Um Dia Por Vez escrita por Miriã Melo Lima


Capítulo 1
O Re(começo)


Notas iniciais do capítulo

Ando bem deprimida, problemas famílias, correria, falta de tempo, problemas!!!
Isso acabou me inspirando a escrever essa ones pra vocês :)
Ela é bem triste, mais também e fofinha no fim. Espero que curtam a leitura e não esqueçam de me contarem o que acharam nos comentários, eles são sempre estimulantes!!!



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Tudo o que tem um começo tem um fim.
Matrix

Toda vez que me questionava o porque, voltava automaticamente para essa terrível realidade.
Tudo que tem um começo, tem um fim. A vida não é diferente nesse ponto, ela caminha imperceptivelmente todos os dias para seu próprio fim. Algumas vezes o fim, ou a morte, vem como um presságio pre avisado, por meio de uma doença terminal, ou de um acidente trágico que porcamente te prepara para a morte.
E embora todos saibam que é inevitável fugir da morte, nunca realmente nós preparamos para o dia da sua chegada.
Definitivamente nunca estamos prontos para perder alguém. Eu não estive e nunca estaria pronta para esse tipo de dor latente.
No entanto, toda vez que questionava alguém que já havia perdido alguém fundamental em sua vida, as respostas eram sempre as mesma “um dia por vez”.


Eu podia entender o ponto das pessoas, mais não conseguia me convencer que um dia aquela dor diminuiria mesmo que minimamente.
Aquele um dia por vez, nunca passava e todos os dias a saudade e a solidão se intensificavam ao nível de me roubar o fôlego.
Seria muito egoísmo pedir para morrer de uma vez e cessar todo aquele sofrimento? Mesmo sabendo a dor que causaria a todos que amava?
As vezes, a ideia fixa de por um fim em tudo aquilo se tornava atrativa demais, até que ironicamente eu quase podia ouvir a voz de Scorpius me repreendendo pela minha estúpida ideia.
Aliás, ele costumava dizer que a maioria das minhas ideias eram estúpidas. Foi assim quando sugeri elevamos nossa relação de amizade para um namoro, e do namoro para um noivado e de um noivado para um casamento. Era estúpido um Weasley e um Malfoy se unir em matrimônio, mais quem se importava?
Logo em seguida, tive a ideia que foi catalogada como a mais estúpida do mundo, ao escolher entre as milhares de mansões da família riquíssima e milenar dele, uma das mais distantes e isoladas.
Scorpius costumava chamar de Castelo de Vidro, já que era em uma área praticamente isolada de Londres, no meio de uma vasta área verde, onde havia um pequeno riacho e uma vista espetacular. A Casa que era constituída por vidro no primeiro andar, era o que eu considerava de lar.


Ao menos durante o período em que planejamos constituir uma família ali, agora, no entanto, era apenas uma mansão extremamente solitária, de uma mulher depressiva.
Ao menos até aquele dia. Era vinte e cinco de Dezembro, estava em frente ao lago congelado, com Zeus – mais uma das minhas estúpidas ideias – o dálmatas enorme e atrapalhado que havia sido adotado a pouco mais de dois anos, em uma repentina vontade de nós testar, para saber se estaríamos realmente prontos para sermos responsáveis por outra vida, enquanto sentia as lágrimas verterem livremente pelo meu rosto gelado.
Sentia minhas mãos trêmulas e sabia que não era somente o frio responsável por aquilo. O medo, insegurança e dor, eram muito mais responsáveis que o clima. Era quase humanamente impossível deter aquele vendaval de emoções que percorriam o meu corpo agora. Faziam exatamente dois meses e dezessete dias que havia perdido Scorpius para sempre. Ele havia saído em um dia comum, para o Departamento de Aurores e em uma missão, havia me deixado. Para sempre. E tudo que conseguia fazer todos os dias desde que o perdi, era chorar e tentar desesperadamente aplacar um pouco daquela dor alucinante.
Nada ajudava. Parecia que quanto mais eu tentava me livra dela, mais ela se enraizava em minhas estranhas e me roubavam o fôlego.
Quando chegou a semana do Natal – particularmente a minha época favorita do ano – passei a me perguntar como seria acordar sem suas surpresas na manhã de Natal.


E o quão surpreende foi acordar com a graça de ser surpreendida não somente por Scorpius, mais pela vida.
Fazia dias que me sentia estranhamente sonolenta, no começo acreditei ser por conta de todo estresse emocional e físico que aquela situação estava me submetendo, no entanto, quando começaram os enjoos matinais, minha mente fervilhou com ideias.
Havia estado tão dispersa com toda minha dor que nem havia notado que naqueles dois meses eu não havia menstruado.
Quando tomei o teste rápido na mão, do estoque pessoal que ficava entocado dentro do meu criado mudo, desde que a seis meses atrás decidimos tentar, minhas mãos tremiam.
E ela continuaram naquele estado catatônico desde então. Era difícil assemelhar todas aquelas sensações ao mesmo tempo, principalmente quando aquelas duas linhas fortes e azuis surgiram, fazendo com que meu coração perdesse uma batida e um sorriso sincero estampasse em meu rosto em dias.
Quão irreal era acreditar que Scorpius havia me dado aquele presente exatamente naquele dia?
Gerar um filho dele, seria o combustível que eu necessitava para continuar lutando pela minha vida e pela criança que crescia em meu ventre.
Eu ainda teria que viver um dia por vez, para lhe dar com a dor que a ausência dele me causava, mais enquanto Zeus e o bebê estivessem comigo, poderia buscar a força que precisava para levantar todos os dias da cama e viver.
Com um pequeno sorriso preso aos lábios, senti o vento frio ricochetear em meu rosto, enquanto Zeus esfregava seu focinho em minhas mãos, como se indicasse que já estava na hora de voltar para casa.
Enquanto caminhávamos pra entrada da mansão, percebi que por mais dolorido que fosse a vida tinha daquelas coisas e não adiantava olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui obrigada, essa história super curta foi pra mostrar pra vocês que mesmo os dias ruins (meses, anos) tem um fim, e mesmo em meio ao caos e sempre possível ser surpreendido!

Se não voltar até o Natal, já desejo um feliz natal pra todos vcs :)



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