A Proposta escrita por Maria Ester


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Minha gente, a história está na reta final.
Se eu estende-la, vai ficar repetitiva e chata.
E nem eu, nem vocês queremos que isso aconteça, não é mesmo?
Devo escrever mais uns dois capítulos, contando com o epílogo.
Mas calmem, não vamos sofrer por antecipação.
Logo terá, mais história tão boa quanto!

Não esqueçam de comentar o que acharam do capitulo.

beijinhos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/749088/chapter/28

O almoço já estava na mesa quando Cecília decidiu ir ver como Dulce estava.

Ao entrar no quarto, reparou que a cama estava vazia.

Procurou-a no banheiro, sala, cozinha, piscina, casa inteira e nada de Dulce.

Bateu o desespero.

Cecília chorava pensando mil e uma coisas a respeito do que se passava na cabeça da menina.

A essa altura, Gustavo que estava no escritório de casa resolvendo problemas da empresa, já estava à procura de Dulce também. Estava bem preocupado.

Mas consciente que ela devia está em algum lugar da casa.

Não havia possibilidade de ela ter saído. Aquela casa era uma fortaleza e havia seguranças para todos os lados. Mas nenhum sabia de Dulce.

 Deus, onde Dulce havia se metido?

Até que Cecília e Gustavo lembraram junto de um lugar que não procuraram e a possibilidade era grande de Dulce estar lá.

O Canil de Rox.

Foram até o local, mas nada havia.

— Meu Deus, Gustavo a nossa filhinha sumiu. - Cecília chorava.

— Meu amor, calma, nós vamos encontra-la, eu te prometo. – Abraçando-a, tentando passar uma força que ele não sabia de onde tirava, pois estava tão desesperado quanto ela. – Mas se acalma Cecília, não é bom para o bebê.

Sem nenhuma palavra Cecília, saiu, atravessou o hall da sala e subiu as escadas indo em direção ao quarto de Dulce.

Deu uma olhada no quarto como se procurasse por alguma pista.

Nada encontrara, então deitou-se na cama da menina, abraçando o travesseiro, inalando o cheirinho da filha.

"Concentre-se, você deve pensar onde ela iria!", dizia a si, procurando entender o que se passava na cabecinha da menina.

Enquanto Cecília tentava de alguma forma pensar em algo. Gustavo fazia ligações que pudessem lhe ajudar na busca por Dulce.

“Não havia possibilidades de ela ter saído de casa, o único automóvel que entrou na residência naquela manhã, foi o da empresa. Não tinha como ela ter saído.” – Gustavo repetia para si mesmo.

O chuveiro serviu para acalmá-lo um pouco, e só se lembrou de que Rox não estava no canil, quando já estava se vestindo.

Por um tempo, Cecília apenas permaneceu na cama de Dulce, tentando acalmar sua respiração acelerada, tentando dizer a si mesma que tudo ficaria bem...

Mesmo que realmente não acreditasse nisso. Podia ouvir o tique-taque do relógio, sentir o ar úmido e pegajoso, e percebeu que estava presa ao medo, como sempre estivera no passado.

O medo, seu grande amigo.

Olhando para seu relógio de pulso, Cecília viu que somente poucos minutos haviam se passado! Deixou as lágrimas rolarem e quis chorar e socar as paredes com os punhos... para extravasar aquela terrível dor dilacerante que apertava seu coração.

Sua respiração estava presa na garganta e uma sensação de que as paredes estavam se fechando ao seu redor a envolvia... E Cecília soube que tinha de sair dali, e ir atrás do bem mais precioso que ela tinha.

Gustavo e Cecília desceram a escada juntos e fizeram com que todos funcionários vasculhasse a casa.

Ao retornarem no canil para procurarem pistas de Rox, ouviram um latido vindo do depósito de registros físicos antigos da empresa.

Eu não costumo deixar esse depósito aberto.— Gustavo pensou

Mas estava, e antes de entrarem, ouviram a vozinha de Dulce, que chorava tanto que soluçava, como se estivesse conversando com alguém.

Foi só ao entrarem que a viram de joelhos orando, com o cachorro ao seu lado.

— Deusinho, dói muito ficar sem meus papais. Permita que eles não me esqueçam.

Ao ouvir aquela pequena súplica, Cecília que já chorava por desespero, agora chorou, por amor, compaixão e raiva.

Raiva por ter que submeter a filha a aquele medo, aquela insegurança.

Raiva das pessoas que a fizeram mal.

Raiva do mundo, que diversas vezes era injusto...

Dulce espantou-se ao ouvir o barulho deles.

Levantou-se e caminhou em direção a Gustavo que estava ao lado de Cecília.

— Desculpa papai, por ter trazido o Rox aqui, sei que também não devia ter vindo. – Seu rosto estava vermelho de tanto chorar e ela secava as lágrimas que insistiam em cair, tentando esconder o choro. – Toda vez que quero falar com Papai do Céu, eu venho aqui, porque é bem silencioso e calmo.

Cecília a pegou no colo e a abraçou com força, e Dulce se aninhou a ela.

Gustavo nada respondeu a ela e decidiram retornar a casa e conversa no quarto do casal.

Ao chegarem, os três sentaram-se na cama. Dulce tremia, Gustavo encostou-a em seu peito e começou a falar.

— Filha porque você sumiu desse jeito? Ficamos muito preocupados. Olha o estado da sua mãe, ela não pára de chorar. Agora é de alegria, mas antes de te acharmos, estávamos todos desesperados com medo de ter acontecido algo grave.

— Me desculpem, não foi minha intenção fazer você chorar mamãe. – Pegou a mão de Cecília e fez carinho. – Não chora, por favor. Eu só queria orar, desde quando eu encontrei aquele lugar brincando com Rox, eu uso ele para conversar com Papai do Céu.

— Tudo bem, meu amor, agora eu estou chorando de felicidade, porque achamos você.

— Filha, agora me conta. Porque você chorava e pedia para Papai do Céu que fizesse com que a mamãe e eu não esquecêssemos de você?

Dulce estava com os cheios de lágrimas de novo.

— Papai, eu estou feliz por vocês, de verdade, eu estou mesmo. Mas eu sei que esse neném é o único filho que vocês têm. – Dulce agora mergulhava o rosto no peito de Gustavo e soluçava chorando e falando. – Eu sei que não sou filha de vocês. Se ele não gostar de mim, eu vou ter que ir embora. E eu não quero ficar longe de vocês. Vocês dois são as pessoas que eu mais amo e confio no mundo e dói demais ter que ficar longe de vocês.

Cecília mesmo chorando tentou se manter calma, pois Dulce precisava de estabilidade emocional também, e ela como mãe deveria ser exemplo. Pegando a menina no colo e massageando a cabeça dela em forma de carinho, disse;

— Meu amor, isso nunca irá acontecer. Você é nossa filha sim. Você pode não ter nascido da minha barriga, mas nasceu do meu coração. E isso é o que mais importa.

— Dulce, nada irá fazer com que nós nos separemos de ti. O que nos une é o amor que nós temos. Nós podemos ter mil filhos, mas se não tivermos você, a nossa filha, a nossa Dulce Maria, a nossa família não estará completa.

— Meu amor, nós te amamos demais. Dulce, eu não viveria sem você. Tudo que eu tenho de mais precioso nessa Terra está aqui nesse quarto, que é você, seu pai e seu irmãozinho ou irmãzinha que está por vir.

— Eu amo vocês também, demais. Mas se o bebê não gostar de mim? Eu não posso tomar o que é dele. Os papais dele ou dela, a casa, os brinquedos. Isso tudo aqui é dele e não meu. E eu nem me importo com isso, também não me importo de não ter mais nada. O que eu me importo de verdade é com o amor de vocês, é só o que eu não quero perder.

— E não vai filha, a mamãe e eu vamos ser de vocês dois. E iremos amá-los igual, porque quando amamos não há divisão e sim uma extensão. Pára com esse medo bobo. Seu irmãozinho ou irmãzinha vai te amar demais e vai te ter como referência, porque você é a melhor pessoa que existe, não tem como não te amar.

— Minha princesa, esse irmãozinho ou irmãzinha que estar por vir vai te amar muito, porque eu sei que você vai ser a melhor irmã do mundo. E ele tem muita sorte de te ter na vida dele, porque ele ou ela vai aprender contigo todos os teus valores.

— Mamãe, eu é que tenho muita sorte de ter encontrado vocês. E eu também vou amar meu irmãozinho demais e vou ajudar a cuidar dele, dar muito amor e carinho, assim como vocês fazem comigo. Muito obrigada por terem me escolhido e me amado mesmo sem eu não ser nada para vocês.

Gustavo não se conteve e chorou, pela primeira vez deixou transparecer para elas, o choro. Abraçando-as.

— Pelo contrário, você é e sempre será tudo para nós. Minha filha, nós que agradecemos por você fazer parte de nossa vida. – Limpando as lágrimas e acalmando mais aquele choro que era um misto de alívio, dor e amor. - Sabe, não fomos nós que te escolhemos, na verdade você foi enviada por Deus, e sem você, nossa família não existe. – Olhando para as duas, Gustavo acariciou o rostinho de Dulce e deu um beijo em Cecília. – Eu amo vocês.

— Nós também te amamos. – Cecília e Dulce falaram em conjunto.

E por muito tempo continuaram ali, os três, abraçados como se o tempo tivesse parado. E poderia até parar, não importava, pois, o mais importante, estava ali naquele quarto, em cima da cama, transbordando amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Proposta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.