Um namorado para o meu pai escrita por Dama Magno


Capítulo 7
Capítulo 7: Coisas/pessoas que deixam Claire Novak p da cara


Notas iniciais do capítulo

Eai, meu povo, hoje eu tava numa preguiça, mas logo menos eu respondo os comentários do capítulo passado (apenas, pra manter o fluxo okay).

Enfim, espero que gostem desse capítulo auhsuahsuahushuahsuahsuahush



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A essa altura do campeonato todos devem saber que há coisas bem específicas que conseguem tirar Claire Novak do sério. O calor, por exemplo, que a torna insuportável e adiciona outra coisa que ela detesta: o suor. Há também Siobhan, que foi uma tremenda vadia escrota com ela e agora está no topo de sua lista negra. E, às vezes acima de tudo isso, estava seu pai e a teimosia que o transformava na pessoa mais idiota da face da Terra.

 

Naquele momento, enquanto batia a porta do carro e andava a passos duros até sua casa com poucas sacolas na mão, ela apenas conseguia pensar em como seu pai era um estúpido hipócrita. Agarrar todas as oportunidades?! Mentira, ele apenas dizia isso para pagar de gente boa quando na realidade ele era alguém com medo do desconhecido.

 

— Hipócrita — murmurou colocando as sacolas sobre a pia.

 

— Desculpa, o que disse? — Seu pai, que estava logo atrás de si e ela nem tinha reparado, questionou.

 

— Eu disse hipócrita — repetiu se virando para encará-lo.

 

— Bom, espero que não esteja se referindo a mim. — Ele disse com as sobrancelhas franzidas.

 

— Mas é exatamente isso que estou fazendo! — respondeu elevando o tom da voz, o corpo tremendo de raiva e decepção.

 

— Pois então me explique. — Castiel pediu, o tom contido, porém sua face mostrava que estava começando a se irritar com a atitude da filha.

 

— Você diz que devemos agarrar as oportunidades que aparecem na nossa vida, mas quando é na sua você simplesmente dá as costas! — acusou, Castiel balançou a cabeça e começou a guardar as compras.

 

— Você não tem o direito de me julgar. — Ele começou, cansado de ignorar a filha. — As minhas decisões não são da sua conta, Claire.

 

— Claro que é, você é o meu pai e eu não consigo te ver jogando pela janela a chance de ser feliz!

 

— Eu já sou feliz, Claire! — rebateu sorrindo e erguendo os braços, indicando a ela tudo o que tinha. — Eu tenho uma filha maravilhosa, casa própria e trabalho com algo que amo, como poderia estar infeliz?

 

— Eu não disse que está infeliz, mas poderia ser bem mais se tivesse alguém com você — explicou cruzando os braços. — Em breve eu irei pra faculdade e você vai ficar aqui sozinho, pai.

 

— Por incrível que pareça, eu não tenho problemas em ficar sozinho. — Claire suspirou.

 

— Mas qual o problema em namorar alguém?

 

— Eu não quero. — Deu de ombros.

 

— Ele gosta de você, você gosta dele, não faz sentido você recusar sair com o Dean! — disse praticamente berrando, estava indignada como jamais esteve em toda sua vida. — Não faz sentido.

 

— Não tem que fazer sentido, Claire. Essa é a minha decisão e ponto final.

 

Como resposta a garota apenas grunhiu e saiu da cozinha, o rosto vermelho de raiva perante a teimosia do pai. Era inacreditável, inaceitável até, que alguém conseguisse fazer tão pouco sentido quanto ele estava fazendo naquele momento.

 

E isso era outra coisa que a tirava do sério: pessoas que iam contra a lógica e o bom-senso.

 

***

 

Viver na mesma cidade durante toda a sua vida tinha seu lado bom, conhecer seus amigos desde sempre e não ter que passar pelo processo de criar confiança era um deles - Krissy, por exemplo, era sua melhor amiga desde os seis anos, quando as duas se juntaram para amedrontar alguns valentões no parquinho. O lado ruim era que você também conhecia todas as pessoas pé no saco e não tinha como evitá-las, pois eram vizinhos, colegas de sala e frequentavam os mesmo que lugares que você.

 

E, além de pessoa pé no saco que morava próximo a ela, Aiden também era um item da lista “Coisas/pessoas que deixam Claire Novak puta da cara”. Ela ainda não conseguia entender como um garoto tão tímido quando criança, se tornou o maior babaca da história; ele e a amiguinha dele, Siobhan, competiam para ser quem era o mais escroto e empatavam. Pois assim como a garota fora uma vaca com ela, Aiden havia feito basicamente a mesma coisa com Krissy, porém com menos humilhação e mais nariz quebrado.

 

Irritada, porém querendo evitar confusão, Claire preferiu atravessar a rua e fingir que não escutou seu nome ser chamado quando o encontrou dois quarteirões depois de sua casa. Seria mais saudável para todo mundo se eles não se falassem, no entanto, Aiden parecia não ter notado a consistente aura de perigo que ela emanava, pois continuou as provocações.

 

— Qual é, Novak! Eu sei que está me ouvindo. — Ele dizia cada vez mais próximo, Claire aumentou o ritmo das passadas, quase correndo para se afastar dele. — Vamos conversar, eu só quero saber como a Krissy está!

 

No mesmo instante em que o nome de sua amiga saiu daquela boca odiosa, Claire parou na calçada. Aiden já estava bem próximo, sorrindo e com uma bola de basquete na mão, quando ela se virou para encará-lo.

 

— Finalmente me deu atenção. — Um sorriso presunçoso se estendeu pelos lábios do garoto.

 

— Nunca mais fale o nome dela, Dimarco — disse em tom de ameaça, o que fez o sorriso do moreno se estender ainda mais, de forma quase predatória.

 

— Vamos, Claire, eu sei que ela sente a minha falta. — Ela revirou os olhos e riu com deboche. — Se bem que os boatos dizem que ela e o Breaden estão juntos agora, não é mesmo?

 

— Eu não entendo como você consegue acreditar que isso é remotamente da sua conta — respondeu, a irritação aumentando com o suor que escorria de sua nuca, mesmo que seus cabelos estivessem presos.

 

— Na minha opinião isso é mentira. — Aiden continuou a falar, a bola passando de uma mão para outra em um velho hábito. — Sabe, Ben parece ser o tipo que gosta mais que fodam ele do que o contrário, bicha do jeito que é.

 

Castiel já a havia orientado de como agir diante de comentários escrotos como os de Aiden, que emanava veneno e vontade de rebaixar os outros. Nunca se mantenha calada, não ignore, mas também não se rebaixe ao mesmo nível que a outra pessoa; seja didático, se possível. E com o sol das seis horas queimando em suas costas, Claire havia agido da forma mais didática possível.

 

Afinal, quem não aprende algo quando tem o nariz quebrado pela própria bola de basquete?

 

***

 

O Roadhouse era um barzinho que ficava próximo ao centro da cidade, o local em que a maioria dos adolescente, iludidos pela glamourização do álcool, queriam frequentar. A dona, Ellen, e sua filha, Jo, tinham uma regra estrita em relação à presença de menores de idade em seu estabelecimento: proibida, e por viverem na cidade a tanto tempo quanto qualquer um, elas nunca caiam em identidades falsas. No entanto, havia um boato que dizia que se você tivesse sorte de ir em um dia em que apenas Gordon, um dos funcionários, estivesse tomando conta do lugar, conseguiria passar até sem ter que apresentar documentos. Aparentemente o homem não ligava para o que os outros faziam com a própria vida, não era da conta dele.

 

Seria uma grande mentira dizer que Claire apenas havia entrado no bar em busca do ar-condicionado. Também seria mentira dizer que não era uma dessas adolescentes iludidas. Claro, seu pai já havia ensinado uma e outra coisa sobre bebidas (difícil era encontrar algo que ele não havia), e ele também esteve presente na maioria das vezes em que ela experimentou algo. Castiel acreditava que o auxílio era melhor que a proibição, claro que ele não gostaria que ela consumisse bebidas alcoólicas sendo tão nova, mas também não era ingênuo em pensar que as oportunidades e vontades nunca a atingiriam, então para ele era preferível ensiná-la a como passar por essa fase sem acabar bêbada e viciada.

 

Mas para falar a verdade, Claire nem ao menos gostava do gosto do álcool e sabia que não era a bebida que a tornava uma pessoa legal, nem que ela tinha o poder mágico de fazer os problemas desaparecerem. Contudo, tinha a ilusão de que alguma utilidade havia em uma garrafa de cerveja ou copo de whisky, caso contrário ninguém consumiria; as pessoas só tinham que encontrar a que melhor servia para ela. Para Claire, no momento em ela passou pela porta do Roadhouse, era a de fazer seu pai ficar tão puto quanto ela. Não a levem a mal, a garota sabia que tinha o melhor pai do mundo e que ele não merecia isso, mas ela não estava em posição de racionalizar nada.

 

— O que vai querer, garota? — O homem negro indagou assim que ela se sentou de frente para a bancada.

 

— A coisa mais forte e barata que tiver — respondeu tirando a carteira do bolso do short. Seu celular vibrou no mesmo instante, o nome de Alex piscando na tela, mas ela ignorou.

 

Os olhos claros caíram sobre o anel de prata que pesava em sua mão direita, com certeza seu pai havia falado com ela e agora ambos estavam preocupados. Claire já estava fora de casa há mais de uma hora, não mandara mensagem para Castiel avisando o que estava fazendo e isso deveria estar matando ele do coração. O que finalmente a fez pensar se valia a pena decepcionar o homem apenas porque estava frustrada, no final das contas seu pai tinha razão em falar que era algo apenas que dizia respeito a ele.

 

O som do copo de vidro a trouxe de volta para a realidade, Gordon o colocou a sua frente e abriu uma garrafa escura. Ela ia dizer para ele que não queria mais, que na verdade nem dinheiro tinha, realmente ia, mas uma voz grossa a impediu.

 

— Espero que não sirva nada além de água a ela, Gordon, ou Ellen com certeza irá saber que anda servindo menores. — Claire se virou para o homem que falou aquilo, encontrando com um par de olhos verdes que faiscavam irritação.

 

— Ela não parece ser menor, Winchester. — Gordon respondeu com raiva mal contida. Na verdade, ela acreditou que não havia intenção de nenhum dos lados em esconder o desgosto mútuo.

 

— O que apenas mostra que não pede a identidade das pessoas que chegam aqui, você sabe que vender bebidas para menor de idade é ilegal? — Dean falou colocando ao lado dela, os braços apoiados no balcão. Um sorriso se estendeu na face sardenta, totalmente diferente dos que ela havia visto em sua casa. — Tenho certeza que não gostaria de perder esse emprego, afinal, Ellen foi a única pessoa com coragem de te contratar.

 

Aparentemente sem ter mais o que dizer e com uma expressão de ódio nítido, Gordon recolheu o copo e a garrafa, afastando-se dos dois para servir outro cliente que estava na ponta do balcão. Em um misto de alívio e vergonha, Claire manteve os olhos pregados nas próprias mãos. Dean deveria estar achando que ela era apenas mais uma adolescente inconsequente e dessa vez com certeza diria a seu pai o que estava prestes a fazer.

 

— Vamos, criança, vou te levar para casa. — O loiro anunciou, o tom de voz dizendo que ele não estava dando muitas opções.

 

Claire odiava ser chamada de criança, mas naquele momento preferiu se manter em silêncio.

 

***

 

Do centro até sua casa, de carro, o caminho era rápido; vinte minutos no máximo. Contudo, com apenas o som de Led Zeppelin preenchendo o silêncio, parecia uma viagem de duas horas. Claire apenas olhava o céu alaranjado através da janela do Impala, e como estavam no Verão as cores apenas indicavam que logo seria nove horas da noite. Seu pai deveria estar morto de preocupação, se culpando pelo sumiço da filha e imaginando todos os piores cenários possíveis; ela nem havia se atrevido a olhar o celular, que tinha várias chamadas perdidas e mensagens.

 

Quando resolveu que era hora de ao menos olhar para Dean, para tentar adivinhar o que ele estava pensando, Claire apenas viu uma expressão neutra de quem dirige sozinho em uma estrada tranquila. Estaria ela julgando suas atitudes? Pensando em como ela era uma filha ingrata? Provavelmente sim, ou talvez esses fossem apenas seus próprios pensamentos.

 

— O que você tinha na cabeça, garota? — Finalmente a voz de Dean soou ao seu lado, Claire mordeu o lábio e deu de ombros.

 

— Raiva — respondeu baixo, o Winchester não disse nada até ela se sentir confortável para continuar: — Raiva do Aiden, que foi um babaca com os meus amigos; raiva do calor, de mim… E raiva do meu pai por não ter aceitado seu convite.

 

— Isso é muita raiva para alguém do seu tamanho. — Ele disse rindo, o canto dos olhos se enrugando enquanto os lábio se estendiam. — Mas você não tem porque ficar brava com o seu pai. — Claire bufou.

 

— Você não entende, eu fico brava porque eu sei que ele gosta de você — explicou, Dean ergueu uma das sobrancelhas e a olhou de lado. — É sério, ele era apaixonado por você no colegial e eu conheço meu pai o suficiente para saber que, de alguma forma, ele ainda sente algo.

 

— Seus pais ficaram juntos por muito tempo. — Dean negou com a cabeça, não acreditando no que ela dizia.

 

— Isso não tem nada a ver com a minha mãe — respondeu. — Uma pessoa é completamente capaz de sentir algo por duas pessoas ao mesmo tempo. Eu sei que eles se amavam de verdade, mas isso não significa que o que ele sentia por você desapareceu.

 

— Olha, Claire, pelo que eu pude notar seu pai não está muito afim de se envolver seriamente com ninguém no momento. — Ele disse em resposta ao olhar dela, que implorava para que ele não desistisse. Um sorriso sagaz surgiu no canto dos lábios da garota ao final da fala dele.

 

— Eu achava que você também não.

 

Pouco tempo após isso, Dean estacionou na frente de sua casa. Já do lado de fora do carro ela viu quando seu pai olhou pela janela da sala e saiu correndo, a porta da frente foi escancara e em questão de segundo Claire sentiu o corpo pesado do pai contra o dela. Os braços a prendiam com certa força e medo de deixá-la partir, ela sabia que Castiel estava dizendo algo repetidamente, mas a posição em que se encontrava tornava difícil de entender, pois o peito e uma das mãos do homem cobriam suas orelhas. Repentinamente toda a raiva que ela estava sentido sumiu, de forma tão mágica e instantânea quanto qualquer bebida prometia, porém nunca conseguiria.

 

Claire, de forma desajeitada, retribuiu o abraço do pai e pediu tantas desculpas quanto eram possíveis em um curto período de tempo. Pediu desculpas por tudo, pelas coisas que disse e que fez; inclusive pediu desculpas por ter quebrado o nariz de Aiden Dimarco, mesmo que não tivesse nada a ver com eles. Um foi falando sobre o outro, entre pedidos de perdão e agradecimentos, as vozes iam se embolando uma na outra tornando o entendimento quase impossível. Estavam tão imersos um no outro, que apenas lembraram da terceira presença quando Dean não conteve o riso.

 

— Desculpa. — Ele pediu e riu de novo. — É que eu nunca vi um reencontro tão emocionante, mesmo que ela tenha ficado fora por apenas duas horas.

 

Castiel se afastou da filha, a veia de tensão pulsão como sempre. Os olhos claros da garota viajaram de um homem para outro, sentido o constrangimento se instalando entre eles; afinal, algumas horas atrás Dean havia convidado seu pai para um encontro e ele recusara. Com um pigarro, Claire anunciou que iria para dentro, tinha que falar com Alex antes que ela aparecesse por lá com Jody em seu encalço.

 

Deixando os dois sozinhos, ela fechou a porta e ficou por lá mesmo, observando os dois através da cortina cor de creme que cobria o vidro da porta. Pegando o celular, Claire viu que não apenas Alex havia mandando várias mensagens como também Krissy e Ben, entre elas houve a menção do nariz quebrado de Aiden; as notícias corriam rápido. Alternando entre responder as mensagens e espionar os dois, a garota não queria perder nenhum detalhe do que acontecia lá fora; algo em seu peito dizia para ela consumir cada segundo dos dois juntos. Talvez fosse sua intuição, ou apenas a curiosidade absurda que era tão inerente dela quanto o instinto de sobrevivência.

 

E foi por uma questão de segundos, assim como um adulto que se abaixa para pegar algo no chão e quando levanta vê que o filho sumiu. Em um instante eles estavam conversando, ela abaixou os olhos para responder Alex, e quando tornou a olhar para eles…

 

Eles estavam se beijando.


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Notas finais do capítulo

Gente, vocês têm que aprender logo que eu sou PhD em filha da putice, apenas aushauauhsuahsuhaushuahsuahushas

Sem mais o que dizer, nos vemos na semana que vem, bejas!!! E deixem comentários ♥



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