– Pois é, as pessoas mudam. - Sorriu a meia vampira; visualizando o seu amor, o Jacob, e pensando o quanto ele mudara desde que descobrira os seus verdadeiros sentimentos perante Roberta e Leah. - Algumas para melhor. - Viu-se murmurar ao pensar na quão completa poderia estar na sua vida, mesmo com o episódio de Matheus.

Jacob, afinal, era o seu melhor remédio.

- CAPÍTULO 28

- Uma verdadeira obra de arte! - Comemorou Alice, observando a sobrinha em um belo vestido escolhido por si.

- Às vezes, eu me impressiono com a modéstia em seus pensamentos, cara irmã. - Edward murmurou, adentrando pela porta com o seu famoso sorriso torto, que tanto encantara Isabella, exposto em seu rosto pálido e impermeável.

Renesmee não se virou para fitar o pai, apenas permaneceu a passar levemente a mão sobre o fino tecido. Encontrava-se deslumbrante no vestido escolhido por Leah, afinal, seria a sua madrinha.

Custara muito para Leah visitar os Cullens e convidá-los para o seu casamento. A ideia de convidar Renesmee e Jacob para serem os seus padrinhos veio da única loba da matilha, surpreendendo a todos. Ela não sentia mais o mesmo amor que nutria por ele no passado; o melhor jeito de mostrá-lo, portanto, era comprovando a John o quanto ela esquecera o ex.

Não fora fácil, porém, adentrar na mansão; mesmo que fosse uma última vez. Seu rosto contorceu-se em dor devido ao sentimento de rejeição que vivera ali. A dor de ser abandonada por aquele em quem confiara era dilacerante. Não havia vencido os seus sentimentos inteiramente: compartilhara muitas coisas com Jacob, afinal. Sentia-se como ele: o imenso carinho que nutriam pelo companheiro de matilha era imensurável. Mas eram apenas carinho, compaixão e condolência. Nada mais.

- Ness, você está realmente maravilhosa. - Ouviu-se Edward, que estava encarando-a ainda, distraindo-se da sua adoração.

O leve vestido de seda adornava as suas curvas, flutuando sobre o chão que se encontrava sob ele. A vestimenta era de uma coloração azul coral, que realçava a sua pele alva. Caía-lhe tão bem quanto em Bella, como Edward sempre realçara. Azul era a cor ideal para as suas mulheres.

O colar com cravejados de diamantes enfeitava o seu pescoço, atraindo a atenção ao seu busto decotado. Os brincos, com mesmo adorno, contrastavam com sua pele. O seu salto alto de coloração prata completava o visual. Estava bela como uma princesa do século vinte e um.

- Jacob está chegando. Minha visão se cegará em oito minutos. - Murmurou Alice, descontente com a presença do lobo. Ela odiava cegar-se, porém adorava ver a satisfação da sobrinha de estar próxima a Jacob.

Renesmee sorriu em resposta à fala da tia, sentindo o seu espírito flutuar levemente. Não havia mais culpas, dores, desculpas. Ela poderia ser dele, apenas dele. Por mais que ainda doesse-lhe os pensamentos sobre Matheus, compreendia que deveria evitá-los.

Os seus cabelos, presos em um coque, começaram a cair para desespero de Alice. Rapidamente, a fadinha vampira pegou o spray fixador e aplicou sabiamente sobre as madeixas douradas. Quando percebeu, o odor de cachorro molhado já preenchera o ambiente.

- Posso entrar? - Ouviu-se após leves batidas na porta.

- Nem pensar! Pode tratar de descer, cachorro; que o meu quarto não ficará fedendo! - Ralhou Rosalie, recebendo um olhar repreensivo de Renesmee. Odiava que o xingassem de modo perjorativo.

- Espere lá embaixo, Jake! - Pediu Renesmee, erguendo-se na ponta dos dedos, em uma tentativa falha de elevar o tom de voz. Como se fosse necessário. - Os ânimos estão um pouco desregulados por aqui.

Alguns passos ecoaram, afastando-se, enquanto Alice visualizava a sobrinha pela última vez.

- Perfeita! - Exclamou após um suspiro satisfatório.

Renesmee suspirou, aliviada pela sessão de tortura ter sido encerrada.Sorriu instantaneamente ao imaginar Jacob esperando-a no andar de baixo. Nos últimos dias, ele tornara-se um perfeito cavalheiro. Entre abrir a porta e regá-la de flores, não havia o impossível a ser feito por ele em busca de permanecer ao lado de sua amada. Certo dia, deitara-a em uma campina e enchera-a de flores peculiares da floresta; que presenciou uma perfeita cena de amor assim que ambos os lábios selaram-se.

- Acorda, Ness! - Despertou-se através da visão da mão de Alice abanando freneticamente em sua frente, chamando-lhe atenção. - Vamos chegar cinco minutos atrasados se não sair do seu mundinho!

- Desculpa, tia.

- Alice. - Corrigiu, lembrando-a que, a partir de então, seriam irmãs. Haveria, pois, humanos naquela festa; o que não poderia deixar margens de dúvidas sobre a adição de uma Cullen à família. Irmãos: era isso que ela seria dos seus pais. Muito estranho...

A passos rápidos, Renesmee logo encontrava-se rente à escada. Desceu-as vagarosamente, aproveitando-se o seu deleite ao observar os olhos atentos e gulosos de Jacob sobre si. Corou levemente ao observar o olhar espantado do seu amor: ele nunca pensara que ela poderia ficar mais bela do que era.

O coração do lobo acelerou vergonhosamente; pois encontrava-se na casa de vampiros, com audições agudíssimas. Seu sogro mandou-lhe um olhar severo de repreensão, devido aos pensamentos indecorosos do genro. Ouvir os pensamentos de Jacob imaginando a pele branquinha sob o fino pano azul, que contornava as suas curvas, era um tanto embaraçoso para o pai.

As bochechas morenas do Alfa escondiam um tom escarlate por debaixo da pele. Era vergonhoso sentir-se excitado em frente a uma família de vampiros, que perceberiam logo. Por isso, resolvera que estava na hora de ir embora.

- Está belíssima, Ness, se me permite observar. - Murmurou galantemente, e Emmett não pôde perder a oportunidade de fazer uma piada:

- Quem diria que Jacob Black poderia ser galanteador? - Sua gargalhada preencheu o ambiente, e ele chegou a urrar de dor na barriga devido ao riso.

Rolando os olhos, o transmorfo ofereceu a mão à Renesmee, que a pegou sem hesitar. O seu toque gélido, mas mais quente do que o de um humano, fê-lo arrepiar. Não era de frio, todavia; mas sim, de expectativa. A noite prometia, e ele podia sentir a promessa em sua brisa.

- Estamos prontas também! - Alice cantarolou, descendo os degraus acompanhada de Rosalie, que mantinha uma careta em sua cara.

- Chica, estás muy bella. - Jasper galanteou a Alice, já vestido em seu terno novo, comprado pela amada.

- Por que eu me casei com essa coisa?! - Esbravejou a vampira loira, apontando para Emmett, que continuava a rir-se da piada sem graça.

Alguns risos disfarçados, retirando o de Jacob, preencheram o ambiente. Todos os Cullens, que se encontravam prontos e arrumados para a ocasião, haviam sido convidados para o casamento de Leah. Ao parecer, a loba havia esquecido-se da adversidade do passado. Até simpatizado-se com eles, havia.

Movendo-se rapidamente para os carros, as duplas entraram respectivamente nos seus próprios. Jacob tomara o cuidado para buscar a Renesmee com o seu antigo carro, não a sua amada moto. Não gostaria de oferecer a perigosa imagem das pernas da híbrida à mercê dos olhos dos anônimos da rua. Não confiava em si mesmo a ponto de não duvidar um possível ataque a olhos gulosos como os seus. Jacob apenas não admitia que sentia ciúmes, o que causava certa indignação na namorada.

Chegando na cerimônia, após uma curta viagem de carro de meia hora, movida por conversas paralelas, Jacob foi saudado por Seth, que se localizava próximo ao altar. Nem John, nem Leah encontravam-se lá. Apenas algumas pessoas circulavam pela pequena igreja de La Push; na verdade, aquela era a única da região.

- E aí, cara? - Cumprimentou-o com um gesto com a mão para depois abraçar a Renesmee. - Wow, Ness! Arrasando esse figurino, hein? - Após essa fala, foi desferido um tapa em sua nuca. - O que isso, Jake? Está louco, é?

- Tira os olhos das pernas da minha namorada... Viu, Ness? Eu falei que isso ia acontecer. Está faltando pano nesse vestido. - Reclamou Jacob, formando um dengoso bico com os lábios e franzindo o cenho.

- Para de birra, Jake. Não está faltando nada aqui. - Ela uniu levemente os seus lábios, apenas em um selar. - E não fui eu quem pediu para vir assim: foi a Leah. Então trate de não reclamar.

Seth explodiu em uma gargalhada ao ver o amigo derreter-se em um sorriso após receber o selinho da namorada.

- Traçou o Jake direitinho, não é? Impressionante! 

- Ela não precisou me "traçar". Desde que ela nasceu, eu sou dela. - Murmurou Jacob, enlaçando a cintura da amada e puxando-a contra si. Quando seus lábios iam tocar-se, Seth exclamou, puxando os seus corpos com uma respectiva mão, atrapalhando-os:

- Nada disso aqui! Já basta a depressão que eu vou entrar por ver a minha irmã beijando aquele trapo lá... 

Renesmee cruzou os braços, sentindo falta dos lábios do moreno sobre os seus. Seth estava insuportável hoje. Em seguida, ela arrependeu-se de ter pensado tal coisa: era normal, afinal, ele sentir-se depressivo ao ver a irmã casar-se.

- Ness e Jacob, venham comigo por favor. John irá entrar; e, logo, vocês entrarão. Depois, será a vez da Lee. - Informou-lhes Alice, que ficara encarregada com uma parte da organização da festa.

Dirigiram-se sem pestanejar para os seus lugares, com Seth acompanhando-os. Ele continuava a lamentar-se pelo fato da irmã estar casando-se tão rapidamente: não tinham nem um ano juntos - isso ele frisara diversas vezes.

Observaram John arrumar o topete e alisar o terno, ansioso e nervoso para unir-se à mulher dos seus sonhos. Quem diria que ele iria casar-se um dia! Todo o garanhão possuía a sua coleira, afinal.

Jacob, percebendo o seu estado de nervos, aproximou-se, sussurrando próximo ao ouvido da híbrida que já voltava.

- Olha, olha! O lobo mais novo da matilha se unindo a uma veterana! - Exclamou brincalhão, procurando distraí-lo.

Elevando os olhos vagarosamente, John espantou-se ao ver o seu antigo "rival" e Alfa atual ali. Envergonhou-se um pouco pelo seu estado de ansiedade, porém não o dissera. Resolveu retrucar por fim:

- E quem diria que você seria o nosso padrinho, não é?

- Como a vida dá voltas... Graças a uma dessas voltas, a Ness voltou; e você está aí, com a Lee. - John procurou não se mostrar tão incomodado quanto sentiu-se. Não sabia se o Jacob queria dizer-lhe que, se Renesmee não tivesse voltado, Leah ainda teria preferido-o. Mas o lobo mais velho não o fizera por querer, afinal.

- John, está na sua hora. - Dissera Alice, arrumando a flor em seu terno.

O seu nervosismo voltou, e a cumplicidade na conversa com Jacob desapareceu. O último afastou-se; aproximou-se de seu par, a Renesmee, e pegou-lhe pela mão.

- Preparada? - Perguntou ele, visualizando John entrar com Sue na Igreja, à sua frente.

- E eu preciso estar? Olhe o John! Está prestes a explodir! - Gargalhou ela, descontraída.

Jacob sorriu perante da cena de sua amada. Ela seria a mais bela noiva, desfilando com um grande vestido branco pelo pomposo tapete vermelho, posto na pequena e simples Igreja Matriz de La Push.

- É a sua vez. - Sussurrou Alice, dirigindo a fala ao casal perdido em seu próprio mundo. Um mundo novo: era isso o que eles criariam com a união entre as duas raças. Eles estavam fazendo história.

Unindo fortemente os seus braços um no outro, entrelaçando-os, adentraram no ritmo da música. Eles haviam praticado o ensaio e sabiam que deveriam dirigir-se à direita do altar, pois seria o lado de Leah. Do outro, os padrinhos de John seriam Sam e Emily, que ofereceram carinho e abrigo nos seus dias mais difíceis, e Jared e Kim, que estranhamente criaram um profundo laço de amizade com o novo lobo.

Posicionando-se em uma posição privilegiada no altar, observaram Leah em um esplêndido vestido com diversos detalhes em seu bustiê. A saia, que caía como uma peça só, encontrava-se lisa, sem retalhos, apenas com pingentes brilhantes caindo pelo leve tecido da mais pura seda, desenhado por Alice.

Seth acompanhava a irmã, guiando-a diante de sua tremedeira. A noiva visualizou Jacob sorrindo-lhe belamente e balançou a cabeça negativamente ao imaginar-se, um dia, subindo aquele altar para unir-se àquele homem. Mas não, o seu destino não era aquele. Ela merecia a felicidade completa, cuja Jacob nunca poderia oferecer-lhe. A entrega de seu coração nunca seria dela.

John chegou para iluminar o seu caminho quando ela imaginou já ter encontrado o fim. Deus, o qual uni-los-ia em breve, procurou dar-lhe aquilo que não encontrava: John. Brincalhão, alegre, esperto e com uma pitada de malícia, era o companheiro perfeito para alegrá-la para o resto de suas vidas. Espantando o seu pessimismo e carência, apreendeu o coração da loba de maneira inigualável, surpreendendo a ela mesma.

O noivo,  que lhe sorria belamente no final do tapete vermelho, guiava-lhe pelo caminho obscuro de sua vida. O abandono de Sam, a perda do pai, a transformação na única loba de uma matilha de transmorfos, a entrada em um mundo mágico e louco... Eram muitas coisas para assimilar-se, porém ela nunca se perdeu. Pensou que não conseguiria ir em frente após o abandono de Jacob; no entanto, John estava ali para guiá-la. Pessoas tão diferentes completando-se, essa era a lei da vida.

Assim que Seth alcançou o companheiro de matilha, estendeu-lhe a mão de Leah em um gesto tão antigo quanto a Terra. Com uma piscadela, sussurrou-lhe um "cuida dela senão eu te capo". John assentiu, sorrindo ao tomar a mão da belíssima futura esposa que teria. Seus corações completar-se-iam naquela noite, assim como as suas mãos naquele momento.

Retornando ao padre, ouviram palavras sinceras sobre a união de casais sob o olhar de Deus. Seguindo a religião católica, o padre fizera um discurso relatando a fielidade e a seriedade necessárias para assumir um compromisso tão sério quanto o casamento. Não trairás, relatou ele, repetindo um dos sete mandamentos.

A troca dos votos e das alianças deu-se início, emocionando uma Renesmee chorosa. Jacob entrelaçou as suas mãos, procurando consolá-la. Por mais que fosse um mistério o motivo de tanto choro em casamento, tentou ajudá-la. Já a híbrida sabia os porquês de seu choro: a união eterna, sob o laço da Igreja, emocionava-a sem igual. Não havia parâmetros para a emoção de assumir o seu amor, de devotar a sua vida, para sempre, a outra pessoa.

Jacob observou o enorme sorriso nos rostos dos recém casados ao pronunciarem o famoso e singelo "sim", capaz de unir vidas. Reparou que não havia maior prova de amor do que aquela; e, instantaneamente, uma ideia instalou-se em sua mente. Sua felicidade apenas convivendo com Renesmee era inenarrável, então pensara o quão inimaginável seria casar-se com ela. Cada dia era um novo aprendizado com a pequena, um novo despertar de emoções. Era uma nova prova de amor que o imprinting não agia entre eles; mas sim, o coração.

Seu olhar, imediatamente, ao penar nisso, virou-se para Edward; que assentiu levemente com a cabeça. Mão concedida, ele só teria de pedi-la.

Um leve apertar em sua mão despertou-o dos seus pensamentos, e ele virou-se para Renesmee. Era a hora deles saírem do altar; havia acabado o casamento, afinal. Dirgindo-se atrás de Seth, sem murmurar uma palavra sequer, saíram da Igreja, observando a chuva de pequenos grãos de arroz sobre o casal alegre, que se ria sem motivos aparentes.

Enquanto Jacob ruminava como seria o pedido de casamento, Renesmee encontrava-se pensando no quão bonito era o amor que Leah e John haviam construído a partir de muralhas. Êxtase era a melhor palavra para definir o casal naquele momento.

Locomovendo-se, no carro de Jacob, para a festa; chegaram na beira da praia, aonde haviam tendas improvisadas e decoradas, a pedido de Leah. De acordo com a noiva, seu pai pedira a mão de sua mãe nas tenras águas de La Push; e seria lá o local onde ela festejaria o futuro. Nada melhor, pois, do que remoer o passado para deixá-lo para trás; pensou ao visualizar, mais uma vez, Jacob em seu terno, abraçado a uma Renesmee chorosa.

Seth aproximou-se da irmã alguns minutos depois, para ter a honra de dançar com ela. Nunca foram muito apegados um ao outro: ela era introvertida, brava, não se importava com os outros; e ele, inteligente, calmo (na maioria das vezes) e altruísta. Eram irmãos comuns, que se implicavam como todos os outros - talvez o fato deles virarem lobos gigantes mude algo nesse "comuns?".

- Vou sentir saudades, mana.  - Sussurrou Seth no ouvido da irmã, para os lobos e vampiros não o escutarem.

Ela suspirou, acariciando os leves e curtos cabelos negros do irmão.

- Não é como se eu fosse me mudar para outro país. Continuarei em La Push para a desgraçada de alguns.

-  Vou sentir falta de você e o seu belo mau humor de todas as manhãs ao acordar na mesma casa que você. - Clareou ele, abraçando-a fortemente contra si.

Poderiam não formar a família mais perfeita do mundo, com os parâmetros atuais da sociedade. Eram, porém, felizes da maneira que a vida limitava-os.

- Também vou sentir sua falta, Sethy. - Murmurou, correspondendo à força do irmão no abraço.

Permaneceram ali, em silêncio, por alguns minutos. Ninguém atrevia-se a entrar na pista de dança, apenas observavam os irmãos Clearwater em sua bolha particular.

- Sabe, um dia, serei eu quem lhe acompanhará até o altar. Escolha bem, Sethy, não aceito qualquer uma para se integrar à nossa família. - Leah afastou-se um pouco de Seth para observá-lo com uma cara divertida, após a sua fala.

- Então eu posso renunciar ao John? Fala sério,ele não é homem para se ca...

- Tarde de mais, cunhadinho. - Interrompeu-os John, que voltou a dançar com a esposa, deixando um Seth sem fala para trás.

Depois de alguns instantes, com muitas lágrimas vindo de Sue, emocinada com o desfecho da vida de sua filha mais filha; alguns casais juntaram-se à pista de dança como Sam e Emily. Eles encontravam-se mais felizes do que nunca, pois toda culpa que sentiam esvaíra-se. Seus corpos moviam-se lentamente conforme a música; seus corações, entretanto, batiam rapidamente devido ao êxtase.

- Concede-me a sua mão para dançar? - Jacob perguntou, sedutoramente, no ouvido da companheira; observando os casais bailarem conforme a batida lenta da música.

Ela sentiu-se enrubescer ao perceber certa umidade em seu sexo. Seu corpo nunca despertara nenhuma dessas emoções, o que chegava a assustá-la.

- Cla-Claro. - Murmurou, procurando esquecer o rubro.

Entrelaçando os dedos finos em sua mão grande e grossa, Jacob começou a mover os corpos, embalando de acordo com a batida contagiante da canção lenta, apenas dedilhada no piano.

Apoiando o lado direito de seu rosto sobre o palitó de Jacob, Renesmee começou a refletir sobre os últimos acontecimentos. Ultimamente, encontrava-se nesse estado de torpor nostálgico. Repensando, após todo o drama sobre o Matheus, a sua família e os seus amigos haviam perdoado-a, além de que ela havia feito as pazes com Jacob. Felicidade era uma palavra muito pequena para descrever tamanho sentimento.

Continuando a embalar-se, não repararam no momento em que a música tornou-se agitada, reunindo a maioria dos jovens solteiros na pista de dança.

- Jacob, posso falar com você? - Perguntou Alice,separando-os e ocasionando no afastamento de Renesmee. Sussurrando, ela prosseguiu: - Pegue essa chave e vá imediatamente para a sua casa. Tenho uma surpresinha para você... Ah, e leve a Renesmee, pois acho que você não gostaria de aproveitar aquilo sozinho... - A fada riu-se de si mesma e, parecendo lembrar-se de algo, completou: - Eu convenci o Edward, não se preocupem. Sejam felizes...

Ao embrenhar-se na multidão, Jacob não a viu mais. Confuso e atordoado com aquela repentina conversa,  resolvera obedecer-lhe. Sem despedir-se dos conhecidos, pegou uma Renesmee desgostosa pela mão e levou-a até o seu carro, aonde possuía menos barulho.

- Aonde estamos indo, Jake? A festa estava tão boa, e você me tirou de lá na melhor parte...

- A Alice tem uma surpresa para a gente. - Interrompeu Jacob, com uma estranha euforia corroendo-lhe o peito.

Estaciou o seu carro na frente da casa rapidamente, devido à proximidade dos locais. Ainda ouvia-se, não tão audivelmente, a música ecoando pela brisa da praia.

Jacob lembrou-se das palavras de Alice, então aproximou-se de Renesmee. Pegando as suas pequenas mãos alva, olhou fundo em seus olhos, parecendo já saber sobre o que se tratava.

- Ness, seja lá o que tiver aí dentro, saiba que o seu pai nos "autorizou". - Ela assentiu com a cabeça, balançando-a afirmativa e lentamente. Teve, porém, de segurar a sua pergunta sobre tudo aquilo; pois nem Jacob saberia dizer-lhe.

Temeroso, Jake subiu os degraus da pequena varanda e entreabriu a porta; permanecendo estupefato por alguns segundos. Renesmee perguntou-lhe o que era, pois sua visão limitava-se com o corpo másculo do namorado à sua frente. Empurrou-o levemente, observando a enorme decoração sobre o piso e alguns móveis composta por pétolas brancas de rosa. Jacob logo entendeu o motivo de tal flor: elas possuíam um odor semelhante ao de Renesmee, e eram tão dóceis quanto.

Mesmo com ambos estando tontos com tal surpresa, o Alfa entendera o porquê de tudo aquilo, apenas não conseguia compreender como o seu futuro sogro havia permitido-o. Puxou o corpo de sua pequena contra o seu, afagando-lhe levemente os cabelos.

- Ela fez isso para termos uma noite só nossa, Ness. E o Edward deixou. Eu apenas preciso saber se você quer isso. - Murmurou temeroso, pois os seus desejos já estavam explícitos em sua carne.

Renesmee não lhe respondeu, mas sim mostrou-lhe o que queria. Não fora, todavia, através do seu dom; ocorrera através do seu gesto. Posicionando uma de suas minúsculas mãos sob as madeixas escuras do amado, puxou o seu rosto contra o seu próprio, colando ferozmente os seus lábios. Sentiu o Jacob sorrir sob a sua boca, encantado com a selvageria da moça.

Ela perdeu-se na boca do amado, passeando por ela de modo animalesco, sedento. Necessitava daquilo como um nômade precisava de água em um deserto, como um peixe ofegava por água. Ele era o seu tudo; então, sem ele, ela não era nada.

Depositando uma mão na face morena dele, enquanto entrelaçava as pernas ao redor de sua cintura, a híbrida transmitiu-lhe tal pensamento, que fora capaz de inundá-lo em uma onda de prazer:eu te amo; minha vida não é nada sem você, Jake.

Ele devolveu-lhe tal gesto através da separação de sua boca da dela. Arfando em busca de ar, assim como de rejeição devido ao ato, Renesmee gemeu em um claro pedido para prosseguir. Ele fê-lo - como iria, porém queria vê-la aclamá-lo por mais - e dirigiu a sua boca ao pescoço convidativo da moça. Variando entre mordiscadas e chupões, carregou-a em tal posição até o seu quarto. Mesmo a cama sendo pequena, não iria tomá-la como sua na cama de seu pai - era nojento imaginar tal possibilidade.

Levada por uma enorme onda de prazer, que a fez semicerrar os olhos e gemer alto, unindo ainda mais os seus sexos através da roupa, ela reparou inconscientemente na decoração. Velas e rosas pendiam por todo lugar, deixando o minúsculo quarto mais ampliado devido à pequena iluminação. Aquilo lembrou-a, puxando-o do fundo da memória, a vez que Jacob tentou reconciliar-se com ela, mas tudo fora por água abaixo.

Depositando-a sentada sobre o seu colo, na cama; Jacob, ainda tecendo lambidas em seu pescoço, começou a retirar o seu vestido, abrindo ozíper. Ela arrepiou-se com o toque de suas mãos quentes, acabando por desinibir-se e direcionar as mãos ao início de sua camisa. Retirou-a, e ele fê-lo em seguido com a dela.

Ela não corou como era acostumada a fazer, apenas entregou-se às carícias de Jacob, que seguiam em direção aos seus seios. Retirando rapidamente o sutiã da namorada, deixando-a impressionada com tal destreza, Jacob direcionou a sua boca faminta rumo ao seio direito dela, fazendo-a arquear as costas e esfregar os seus sexos, ainda separados por finos tecidos - que eram incapazes de diminuir o prazer de tal contato.

Gemendo vergonhosamente alto, Renesmee pediu por mais, sendo atendida no ato pelo lobo. Ele, com uma mão, massageava o seio esquerdo rígido da meia vampira e, com a outra, mordiscava e circundava o lóbulo com a língua; proporcionando a ambos um imenso deleite. Ela ameaçou gozar, assim que uma forte pressão concentrou-se em seu ventre. Reparando que ela estava a atingir o seu primeiro orgasmo, separou a mão e a boca de seus ornamentos e dirigiu-as ao seu sexo. Queria dar-lhe um prazer inimaginável e tornar a sua primeira vez inesquecível, mas ela apenas gozaria dentro de si, preenchendo o seu sexo de gozo.

Retirando agilmente a sua calcinha, acabando por rasgá-la, Jacob deslizou a sua boca no vão de seus seios, depositando leves chupões ali. Desceu-os em uma linha imaginária, comumente chamada de "Caminho para a felicidade" nos homens. Percorrendo a sua barriga, Renesmee sentiu arrepios enquanto normalizava a sua respiração.

Ao sentir a língua de Jacob contornar o seu clitóris, agarrou-se aos lençóis da cama, arqueando as costas, deitando-se sobre a cama. Tal posição, deu a Jacob uma visão privilegiada; que o fez posicionar uma perna da híbrida sobre o seu ombro.

Com movimentos circulares, ele começou a estimular o seu sexo; arrancando altos gemidos de Renesmee. Esquecendo-se completamente de pudores, arqueou o quadril, unindo ainda mais o seu sexo com a boca do namorado, que a penetrava com a língua. Inenarrável, encontrava-se em um estado de fantasia, quase vendo estrelas. Não conseguia acreditar que poderia haver coisa mais prazerosa do que sexo oral - pelo menos, feito pelo monumento que era Jacob Black.

Assim que gotas de prazer começaram a escorrer de sua gruta, Renesmee sussurrou que iria gozar - ou, pelo menos, tentou; pois seus sussurros eram inaudíveis em meio a tantos gemidos.

- Eu quero que você goze dentro de mim, neném. - Pediu Jacob, dando mais uma penetrada funda com a língua e chupando em seguida para, depois, retirar-se dali. Posicionou-se entre as pernas da meia vampira e beijo-a apaixonadamente.

Por mais que fosse apenas ele a proporcionar desejo, ele podia senti-lo com cada fibra do seu ser. Rasgou a sua calça social e depositou-a longe, em um rápido arremesso. 

- Pode doer, Ness. Qualquer coisa me diga que eu paro. - Pediu ele, incapaz de machucá-la de alguma forma. Infelizmente, o hímen feminino causava certo desconforto pelo que ele sabia; e não teria como evitá-lo.

Ela repousou a mão sobre o rosto dele, sorrindo angelicalmente para ele. Passou-lhe mentalmente diversos momentos que tiveram junto desde que ela voltara do orfanato, desde que ela mudara de vida. Ela tornara-se uma pessoa melhor graças a ele, o homem dos seus sonhos, o seu salvador. Não havia dúvidas ou hesitação da parte dela: de qualquer modo, ela pertencê-lo-ia mais cedo ou mais tarde.

Ele penetrou-a delicadamente, assustando-a com a grossura. O lobo hesitou ao ver tal pensamento, mas logo ela relaxou; pois sabia que, quanto mais relaxada, menor seria a dor. Beijando-lhe levemete os lábios e movimentando-os, Jacob adentrou-a por inteiro, preenchendo o seu espaço e tornando-a mulher. Ele rompeu-lhe a sua ingenuidade, tornando-a mulher.

Mesmo sentindo dor, procurou não a demonstrar e começou a mover-se sob ele, estimulando-o. Ele agarrou-lhe fortemente pelos cabelos; e, em uma dança tão envolvente quanto a de suas línguas, seus corpos começaram a movimentar-se. Ela rebolava sob ele, que retirava totalmente o seu pênis e estocava-a com fortes penetrações.

A cama e o chão da cama moviam-se conforme os seus corpos, devido à força descomunal que exerciam. Assim que os gemidos de Renesmee tornaram-se mais audíveis, ele apoiou-se na parede e começou a estocar com uma raiva descomunal. Queria fundir o seu corpo no dela, porém era humanamente impossível. Humph, humanamente, como se essa palavra existisse em seus vocabulários.

Clamando por mais - mais rápido e mais forte -, Renesmee ameaçou gozar, mas Jacob pediu-lhe para esperar. Assim que o seu sexo inchou, quase dobrando de tamanho, ela sentiu um prazer descomunal, gozando no mesmo instante, sendo seguida por ele.

Os seus gozos misturaram-se, preenchendo o quarto com o cheiro erótico. Os seus corpos suados repousavam um sobre o outro enquanto suas respirações alteradas tranquilizavam-se, assim como os seus respectivos corações. Virando os seus corpos e ficando por baixo, Jacob fê-la apoair-se em seu abdome sarado e começou a acariciar os seus cabelos.

De forma inusitada, percebeu que a ideia que lhe ocorrera anteriormente não precisava de um lugar certo ou momento; mas sim da companhia dela. Desde que ele estivesse com ela, estaria completo.

Pegando rapidamente um colar inacabado de promessa Quileute, traçado por diversas linhas de couro de animal, confeccionado por ele mesmo, mostrou-o à Renesmee. Ela sorriu mesmo sem entender o motivo de tudo aquilo.

- O que é isto, Jake?

- Um colar de promessa Quileute. Com ele, eu prometo vigiá-la para sempre, cuidá-la e amá-la eternamente. - Sorriu ele, depositando um leve beijo em seus lábios macios como os mais finos lençóis egípcios.

Ela corou, mesmo estando nua em sua frente. Não conseguia aguentar tais declarações sem enrubescer.

- Eu sei que você não estava esperando, pois aqui não é a hora nem o lugar certo... Mas eu não posso mais esperar, Ness. Você provou ser minha hoje, agora eu quero provar ser seu. - Respirando profundamente, pronunciou as palavras capazes de mudar a sua vida... Para melhor. - Renesmee Carlie Cullen, você aceita ser a nova senhora Black?

Um silêncio, nenhuma respiração. Eles prenderam as suas, deixando um ar de mistério envolvê-los após tão bela noite. Ela, comovida, não conseguia pronunciar nenhuma palavra. A que mais passava pela sua mente erainesperada,seguida por umsim. Mas não era muito precoce? Eles não haviam voltado há pouco tempo? O que as pessoas diriam?

Balançando a cabeça, em um antigo gesto de espantar pensamentos ruins, ela acomodou-se de tal modo que pudesse enxergar as pérolas negras que tanto a enfeitiçavam. Repousando a mão sobre a face morena de Jacob, deixou ecoar a única palavra que sua mente e consciência imploravam para dizer:sim!.Aquele lobo, que ali se encontrava, retirara dela, naquele momento, não apenas a ingenuidade;  também, porém, todos os medos e rancores que ela possuía. Ele tornou-a feliz, completou-a e amou-a como nenhum homem poderia fazer. Apenas o seu Jacob torná-la-ia uma pessoa melhor, retirando toda a impureza do mundo de perto de si. Leve, vívida e feliz viveria.

Espalhando vários beijos castos sobre o rosto da amada; Jacob esbanjou um riso de felicidade, de puro êxtase. Sua, Renesmee seria sua sem desvios, sem obstáculos. Eterna e prazerosamentesua.

Após carícias iniciais, seus corpos entregaram-se mais uma vez; selando a promessa de amor eterno. Eles acabaram percebendo que aquele era apenas o início de uma era de muita felicidade, mesmo tendo de enfrentar muitas dificuldades. Afinal, a vida deveria ser aproveitada; e, com amor, tornava-se aquilo tudo ainda melhor.