Cold Coffee escrita por amysantiagos


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, bem-vindos a essa nova fic! Eu sou a Nati, dona dessa conta, só que eu não estou escrevendo essa história sozinha. Tenho uma amiga que se chama Mafe e estamos fazendo isso tudo juntas, mas quem vai postar os capítulos aqui no Nyah vai ser eu. E só pra deixar avisado: a Mafe vai escrever os capítulos da Diana e eu vou escrever os da Jade, como vocês vão ver em breve.

E tem mais, nós temos um cast imaginário para ajudar na visualização dos personagens, então ao longo da história eu vou dizendo pra vocês quem é quem. Para o prólogo já posso dizer que a Diana é representada pela Emma Watson.

Enfim, é isto. Espero com todo o meu coração que vocês gostem do nosso trabalho e que aproveitem a leitura! ♥



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Prólogo 

Brighton, 2015. 

Faltavam quinze minutos para a aula de geometria acabar e Diana não aguentava mais a sua ansiedade. Desde o primeiro intervalo, foi como se sua paciência tivesse diminuído em quantidade, ao ponto de não tolerar cinco minutos de aula sem bater os pés constantemente no chão ou roer as unhas obsessivamente. "Será que Leonard está me esperando?", ela pensava. A lembrança do pedido do garoto foi o suficiente para aumentar sua frequência cardíaca e fazer suas mãos suarem. "O que será que Philip irá fazer quando descobrir?" 

Diana segurou um suspiro ao ver como sua mente era capaz de enfiar a figura de Philip em qualquer pensamento seu. Até mesmo enquanto lavava louça, ou estudava, ou fazia seu dever de casa: Philip conseguia se infiltrar em qualquer cenário, quase como um vírus incurável que havia afetado seus neurônios. Ela já o conhecia há bastante tempo, e por isso esperava – ou melhor, desejava— que o sentimento que ela tinha por ele fosse desaparecer ao longo dos anos. Infelizmente, não foi o caso. 

Enquanto Diana desejava que a aula acabasse logo, era visível para sua melhor amiga, Jade, que a menina estava em um grande conflito interno. Jade já havia feito tudo em seu poder para ajudar Diana, até porque ela percebia a grande química presente entre Diana e Philip. Anos e anos segurando vela fizeram com que Jade se tornasse a primeira apoiadora do casal; contudo, os dois eram tão alheios à realidade que até os momentos mais genuínos passavam despercebidos por eles. 

Diante da esperança intensa de Diana e da falta de iniciativa de Philip, surgiu a figura de Leonard, quase que como num ato de magia. O garoto viu a oportunidade e se fez parte do conflito amoroso de Diana e Philip, tornando a relação entre os três um triângulo amoroso. Jade tinha certeza de que Leonard não era o cara certo para a amiga – ter presenciado alguns episódios nos quais sua natureza ciumenta fez-se clara foi o suficiente –, mas Diana estava determinada a sair com ele, até mesmo com as evidentes preocupações de Jade. E agora, com o pedido de Leonard, Jade sentia que as coisas só iriam piorar. 

O sinal finalmente tocou e Diana levantou-se quase que instantaneamente. Depois de ter arrumado seu material, ela saiu correndo em direção à porta, deixando Jade para trás. Diana não sabia exatamente quem seu coração mais desejava encontrar, mas quando avistou a silhueta de Philip encostada contra os armários, um sorriso de orelha a orelha se formou em seu rosto e a familiar sensação de felicidade tomou conta de seu organismo. Quando seus olhos se encontraram, ela foi em direção a ele, coração batendo forte. 

— Uh. Eu não aguento mais – Diana confessou ao chegar perto de Philip. – As aulas estão me matando. 

— Bom, pelo menos é a última semana, pensa nisso. – Philip respondeu sorridente.  

— É... vou conseguir me livrar de você e Jade por umas semanas. Exatamente do que preciso. 

Philip fingiu estar ofendido e os dois riram. Diana sabia que as coisas que sentia por ele ainda não tinham sido superadas, e conseguiu se afundar no pensamento dos dois juntos até o momento em que Leonard saiu de sua sala e entrou na conversa.  

— Do que estão falando? – Leonard perguntou, defensivo. 

— Ah, sobre as férias. Nada demais. – Diana respondeu, suas bochechas vermelhas. Ela ainda não havia contado para Philip sobre o pedido de namoro de Leonard, e esperava que pudesse fazê-lo privadamente, mas com a presença dele ela temia que o fato fosse ser revelado acidentalmente.  

— Hm... Bom, eu preciso ir, meu pai está me esperando. Mas te pego às oito, ok? –Leonard disse, se inclinando para perto de Diana, esperando um beijo. Os olhos de Philip ficaram arregalados e ela sabia que caso se esquivasse do beijo as coisas piorariam; por isso, ela deu-lhe um selinho e assim Leonard foi embora, com um sorriso vitorioso e malicioso no rosto direcionado a Philip.  

Jade chegou assim que Leonard foi embora, visto que estava conversando com o professor sobre aulas avançadas de matemática até aquele momento. Logo que chegou, sentiu o clima tenso entre os dois.  

— Caracas. Quem morreu?  

Philip balançou a cabeça e mordeu seu lábio. 

— É... eu também preciso ir. – ele confessou, olhando para o chão. Depois, fez seu caminho com passos rápidos em direção à saída. Diana sabia que ele estava surpreso por conta de Leonard e ela terem se beijado – ela havia comentado sobre ele de forma casual em conversas antes, mas não de uma forma que sugerisse a Philip que algum dia os dois fossem ficar juntos.  

Jade sentiu a tristeza da amiga e revirou os olhos. 

— Vá falar com ele. Acho que ele merece uma explicação. 

E, com isso, Diana saiu correndo, esperando alcançar Philip nos portões da saída. Ela o avistou pegando sua bicicleta e disparou em sua direção, ignorando os pingos de chuva que começavam a cair. Ele, com seu capuz e seus fones de ouvido, não percebeu a figura de Diana vindo em sua direção até o momento em que ela parou em frente de sua bicicleta com os braços abertos. Philip tirou os fones e olhou para ela como um cachorro abandonado. 

— O que você quer? – Philip perguntou, olhando para o chão novamente.  

— Eu quero conversar. Será que podemos? – Diana respondeu nervosamente. 

— Não sei. O Leonard deixa? Digo, você conversar com outras pessoas. Porque se ele já era ciumento antes... – ele deu uma pausa antes de continuar. – Enfim, acho melhor pedir permissão do seu novo namorado.  

— Philip... Eu...  Eu não estava esperando. Foi rápido demais.  

— Diana, eu entendo. Não precisa me falar essas coisas porque no final das contas não me importa mesmo – Philip confessou. – Não precisa tirar satisfação comigo.  

A chuva caía de forma mais intensa e Diana estava sem capuz, mas por conta das palavras de Philip ela estava imune a sensação dos pingos caindo em seu corpo. Tudo o que ela sentia agora era uma dor inexplicável no peito e um frio no estômago. 

— Então por que você está tão triste? Por que está me tratando desse jeito? – Diana indagou, num tom de voz mais alto e intenso. Philip cerrou um punho e segurou a manopla de sua bicicleta com força. 

— Não importa. Não importa mais. 

— Mas é óbvio que importa, cacete!  

— Não importa, Diana! – Philip respondeu, quase gritando. – Porque qualquer coisa que eu disser não vai fazer diferença!  

Diana soltou um grunhido. Se ele soubesse o quanto as palavras dele fariam diferença, aquela situação toda teria sido evitada. 

— Philip, por que você é assim? Por que você esconde tudo pra si mesmo? Nós somos amigos, poxa. E qualquer coisa que você esteja sentindo você pode me falar! Achei que isso já estivesse esclarecido! 

Philip chegou mais perto de Diana e encarou seus olhos, quase queimando-a por dentro. 

— Quer saber? Dane-se – ele respirou fundo. – O Leonard é um merda. Ele não te merece. Como você não percebe isso? 

Diana sentiu as palavras de Philip penetrando sua pele e se fazendo fixas em seu corpo. Naquele momento, ela desejou ter a coragem de Jade para falar tudo o que sentia, mas ela sabia que caso ela confessasse seus sentimentos mais profundos a situação só pioraria.  

— Vai se ferrar, Philip! O Leonard pode ser ciumento sim, pode às vezes ser raivoso sim, mas ele não tem medo de dizer o que sente, ao contrário de certas pessoas. E, aliás, quem é você pra julgar o que é melhor pra mim?!  

— Você só pode estar brincando... 

— Não Philip, eu não estou brincando – Diana sentiu todos os nervos de seu corpo esquentarem, e toda a sua frustração transferir-se para as palavras que ela iria soltar. Ela amava Philip. Tinha certeza disso. Mas tinha certeza também de que não daria certo entre os dois, porque os dois estavam à procura de algo que tomasse atitude por eles próprios. Leonard era o certo, era aquele que apesar de tudo havia se confessado para ela sem medo, e talvez com o tempo ela fosse corresponder o amor que ele criou. Já Philip era o desconhecido, aquele que atraía ela para deixar tudo o que conhecia e explorar algo novo. Diana não tinha condições de se basear nisso. Ela precisava de algo mais. – Eu... Eu estou cansada. Cansada. Sabe, durante todos esses anos eu desejei pra que algo acontecesse, e agora eu vejo que eu fui burra. Não adianta ficar esperando e depois se lamentar sobre as coisas que não aconteceram. Talvez... as coisas sejam do jeito que são por algum motivo. 

Philip fechou os olhos e suspirou. 

— Então tá. Se você acha isso, então, realmente, quem sou eu pra fazer você mudar de ideia? Claramente você sabe se virar então dane-se. Já disse o que tinha que dizer. 

— Sério? Porque ao meu ver você só fez uma baita malcriação e não falou absolutamente nada. 

— EU NÃO TENHO MAIS NADA PRA DIZER. A situação é essa, né? Então dane-se. Dane-se ele ser um merda. Dane-se você merecer mais. Dane-se você estar reclamando da minha teimosia sendo que você age do mesmo modo. Estou cansado disso tudo e cansado de você – Philip parou a fim de que pudesse respirar. – Agora se me der licença... está chovendo pra caramba e você está me impedindo de ir embora. E além disso, seu horário está chegando. Ele te pega às oito, lembra? 

— Vai se ferrar, Philip. Estou cansada de você também. Vejo que mesmo depois do que eu falei você continua o mesmo.  

— É, é uma pena – Philip respondeu com um sorriso sarcástico. Diana se moveu para que ele pudesse avançar com sua bicicleta. – Aproveite seu encontro, aposto que vai ser sensacional. Tomara que ele não sinta ciúme do garçom. Seria uma pena. 

E, assim, Philip foi embora, deixando Diana sozinha. Ela não sabia se a água em seu rosto provinha das lágrimas ou da chuva, e sabia que se ficasse mais tempo desprotegida acabaria pegando um resfriado. Mas qualquer resfriado que fosse, ela já estava suficientemente abalada. Aquela havia sido sua primeira discussão com Philip e ela sentia-se vazia. Ela esperou que ele olhasse para trás, mas ele fez seu caminho rapidamente até que sua figura fosse só um ponto no horizonte. O sal queimava em suas feridas. 

No final das contas, Diana sabia que tinha que esquecer Philip. Os dois eram muito cabeça-dura um para o outro, e ela já tinha Leonard. Talvez Leonard fosse o certo para ela, afinal. Nenhuma paixão de infância dá certo, né? Sendo assim, fez seu caminho até a marquise onde Jade a esperava, com um olhar ansioso e aflito em seu rosto. Sem que Diana soltasse uma palavra, Jade soube que seus instintos estavam certos. As duas foram buscar uma toalha para dentro da escola sem falarem nada entre si, deixando que o silêncio completasse o espaço vazio.  

A partir daquele momento, as coisas começariam a mudar.  

It's the end of the world

(as we know it) 


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Notas finais do capítulo

É isso gente, espero que gostem! Não se esqueçam de que comentários são essenciais para incentivar nossa escrita e também para nos ajudar a fazer um trabalho melhor, caso haja alguma crítica (construtiva, por favor) que vocês queiram fazer. Até o próximo capítulo!



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