POV NARRADOR ONISCIENTE

- O que são esses gritos? - Bella perguntou ao ouvir algumas pessoas falando alto, o que para ela pareciam gritos devido a audição alterada.

Edward ficou tenso, sabendo muito bem quem eram. Os pensamentos gritavam em sua consciência e uma dor de cabeça apossou-se do seu corpo. Seria possível que isso acontecesse com um vampiro? Pelo o que parecia, sim.

- São Jacob e Embry. - Edward sussurou e percebeu a alteração da sua filha.

- Como assim? Eu pedi para o Jacob não fazer nada! - Exclamou Renesmee.

Ela não queria que Embry se ferisse, pois ele armou tudo por amor. Um sentimento estranho que Renesmee sentia e não sabia descrevê-lo ao pensar em Embry. Até corou ao dar-se conta de que estava protegendo ele, não o seu, até então, namorado.

- Como se ele desse ouvidos a alguém. - Soltou Edward sem nem ao menos calcular o que falara.

- Edward, vá detê-los! - Pediu Bella, pensando que o pior poderia acontecer.

- Acalme-se. Eles não estão brigando, apenas discutindo. - Falou Edward calmamente, querendo que as coisas resolvensem-se tranquilamente. Ele sabia que um vampiro lá na sala apenas pioraria a situação e, não há dúvidas, de que uma mutação pudesse ocorrer.

Renesmee remexeu-se nervosa na cama, um tanto inquieta; até que uma enfermeira entrou no quarto um pouco preocupada.

- Essas pessoas que estão no corredor são suas visitas, moça? - Perguntou à Renesmee.

- Embry e Jacob. - Explicou Edward levantando-se. - Eu vou lá.

Tenso, já que teria que ir, um pouco obrigado, à sala de visitas, Edward suspirou. Queria ter a sua amada, Bella, ao seu lado, porém sabia que a sua filha precisava de cuidados.

Isabella - mais conhecida como Bella - sempre dera apoio às atitudes corretas de Edward e sempre se contrapôs às erradas. Defendia o seu ponto de vista, sendo persistente e até um pouco perseverante. Edward agradecia aos céus que Renesmee puxara a mãe. 

Não que ele não fosse assim, mas deixava-se levar por aqueles que ama, como sua mulher e sua filha. Era um tanto manipulável e não gostava nem um pouco disso.

- Embry, PARE! - Edward gritou ao entrar na sala de visitas. Muitas enfermeiras estavam um tanto preocupadas, pois Embry acabara de dar um tapa no rosto de Jacob.

Este ficara vermelho, com a forma da mão marcada nas bochechas avermelhadas.

- Seu desgraçado! A RENESMEE É MINHA! VOCÊ NÃO TINHA NADA QUE SE METER NA MINHA VIDA! EU SOU O ALFA AQUI! - Jacob gritou irado, não dando-se conta de que gritara palavras da tribo, como "Alfa". Edward grunhiu baixinho, repreendendo-o.

O vampiro de cabelos dourados aproximou-se dos dois, um tanto preocupado, mas também um pouco relaxado, ao ver que nenhum dos dois estavam mais tremendo.

Várias fofocas tomaram o ambiente. Algumas enfermeiras suspiravam diante da cena de dois homens sem camisa brigando na minúscula sala do hospital. Pensando assim, a cena era até cômica.

Alguns enfermeiros apenas comentavam que deveria ter doído mais o golpe, porém estavam alegres com a luta iniciada.

Já Edward era o pacifista da situação. Não queria que sua filha se estressasse mais ainda.

- Jacob, acalme-se. Discutem como homens em outro lugar. Não como mulherzinhas em um Hospital. Pode ser? Vamos lá, a Nessie quer falar com vocês no quarto. - Falou seriamente Edward. Entretanto, ele estava inventando aquela desculpa, afinal, apenas precisava distraí-los. Não queria também que Embry fosse injustiçado.

Calmamente, andaram até o quarto da conhecida. Embry e Jacob trocaram olhares cúmplices durante todo o trajeto, e um arrepio chegou a percorrer a espinha de Embry.

- Não mintas para mim, isso é uma ordem. - Afirmou Jacob, sentindo que o amigo estava mentindo.

Não sabia onde, por que, quando... Mas mentira. Sentia isso por ser o Alfa, aquele que comanda e que conhece os membros de seu grupo. Ele sabia que, para Embry ficar tão tenso, deveria ter algum motivo oculto por trás de tudo. Provavelmente, uma mentira o escondeu.

Edward possuía uma face de pesar, ouvindo o coração - extremamente rápido - de Embry acelerar. Eles entraram na sala e, prontamente, viram Renesmee com um desgosto estampado na cara.

- Jacob, o que eu lhe pedi? Ouvi os gritos vindos do corredor até o quarto! Estou decepcionada com você. - Nessie disse e formou um beiço em sua boca, claro, querendo provocar o seu namorado e fazer com que ele fizesse as pazes com o amigo.

Jacob, rendendo-se aos encantos de sua namorada, não resistiu e logo implorou:

- Por favor, Ness, não faz essa cara! - Disse ao sentir as pernas cederem. - Droga de imprinting! - Reclamou.

- Concordo. - Edward sussurou ao lembrar-se de que, o destino de Renesmee, era casar-se com aquele cachorro... Digo, tranformer.

Um grunhido ameaçou escapar da garganta de Bella, contrariando o marido, porém ela evitou vexames na frente das "visitas"; Embry e Jacob mais pareciam parte da família.

Embry, incomodado, resolveu sentar-se no canto do ambiente; afinal, Renesmee não dera muita importância a ele, e ele sentia-se menosprezado. Aliás, ele não queria ver uma cena melosa do casalzinho Jacob e Renesmee. Mesmo aguentando ambos, não queria vê-los trocando carícias. Era um sentimento parecido com o de Bella, que sentia um pouco de remorso por ter "prendido" a sua filha ao Jacob; ela não tinha escolha, afinal.

- Eu só a desfaço se você pedir desculpas ao Embry! - Nessie impôs, novamente, a condição a qual Jacob não queria aceitar.

Ele tinha ciúmes de Embry e sabia disso, apenas não admitia. Sentia-se humilhado a guardar esse sentimento não revelando-o a ninguém; quer dizer, além de Edward, que ele mais encarava como enxerido.

Jacob aproximou-se da cama de Renesmee e achou um tanto infantil brigarem por aquele motivo.

- Desculpa, Embry. Eu não queria brigar com você, irmão... Mas você pediu! - Jacob disse ao rir tortamente.

Renesmee levatou o pálido membro, o seu braço, e bateu fracamente em Jacob, repreendendo-o.

- Não esforce-se, Renesmee. - Pediu Bella procupada com a filha.

Jacob a encarou fingindo incredulidade e pôs a mão sobre a boca.

- Isso está um tanto gay, Jacob. - Embry confidenciou; e, em resposta, Jacob jogou uma almofada, que estava em cima da cama, sobre o amigo.

- Bem, acho que, pelo menos, isto resolveu-se. - Edward pronunciou-se ao ver Embry e Jacob trocarem brincadeiras entre si.

O clima estava mais ameno no cômodo e isso significava sossego para Renesmee. Ela sorriu perante a cena e, em seguida, riu ao concluir que a família só estava assim, pacificamente no ambiente, devido ao seu acidente.

- Nem pense em alguma coisa dessas, Nessie! - Edward pediu ao ler o pensamento da mesma.

- Às vezes é chato ter um pai leitor de mentes. - Ela resmungou cruzando os braços.

- Espere até... - Jacob iniciou a sua frase, porém fitou a cara furiosa de Edward em seguida e parou.

- Até o quê? - Nessie perguntou.

- Você ter um corpo de dezesseis (mais para dezoito) anos e mente de um homem de trinta, para mais! - Exclamou ele, fugindo do seu pensamento original, mas permanecendo com a intensão original.

Edward limitou-se a rugir.

- Com licença! - Entrou Alice no quarto, ao lado de seu marido, saltintando como sempre.

- Bem, alguém continua a mesma. - Afirmou Renesmee sorridente ao ver a tia entrando, como se fosse dona daquele lugar; o que realmente parecia, pois ela cercava o ambiente com a sua alegria espontânea.

- Ness, como você está? Nossa, que roupa horrível! Preciso dar umas dicas de moda para esse Hospital. - Alice disse com pesar ao olhar as vestes de Renesmee. A paciente apenas olhou para a sua roupa e deu de ombros. Era apenas uma roupa comum azul, para quê tanto escândalo?

- Alice, ela não tem condições para sair daqui e ir direto para o shopping comprar roupas! - Edward exclamou incrédulo ao ler os pensamentos de Alice.

- Pare de ser chato! Não é tão ruim assim, afinal! - Ela reclamou.

Renesmee, que parecia estar recuperando-se muito bem no tratamento, apenas riu.

- Lembro-me que, desde que cheguei em Forks, tia Alice não para de comprar roupas... Cada vez mais. - Ela afirmou.

Jasper revirou os olhos ao pensar que convivia com a sua mulher por décadas, e ela nunca deixara de comprar.

Edward riu do pensamento de Jasper, o que fez Alice fitá-lo e perguntá-lo:

- Algo que queira compartir, Edward?

Repentinamente, a porta abriu-se, e uma pessoa inesperada entrou no quarto de hospital. Ninguém esperava-a ali, muito menos àquela hora:

- Ro-Roberta? - Gaguejou Jacob.