Auror do Mal: Desejos do Passado escrita por LumosPotter


Capítulo 3
Xavier quase acerta duas vezes o mesmo feitiço


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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O castelo de Hogwarts estava iluminado pela luz do sol de uma manhã com temperatura agradável quando os alunos se encaminhavam para as suas primeiras aulas do ano. Xavier ainda nem tinha terminado de separar seus materiais para a aula de Feitiços quando seu amigo Frank o cutucou. Frank era um rapaz alto, um tanto magro, loiro e de olhos castanhos, que acompanhavam um par de óculos.

— E aí, cara? Bom dia! – cumprimentou Frank

Eles se cumprimentaram com a mão espalmada.

— Ansioso para a primeira aula? – perguntou Xavier.

— Eu estou com sono... Então, não.

— Isso é tão você... – disse Xavier, rindo. – Sua mãe te deu poção do sono ao invés de leite quando criança?

— Cala a boca, seu ridículo. Você que deveria tentar entender esse ninho que chama de cabelo! – retrucou Frank, se segurando para não rir.

— Vou falar nada... Vamos pra aula logo. Chegar atrasado é ruim, mas chegar atrasado com você enchendo o saco é pior. Venha.

Antes de sair, Xavier conseguiu ver Oliver indo para a aula de Transfiguração junto com os outros calouros. Xavier e Frank foram trocando brincadeiras como bons amigos até a hora da aula. Chegando lá, eles viram o professor Flitwick arrumando uma pilha de livros no canto da sala. Passaram-se alguns momentos até que mais alunos entraram e Xavier viu Christopher adentrando a sala. O garoto sentou ao seu lado e cumprimentou ele e Frank.

— Ele já começou a aula? – perguntou Christopher.

— Ainda não – respondeu Xavier.

— A disposição das mesas está esquisita, não? Porque tem tanto espaço vazio no meio da sala? – estranhou Christopher.

O professor organizou a sala com duas grandes mesas compridas e estreitas de madeira, uma em cada canto da sala, separadas por uma boa distância. Antes que Xavier pudesse responder, o professor Flitwick chamou a atenção de todos.

— Bom dia, classe! Hoje a sala está arrumada dessa forma porque nessa aula costuma ter bagunça. Além disso, vocês precisarão de espaço. Hoje aprenderemos o feitiço Accio, que permite trazer objetos a longas distâncias para perto de você. Porém, hoje o veremos de uma forma mais avançada do que vocês conhecem. Vocês têm à sua frente vários objetos que tentarão ser convocados pelos alunos que estão na mesa oposta. Vocês trabalharão em duplas que serão sorteadas por mim.

Na mesma hora a sala foi invadida por reclamações e resmungos.

— Silêncio, por favor...! – chamou o professor Flitwick.

Quando a sala fez silêncio, o professor começou o sorteio. Frank foi colocado com uma garota da Lufa-Lufa, que era alta, tinha cabelos ruivos não muito longos e olhos verdes. Xavier fez dupla com Christopher. Em cada mesa, estava organizada em uma fila uma coleção dos mais variados objetos. Quando todas as duplas estavam acomodadas, o professor chamou novamente a atenção da turma.

— Agora, vou dar as instruções sobre a aula de hoje. Vocês têm à sua frente uma coleção de objetos. Como eu disse no início, os alunos de cada mesa devem tentar usar o feitiço Accio para trazer os objetos da mesa oposta para si mesmo. Para isso, vocês devem se concentrar, apontar a sua varinha na direção do objeto que vocês querem convocar e dizer “Accio” acompanhado do nome do objeto. A parte do nome é essencial na aula de hoje.

— Professor? – interrompeu a garota da Lufa-Lufa que estava em dupla com Frank.

— Sim – respondeu ele.

— É muito mais difícil do que convocar objetos sem dizer o nome?

— Nem tanto. É necessário prática. Já houve casos nas aulas do 2º ano onde com menos de um minuto de aula uma das mesas tinha saído voando pela sala.

Todos riram.

— É verdade, meus caros – disse ele, rindo um pouco também. – Logo, o Accio é um feitiço que pede treino.

— Obrigada, professor – agradeceu a garota.

— Não há de quê. Bom, turma, vocês podem começar. Tenham cuidado.

Foi preciso apenas alguns segundos após o professor Flitwick dizer isso que Xavier percebeu na hora porque o professor disse que bagunça era um costume daquela aula. Em menos de um minuto havia objetos voando pela sala e batendo com força nas paredes e nas janelas. Também era possível ver algumas varinhas sendo arremessadas. Alguns alunos riam enquanto o professor Flitwick dava instruções individualmente e usava o feitiço Wingardium Leviosa para recolocar os objetos nas mesas.

— Turma, não é tão simples quanto parece – disse ele em um momento em que alguns se lamentavam.

Xavier tentava, mas só tinha conseguido trazer até o meio da sala um cálice prateado. Christopher quase conseguiu com uma caixa de papelão decorada, mas a caixa bateu na parede atrás dele e caiu no chão. E então Xavier olhou para o outro lado da sala onde estava Frank. Ele não tinha conseguido muita coisa, mas agarrou no alto, com as duas mãos, um livro que ia a uma velocidade alta na direção da parede. Xavier viu a garota da Lufa-Lufa olhando desapontada para o livro.

Perto da metade da aula, Xavier apontou para a caixa de papelão e disse, determinado:

— “Accio caixa!”

A caixa saiu da mesa e voou pelo ar diretamente para as mãos de Xavier. Christopher sorriu.

— Incrível, cara! Meus parabéns! – disse ele, dando um tapinha no ombro de Xavier.

— Oh, muito bem! – exclamou o professor. – Estão vendo? O Sr. Underwood conseguiu! Explêndido!

— Isso é tudo mentira. É sabotagem! – disse Frank lá do outro lado da sala.

— Pelo menos eu consegui, não é? – respondeu Xavier.

A sala toda, incluindo os dois, deu risada. Depois de alguns momentos, as atenções de todos voltaram aos seus objetos.

— Cara, você pode tentar de novo, mas agora com o cálice? Quero ver como você fez – disse Christopher, curioso e ainda impressionado.

— Claro – respondeu Xavier.

Xavier se preparou e disse:

— “Accio cálice”.

Exatamente nesse momento, Xavier sentiu uma forte pontada na cabeça e fechou os olhos rapidamente. Sua mente foi invadida por gritos e de repente ele estava dentro de uma casa pequena numa noite de muita chuva. Um homem estava caído no chão num pequeno corredor que levava a dois quartos, do lado direito. Havia um espelho no lado esquerdo do corredor e por ele Xavier conseguiu ver apenas alguém de costas em um dos quartos. E então ele viu um relampejo de luz verde cortar o ar. Xavier virou as costas e saiu correndo em direção à porta de entrada. Ele a abriu e atrás dela estava uma grande figura encapuzada, com densos olhos negros e pele muito pálida. A figura levantou um dos braços bem magros e, de supetão, avançou para o garoto.

Xavier acordou e abriu os olhos lentamente. Ele estava atordoado e sua cabeça doía. Olhou em volta e percebeu que estava deitado numa cama da ala hospitalar do castelo. Na cama ao lado estavam sentados Christopher e Frank, que levantaram ao perceber que Xavier acordou.

— O que houve? – perguntou Xavier.

— Foi estranho. Você estava na aula do professor Flitwick e de repente começou a gritar. E aí você desmaiou e o professor chamou ajuda. Por fim, você foi trazido para cá – respondeu Christopher.

— Faz muito tempo? – perguntou Xavier.

— Duas horas – respondeu Frank. – Cara, eu preciso ir. Estou faminto. A gente se vê mais tarde.

Xavier suspirou. Frank se levantou, dirigindo-se à saída e foi se preparar para o almoço. Xavier recebeu medicação e Christopher ficou na ala hospitalar com ele.

— Como você está agora? – perguntou Christopher.

— Bem, eu acho – disse Xavier.

— Você estava conseguindo de novo com o cálice – disse Christopher, tentando animar o amigo.

— É estranho... É como se eu tivesse visto... – disse Xavier, confuso.

— Visto o que?

— Visto alguém ser morto – respondeu Xavier olhando preocupado para Christopher.

Christopher olhou assustado para ele, mas logo sorriu e disse:

— Ah, cara, relaxa... Deve ter sido só um pesadelo. Começo de ano deixa qualquer um maluco. Final de ano também.

Passou-se cerca de meia hora até que Xavier se sentia bem e foi liberado. Christopher o acompanhou até a entrada da sala comunal da Corvinal.

— Obrigado – agradeceu Xavier.

— Não há de quê. Melhoras – desejou Christopher, que seguiu caminho em direção às masmorras.


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Notas finais do capítulo

Segunda-feira tem o capítulo 4. Até lá!



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