Star vs Coelhos Vampiros escrita por TopsyKreets


Capítulo 2
Correr para Viver




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Star vs Coelhos Vampiros

 

Mesmo sabendo que cedo ou tarde os coelhos voltariam, Star e Marco tiraram alguns instantes para tentar entender a “My Little Pony” flutuando, na frente deles.

Sem corpo.

 

Respirando fundo, a jovem decidiu tomar um passo à frente e tentar.

Não tinham mais nada a perder.

 

A não ser a vida, evidentemente.

 

— Eu sou Starla Pines, herdeira exorcista do clã da borboleta.

Esse é o Marco, meu namorado.

 

Ele voltou a encarar Star, mais confuso do que nunca.

Se é que isso é possível.

— Como é? Eu nunca concordei....

— Sério – Interrompeu Star – Achei que já tínhamos chegado num acordo.

— Não, nós nunca....

— Será que podemos conversar sobre isso depois?

De preferência não na frente do pônei.

— Ei! – Bradou a cabeça – Princesa Cabeça-Pônei.

Sou da realeza, querida!

— Okay – Concordou Star.

Justo. Invocamos vossa majestade porque precisamos de ajuda.

Podemos pagar.

 

Vasculhando dentro da mochila, a exorcista retirou uma barra de chocolate e apontou para a princesa.

— Acha que o meu preço é tão baixo e ordinário?! – Provocou Pônei.

Me comprar com uma barra de chocolate?!

— Duas barras, então.

 

Ela piscou para Star.

— Melhorou.

 

....

 

E enquanto devorara com vontade suas duas (merecidas) barras, ela ia dando uma ideia geral das criaturas que o (suposto) casal estavam enfrentando.

 

— Coelhos vampiros são irritantes. Voam, sugam sangue.

Cheiram cocaína enlouquecidamente. Mesmo assim, são bons para animar festas....

— Queremos saber como mata-los! – Insistiu Marco.

— Já tentaram cocaína?

 

Os dois deram e ombros e acharam melhor não alimentar a ideia.

— Tudo bem – A princesa continuou – Então vamos do modo clássico.

Vocês precisam de ouro. E fogo. Ao mesmo tempo.

Lança flamejante, flecha em chamas, algo assim.

— Droga! – Berrou Star – As flechas de ouro ficaram na outra mochila!

Espera – Disse Marco – Você anda por aí com flechas de ouro maciço?

— Achei que trazer o porrete para a escola seria o bastante.

Alguma ideia?

 

E inacreditavelmente, contrariando tudo o que fosse são, ele teve mesmo uma.

Uma parte do rapaz queria ajudar e não parecer um completo molóide na frente da Star.

 

Outra parte queria entende-la.

 

— Tenho uma sugestão.

Mas precisamos chegar até a sala do diretor.

— Pra quê?

— Pra conseguirmos bebidas.

— Gostei do plano! – Disse Cabeça-Pônei, quase engasgando com o chocolate – Doces e álcool! Agora sim é uma festa!

 

....

 

Voltando a andar pelos corredores, o trio ainda tinha algum tempo antes que os coelhos retornassem.

A sala não estava longe e, considerando que teriam que arrombar a porta, era uma tarefa simples.

 

— Por que você quer tanto um namorar comigo? – Perguntou Marco.

Quero dizer, você nem ao menos me conhece....

— Você é esperto, fofo, tenho uma queda por medrosos.

E é o único que está de pé.

— Tudo bem – Ele respondeu – Concordo.

Mas mesmo assim. Por que essa pressa?

 

Pela primeira vez, a exorcista tirou o olhar de confiança do rosto.

Em seu lugar, surgiu medo e um pouco de insegurança.

— Eu nunca.... Tive um.

— Namorado?

— Ou amigos. Ou colegas.

Não da minha idade.... Ou da minha espécie. Cães e demônios não contam.

Mas eu sempre vi na tv e li em mangás que o colégio é um lugar mágico.

E seja que for o seu namorado, não importa se ele seja medroso ou não, vai ser o amor da sua vida.

Não importa o que aconteça. Desde de que os dois estejam juntos, eles vão superar tudo.

— Tá tirando sua noção de realidade, namoro e escola, se baseando em mangás e séries de tv?!

— É tudo baseado em fatos reais.... Não é?

Quero dizer, tudo que eu li em fanbases e hentais, é tudo real, né?

 

Ele notou o tom de voz da moça.

Ela não estava brincando. Era um olhar de sincera confusão e angústia.

Foi naquela hora que Marco percebeu que a Star só queria o que todo o adolescente quer, mas poucos conseguem:

Que a escola fosse especial, e fizesse sentido.

Talvez por isso, ele não conseguiu dizer a verdade.

 

Pelo menos, não ali.

Não agora.

 

— Acho melhor a gente se concentrar nos coelhos, primeiro.

Depois eu prometo que a gente senta e conversa.

Combinado?

 

Ela sorriu em resposta, estendendo a mão.

E ele segurou, sem pensar duas vezes.

Por um momento, a felicidade voltara para ambos e, se não fosse pelos Bunnyculas, teria sido um momento ainda melhor.

 

....

 

Quando finalmente chegaram a sala, Star se preparou para arrombar a porta, enquanto a princesa dos pôneis aproveitava a pausa para trocar umas palavras com o menino.

— Uau – Começou a Princesa – Ela é meio tapada, mas tem bom coração.

E você podia ter acabado com o mundo dela e não o fez.

— Pois é.

— Gostei. Mandou bem, Romeu.

Ele deixou uma risada de leve escapar, ao passo que ela continuou.

— E ela lê hentais.

Parece que você vai perder a virgindade antes dos trinta, garotão.

Bom pra você!

 

O rapaz teve que engolir o “vai se ferrar” garganta a baixo, pois naquele momento Star conseguira destrancar a porta.

Entrando na sala do diretor, eles seguirão para a porta adjacente atrás da mesa.

 

Virando a maçaneta, os três se viram na incrível coleção de garrafas de vodca, whisky e vinho que fora apreendida dos alunos, em mais de uma década.

Marco apontou para algumas, em particular.

— Isso serve?

— Deve servir – Respondeu Pônei.

— Ótimo – Disse Star.

Vamos lá matar a gangue do Pernalonga.

 

....

 

Passaram mais algum tempo, até que eles aparecessem, de novo.

Tanto a exorcista quanto a pônei deram bons argumentos para que Marco se voluntariasse de isca, mas quando chegou a hora decisiva, ele já não parecia mais tão confiante.

Quando os coelhos vampiros viram Marco, já sabiam o que fazer.

 

Um detalhe crucial (que cabeça-Pônei não contara), era que esses bastardinhos, lindos e brutais, aprendiam rápido.

Muito, muito rápido.

 

Assim que viram o mesmo rapaz da biblioteca, tiveram um pensamento coletivo.

O mesmo ataque, seguidamente, não faria sentido algum.

 

E pensando nisso, a horda de coelhos assassinos se juntou.

Centenas deles. Numa rajada negra e veloz, eles se uniram, formando uma única criatura.

Um coelho enorme. Com asas gigantescas. Babava sangue e raiva.

E, embora o sangue fosse colorido, já não era mais uma visão de fofura.

 

Através de um dos walkie talkies que Marco também fizera questão de surrupiar da sala do diretor, ele descreveu a cena para Star, com esperanças de que a exorcista em treinamento tivesse alguma ideia melhor do que o plano atual, já que a situação mudara drasticamente para pior.

— Mantenha o plano – Ela respondeu – Eu cuido do resto.

— Quer dizer, correr apavorado como se a minha vida dependesse disso?

— Exato.

— Não gosto desse plano.

— Eu gosto – Disse Star – Não estou correndo perigo.

É melhor começar a se mexer, amor.

— Eu.... – Gaguejou Marco – Eu.... Não consigo.... Tô paralisado....

 

O gigante coelho vampiro avançou como um demônio fugindo do inferno que, de fato, era.

— Mudei de ideia, consigo sim!!!!!

 

....

 

 – Se ele morrer – Perguntou Cabeça-Pônei – Posso ficar com as calças dele?

É tipo um fetiche meu....

— Não – Disse Star – Mas pode ficar o cinto. E olhe lá.

 

A princesa não gostou da negativa, mas não estava em posição de barganhar naquele momento.

 

....

 

Num voo espetacular, Marco não teve muito tempo para fugir.

Correndo desesperadamente, seu único pensamento era simples, meigo e um tanto quanto racional.

 

FUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEUFUDEU...

 

E ele continuou com esse mantra interno até que se jogou em pleno frenesi na porta da cozinha.

No instante seguinte, o coelho avançou, mas não atacou Marco.

Não ouve tempo para uma reação em resposta ao ataque de Star.

A exorcista lançou no monstro voador um coquetel molotov improvisado, feito com uma garrafa de vodca especial da sala do diretor.

 

Goldslick.

Vodca importada e cara, feita com flocos de ouro.

Pode pesquisar, existe.

 

....

 

Embora a princesa cabeça-Pônei tenha achado um pecado desperdiçar uma garrafa inteira de vodca num molotov, a jovem exorcista não pareceu sem importar.

Enquanto a criatura gritava e agonizava até a morte, a jovem ajudava Marco a se levantar.

 

— Quem diria.... Funcionou – Suspirou Marco, ainda ofegante pela corrida.

— Alguma dúvida? – Indagou Star.

— Nãaaaoo.... Nem passou pela minha cabeça. Tinha total confiança que ia dar certo.

 

Ficando na ponta dos dedos, ela roubou um beijo apaixonado do rapaz.

O primeiro deles....

.... Naquele início de noite.

 

Não podia ter sido mais perfeito.

Depois dos beijos, ou mais precisamente numa pausa rápida entre o segundo e o terceiro, Marco finalmente sentia que a escola podia ser de fato, um lugar agradável, até com certa magia.

 

— Sabia que carne de coelho é uma iguaria em alguns lugares? – Apontou a princesa pônei – Só dizendo.

 

Bom, quase agradável, ele retificou o pensamento.

 


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