Auror do Mal: Desejos do Passado escrita por LumosPotter


Capítulo 15
Próxima estação: King's Cross


Notas iniciais do capítulo

Eis o último capítulo!



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A área próxima ao campo de quadribol estava muito movimentada naquela manhã de primavera. Xavier conversava e ria alto com Frank, Oliver e uma garota da Grifinória de longos cabelos castanhos e olhos azuis, Julie Roberts, artilheira do time da casa, que tinha vindo perguntar se os garotos gostavam de quadribol. Era o último dia letivo do 4º ano de Xavier e Frank em Hogwarts, meses depois dos acontecimentos envolvendo Christopher e Baltazar.

— Ah, gente, eu acho que vocês deveriam tentar jogar novamente! – disse Julie, convicta.

— Nós somos um desastre – disse Frank, como se aquela fosse a pior ideia.

— Tenho certeza que vocês estão exagerando. Se é assim, então porque vocês ainda têm vassouras? – perguntou Julie.

— Porque eu acreditava que... – começou Xavier. – Porque um dia nós poderíamos...

— Jogar de novo! Sim! – disse Julie, animada. – A hora é agora! Venham, o campo está vazio e o campeonato já acabou – completou a garota, sorrindo na última palavra ao lembrar da vitória da Grifinória sobre a Corvinal na grande final.

— Não vai ter jeito, cara – disse Frank, virando para Xavier e empunhando sua varinha. – Vamos lá, o pior que pode acontecer é rirem da nossa cara – mentiu ele, convocando sua vassoura como feitiço "Accio"

— Isso não vai dar certo – disse Xavier, fazendo o mesmo.

Alguns minutos depois lá estavam Julie, Xavier e Frank na entrada campo de quadribol, cada um com suas vassouras. Oliver e mais alguns alunos assistiam. Naquele momento, Xavier ouviu uma voz feminina conhecida atrás dele:

— Xavier, querido!

Ele se virou e viu uma garota alta, morena e de olhos castanhos sorrindo para ele. Era Susan Higgins, uma garota da Corvinal, namorada de Xavier, e um ano mais velha que ele. Os dois se cumprimentaram com um beijo na boca. Eles namoravam há dois meses.

— Você vai jogar Quadribol, Xavier? – perguntou Susan, num tom delicado, mas estranhando a cena.

— Eu vou tentar. Julie foi bem convincente.

Susan olhou para Julie, que sorriu. Susan decidiu não retribuir o sorriso.

— Essa eu quero ver – disse Susan, que foi para o lado de Oliver para assistir.

Os três foram ao centro do campo e montaram em suas vassouras. Julie começou a flutuar no ar facilmente. Xavier e Frank saíram do chão, mas a vassoura de Xavier ficava balançando de um lado para o outro, como se ele estivesse numa gangorra. A de Frank rodava como um carrossel, mudando repentinamente o sentido de giro a todo instante. Julie tentava auxiliar os garotos a estabilizar suas vassouras. Lá em baixo, era possível ouvir algumas pessoas rindo. Susan e Oliver riam muito.

— Vocês precisam se concentrar – tentava Julie.

— Eu estou... tentando – disse Frank, quando a vassoura novamente trouxe seu corpo de supetão para o outro lado. – Eu não aguento... mais... girar! Eu estou enjoado. E minha bunda já está assando.

— Ah, faça-me o favor Frank. Estamos aqui há dez minutos! – disse Xavier, que até conseguira fazer com que sua vassoura balançasse menos.

— Eu tenho cara de ponteiro de bússola? PARA DE GIRAR! MAS QUE SACO! – berrou Frank. E então instantaneamente a vassoura estabilizou e ele parou de rodar. – MUITO obrigado! – agradeceu ele.

Xavier ria descontroladamente. Julie também não conseguia evitar. 

— Francamente... Como vocês passaram nas aulas de voo no primeiro ano? – perguntou Julie, ainda rindo. – Bom, agora que vocês já conseguiram montar, vamos ao jogo! – Ela pegou a Goles e arremessou para Xavier, que agarrou a bola com as duas mãos no ar, quase caindo para trás.

— Vai lá, Xavier! Passe a bola – disse Julie.

Ele olhou para Frank e arremessou a bola pra ele. Foi forte demais. Ela acertou em cheio o rosto do rapaz.

— Aaaaiiii – disse ele, cobrindo o rosto. 

Xavier e Julie foram até ele e de repente não conseguiam parar de rir, depois de virem que Frank estava cobrindo o rosto... Para rir. Susan, Oliver e mais vários outros estavam rindo muito lá embaixo.

Dali pra frente, os três arremessaram a Goles mais moderadamente. E o jogo parecia começar a fluir um pouco melhor. Até o momento em que Julie resolveu inserir os balaços. Frank pegou o taco e bateu com força em um deles. O balaço foi a toda velocidade na direção do aro mais baixo, bateu nele com um forte “PIIIIIIINNNN” e bateu com tudo na arquibancada onde costuma ficar o narrador.

— Ufa, ainda bem que... – começou Frank, que foi interrompido por um forte estrondo de madeira desabando. A proteção superior da arquibancada atingida caiu em cima dos bancos, acertando o microfone, que caiu e cujo apito forte começou a ecoar pelo campo.

— Silencio! – disse Julie, apontando a varinha na direção do microfone, cessando seu barulho. – Vamos precisar consertar isso, rapazes. Ou estaremos fritos – completou ela, arremessando a goles novamente para Frank. Os três estavam relativamente próximos aos aros de um dos lados do campo.

— AAAH, que MERDA! PORQUE EU SOU TÃO RUIM?! – berrou Frank, que atirou a Goles para frente e para o alto, com raiva. A Goles atravessou o campo e caiu exatamente no aro de altura intermediária no outro lado do campo. O público embaixo foi à loucura. Frank olhou para Julie e Xavier, que estavam embasbacados.

— Cara, o QUE foi isso? – perguntou Xavier, recomeçando a rir.

— Foi incrível, Frank! – disse Julie.

— Isso só pode ter sido sorte, não é possível – disse Frank.

Xavier e Julie se aproximaram de Frank, um de cada lado, e levantaram os braços do garoto, como se ele tivesse acabado de ganhar uma luta livre. Os espectadores gritaram mais ainda. Susan e Oliver acenaram alegres.

Alguns minutos mais tarde, depois de consertarem a arquibancada com o feitiço Reparo, os três voltaram ao chão e se reencontraram com Susan e Oliver. Alguns vinham e cumprimentavam Frank. Julie se despediu dos outros e foi em direção ao castelo. Cerca de vinte minutos depois, os quatro decidiram voltar ao castelo também. Xavier foi caminhando de mãos dadas com Susan. Houve um momento no caminho em que um grupo grande de pessoas interrompeu Frank, aplaudindo-o.

— Mandou bem, loirão! – disse um veterano da Sonserina no meio da multidão.

E de repente uma garota sai do meio do pessoal e faz Frank parar colocando a mão em seu peito. Xavier reconheceu a garota da Lufa-Lufa que fizera dupla com o amigo na primeira aula de Feitiços do ano.

— Você estava tão... SEXY lá em cima! – disse ela, e no momento seguinte agarrou os ombros de Frank e lhe roubou um beijo na boca. As pessoas em volta ficaram ainda mais animadas, pulando e gritando, alegres. Aquele não era um beijo qualquer... Era aquele beijo no modo “desentupidor de pia”.

Quando eles se separaram, Frank, que estava ainda atônito, perguntou:

— Pode... Pode me dizer seu nome?

— Natalie... Natalie Roberts! Minha irmã é uma excelente jogadora, não é? – respondeu ela, sorrindo melosamente para Frank.

Os dois riram e se beijaram novamente.

Todos aplaudiram novamente e Xavier não resistiu em gritar:

— DESENCALHOU! UHUUUUL!

Frank olhou para Xavier, rindo. E foi em meio a muitas conversas e risadas que os alunos voltaram ao castelo, coisa que fariam pela última vez naquele ano. Já era hora de arrumar os pertences para ir à estação esperar o trem.

***

Oliver finalmente tinha conseguido de fato se enturmar e se sentia confiante para os próximos anos. Frank foi estabanado, mas conseguiu o que queria em relação ao Quadribol e até uma namorada: Natalie. E quanto à irmã dela? Bem, ela pediu Ubiratan Gordon em namoro naquele mesmo dia antes de partirem, o mesmo garoto da Sonserina naquela multidão que chamou Frank de “loirão”. Ele aceitou. Susan e Xavier reforçaram suas relações e continuaram seu namoro.

Do outro lado, Christopher permaneceu na casa de seus pais, prosseguindo sua educação com eles, ao comprar uma nova varinha depois de um bom tempo, a qual não servira ao rapaz tão bem quanto a que foi confiscada. Não voltou a Hogwarts. E quanto a Baltazar? Bem, ele não foi mais visto desde então. 

***

A viagem naquela tarde tinha sido normal. Chegando à estação de King’s Cross, Xavier se despediu dos amigos e de Susan quando eles se encontraram com suas respectivas famílias. Xavier andou um pouco na estação com seu malão e a gaiola de Blue, quando viu seus pais lhe esperando. Ele deu um forte abraço em cada um.

— Pronto para ir para casa, filho? – perguntou Mary.

— Claro, mãe. Vamos sim! – disse Xavier, empolgado, apesar de o ano ter acabado em Hogwarts.

Naquela mesma noite, Xavier espalhou pela família a notícia do namoro, que foi bem aceito até por Meghan. Depois, quando foi dormir, lembrou-se de como tudo tinha começado há cerca de um ano, naquela mesma cama. E ele tinha certeza que, apesar de tudo o que passou, ele tinha se tornado um ser humano melhor, aprendendo lições que levaria junto com essa história para a vida inteira.

***

Pois é, meus caros leitores... E aqui estou eu quase 13 anos depois colocando um ponto final na história. O 4º ano de Xavier e seus amigos em Hogwarts foi desse jeito. Espero que vocês tenham gostado e, acima de tudo, eu espero que vocês tenham entendido a mensagem. A essa altura você deve estar se perguntando novamente como eu sei de tudo isso. Bom, eu não vou ser aquela pessoa chata que diz que “um mágico nunca revela seus segredos”. Sei de tudo isso porque foi o que o próprio Xavier me contou, oras...

Ah, nossa, como eu sou esquecida... Lá no início eu tinha prometido que ia me apresentar, não é? Sou Meghan Underwood, Sonserina, irmã de Xavier Underwood.


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Notas finais do capítulo

Hoje fevereiro está acabando e com ele também acaba essa fic. Espero que todos que tenham lido tenham gostado! Deixo aqui meu agradecimento especial a uma escritora de fics cujo nick é ShiroiChou, que me incentivou a escrever essa história e postá-la. E eu super recomendo as histórias dela, porque são muito boas.

Uma boa semana a todos.



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