POV de Renesmee Cullen

 

- Ai, Ness. Tá assim por causa dessa pulseira velha? - Ele perguntou.

 

- Embry! - Reclamei.

 

- O Jake faz outra. - Ele deu de ombros.

 

- Tudo bem. - Falei triste. Era uma das minhas únicas lembranças de quando pequena.

 

- Vamos, você vai reencontrar os garotos. - Ele falou feliz.

 

Caminhamos novamente para o topo do penhasco. Tentei acompanhar Embry, mas ele era muito lerdo e resolvi ir na frente. Quando vi, já estava chegando. Embry, ainda como humano, por isso a lerdeza, sorriu e apertou o passo. Fiz o mesmo e saí do meio das árvores, avistando diversas figuras morenas e sem camisa.

 

- E aí? Quem é essa, Embry? - Perguntou um garoto com um sorriso malicioso.

 

- Jared, essa é a Renesmee. - Ele disse simplesmente.

 

Percebi o silêncio pairar no ambiente.

 

- Então ela voltou mesmo. - Falou outro menino, parecia pasmo.

 

- Eu falei pra vocês. - Um menino resmungou, batendo no ombro de outro. Eu conhecia o dono dessa voz, era Seth.

 

- Oi Seth. - Eu disse sorrindo, mas aposto que eu estava corada. Tinha no mínimo seis garotos sem camisa e extremamente gostosos a minha volta. Que pensamentos são esses, Renesmee? Me repreendi por pensamento.

 

- Oi, Ness. Esses são Jared, - ele apontou para o guri que perguntara quem eu era, - Sam, - ele não parecia gostar de minha presença, - Quil, - um garoto que estava sentado e me acenou educadamente, - Paul, - que se limitou a sorrir pra mim e depois fez uma careta, - Embry, que você já conhece, e John. - Um menino muito belo e que se levantou Pegou a minha mão e depositou um beijo delicado nela.

 

- É um prazer finalmente conhecê-la, Renesmee. - Ele disse com um sorriso malicioso. Retirei minha mão dali. Eu sabia que aquele tipo era encrenca.

 

- Prazer é meu. - Desviei os meus olhos dos seus, que me fitavam intensamente. - Oi pra todos vocês. - Sorri.

 

- Oi. - Disse Sam rabugento. - Me aproximei dele e toquei em seu ombro. Todos nos encaravam atentamente. O que eu fiz? Perguntei através do meu dom. Ele não podia estar assim por minha causa, podia?

 

- Existiu. - Ele respondeu simplesmente. Senti os meus olhos marejados e uma vontade enorme de chorar. Vi Seth me abraçar. Retribui o abraço e deixei minhas lágrimas rolarem.

 

- O que houve Sam? - Perguntou Seth furioso.

 

- Nada. - Ele respondeu. Sínico. Repassei a pergunta, para Seth, que eu fizera a Sam através do meu dom e percebi Seth abrir a boca para falar algo, mas nenhum som saiu.

 

- Sam. - Ele falou com a voz assustada. - A culpa não é dela! - Ele disse bravo, fitando Sam sobre o meu ombro, já que permanecíamos abraçados e eu continuava a chorar.

 

- Eu não disse nenhuma mentira. - Ele estendeu os braços, enquanto todos nos fitavam curiosos.

 

- Se não fosse por ela, o Jake ainda estaria sofrendo por causa da Bella. - Seth resmungou, me defendendo de não sei de quê. - Ah, desculpe Ness. - Ele falou me encarando, parecia culpado.

 

- Que que foi Seth? - Eu perguntei, enquanto me separava dele.

 

- A Bella... - Ele não conseguiu continuar.

 

- O Jake amava a minha mãe? Já sei. - Eu disse com indiferença. Todos se olharam com os olhos arregalados, até Sam.

 

- Era por isso que você estava chorando, Nessie? - Perguntou Embry, enquanto as outras cabeças se viraram para fitá-lo. Obrigado, Embry. Agora todos já sabem que eu estou apaixonada pelo Jacob. Pensei irônica.

 

- Não, Embry. - Eu disse, mas na verdade ele me viu chorar na floresta. E eu pensava que não!

 

- Eu sei que foi, Nessie. - Ele disse e me abraçou. O calor que eles emanavam era reconfortante. Logo eu estava soluçando, enquanto todos me encaravam e trocavam diversos olhares. Vi Embry assentir. Mas a quê? Eu não sabia.

 

Ainda abraçada a Embry, eu tive coragem de perguntar:

 

- O que todos escondem de mim? - Perguntei entre soluços provocados pelo meu choro. Mais olhares foram trocados, mas nenhum que eu entendesse.

 

- Nessie... - Seth começou, mas não continuou. Coçou a cabeça confuso se devia ou não confessar aquilo, o que eu não sabia o que era.

 

- Ótimo. Mais um que foge do assunto. - Resmunguei me afastando deles e cruzando os braços. Fiz biquinho de brava e Embry riu.

 

- Por que a gente não conta a ela? - Indagou Embry. Eu sabia que tinha alguma coisa, pensei.

 

- O Sanguessuga leitor de mente não vai gostar... - Reclamou Paul.

 

- Mas que porr* é essa que ninguém me conta? - Eu reclamei e logo coloquei a mão sobre a boca, tapando-a. Eu nunca havia falado palavrões em voz alta antes. Fiquei horrorizado com o meu ato.

 

- Você não pode saber ainda. - Decretou Quil, olhando para os outros.

 

- Concordo. - resmungou Sam, como se fosse culpado de algo. Ele parecia carregar um peso na consciencia.

 

- Mas o que é tão importante que me envolve? Envolve mais quem? - Eu perguntei irritada. Não queriam me contar algo que me incluia!

 

- Não importa. Vamos pular? - Perguntou John com um sorriso safado. - Quer pular comigo, Renesmee?

 

- Eu não vou pular de novo! - Eu sussurei apavorada. - Você ainda me paga, Embry. - Sussurei pra ele, que gargalhou.

 

- Vamos lá, Ness. Aproveita o bom da vida! - Falou Seth animado.

 

- Eu não!

 

- Um, dois e - Contou Paul com um sorriso perverso no rosto - TRÊS. - Eles correram, alguns pegaram os meus braços e outros as minhas pernas e me atiraram na água. Eu apenas fechei os olhos e deixei me levar pela sensação do vento em meu corpo. Pode parecer um pouco suicida, mas aquele flutuar me deixava com uma sensação de paz inexplicável.

 

Algum tempo depois...

 

Eu e os meninos estávamos indo a casa de Sam comer alguma coisa. Eu estava com muita fome também. Passamos o dia pulando do penhasco e aquilo me fez cansar muito, além de ter que correr bastante para chegar no topo do penhasco.

 

Enfim, eles não se cansaram, mas reclamaram de fome. Sam disse que Emily os esperava em casa, então todos fomos até lá.

 

Chegando na frente da casa, eu percebi que ela era muito pequena e humilde, mas nem por isso feia. Era, na verdade, muito bonita e bem cuidada. Possuia diversos arranjos no jardim, onde havia uma varanda pequena que possuia dois bancos para duas pessoas. Possuia os telhados de um tom avermelhado, que reluzia com os tons amadeirados da casa. Sam pegou a chave embaixo do tapete, um velho hábito americano pelo o que eu sabia, e abriu a porta. A sala era muito pequena para acomodar todos aqueles homens altos e fortes, mas nem por isso era desconfortável.

 

Possuia muitas janelas, por isso era muito ventilada e iluminada. Percebi que havia uma mesa de madeira onde os meninos estavam se sentando. Eu ainda estava parada próxima a porta admirando a casa. Era o estilo de casa que eu sempre quis: pequena, confortável e aconchegante. Esse era o sonho que eu tinha enquanto morava no orfanato, mas aqui em Forks e La Push era tudo tão real e sobrenatural ao mesmo tempo. Sorri ao constatar isso.

 

- Olá. - Falou uma voz harmoniosa vinda do meu lado. Olhei para a mulher que me chamara. Ela era linda. Possuia cabelos escuros até a altura do busto e olhos castanhos. Sua boca era delineada de um lado, mas do outro era totalmente irregular. O lado direito de seu rosto era deformado, mas nem por isso ela podia ser chamada de feia. Ela sorria para mim.

 

- Oi. Sou Renesmee.. Cullen. - Acrescentei e estendi a mão para ela.

 

- Renesmee? - Ela arregalou os olhos, que ficaram esbugalhados.

 

- Sim, é o meu nome. - Eu sorri.

 

- Renesmee - ela engoliu seco - Cullen? - Perguntou com insegurança.

 

- Sim, por que?

 

- Nada. Sou Emily Yong. - Ela apertou a minha mão.

 

- Prazer Emily. É você quem vai alimentar todos esses lobos? - Perguntei com um sorriso divertido no rosto.

 

Ela olhou com um olhar apaixonado para alguém na mesa. Olhei e vi que Sam a fitava com a mesma intensidade.

 

- Você é a esposa de Sam? - Eu perguntei, sorrindo perante o amor deles.

 

- Sou sim. Agora eu sou Emily Uley. - Ela sorriu. - Nos casamos há dez anos já. E a cada dia eu estou mais feliz. - Ela alargou o sorriso. Vi Sam sorrir abertamente diante do comentário de Emily.

 

- Vamos comer, Renesmee. - Ela me chamou indo para a mesa.

 

Sentei ao lado de Embry e John, pois era o único lugar vago. Havia vários pães espalhados pela mesa, assim como muffins. Peguei um muffin e comecei a mordiscar. Era ótimo!

 

- Está ótimo, Emily. - Sorri para ela. Ela parecia ser simpática, mas ela parecia sofrer com a minha presença, ou volta. (N/A: Eu nao queria falar isso assim, mas nao terá um POV da Emily, né? Entao vou avisar que ela nao gosta da Nessie porque fez a prima dela sofrer novamente. A Emily sempre se sentiu culpada por isso e ver a Leah feliz com o Jacob, fez Emily ficar radiante. Então, a volta de Renesmee não é bem vista por Emily. Bjs :*)

 

- Que bom que gostou, Nessie. - Parecia que todos me conheciam pelo meu apelido.

 

- Afinal, por que o Jake me deu esse apelido? Não tem nada a ver com o meu nome. Não que eu não goste de Nessie, é diferente. - Sorri. Embry, que estava com a mão ao lado da minha cocha (não pude deixar de reparar) sorriu e falou:

 

- O Jake não tinha nada pra fazer, a não ser correr atrás de você. Era Renesmee pra cá, Renesmee pra lá, então ele resolveu diminuir. - Disse de boca cheia.

 

- Hmm. - Murmurei, comendo outro muffin. A teoria de vô Carlisle é que, por eu ter passado muito tempo com humanos, eu sou muito mais humana do que vampira. Por isso, eu crescia lentamente, eu me alimento de comida humana e sou muito mais lenta do que deveria.

 

- Por que essa careta, Ness? - Perguntou John, que eu reparei que não tirara os olhos de minha boca. Guri estranho...

 

- Eu estava pensando em uma coisa. - Murmurei indiferente.

 

- Em que? - Seth perguntou curioso.

 

- Vô Carlisle disse que eu sou mais humana do que vampira. - Eu disse sorrindo. Era bom eu me sentir normal. - Eu vivi muito tempo no orfanato - vi alguns lobos arregalarem os olhos - é, eu estava lá todo esse tempo, na Inglaterra. Bem, os Volturi me deixaram lá, sozinha. Eu não falava com ninguém além da madre Teresa, que era como se fosse a minha mãe. Por eu ter convivido tanto com humanos, eu permaneci mais humana. Como muita comida humana, corro mais lentamente do que o comum para uma meia-vampira, por isso só aparentei dezoito anos depois de quinze. - Sorri. - Mas quando se tem dezoito, ou aparenta, precisa-se sair do orfanato, a não ser que vire freia. - Fiz uma careta e eles riram. - Então fui para Londres e pedi emprego em um bar badalado, que por acaso era de Nahuel. Acho que foi o destino que fez eu reencontrar a minha família. - Sorri e dei de ombros.

 

- Ual. - John foi o primeiro a se pronunciar, após o meu falatório.

 

- Ual duplo. - Sussurou Quil. - De certo foi o poder do impr.. - Ele levou uma tapa na cabeça, vindo de Seth.

 

- Foi o que? - Perguntei confusa, pois nem a minha audição anormal entendeu a palavra pronunciada.

 

Antes que alguém pudesse responder, a campainha tocou.

 

- Eu atendo! - Emily, como dona da casa, foi atender a porta.

 

- Ninguém vai me responder? O que é impr... alguma coisa? - Eu perguntei confusa.

 

- Renesmee? - Ouvi a voz de Leah pronunciar. Me virei para fitá-la. Ela aparentava estar mais magra, mas ainda muito bela. Ela começava a tremer levemente.

 

- Oi, Leah. - Falei animado. Leah me parecia ser uma boa pessoa, que sofrera muito no passado, assim como eu. Percebi que todos nos fitavam. Alguns, intercalavam olhares entre Leah e eu. Outros apenas encaravam Leah, como Sam. Eu apenas a fitava confusa, pois ela tremia e lágrimas começaram a cairem de seus olhos.

 

- Leah, o que houve? - Eu perguntei me aproximando.

 

- Nada. - Ela disse e saiu da casa de Emily correndo. Percebi que ela explodiu em loba, pois o barulho de roupas explodindo foi audível.

 

- Eu vou ver como ela está. - Sam e Seth  falaram ao mesmo tempo.

 

- Não, deixa que eu vou. - Falou John, que se levantou da cadeira e foi em direção a porta.

 

- Por que você John? - Seth perguntou confuso, querendo ir ajudar a irmã.

 

- Não sei, apenas não gosto de vê-la sofrer. - Dito isso ele saiu pela porta apressado.

 

- Tudo bem, eu estou confusa. - Murmurei. - Por que toda vez que eu vejo a Leah ela está chorando? Ela tem depressão ou o que? - Perguntei. Embry riu.

 

- A Nessie além de poder ser atriz, pode ser comediante. A Leah nasceu com depressão profunda. - Embry disse e gargalhou.

 

- Olha o que você fala, seu mané. - Disse Seth, bravo.

 

- Mas por que ela reaje assim quando me vê? - Perguntei indignada.

 

- A Leah tem seus motivos. - Resmungou Sam cabisbaixo, fitando o chão.

 

A porta foi aberta bem nesse momento.

 

- E aí, pessoal? - Falou Jake. - Nessie! - Ele exclamou animado por me ver.

 

- Seu Filho D* M*e (FDP)! - Exclamou Sam, que avançou pra cima do Jacob.