Auror do Mal: Desejos do Passado escrita por LumosPotter


Capítulo 12
Expulsão


Notas iniciais do capítulo

Espero que goste. Tenha uma boa leitura!



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— O que você quer, Baltazar? – perguntou Kingsley, tentando não parecer impaciente.

— Justiça, talvez... – disse Baltazar.

— Ah, você quer justiça? Então vamos ver: você precisará esperar numa fila grande, formada pelas famílias das pessoas que você matou e agora também pelos garotos nessa sala – respondeu o ministro.

— Os garotos... – começou Baltazar. – Você contou a eles o que houve naquela noite? Algum de vocês dois contou?

A professora McGonagall apenas observava atenta a conversa. Mas no momento em que Baltazar disse isso, Xavier percebeu que ela parecia estar se sentindo estranha... Como se tivesse escondendo algo... Enquanto falava, o ministro ainda prendia Christopher, que estava com a cabeça baixa, sem nem tentar se debater.

— O que houve naquela noite não interessa aos alunos, Baltazar. Esse é um assunto nosso.

— Mas você não acabou de dizer que os garotos mereciam justiça? – perguntou Baltazar. A voz ainda era alta, sussurrante e penetrante.

— Você está querendo enganar quem? Você não está pensando que vou espalhar a ridícula mentira de que você se virou para o lado das trevas só para se vingar do Ministério, não é? Seus planos já são conhecidos há muito tempo – respondeu o ministro.

— Você espalha mentiras todos os dias, ministro. Ou você acha que todo mundo acredita nas suas propagandas políticas?

— Eu realmente não espero que todos confiem em mim. O que me impressiona é alguém ter acreditado em você – disse o ministro, agora olhando para Christopher em seus braços. O garoto percebeu o motivo do silêncio, mas não levantou a cabeça. Talvez só uma pessoa muito hábil na arte da Legilimência poderia ter certeza do que estivesse passando pela cabeça de Christopher naquele momento.

— A única pessoa que tem um pingo de inteligência aqui nessa sala é ele – disse Baltazar, agora se aproximando um pouco deles. – Todos os outros infelizmente acreditam em vocês.

— E você pretende fazer o quê? Criar uma conspiração contra Hogwarts? – perguntou a professora McGonagall, de repente.

— Você é esperta, professora. Sim, a revolução tinha que começar de algum lugar. Eu sendo quem sou, preso a essas paredes pela minha própria lembrança, não poderia ter feito mais nada a não ser tentar convencer os próprios alunos de que a imagem que vocês passam todos os dias a eles é extremamente falsa! – disse Baltazar, em tom provocante.

— Você é um tolo, Baltazar. É fraco. Você é o falso – respondeu a professora.

— AH, me poupe, professora – começou Baltazar, parecendo nervoso pela primeira vez. – Diga-me o que você faria se alguém ameaçasse sua posição de diretora! E você, se alguém ameaçasse a sua posição de ministro! – continuou ele, olhando para Kingsley. – DIGAM-ME! – gritou ele, e todos os objetos na sala começaram a tremer novamente.

— JÁ CHEGA! – bradou o ministro. Sua voz ecoou extremamente alta pela sala. E então Xavier percebeu a ação do feitiço Sonorus quando viu que o ministro estava com a varinha em seu próprio pescoço. O outro braço permanecia segurando Christopher. Baltazar voltou para trás e as coisas voltaram a ficar quietas na sala. – Você não aprende mesmo, não é? – disse o ministro. – Sempre haverá alguém para deter você.

— A quem está se referindo? A esse garoto? – disse Baltazar, apontando a cabeça para Xavier. – Por favor, Kingsley... Aposto que ele só está no lugar errado e na hora errada – mentiu ele. Baltazar sabia que o ministro tinha razão, mas não queria dar esse gostinho a ele.

— Bom, se é assim, então tomara que muitos outros alunos estejam várias vezes no local errada e na hora errada, assim como eu – disse Xavier. A professora McGonagall não conseguiu deixar de sorrir.

— Você não vai ter sempre tanta sorte, rapaz. Guarde minhas palavras – disse Baltazar.

— Você também não – retrucou Xavier.

— Ah, você acha? Então me diga: como você acha que ELES – Baltazar apontou para a professora e o ministro – vão me deter? Acho que a sua testa não concorda com a sensação de segurança que você está tentando transmitir – completou Baltazar, apontando para o corte na cabeça de Xavier, que ainda sangrava.

— Nós não precisaremos, Baltazar – disse o ministro. – Você é como um bicho-papão. Enquanto não tiverem medo de você e não acreditarem em você, você é inofensivo. Estará condenado a voar por este castelo por tempo indeterminado e nunca terá o direito de usar a magia como quer novamente. Você é só uma lembrança, e essa escolha foi sua. 

— E como... – começou Baltazar.

— Encontraremos maneiras, sempre há maneiras – interrompeu o ministro, adivinhando a pergunta que viria. – A arte da Oclumência que você sempre menosprezou é uma delas.

Nesse momento a professora McGonagall olhou de esguelha para o ministro, parecendo apreensiva. O ministro percebeu, mas manteve o argumento. Pela primeira vez, Baltazar não sabia o que responder. Depois de alguns segundos ele olhou para frente e depois para o ministro novamente.

— Espero que Hogwarts realmente prospere um dia. Até lá, continuem enganando a si mesmos, a sensação deve ser muito reconfortante – disse Baltazar, ironicamente. E então, acompanhando uma rajada de vento, voou para o alto da sala e desapareceu, liberando uma claridade que iluminou toda a sala instantaneamente.

A professora McGonagall se levantou, foi até o ministro e de supetão levantou a cabeça de Christopher.

— Olhe para mim! – mandou ela.

O olhar de Christopher era uma mistura de raiva, culpa e tristeza. Xavier até chegou a pensar que talvez Christopher tivesse começando a se arrepender, mas não tinha a menor vontade de descobrir se tinha razão.

— Sr. Wade, você está expulso da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts – disse a professora para Christopher, severamente. – Sua varinha continuará confiscada e vou escrever a seus pais essa noite. Ficará com eles. E eu garanto que você não vai querer enfrentá-los – continuou ela. – Você já pode levá-lo, ministro.

Christopher permaneceu sem reação, enquanto uma lágrima escorria pelo seu rosto. O ministro olhou para ela e depois olhou para Frank, Xavier e Oliver.

— Antes de ir eu queria agradecer a vocês três. Embora eu acredite que vocês devem ter cuidado com a curiosidade e o excesso de coragem, não posso deixar de admitir que vocês salvaram essa escola. Muito obrigado – disse o ministro, sorrindo para os garotos.

— Não há de quê – respondeu Xavier, um pouco sem jeito.

O ministro estendeu a mão e os cumprimentou.

— Agora preciso falar com a professora McGonagall em particular ali fora. Peço que fiquem aqui. Ela voltará e levará vocês a seus dormitórios – disse Kingsley, ao mesmo tempo que utilizava o feitiço Carpe Retractum nos braços de Christopher, prendendo-os como algemas.

Quando os dois saíram, Frank se virou para Xavier.

— Cara, me desculpa, é sério. Eu nunca teria conseguido prever o que ele faria – disse Frank.

— Relaxa, Frank. Eu que tenho que me desculpar por ter te envolvido nisso. Cheguei a pensar que você tivesse morrido naquela fonte.

— Eu só desmaiei. E foi só por alguns segundos. Eu fui andando bem tonto pelo castelo, até que consegui chegar na sala da professora McGonagall.

— Você foi incrível, Frank – disse Xavier, sorrindo e tocando o ombro esquerdo do amigo. – Tenho orgulho de ser seu amigo – completou ele.

E então os dois se cumprimentaram e se abraçaram. Oliver sorria atrás deles.

— E quanto a você, Oliver. Você também foi incrivelmente corajoso – disse Xavier.

— Eu? Não tive a capacidade de enfrentá-lo. Eu era o único em que ele confiava – disse Oliver, um pouco desanimado.

— Não importa, Oliver. Acabou. É só uma lembrança – disse Frank.

Passados alguns momentos, Xavier olhou para a entrada da sala, impaciente.

— Eles não vão voltar? Pelo amor de Deus. Eu estou com fome, cansado e machucado. Preciso de um curativo. E de uma cama – reclamou Xavier.

— Idem – disse Frank.

Passaram-se cerca de cinco minutos até que a professora McGonagall voltou para a sala.

— O ministro já foi embora – começou ela. – Vocês voltarão comigo à Torre da Corvinal.

Os garotos concordaram e eles seguiram a professora pelo caminho para a saída das Masmorras. Ao chegarem na entrada da Torre da Corvinal, a professora parou e virou-se para eles.

— Sr. Bratt, Sr. Lewis, vocês podem ir. Vão direto para a Sala Comunal, por favor – disse ela.

Os três se entreolharam.

— Sr. Underwood, quero que me acompanhe, por favor – disse a professora.

— Sim, professora – respondeu ele. Xavier não estava nervoso, mas seus amigos pareciam estar um pouco.

Ele a seguiu pelo castelo e no meio do caminho Xavier percebeu que ela estava o levando para a sala dela. Chegando ao corredor onde ficava a sala, eles subiram pela escada em caracol que dava acesso a ela. E então eles pararam em frente à grande porta de madeira. A professora destrancou a porta, abriu-a e então voltou-se para Xavier.

— Entre, Sr. Underwood. Precisamos conversar.


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Notas finais do capítulo

Terça-feira tem o capítulo 13. Bom fim de semana!



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