A Proposta escrita por Maria Ester


Capítulo 5
Capítulo 5




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Cecília foi até a porta de entrada do apartamento, onde do lado de fora, esperava Dulce Maria. Ao abrir, reparou que ela tinha se sujado um pouco.

— Oi tia Cecí, voltei, ta chuviscando e é ruim brincar sozinha. – Reparando o homem na pequena sala – boa tarde senhor.

Dulce mudou o semblante quando avistou Gustavo no fundo da sala e se aninhou ao lado de Cecília. Antes que Gustavo dissesse algo, Cecília se antecipou.

— Meu amor, esse é um amigo meu. – Ela não queria mentir para a menina, Dulce não merecia isso. – Dulce, melhor dizendo, ele é meu futuro ex-marido, você entende?

— Mais ou menos, mas fico feliz, pensei que era alguém que iria me levar embora.

— Está tudo bem, ele tem essa cara emburrada, mas é bonzinho.

Dulce riu, sem tirar os olhos do homem.

Gustavo ficou impressionado com a beleza da menininha e como ela olhava para ele com aquele olhar curioso de criança. Ele riu para ela e percebeu no ato a ligação dela com Cecília. Só o simples fato de vê-lo ali, já deixou-a em alerta para uma possível separação entre ambas. Decidiu não se intrometer, não queria vínculo com a criança, já que seria passageiro em sua vida, ela não merecia isso, era só uma criança e não tinha culpa dos assuntos mal resolvidos dos adultos ali presente.

— Cecília, preciso ir, volto a te contatar mais tarde, quando você já tiver uma resposta para me dar.

Dulce continuava a lhe olhar, como se quisesse saber de algo, mas como uma menina madura que era, decidiu que iria deixá-los sozinhos.

— Tia, eu posso ir pro seu quarto vê televisão?

— Que tal você ir primeiro para o banho? – piscou para ela – ai depois você pode assistir um desenho.

— Tudo bem. – Olhando para Gustavo, ela deu um sorriso meio encabulado e um tchauzinho com as mãos – Com licença.

Gustavo apenas riu, se perguntando porque não conseguia falar com ela, seria pelo fato de fazer isso com Cecília? Não, definitivamente não, ele não estava fazendo nada além de querer de volta o que era seu por direito, sua esposa, em sua cama, o tempo que durasse os tramites legais do processo de adoção, e para isso, ele seria capaz de qualquer coisa, até mesmo dar seu nome a uma criança que ele mal conhecia.

— E aí, Cecília, negócio fechado? – Estava contente por ouvir sua voz de volta ao normal. Jamais demonstraria fraqueza diante dela. – Minha autorização perante o juiz, a menina com o sobrenome Dos Santos Lários e uma boa quantia para garantir-lhe o futuro em troca de quatro meses na minha cama?

Quatro meses. Certamente bastaria para superá-lo em definitivo.

 Ela ergueu o rosto, soltando fogo pelas ventas:

 – Sim, aceito seus termos. Mas com a condição: continuarei a trabalhar depois do fim das férias escolares e Dulce não ficará sabendo desse acordo.

— Nem me passou pela cabeça conta-la. – O que ela pensava que ele era? A ponto de achar que ele iria jogar a criança contra ela. – Preferiria que você estivesse sempre a minha disposição, mas gosto de saber que você está trabalhando.

Era verdade, ele sempre acreditara no potencial dela e se orgulhava da mulher independente que não deixava se abater com os problemas que precisou enfrentar no passado, junto da irmã.

— Antes de vir aqui Cecília, falei com Cristóvão, essa autorização sai até a próxima segunda.

— Então terá que esperar até lá para poder tocar em mim.

— Você não está em condições de exigir nada.

— Claro que estou. Pode ir correndo para a sua namoradinha se não aguentar esperar essa semana.

— O relacionamento acabou. – Nem sequer havia começado.

Ela deu um sorrisinho, num tom que parecia de escárnio, mas era uma expressão evasiva, seguida de um ar de desprezo ao qual já estava se acostumando. Mais uma semana? Seria delicioso esperar. Conhecia bem sua esposa e o quanto era uma criatura sexual. A química entre eles estava intensa como sempre, ou até mais. Após uma semana vivendo juntos, Cecília imploraria para que ele a agarrasse. Ele havia esperado quase dois anos. Uma semana não seria nada.


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