A Proposta escrita por Maria Ester


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeeeeeeente, demorei, mas enfim estou aqui.



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Dulce estava na piscina com Gustavo enquanto Cecília revisava alguns planos de ensino.

Era um sábado lindo em Doce Horizonte. Dulce ainda estava aprendendo a nadar, só confiava em Gustavo para aquele aprendizado.

O tempo estava passando muito rápido, ele rememorava, não queria pensar naquilo. Talvez se continuassem desse jeito, com um pouco de esforço no relacionamento. Daria certo. A verdade é que Gustavo não estava preparado para dizer adeus a suas meninas.

— Tio, piscinas podem ter tubarões? – Dulce falou se agarrando a ele dentro d’água.

— Só se eles forem colocados nas piscinas, por exemplo, em aquários.

— Nossa, e esse aquário é grande?

— Eu posso levar você para conhecer um, que tal?

— Eu ia adorar. – Falou indo para área rasa, que dava acesso ao deck. – Vou sair, estou ficando com frio.

Cecília observava tudo da janela. Como era lindo de ver a cumplicidade deles dois. Dulce o amava, sabia que da parte de Gustavo, era recíproco, isso lhe trazia a paz de saber que Dulce sempre teria o amor de um pai. E ao mesmo tempo, era desesperador pensar no dia em que os separariam.

Não que fosse uma separação de fato, mas as rotinas mudariam o convívio não seria mais o mesmo. Pensou em Dulce, tão nova e tendo que conviver com mais uma frustração em sua vida. Pensou em como ela se sentiria.

Paciência, tudo iria se resolver.

Dulce foi para o banheiro, tomar banho e tirar a roupa molhada, Gustavo fez o mesmo.

Ao chegar no quarto, Gustavo encontrou Cecília adormecida sobre uma pilha de papeis que se encontravam em cima da cama deles. Ela não o ouviu chegar e nem tirar os papéis que estavam sobre ela. Ao retornar do banho, Gustavo deitou-se ao lado de Cecília e  aconchegou-se, aninhando-a ao seu peito, deu-lhe um beijo suave na testa. Cecília não acordou, o cansaço da semana estava pesando naquele momento.

Cecília merecia esse descanso, afinal, trabalhara duro, dava conta de tudo sozinha, mesmo com as intervenções dele em seus negócios que estavam cada vez mais escassas, pois ela não gostava de suas interferências. Gustavo adormeceu, estava em paz como a muito tempo não estava. Tinha uma família, mesmo que temporária.

Acordaram um tempo depois com um grito de desespero de Dulce, seguido de alguma coisa caindo sobre o chão e correram pro quarto. 

Ao chegarem na porta do quarto dela, Dulce estava sentada no chão segurando seu braço direito que estava inchado. Encontraram uma cadeira caída e uns livros grossos sobre o chão.

— Meu amor, o que aconteceu? – Cecília perguntou enquanto Gustavo levantava Dulce sobre o colo e a levava para cama. – Seu braço ta inchado.

— Papai, Mamãe, me desculpe. – Dulce falou em meio ao desespero. – Meu braço esta doendo muito.

Gustavo olhou para Cecília, era a primeira vez que Dulce os chamava de pai e mãe. Tentando emitir um silencioso “fique calma e não fale nada”, que Cecília entendeu e nada falou a respeito.

— Calma meu amor, me fala o que aconteceu. – Deitando-a na cama enquanto pegava seu celular. – Eu vou ligar para o médio examinar seu braço, mas fique calma.

— Eu estava tentando colocar um lençol sobre o abajur da lâmpada daqui de cima da cama, ai eu coloquei a cadeira e esses livros para eu subir e alcançar o abajur, mas desequilibrei e caí. – Olhando para Cecília. – Mamãe, ta doendo muito. 

— Calma tudo vai ficar bem. – Deitando-a em seu colo. – Fica quietinha sem se mexer, para não doer mais.

— O médico já está vindo.

Gustavo sentou ao lado de Cecília e Dulce que estavam deitadas na cama, ficaram ali por um bom tempo em silencio, tentando passar o máximo de calma para Dulce.

O médico assim que chegou, examinou-a, havia uma pequena luxação. Ele colocou nela uma tipoia, passou alguns analgésicos para dor. Quando o médico foi embora, Dulce não sentia mais dor e já não chorava mais, tinha adormecido.

Gustavo estava ao lado de Cecília, sentados na cama zelando pelo sono de Dulce.

— Gustavo, ela me chamou de mamãe, você tem ideia do que isso significa para mim?

— Ela me chamou de pai também, te confesso que fiquei tão tocado quanto você.

Dulce acordou com eles ao seu lado, sentados na cama. Seu rostinho estava preocupado. O que será que eles iriam fazer?

— Desculpa, não foi minha intenção fazer essa bagunça aqui no quarto. Eu só queria fazer uma cabaninha para brincar. – ela sentou na cama, meio sem jeito por causa da tipoia. – Eu prometo que arrumarei tudo e nunca mais faço isso.

Com o dedo indicador, Cecília levantou o rostinho de Dulce que estava baixo e a encarou com carinho;

— Meu amor, você acha mesmo que aqui tem alguém se importando com essa bagunça? Nós estamos preocupados é com você. – Encostando-a em seu peito, abraçando-a. – Você poderia ter se machucado muito feio, não faça mais isso sem nos pedir ajuda.

Gustavo que estava ao lado delas, acariciou o rosto de Dulce e a disse com carinho.

— Não iremos brigar com você por causa disso. Dessa vez. Sabemos que não foi sua intenção, mas veja só o que aconteceu, você se machucou e nós ficamos preocupados. Meu amor você precisa confiar mais em nós.

— Eu cofio, confio muito, na verdade são os únicos adultos em que confio. Desculpe, eu prometo que juro que da próxima vez, eu peço ajuda.

Cecília olhou para Gustavo que entendeu o que ela queria dizer, apenas com o olhar.

— Dulce, que tal a mamãe e o papai fazerem uma cabana com a sua ajuda?

— Sério? – Dulce olhou para eles com um sorriso no rosto. – Sabe. Quando eu caí, só pensei em vocês, queria estar com vocês. Fiquei com tanto medo que nem lembrei que vocês gostam que eu os chame de tios, só queria vocês ali, meu papai e minha mamãe.

— Meu amor, Cecília e eu gostamos mais que você nos chame de papai e mamãe, porque você é nossa filhinha linda e nós te amamos muito.

—Eu também amo vocês, muito!

Eles se abraçaram por um bom tempo, sentindo e transmitindo o amor e a tranquilidade de uma família.

Cecília teve a ideia de montar a cabana que Dulce tanto queria ali. Gustavo foi a peça principal desse projeto, era quase um engenheiro de cabanas de lençol.

Brincaram, contaram histórias, cantaram, ficaram apenas deitados, durante muito tempo dentro da cabana, só viram que o tempo passou porque a noite caiu.

Pediram pizza para o jantar, ficaram acordados até bem mais tarde que de costume, o dia foi tão intenso que os cansou. Nada mais importava naquele momento, a não ser Dulce e os dois adultos ali presentes.


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Notas finais do capítulo

Espero compensar o atraso postando duas por dia.
Está na reta final da história e espero realmente que vocês estejam gostando. Comentem, se gostaram ou não do capítulo.

Vocês sabem que me adoram. Beijinhos



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