A Proposta escrita por Maria Ester


Capítulo 19
Capítulo 19




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— Vamos papai, a mamãe já está nos esperando. Vamos.

Gustavo ainda estava tentando se acostumar com essa palavra “papai”. Era lindo ver Dulce o chamando de papai.

— Calma Dulce, ainda tem tempo.

Estavam prontos para passar o feriado prolongado na praia. Dulce que já tinha tirado a tipóia do braço e estava pronta para aprontar de novo, não conhecia o mar e estava empolgadíssima com a novidade. Passara toda a semana sonhando com essa viagem. Não existiam dúvidas que seria especial, os três criaram um elo entre si, era um amor inexplicável por aquela criança.

— Pronto meu amor, vamos La!

— IUUUUPI

Cecília esperava por eles na Escola, já pronta para a viajem também.

Era uma sexta feira, voltariam na terça feira. Quatro dias e quatro noites, aproveitando a companhia um do outro.

Gustavo tinha uma casa no litoral, era pouco usada e não tinha muitos funcionários, somente os necessários, que estariam à espera do patrão.

Ao chegar à escola, Cecília já estava à espera, excitadíssima, mal via a hora de ver a carinha de Dulce ao ver aquela imensidão que era o mar.

— Enfim vocês chegaram, já estava pensando que tinha acontecido alguma coisa. – Entrou no carro e passou o cinto. – Está tudo bem?

— Sim mamãe, meu pai demorou um pouco a chegar em casa.

— Houve um probleminha na empresa que tive que resolver antes de sair. – Olhou para Cecília e piscou. - Agora sou todo de vocês.

— Nossa Dulce, você reparou quanta honra a nossa?

— Mamãe, mas ele sempre foi só nosso. De mais ninguém, não é papai?!

— Com certeza minha filha.

Cecília queria mesmo que fosse verdade, queria ter a mesma certeza que Dulce tinha. Ela não sabia quando, nem como, mas sabia que tinha acontecido, voltou a se apaixonar por Gustavo. Na verdade, nunca tinha o esquecido, só reacendeu a chama que estava apagada em algum lugar do seu coração. E tremia ao pensar no dia que iriam se separar de vez. Pensou em Dulce, tão pequena.

Pensou nesse tempo que estavam passando junto, desde o dia que Dulce os chamou de pai e mãe, o convívio ficou ainda mais leve. Ela conheceu um Gustavo pai, que educava, dava amor, carinho e bronca quando necessário.

Cecília achou graça ao rememorar o dia em que Dulce passou cola na cadeira das malvadinhas e foi descoberta pela Madre. Gustavo não sabia se ria ou se ficava sério, quando Cecília lhe contou. O pai dele jamais admitiria tal comportamento, mas Gustavo não era igual o pai, nunca, ele não aceitava. Chamou atenção da menina e deixou-a sem desenho e sem passeio por uma semana.

Ao chegarem já era noite e Dulce já estava dormindo, Gustavo levou-a para um dos quartos que ficavam ao lado da suíte máster. Ela nem se mexeu enquanto Gustavo lhe botava um pijama.

Cecília aproveitou para descer com algumas coisas e tomar um banho. Tirou a roupa e foi em direção ao banheiro do quarto, ligou o chuveiro e estava se ensaboando quando se espantou com o abrir do Box, era Gustavo, completamente nu.

— Acho que também preciso de um banho. - roubando-lhe o sabonete e colocando de volta no suporte. – Vamos aproveitar para tomar um banho completo.

Gustavo envolveu sua mão no rosto dela e beijou-a sem pensar no tempo e no espaço, somente na mulher a sua frente. Ele acariciou-a descendo a mão até chegar aos seios e segurou o direito.

Cecília ansiava por mais contato, podia sentir a pulsação entre suas pernas.

Quando Gustavo a abraçava, ela esquecia de que ele não gostava dela, estava apenas a fazendo pagar por ter negado um filho a ele, mas se essa era a moeda de troco, ela estava adorando o pagamento.

Gustavo gostava de sexo, não gostava de preliminares ou do aconchego após o ato. Ele era distante, atuava, embora suas amantes nunca soubessem. Mas ao conhecer Cecília, tudo mudou, adorava as preliminares e excitava-se apenas com o prazer dela.

Ele acariciou-a até fazer seu pescoço inclinar-se para trás e mordiscar-lhe o lábio inferior.

Ali embaixo da água, fizeram amor, um amor frenético e surreal. Ao terminarem o banho, desceram para a cozinha, para comerem algo.

Gustavo estava sentado na mesa redonda da cozinha, enquanto Cecília preparava alguns sanduiches pros dois.

Foi um lanche onde ambos deram comida um na boca do outro. Conversaram sobre tudo e sobre nada.

Ao se levantar da mesa, Cecília passou por Gustavo e ele a segurou pelo braço fazendo-a sentar em seu colo.

— Eu estava com saudade. – Beijou de leve seu pescoço, passando a mão pela nuca dela. – Senti sua falta.

— Gustavo, você me olha todo santo dia. - E noite, pensou ela.

— Eu estava com saudades de ficarmos assim, juntinhos, sem nada em volta, esquecer do mundo. - Beijou-a. – Precisamos fazer isso mais vezes.

Cecília nada disse, apenas o beijou, tentando não transparecer seus sentimentos.

Foi o que precisou para reacender a chama.

Não se demoraram na cozinha, subindo os degraus com tamanha rapidez.

Agora o sexo foi lento, ditado no ritmo dela e quando terminaram, estavam exaustos e aninhados um ao outro.

Um pouco antes do amanhecer, houve uma batida na porta, que acordou Gustavo. Era Dulce, que por pouco não os pega pelados sobre a cama.

Ela entrou com o consentimento de Gustavo. Cecília que tinha o sono mais pesado, ainda dormia.

—Meu amor, ainda é madrugada. – pegando-a no colo. – O que aconteceu, caiu da cama?

— É que eu acordei e não consegui mais dormir, estou com um pouco de medo.

— Uma menina tão corajosa como você? Não acredito.

— Pois acredite papai, estou falando sério.

Cecília acordou e viu Gustavo com Dulce no colo.

— O que aconteceu? – Sentando na cama e passando a mão sobre o rosto. – Está tudo bem Dulce?

— Sim mamãe, só estou com um pouco de medo. Queria ficar aqui com vocês. Eu posso?

— Tudo bem meu amor, deita aqui do meu lado. Vamos dormir juntinho.

Gustavo a colocou na cama entre eles e deitou-se também.

— Agora sim, nada pode me acontecer, estou no meio das pessoas que mais amo no mundo.

— Nós também te amamos muito filha. Agora dorme que está prestes a amanhecer e nós não podemos nos atrasar, o dia será especial.

— Dorme bem meu amor.

Dulce já caíra no sono outra vez, com Cecília fazendo cafuné em sua cabeça.

Gustavo não deixava transparecer a pequena, mas ansiava por momentos assim, em que ela buscava proteção na cama deles durante a noite, era um circulo vicioso, em que uma vez que ele entrou, não conseguia mais sair, estar com Cecília e Dulce ali, naquela cama, em família, era tudo de mais importante que ele tinha na vida. Nada mais importava.


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Notas finais do capítulo

Espero compensar o atraso postando duas por dia.
Está na reta final da história e espero realmente que vocês estejam gostando. Comentem, se gostaram ou não do capítulo.

Vocês sabem que me adoram!

Beijinhos!



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