Zoe's family. escrita por Jeongguk2


Capítulo 3
Capítulo III: Verdade vindo a tona.




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Acordei com a claridade batendo em meus olhos. Eu dormi a noite toda, e o sol já estava se pondo. Tardei a procurar um relógio no quarto, vendo um em forma de coração na estante.

Seis e doze. Pelo que eu me lembrava, as aulas começavam daqui vinte minutos. Então eu teria tempo de me banhar, esquecer um pouco e quem sabe acordar desse pesadelo. 

— . -

Desci as escadas; o ânimo estampado na minha face era pouco. Eu apenas forçava um sorriso para não parecer antipática. Mesmo que eu estivesse odiando esse mundo, eu não poderia ficar de grosseria. Até porque, para eles, eu ainda era a Zoe querida.

— Zoe! Acordou mais cedo que o comum... Já estava subindo com uma panela — Leona riu soprado, se virando para mim — Fiz panquecas e tem suco de morango na mesa, aproveite. Mamãe tá indo trabalhar, infelizmente não poderei te levar pra escola mas-

— Eu irei levar ela, pode ir, Leona. — Diana apareceu, com um semblante tedioso e se escorou na porta. — Coma tudo logo, pirralha, ou vai se atrasar. 

Ok. Eu tiro tudo que disse sobre a 'Diana' ser a mulher que conquistou meu coração, eu agora a odeio. Simplesmente por me chamar de pirralha. 

Fechei a cara, me sentando na mesa e colocando mel na panqueca, cortando um pedaço e saboreando o gosto. Estava gostoso, mas eu nunca admitiria em voz alta. 

— Você está estranha, pirralha. Não faz mais aquela voz irritante quando come uma comida de sua mãe, tampouco fala como eu estou. — Se sentou em minha frente, me encarando. — Eu gostei disso....

— Eu só não quero perder tempo falando besteira. Vou guardar minha saliva para coisas úteis. 

Seu rosto se transformou em uma surpresa, ela ficou totalmente espantada por minha resposta. Talvez a segunda Zoe fosse muito bobinha... 

— Certo. — Ditou, ficando em silêncio. Era tão bom, tudo quieto, apenas o canto dos pássaros... Terminei de comer e me levantei, colocando os pratos e talheres na pia, quando eu chegasse eu lavaria. Pelo menos assim eu passaria o tempo.

— . -

Estávamos a caminho da escola, eu apenas estava de cabeça baixa encarando os dedinhos dos meus pés que ficavam para fora. Eu não queria ir, eu já fiz aquilo mil vezes, eu não preciso fazer de novo. 

— Eu tenho realmente que ir? — Soltei de repente, fazendo Diana rir. Já virou costume todos rirem do que eu falo. 

— É o seu futuro, além de que você pode ser professora, é o sonho de sua mãe e- 

— Eu não quero isso. Eu não quero passar o resto da minha vida ensinando crianças imbecis como usar um poder, para fazer sabe-se-la-o-que, sendo que aqui sequer tem um campo de batalha! Por quê eu preciso fazer isso, se no final, eu vou me tornar igual minha mãe?! 

Eu estava tentando agir como uma pré-adolescente fútil, mas no fim, acabei desabafando e soltando tudo aquilo que estava preso dentro de mim.

Ficamos de cabeça baixa até o final do passeio, onde ela me deixou em frente á uma escola grande, cheia de crianças correndo e gritando. Suspirei, andando em direção á entrada, olhei pelo cantos dos olhos e vi a mesma balançando a cabeça e indo embora. 

Escutei alguém chamar meu nome e me virei em direção ao grito, me deparando com Annie sorridente junto de Lulu. 

— Oi, Zoe! Eu pensei em ir na sua casa te chamar, mas eu preferi ir na casa de Lulu, para ver se ela havia melhorado da gripe. — A ruiva disse, tentando parecer menos falsa. Ignorei a mesma e encarei Lulu, que estava brincando com um esquilo em seu ombro. 

Pelo menos isso, ainda permanece aqui. 

— Está tudo bem. Não precisa ficar indo atrás de mim toda hora... Eu estou bem. — Me virei novamente, indo em direção as portas de entradas. Escutei passos atrás de mim e novamente vi Annie sorrindo. Seu sorriso estava me irritando. 

— E-Então... você está diferente? — Todos falavam isso pra mim desde que eu pisei os pés aqui, já havia virado uma rotina. — Você quer ajuda no trabalho de Magos? 

— Não. Está tudo bem, Annie. Mas, eu quem lhe pergunto: você quer ajuda no trabalho? — De fato, eu era uma pessoa bastante debochada, e iria deixar marcado isso aqui. Vi o sorriso da mesma desaparecer e uma carranca se formar em seu rosto. Sorri vitoriosa. — Pelo que vejo, sim, então... 

— Não! Eu não preciso de ajuda de ninguém! Nunca na minha vida eu precisei, e não é hoje que eu vou precisar! — Eu fiz isso justamente por um fato: descobrir se Annie ainda tinha controle na sua personalidade. E pelo que vi, não.

Lulu riu baixo e entrelaçou seu braço no meu, e logo sinto o esquilo pular para meu ombro. 

— O nome dela é Pix. Ela gosta bastante de castanha, então, eu sempre trago umas aqui comigo. — A mesma disse, encarando as pessoas andando rápido e empurrando umas as outras. Acho que Lulu é a única pessoa com quem eu realmente vou gostar desse mundo...

— . -

— O cometa arcano é ótimo para o último golpe. Então, caso você estiver em uma batalha difícil, e finalmente conseguir derrotar seu inimigo, use o cometa arcano para dar um ponto final. Ele é ótimo para magos médios, pois até lá você já vai saber como soltar um. — A professora Orianna disse, com sua voz robótica e entediante. Eu já aprendi isso umas mil vezes, e terei de aprender de novo, o que eu fiz pra merecer isso? — Agora... vocês sabem me responder, qual é um talento ótimo para magos iniciantes?

A sala ficou em silêncio, e eu ri por dentro. Como ninguém sabia daquilo? Estávamos em que? Segundo ano? Levantei minha mão, confiante: — Aery. 

Vi Orianna sorrir, como se esperasse por aquilo. 

— Correto, Zoe! Esperado da representante da classe. — Oh, eu não sabia disso... Então, a segunda Zoe é esperta o suficiente? Eu duvidei demais da capacidade dela. — Aery é disponibilizada para todos os magos iniciantes, em uma batalha difícil, ela da o último golpe no inimigo, a cada 10 segundos. Ela tem três evoluções, e evolui com seu próprio invocador. 

Bufei, umas duas, três, quatro vezes. Aquela aula estava me dano nos nervos. 

— Agora, para magos assassinos, nós temos o carrasco, ele serve para- — Orianna é interrompida pelo sinal da escola, indicando o intervalo. Suspirei em alivio, me levantando e indo para a cantina. 

Estava na fila, esperando a moça da cantina me dar meu lanche, assim que eu fui a escolhida, vi que era Camille. Sua carranca no rosto era perceptível, e eu ri internamente. 

— Eu quero, pro favor, uma caixinha de leite integral e dois bolinhos de morango. — Pedi, tentando ser gentil, e ela me entregou, quase jogando na minha cara. Me virei em direção ao centro da cantina, vendo gente de todos os tipos conversando alto, rindo e se divertindo. Vi Lulu quieta num canto, com Pix, e logo me aproximei da mesma sorridente.

— Oi, Luluzinha. — Eu admiti para mim mesma, que teria de ser como a segunda Zoe. Eu não podia estragar a reputação dela, e ela não poderia estragar a minha. 

— Pare de forçar a barra, Zoe. — Ela ditou, me fazendo encarar com o semblante confuso. — Eu sei que você não é a verdadeira Zoe.


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