiu pela boca quando ele reconheceu quem estava lá. Era novamente o homem que ele encontrou caído no corredor da pequena casa do sonho que “invadiu” sua mente durante a aula de Feitiços há três meses. O homem virou as costas e voltou a caminhar, agora em direção à Floresta Proibida.

Xavier virou-se e, sem olhar para trás, começou a descer as escadas para sair da arquibancada, pensando: “Ele vai morrer! Eu preciso avisá-lo!”

— Espera, Xavier, aonde você vai? – perguntou Frank.

— Não posso falar agora. Fique aqui, continue vendo o jogo e me conte quem ganhou depois – disse Xavier em voz alta enquanto corria na direção oposta, ignorando os olhares de todos os outros.

Ele desceu e seguiu o homem até a entrada da floresta quando alguém tocou seu ombro.

— Para onde você está indo?

Xavier virou-se de supetão, com a varinha empunhada. Era Christopher.

— Ah, ufa, é você – disse Xavier.

— É sério cara, você não estava pensando em entrar na floresta sozinho, não é? – perguntou Christopher. – É perigoso e proibido.

— Então vem comigo.

— Mas por que você quer entrar?

— Eu te explico no caminho. Por favor...

— Ok, ok, vamos antes que eu mude de ideia.

Os dois entraram na floresta e Xavier contava tudo para Christopher aos poucos. Contou sobre o sonho de cinco meses atrás, sobre tudo que tinha acontecido no primeiro dia de aula e sobre o que acabara de ver na partida de quadribol.

— Você o viu morto? E quer ir atrás dele para dizer isso? – perguntou Christopher.

— Foi exatamente o que eu vi. Eu estou confuso, mas eu tenho que tentar avisá-lo sobre isso.

Quando eles estavam mais ao fundo da floresta perceberam que a neve havia cessado. E Xavier concluiu que havia se perdido do homem, bem como do caminho de volta.

— Lumos – murmurou Christopher, e Xavier fez o mesmo.

Eles escutaram um som de algo se movendo no meio das árvores. Eles viraram para o outro lado e deram de cara com o homem, vestindo um grande sobretudo por cima de um suéter, acompanhados de um cachecol. Os garotos gritaram e caíram de costas, tentando se arrastar pra trás.

O homem caminhou na direção deles dizendo:

— Faltam dezoito horas...

A voz dele não era normal. Era sussurrante, porém alta e penetrante. Quando Xavier ia se preparar para lançar algum feitiço, ouviu uma grande movimentação atrás dele e conseguiu distinguir a voz da professora McGonagall:

— Estupefaça!

Xavier viu muitos raios de luz sendo disparados de varinhas e também conseguiu ouvir ao longe o barulho dos centauros na floresta. O homem correu na direção oposta e sumiu na escuridão, sem tentar reagir aos feitiços. A diretora ordenou calmamente que Xavier e Christopher a seguissem para a saída da floresta.

De uma coisa os dois rapazes sabiam: eles estavam bem encrencados.


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Notas finais do capítulo

Vou postar o capítulo 6 na quinta-feira. Até lá :).



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