Auror do Mal: Desejos do Passado escrita por LumosPotter


Capítulo 4
Xavier recebe visitas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, espero que goste!



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Após o acontecimento da aula de Feitiços, Xavier passou o resto da tarde na sala comunal, no quarto, adiantando algumas leituras, e não foi para as outras aulas. O pôr-do-sol iluminava o castelo com uma cor laranja vivo após um dia quente. Xavier decidiu então se preparar para o jantar. Ele desceu as escadas em direção à saída da sala comunal quando encontrou Oliver chegando com as mãos ocupadas de material escolar.

— Olá, Xavier – cumprimentou o garoto.

— E aí, Oliver, como vai? – respondeu Xavier, tentando parecer mais animado.

— Vou bem. Fiquei sabendo que você foi parar na ala hospitalar. Você está bem?

Xavier tinha esquecido a rapidez com que as notícias se espalhavam em Hogwarts.

— Estou melhorando. Descansei a tarde toda hoje – respondeu ele.

— Ainda bem! Disseram que você tinha desmaiado porque um cálice de prata acertou sua cabeça... Fiquei preocupado.

Xavier olhou para o garoto e tentou não rir.

— Cálice? – perguntou ele.

— Sim – respondeu o garoto.

— Eu desmaiei. Mas nada acertou minha cabeça. Essa gente inventa cada coisa...

— Sério? E por que você desmaiou?

— Ah, cara, é uma história muito complicada de explicar. Francamente, nem eu sei o que houve.

— Quando você descobrir você pode me contar. Eu ainda estou te devendo uma.

Xavier sorriu e decidiu mudar de assunto. Seria muito complicado explicar a ele sobre sonhos com bruxos misteriosos e figuras encapuzadas que berram.

— E então, como foi o primeiro dia?

— Foi estranho... Mas gostei.

— Muito bom saber – Xavier respondeu, sorrindo. – Tenho certeza que você vai gostar das aulas. Você está indo jantar também?

— Estou sim.

— Então vamos juntos.

— Opa, vamos sim! – respondeu o garoto. – Eu só vou guardar essas coisas aqui e já volto.

— Ok.

Os dois foram à mesa de jantar no Grande Salão e encontraram Frank e mais alunos da Corvinal já aproveitando o banquete. Xavier sentou em frente a Frank.

— E aí, Oliver? Como está indo o primeiro dia? – cumprimentou Frank.

— Estranho, mas estou gostando – respondeu o garoto.

— Vocês já se conhecem? – perguntou Xavier.

— Não, claro que não. É que eu sou perito em Adivinhação e acabei de acertar o nome dele em cheio – respondeu Frank sarcasticamente.

Oliver riu.

— Frank, falando francamente... – começou Xavier.

— Essa piada não, por favor – interrompeu Frank, rindo. – Sim, a gente se falou outro dia.

— Entendi – disse Xavier.

Ele voltou ao seu prato, esperando que Frank não tocasse no assunto da aula de Feitiços. Houve um momento em que os dois se olharam e Frank não fez questão de esconder que pareceu ter lido a mente de Xavier.

— Depois conversamos – disse Xavier, em voz baixa, antes mesmo que Frank pudesse dizer qualquer coisa. – Eu não posso falar disso aqui.

Oliver percebeu a conversa.

— Vocês precisam que eu saia, não é? – perguntou o garoto.

— Não, Oliver. Você pode ficar – disse Frank.

— Não, gente, sem problemas. Eu já acabei – disse Oliver, se levantando.

— Oliver, espera! – pediu Xavier.

O garoto não olhou para trás e saiu do Grande Salão.

— Meus parabéns, Frank – disse Xavier, secamente. – Assim que eu acabar aqui, nós podemos conversar lá na sala comunal.

Os dois se levantaram da mesa e saíram. A sala comunal estava cheia. Alguns estudavam nas mesas, outros conversavam perto de uma das grandes estantes de livros que ficavam na sala, e vários alunos do primeiro ano conversavam e falavam alto perto de uma janela. Xavier viu Oliver entre eles. O garoto avistou Xavier e voltou a conversar com o grupo, o que deixou Xavier um tanto desapontado. Ele e Frank estavam subindo as escadas para os quartos quando Frank parou.

— Ah, cara, você pode ir subindo. Eu preciso procurar uma coisa que esqueci hoje aqui antes de sair – disse Frank.

— Ok, pode ir lá – respondeu Xavier.

Frank desceu as escadas e Xavier foi direto para o quarto. Chegando lá, ele percebeu que a porta estava aberta, mas não encontrou ninguém dormindo lá ainda. Ainda que fosse relativamente cedo para encontrar os quartos cheios, ele estranhou o vazio por conta de ter encontrado a porta aberta. Entrou no quarto, olhou cautelosamente ao redor e foi em direção à sua cama, iluminando melhor a área perto dela com a varinha.

A cama estava uma bagunça. A colcha fina da cama estava desarrumada e o lençol estava solto da cama no canto direito da cabeceira. Havia livros e papéis espalhados por ela. Xavier estava tentando se lembrar se ele realmente tinha deixado a cama nesse estado, mas decidiu começar a arrumá-la antes de pensar sobre isso. Ele guardou os livros e papéis, ajeitou o lençol e foi cuidar da colcha. Ele pegou a varinha, apontou para a colcha e disse:

— Wingardium Leviosa.

O pano subiu e ficou esticado na posição certa para cobrir a cama. No momento em que ela estava descendo, Xavier viu um grande vulto passando muito rápido perto dele, do lado oposto da cama, seguido por um som abafado da risada de uma criança. Xavier olhou em volta, confuso. Ele apontou a “varinha acesa” pelo feitiço “Lumos” para todos os lados.

— Oliver, é você? – perguntou ele, sem sucesso.

Ele continuou movimentando a varinha pela sala até que disse em voz alta:

— Homenum Revelio!

Nada aconteceu. Ele abaixou a varinha e sentou na cama. Quando a luz no quarto diminuiu, Xavier olhou em volta novamente e seus olhos pararam perto da porta de entrada do quarto quando ele conseguiu distinguir a silhueta de três pessoas perto dela, escondidas pelo escuro. Ele apontou rapidamente a varinha naquela direção e não viu nada. E então ele repetiu:

— Homenum Revelio!

Novamente nada ocorreu. Ele olhou preocupado para todos os cantos do quarto. Quando a luz da varinha iluminou novamente o canto onde tinham aparecido as silhuetas, Xavier agora realmente viu três pessoas paradas, com rostos e braços totalmente pálidos, olhando de forma maligna para ele. Xavier levantou da cama e ficou parado no meio do quarto.

— Quem são vocês? O que vocês querem? – perguntou ele.

Havia um homem alto e forte no centro, acompanhado de uma mulher magra e de cabelos longos cobrindo uma parte do rosto e uma garota de cabelos cacheados. Xavier reconheceu o homem. Era o mesmo que ele tinha visto caído no chão no corredor da casa do “sonho” que invadiu sua mente durante a aula de Feitiços.

— Quem são vocês? – perguntou ele novamente, mais alto.

Ele está aqui!— disseram os três ao mesmo tempo, com vozes assustadoras, como se fosse um sussurro alto vindo de todos os lados.

— Quem? – perguntou Xavier.

Ele está voltando! Fuja!— disseram os três ao mesmo tempo.

— QUEM? QUEM ESTÁ VOLTANDO? – gritou Xavier, com a varinha ainda apontada para eles.

Antes que Xavier pudesse pensar em algum feitiço, os três avançaram de supetão para ele e desapareceram no meio do quarto. Nesse momento, Frank entrou no quarto segurando um estojo de guardar óculos dizendo, feliz:

— Achei!

Quando ele viu Xavier, perguntou:

— O que houve, cara? Está tudo bem?

— Não, não está. Tinha gente atrás da porta.

— Como é que é?

— Vem aqui, eu vou te contar tudo.

Xavier contou a Frank o que acabara de ver e também contou sobre o que viu durante a aula de Feitiços.

— Espera aí, deixa eu ver se eu entendi. Você viu pessoas dentro do quarto que não foram detectadas pelo Homenum Revelio, e você também já os viu antes? E aí tem uma figura encapuzada...? – perguntou Frank.

— Sim, isso, e... Espera aí... – Xavier parou de repente. E então ele se deu conta de algo que já devia estar claro. – A figura encapuzada... Eu também já a vi antes, num sonho há dois meses.

— Sonho? – perguntou Frank.

E então Xavier contou sobre o sonho que teve enquanto ainda estava em casa, naquela madrugada de julho. Frank parecia bastante confuso com tudo aquilo. Depois de muito diálogo sobre sonhos estranhos e assustadores, Xavier perguntou:

— Você acredita em mim não é, Frank?

— Acreditar eu acredito, mas... Ainda assim é muita informação estranha para absorver... E agora? Pelo que você me contou, tem algo perigoso acontecendo.

— Eu sei lá... – suspirou Xavier. – Eu preciso tentar dormir.

— Beleza. Eu também vou. Boa noite – disse Frank.

Xavier sentiu-se melhor contando tudo ao amigo. Ele deitou na cama e logo adormeceu. E felizmente não houve sonhos absurdos naquela noite. Porém, cerca de duas horas depois, Xavier acordou com um barulho estranho dentro do quarto. Quando abriu os olhos, viu sua coruja Blue se apoiando no parapeito largo de uma janela do quarto. Ela estava bicando o vidro da janela. Xavier percebeu que Blue olhava fixamente para ele com os olhos dourados.

Ele se levantou, abriu a janela e ofereceu sua mão para a coruja subir. Ela hesitou por alguns momentos, mas subiu. Ele acariciou suas penas e a coruja piou bem baixo em retribuição. Então, ele esticou o braço e ela saiu voando de volta ao corujal. Xavier fechou a janela e ficou observando se alguém tinha acordado. Quando não viu nenhum movimento, voltou para a cama, pensando: “E essa agora? Será que nem Blue está agindo normalmente?”.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo no sábado. Boa semana e até lá!



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