—Índio? - Nádia gritou no susto.
—Meio tarde pra vir atrás dela, cara pálida.-Stephanie bufou.
—Primeiro que eu não estava procurando ela para "isso", e segundo que cara pálida é para se dirigir aos brancos. - Resmungou ele tentando segurar o peso do rapaz desmaiado em seu braço.
—O importante, cacique, é a zoeira. - provocou a morena.
—Parem vocês dois. O que você quer comigo criatura? - interrompeu Nádia tentando identificar quem era a pessoa que Virgílio carregava.
—Esse rapaz chegou na korkovado todo machucado chamando seu nome. - o indígena explicou a contra gosto. - olha eu sei que eu nao tenho nada haver com quem você sai. Mas você não pode ficar mandando seus casos até a korkovado.
Enquanto o indígena continuava a explicar todas as normas de sigilo para a ex namorada, ela se aproximou do rapaz que começara a recobrar a consciência, ela segurou o rosto pálido com alguns arranhões, quando abriu seus olhos eram dourados como o sol. Ela tirou seus cabelos longos e queimados de praia do rosto e sussurrou: -Augusto?
—Nádia? - disse o rapaz.
—O que aconteceu? Você está diferente. - questionou Nádia, quando voltsara a desmaiar, tomou o outro ombro do amigo e ajudou a carrega-lo. - Minha deusinha, Virgílio reage! Vamos levar ele para dentro!
—Nádia quem é ele? - Stephanie perguntou apavorada abrindo caminho para eles.
—O nome dele é Augusto. Ele é uma fada do tempo.
Agora foi a vez do Ouro Preto se manifestar:
—Você está saindo com fadas temporais agora?
—PARA DE PRESSUPOR QUE EU TÔ SAINDO COM ALGUÉM! - Gritou Nádia irritada. - Ele é só um amigo.
—Amigo igual Eduardo? - gesticulou Virgílio com raiva jogando a franja q caia nos olhos para trás.
—Olha não é hora pra DR. - Disse Stephanie ajudando a deitar Augusto no sofá. - Virgílio vá buscar um copo d'água.
O Indígena foi para cozinha batendo o pé.
—Eu não acho que alguém que acabou de desmaiar possa beber água. - disse Nádia já vasculhando a bolsinha lateral dela atrás de algumas poções para quando ele acordar.
—Não é pro seu amigo. - riu Stephanie preparando uma piada.
Nádia riu e disse:
—Levanta as pernas dele. O Sangue dele precisa circular melhor pra ele acordar.
A ruiva separou algumas poções energéticas que ela tinha reserva, e tirou um vidrinho e alguns curativos e começou a limpar o rosto dele usando uma gase e o produto.
— Que poção é essa?
—São uns vidrinhos de clorexidina que furtei do meu trabalho.
—primeiramente eu não faço ideia do que seja isso aí, segundo você é maluca menina???? - Stephanie arrancou o vidrinho da mão da amiga e completou - eu vou te arrumar o dinheiro e você paga isso.
—Isso é mertiolate, eles iam ser descartados por causa de uma rotulação danificada, eu achei errado descartar algo assim. Então peguei. - explicou Nádia dando de ombros.
—Eu preciso conversar com o cara pálida lá. Se eu não consigo te ensinar os preceitos do termo "demissão por justa causa" ele certamente vai conseguir.
—Ahh relaxa, qualquer coisa eu confundo minha chefe com um feitiço e fica tudo bem.
—Tudo... tudo bem? Ai minha nossa senhora da bicicletinha, não sei como você ainda não foi presa. - choramingou a amiga, quando Virgílio chegou coberto por uma espécie de gosma verde, segurando um copo d'água.
—Aqui está a água. - disse ele entregando o copo para Stephanie, que virou o copo d'água numa golada só.
— Eu ia dar para você se acalmar, mas no momento quem está precisando sou eu. - disse Stephanie entregando o copo vazio para Virgílio.
Nádia começou a rir, quando Stephanie repreendeu-a com um olhar assassino fazendo ela se calar.
— Você ainda vai me enlouquecer menina!
—Finalmente alguém que me entende! - exclamou Virgílio que foi repreendido em seguida com o mesmo olhar acuando de leve.
—O que aconteceu com você? - perguntou Nádia preocupada.
—Longa história. - respondeu Virgílio tirando a gosma por magia da camisa social.
—Temos tempo até Augusto acordar de novo.
—Uma aposta com Viny. - começou ele tentando limpar o cabelo. - ele vivia atrasando e eu reclamando, aí um dia eu disse que eu nunca me atraso, maldita hora que concordei com isso, aí ele apostou que se um dia eu me atrasasse eu teria que receber um banho de meleca sem reclamar ou reagir...
—Nádia... - Augusto sussurrou baixo interrompendo a história de Virgílio.
—Augusto! Você está diferente! O que aconteceu com você?
O fada se levantou com dificuldade e disse cansado:
—Perdi minhas asas em um combate contra fadas pesadelo. Preciso da sua ajuda, de novo.